Stall-yl, a capital do Domínio de Niggelf, ergue-se majestosa como um bastião no continente Leste. Em contraste com a típica visão de prosperidade e beleza associada às capitais, este lugar desafia tais expectativas. Apesar de seu status como capital do Domínio, Stall-yl é marcada pela pobreza, um reflexo direto da longa guerra civil que assolou a região.
Antes de prosseguirmos, vamos esclarecer o que é um 'domínio'.
LiDMundis, o mundo onde nos encontramos, ainda é envolto em muitos mistérios. E, mesmo que muitos tentem pesquisar sobre ele, às vezes até morrendo por suas investigações, nada muda.
No entanto, sabemos que existem os 'Portais EsA', também conhecidos como portais dos reinos, que conectam todos os Reinos a este fantástico e grandioso mundo.
Agora, o que é um 'Reino'? Para simplificar, pense em todas as raças que existem neste mundo: Vampiros, Seres Semi-Ferais, Seres-Ferais, Demônios, Anjos, Deuses, Dragões e muito mais. Nenhuma dessas raças é originalmente daqui.
Bem, dizer 'nenhuma' é um tanto quanto errôneo, já que os Dragões (junto com os seus) e as Feras (também junto com os seus) possuem tal mundo como sua terra natal.
Mas enfim, estamos nos desviando do assunto. Resumindo, um 'Reino' é o mundo da realidade original de uma determinada raça; a terra natal da raça.
E quanto à explicação anterior que pareceu não servir para nada? Resumindo, o LiDMundis possui o seu formato como o de um trevo de quatro folhas (sem seu caule), onde cada folha representa um continente: Norte, Sul, Leste e Oeste. Quanto ao miolo, é conhecido como Continente Central; ambos os continentes são separados por água.
É simples no final das contas. Em todos os continentes, ao longo do tempo, foram surgindo os tais portais dos reinos, sem nenhum padrão específico ou razão conhecida, e, quanto as terras de onde os portais surgiram, elas em sua grande maioria foram reivindicadas pela raça que saiu originalmente daquele portal, algumas vezes de forma pacífica, mas, na maioria das vezes de forma violenta; essas terras reivindicadas são os chamados Domínios.
Agora voltando ao presente.
Enquanto atravessavam o portal principal de Stall-yl, a caravana de Marccus se dividiu em duas partes. Um dos homens de confiança dele seguia com as encomendas até o destino de entrega, enquanto Marccus resolvia certos assuntos pendentes junto de sua sobrinha.
Marccus conduziu então sua carruagem até um beco deserto, acompanhado de sua sobrinha e do jovem seguindo-os conforme instruído.
Ao chegarem lá, Marccus desce de sua carruagem com Nery e, segurando o jovem pelo braço, afasta-se um pouco dela, apenas alguns metros.
"Ei, Nery, você tem certeza disso?", perguntou Marccus, já afastado dela junto com o jovem. Havia uma pitada de desânimo em seu rosto ao ouvi-la responder: "Sim".
"Está bem, e lá vamos nós. Primeiro, deixe-me resolver isso.", dizendo isso, Marccus sacou algo de seu bolso: um pequeno frasco com um tom meio azulado, contendo alguns pelos, ao que parecia. Ele posiciona então o frasco próximo à sua boca, e, usando sua outra mão, ele segura uma das algemas do jovem, enquanto parece entoar um curto e rápido encantamento de forma sussurrada.
Ao terminar de entoá-lo, o frasco, junto das algemas do jovem se quebram, como se estivessem se estilhaçando, deixando-o confuso, enquanto ele encara seus pulsos, sem compreender o que aconteceu.
"Espere, o que é isso? Quer dizer que eu não terei mais de segui-los?", a mente do jovem começara a sentir um pouco de esperança pois ele não queria mais ficar próximo ao homem que lhe agrediu tanto sem motivo algum.
"Havia maneiras melhores, mas não tenho mais tempo a perder. Espero que você esteja certa disso, Nery.", disse Marccus, começando novamente a entoar um encantamento, desta vez muito mais longo, embora ainda falasse de forma apressada. Em seus pensamentos, "Não sei o que você viu nessa coisa, mas que seja, é bom que não faça eu me arrepender, Nery.".
Ao terminar o encantamento, a sombra de Marccus começara a se mexer, embora ele permanecesse imóvel. Seu reflexo no chão dançava de um lado para o outro, semelhante à quando se atira uma pedra na água, perturbando o reflexo.
Quando a sombra dele para de se mover de forma aparentemente aleatória, ela se expande até a do jovem e a abraça por inteiro.
Marccus e Nery observaram as sombras por alguns instantes, mas nada mais acontecera, deixando-os boquiabertos.
Marccus indagava, com tom sarcástico e um olhar incrédulo estampado em sua face, "Ei, ei, isso só pode ser uma piada, correto?". Ele começou então a entoar outro encantamento, diferente dos dois anteriores, dessa vez fora com um tom mais agressivo.
"TIO!", gritou Nery, começando então a entoar o mesmo encantamento que Marccus, porém de forma mais acelerada para tentar compensar o fato de ter começado após ele.
Ao terminar de recitar o encantamento, Marccus assumiu uma aparência assustadora.
O que antes parecia uma mistura de homem com corpo peludo e cabeça de lobo, agora se assemelhava mais a um monstro com traços lupinos. Seu corpo cresceu absurdamente, sua presença tornou-se aterrorizante e ele parecia pronto para matar e destruir tudo e todos. Era, de fato, um monstro.
Nessa forma monstruosa, ele repetiu o encantamento que mexeu com sua sombra, mas dessa vez fora diferente. Tanto a velocidade de recitação, extremamente mais rápida, quanto o resultado ao fim da recitação.
Quando a sombra de Marccus abraçou a do jovem, desta vez, duas manchas vermelhas surgiram na sombra do misterioso jovem: uma na região da cabeça e outra onde seria o coração.
O jovem começara a tremer e então cai no chão, as mesmas marcas agora também aparecendo em seu corpo físico, nos mesmos locais.
Uma sensação de queimação e rasgamento, não na carne, mas sim mais profundo, como se fosse em sua alma, uma dor tão extrema que em alguns casos, quem passava pelo mesmo não conseguia ter forças sequer para gritar em resposta ao sofrimento intenso sentido na hora.
Poucos segundos que se tornaram extremamente longos.
Apenas três quartos de minuto, esse fora o tempo decorrido desde que Nery começara a entoar o mesmo encantamento que Marccus, porém, tudo já havia acabado quando ela finalmente assumiu sua forma bestial e avançou até os dois como se tentasse impedir algo.
Novamente tão pontual quanto um relógio quebrado.
"O QUE PENSA QUE ESTÁ FAZENDO?", Nery estava claramente furiosa enquanto gritava com seu tio, novamente se interpondo entre ele e o jovem.
"Eu que lhe pergunto isso, assumindo sua forma bestial, como se pudesse fazer algo contra mim no caso de eu querer o matar. Mas que seja, só fiz o que foi necessário. Agora que já realizei seu capricho, estou indo tratar de negócios. Divirta-se com seu novo brinquedinho, esse pássaro inútil.", essa foi a resposta de Marccus, após virar as costas para ambos e dirigir-se até sua carruagem de volta enquanto retornava para sua forma comum.
Já em sua forma habitual, Nery levanta o jovem, indagando se o mesmo se sentia bem, porém, recebendo resposta alguma dele, que mal conseguia se manter de pé.
"Ei, vamos, diga algo. Droga, estou realmente passando a pensar que você é mudo. De qualquer forma, se levanta vai, vamos ali para sombra que é melhor.", Nery praticamente arrastava o jovem enquanto falava.
"Pronto, aqui você vai conseguir descansar um pouco. Droga, estraguei minha mochila me transformando, mas aqui está, beba um pouco de água.", ela estava com sua mochila com as alças rasgadas em uma mão, enquanto com a outra mão ela estendia ao jovem um cantil, em sua face havia apenas uma expressão de confusão.
"Meu tio teve de assumir sua forma bestial para conseguir forçar o pacto de servidão nele? Não faz sentido, apesar de que ele mesmo disse 'só fiz o que foi necessário', mas desde criança essa é a primeira vez que vejo ele tendo de fazer isso.", Nery pensava apenas nisso enquanto observava o jovem beber a água ainda um pouco trêmulo.
"Ei, o que foi isso que acabou de acontecer afinal? Sou mercador de escravos desde que deixei o exército do conselho, e, mesmo quando lá estava, eu escravizava pessoas de todas as raças, mas pouquíssimas vezes precisei assumir minha forma bestial para ter poder mágico e mana o suficiente. Mas, mesmo assim, eu escravizava guerreiros, magos, pessoas fortes e, nunca me senti tão esgotado assim, com dificuldades até para manter meus olhos abertos.", os pensamentos de Marccus estavam presos a isso enquanto guiava sua carruagem para longe, mal prestando atenção no caminho.
"AFINAL, O QUE É VOCÊ?", esse fora o pensamento compartilhado por um tio e sua sobrinha neste momento.
Passadas algumas horas desde o ocorrido, Nery caminha pelas ruas da cidade ao lado do jovem. Este por sua vez está envolto em uma capa que cobre todo o seu corpo, retirada da mochila de Nery. Embora não seja nova, está bem cuidada.
Eles caminham pela cidade enquanto ela praticamente monologa o tempo todo. O jovem a acompanha em silêncio, observando tudo o que ela mostra e comenta. Durante as horas do monólogo dela, ele adquire algumas informações sobre o local e o que estão fazendo.
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Os Loennings foram até Stall-yl para que Marccus entregasse uma encomenda a um amigo nobre no local. A encomenda consistia em 12 belas e virgens mulheres, acompanhadas por 28 homens com experiência em combate, totalizando 40 produtos de alta qualidade.
Era a primeira vez que Nery saía junto de seu tio, embora já fizesse dois anos desde que ela atingira a maioridade, agora com 16 anos. Ela estava muito empolgada, apesar de não ser fã dos negócios da família.
O encantamento que Marccus utilizara anteriormente, causando tanta dor no jovem, tratava-se de um feitiço comumente conhecido como "Pacto de Servidão"; um dos muitos "Pactos da Alma" existentes. Neste caso, como o próprio nome sugere, força uma alma a servir outra, transformando alguém em escravo.
Enquanto caminham pela cidade, Nery exibe um sorriso encantado, aproveitando cada momento da nova experiência, enquanto o jovem ao seu lado parece mais relaxado, como se já estivessem juntos há muito tempo.
O céu assume tons de laranja, o sol se despedindo no horizonte como faz todos os dias, enquanto seguem em direção à mansão do nobre amigo de Marccus, por um caminho que Nery chama de "atalho", embora já tenham se afastado bastante do centro da cidade.
Foi a persistência de Nery em explorar que os levou tão longe, sem perceberem a passagem do tempo. O jovem, então, dá um leve puxão em seu braço e aponta para o céu com a outra mão, um gesto silencioso para que ela perceba que está ficando tarde.
"Ah, você está certo. Vamos embora corv...", Nery tem sua fala abruptamente interrompida pelo repentino puxão do jovem, que a agarrou em seus braços e começou a mexer sua cabeça em todas as direções possíveis, como se estivesse procurando por algo.
"Ei, e-espere, o-o que é isso corv...", ela mal teve tempo de terminar sua frase, pois foi novamente interrompida, todavia dessa vez fora empurrada pelo jovem, jogando-a para longe enquanto ele pulava para trás.
Antes que Nery pudesse reunir seus pensamentos, ainda se recuperando do empurrão, sentiu um forte vento varrer o exato local onde estavam, destruindo algumas caixas a vários metros de distância em uma intersecção de vielas, deixando uma clara marca de corte na parede.
"Espere, isso foi magia ofensiva, mas por quê? Quem teria feito isso? Onde? Estamos em perigo?", antes que pudesse concluir sua seção de perguntas internas, Nery tem seu braço puxado pelo jovem, que começou a correr arrastando-a consigo.
Voltando-se para o mundo real e para a situação em que se encontravam Nery diz, "Sim, você está certo. Devemos fugir, não importa o motivo. Só espero que meu tio esteja bem. Vamos logo até ele.", enquanto começava a correr junto do jovem.
Eles fogem pelas estreitas vielas em direção ao centro, correndo desesperadamente pelas ruas em vez dos telhados na tentativa de despistar seus perseguidores.
Mas fora tudo em vão. Após alguns minutos de corrida frenética, ao olharem para trás, avistam três indivíduos usando capas roxas os perseguindo.
Nery graças a seu aguçado olhar consegue identificar que todos os três usavam luvas com uma cruz amarela nas costas da mão.
Cada vez mais os três se aproximam, e Nery, devido à sua constituição genética, é mais rápida que o jovem. Ela está alguns passos à frente, limitando sua velocidade para não deixar ele para trás.
Mas os perseguidores estão cada vez mais próximos, e, eles não estão mais lançando feitiços semelhantes ao anterior, provavelmente porque ainda há outras pessoas pelas vielas.
Nery e o jovem olham apenas para frente, correndo o máximo possível. Até que, de repente, o jovem sente como se devesse olhar para trás. Ao fazê-lo, vê um dos três perseguidores voando em sua direção com extrema velocidade após ser arremessado por seus companheiros, preparando-se para desferir um golpe.
"Eu tenho que avisá-la, mas não daria tempo. Como ela ainda não percebeu ele se aproximando tão rapidamente? O que eu faço?", não foi necessário mais do que 5 segundos para que o jovem chegasse a uma única ideia.
Rapidamente, o perseguidor já estava ao lado deles.
O jovem então respira fundo, preparando-se para agir. "Para ter uma ideia dessas só posso ser um idiota, mas que seja. E lá vamos nós...".
Antes que o homem alcançasse Nery, o jovem com um salto se interpõe entre eles, com os braços cruzados em frente ao peito. Ele intercepta o golpe destinado à Nery, e, é arremessado pelo impacto.
Ao ouvir o barulho do golpe, Nery tenta virar a cabeça para ver o que aconteceu.
Mas, antes que ela consiga completar metade do movimento, o jovem já passa voando diante de seus olhos, acertando uma parede ao fundo e desacordando-se quase que imediatamente.
"Quê?", esse fora o único pensamento que viera na mente de Nery que ficou sem reação, até levar um soco que a fez cambalear. Ela tenta processar a situação rapidamente em sua mente enquanto tem diversos outros golpes desferidos contra seu corpo, "Droga, tenho que fugir, mas não tenho mais muito mana para manter minha forma bestial e tampouco poder mágico para conseguir lutar contra eles.
"Tenho que agir rápido.", pensa ela, enquanto tenta encontrar uma saída. "Bem, o lema da minha família é só um desde 'Ele', não é mesmo? SE NÃO HÁ ESPERANÇAS, APENAS META O LOUCO!", ela gritou, o mais alto que pôde.
O grito de Nery ecoa pelo beco, ecoando um pouco de determinação e uma imensa dose de loucura. O homem que a espancava para e começa a rir, confuso pela súbita mudança de atitude.
Sem hesitar, Nery corre em direção ao jovem caído, entoando um encantamento baixo e de forma rápida, apesar da sua visão girar devido aos golpes recebidos ela ainda conseguia seguir sem tropeçar.
"Ei, o que pensa estar fazendo? Pegue-a logo, é o nosso dever.", dizia um dos outros dois homens que haviam acabado de os alcançar.
Nery sente o peso da situação aumentar ao ouvir as palavras do homem. Ela se prepara para o que está por vir. Ela já havia chegado no jovem e estava agachada segurando o pulso dele para ver se o mesmo ainda estava vivo.
"Você tem razão, primeiramente nossas obrigações, depois posso dar risada à vontade com ela...", o agressor de Nery então logo retira o sorriso do rosto e avança em direção até Nery.
Quando ele chega perto o suficiente para tocá-la, ele a agarra pelo pescoço e a ergue. Mesmo enquanto era enforcada, ela continua seu encantamento.
Quando ela termina seu encantamento, antes mesmo que algo mudasse nela, ela desfere um golpe no homem que o faz sair voando em direção aos seus parceiros.
O encantamento que ela utilizou foi para entrar em sua forma bestial.
A bela e até fofa Nery, com seu esbelto corpo, pelos brilhantes e aparência de cheetah, agora possui um corpo mais semelhante ao de um gorila, apenas sua face continua a mesma.
"Terei de lhe ensinar uma lição, mocinha. Com mulheres eu apenas bato, não apanho.", dizia o homem anteriormente arremessado, levantando-se com um claro olhar de raiva junto de um pervertido sorriso estampado em seu rosto enquanto lambe seus lábios.
Já de pé, ele estalava seus dedos enquanto murmurava algum encantamento, preparando-se para uma luta com ela.
Ela por sua vez, apenas pegou o jovem e correu o mais rápido que pôde pelos telhados.
Devido à sua forma bestial, conseguiu fugir tranquilamente agora, com certo arrependimento por não ter feito isso antes, enquanto carregava o jovem em seus braços.
Ao chegar no terreno do nobre, amigo de Marccus, ela pulou pelos portões como uma invasora, o que fez com que os guardas soassem o sino de alerta e a cercassem com suas armas apontadas para ela, enquanto ela retornava à sua forma comum, esforçando-se para não perder sua consciência.
Devido ao alarde, tanto Marccus quanto seu amigo dirigiram-se ao local. E, ao ver que se tratava de sua sobrinha, Marccus correu para ela.
Ela então lhe contou tudo o que acontecera com os dois e o motivo pelo qual adentrou o local daquela maneira.
Irado com o que escutara, Marccus apenas lançou um olhar para seu amigo de longa data, que de imediato compreendeu o recado e então mandou seus homens atrás dos indivíduos, seguindo as descrições dadas por Nery.
Foi uma caçada rápida devido a todo o tumulto gerado e, ao visual incomum, eles foram logo encontrados e levados até uma sala nos fundos da propriedade.
"Hora de conversar com meus novos amiguinhos...", dizia Marccus, batendo a porta atrás de si na sala em que os perseguidores haviam sido presos. Em sua face estava clara sua ira e em sua voz a ironia
Já passado algumas horas, o jovem desperta assustado.
Ele se encontra deitado em uma cama e ao seu lado está Nery, sentada em uma cadeira enquanto dorme debruçada sobre a cama em que ele está.
Ele então se levanta e a coloca na cama sem nem pensar duas vezes.
Após colocá-la na cama, ele dirige-se até uma janela que há no quarto, a abre e debruça-se sobre ela, olhando as estrelas até o amanhecer.
"Meus braços estão doendo demais, mas ainda assim não quebraram, então.. sucesso? Uau, o céu está lindo, mas igual a quando acordei naquele deserto, ainda parece faltar algo...", o jovem olha ao seu redor, mas não consegue encontrar uma resposta para o que ele achava estar faltando.
Ao amanhecer, Marccus adentra o quarto com uma expressão de certa forma alegre em sua face, até ver Nery deitada na cama dormindo e o jovem olhando para ele da janela.
Marccus então se dirige até a cama, chutando-a então para acordar Nery, que ao acordar e perceber que estava na cama, simplesmente fica envergonhada sem nenhum motivo aparente e sai correndo do quarto, deixando os dois sozinhos.
Já sozinhos, sem dizer uma palavra sequer, Marccus apenas aponta para a cama olhando para o jovem, que aparentemente compreende o recado e vai arrumá-la.
"Bom garoto, no fim das contas talvez não seja um pássaro tão inútil assim, mas ainda sim vou chamá-lo assim.", disse Marccus virando-se para a porta e andando em direção a ela, para sair do quarto.
"Quando terminar aí, desça, após minha sobrinha e eu tomarmos nosso café da manhã já partiremos em direção a Casa Loenning.", quando já estava fora do cômodo, no corredor, Marccus fala algo claramente contra sua vontade. "Obrigado, você a salvou.", ele disse isso tão alto que mais parecia um cochicho.
Dito e feito. Após o café da manhã dos Loennings, ambos se despediram do amigo de Marccus e partiram em sua viagem.
Porém, apenas os três, pois os funcionários da família Loenning ainda tinham que terminar alguns detalhes da entrega.