Um riso abafado escapou de Celeste enquanto a memória desvanecia-se, já haviam passado tantos séculos e, de alguma forma, Celeste ainda lembrava-se de cada uma daquelas memórias com muita clareza.
Memórias de quando ela havia tocado pela primeira vez as trevas, do poder embriagador que vinha com ele e da grande causa na qual acreditava fazer parte.
Uma causa para a qual Celeste estaria disposta a ir até as últimas consequências e fazer qualquer sacrifício, até mesmo maculando-se com magia negra.
Assim, as trevas infiltraram-se, suplantando toda a luz que Celeste um dia conheceu, até que ela não pôde mais se distinguir delas.
Mas, em tudo que aconteceu, não eram as trevas que Celeste desprezava, mas sim sua própria confiança ingênua e lealdade cega.
O maior arrependimento de Celeste era nada mais do que a fada no tapeçaria, retratada em toda a glória em que Celeste uma vez acreditou e confiou... Até perceber o quanto estava errada.