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Chapter 15 - Não Pense, Apenas Mova

~ SASHA ~

Zev a encarando e a tocando era... avassalador. Seu olhar a seguia como se ela fosse a única coisa no mundo, seus olhos azul-gelo fixos, pupilas dilatadas. E ela estremeceu, a pele se arrepiando com uma mistura intoxicante de desejo e emoção. Ela tivera que fechar os olhos quando os dedos dele tocaram sua pele, deslizaram em seu cabelo, pois seu couro cabeludo formigava e ela corria o risco de se envergonhar.

Ela mordeu o lábio para se manter firme, e apenas respirou. Mas então ela pegou aquele cheiro dele novamente.

Merda, ela estava uma bagunça. Uma bagunça derretida e radiante.

Então ele sussurrou o nome dela e ela quase gemeu. Ela ansiava ouvir aquilo, aquele sopro terno, o sussurro de seu nome, do jeito como ele costumava dizer, em seu ouvido, em seu cabelo, contra sua pele—por cinco anos.

A mão dela deslizou para pegar a dele, para detê-lo, e ele congelou. Ela deu uma risadinha. Ela nem estava olhando para ele e podia senti-lo. Ainda conseguia lê-lo como um livro.

Ele estava apavorado de que ela fosse dizer não. E isso foi o que a convenceu.

Esse ainda era o Zev. O Zev dela. Zev era bom. Ela sabia disso. Sabia como se soubesse o próprio nome. O que ele tinha feito... o que tinha acontecido naquela noite... tinha que haver um motivo.

Então, quando ela abriu os olhos e os dele se prenderam nos dela, ela inspirou uma outra profunda lufada de seu cheiro de chuva de verão e assentiu. "Tá bom," disse ela.

Não deveria ser tão fácil jogar toda a sua vida fora com uma palavra.

Mas não era, realmente. Ela não estava jogando fora com uma palavra. Estava jogando fora por um homem.

Se ela fosse tola por isso... bem... ela tinha tentado. Ela tinha tentado superá-lo. Fugir de sua memória. Convencer a si mesma que o que eles tiveram tinha sido nada além de amassos adolescentes e paixão.

Mas não tinha funcionado. E agora ele estava aqui.

"Tá bom," disse ela novamente, mais clara desta vez. "Me diga o que fazer."

Ele a encarou como se fosse beijá-la e por um momento ela prendeu a respiração. Mas então ele piscou e se levantou—curvado, porque a van era um bom pé mais baixa do que ele—e lhe ofereceu a mão para ajudá-la a sair do assento.

"Quando eu abrir a porta, nós caminhamos, como você faria em qualquer outro dia. Como se nada disso tivesse acontecido, tá bom?"

Ela assentiu, engolindo. Ela realmente iria fazer isso.

"Eu vou garantir o apartamento, mas você não fala uma palavra—nenhuma palavra—sobre ir embora ou o que aconteceu hoje à noite. Você pode falar. Fale sobre me ver novamente. Fale sobre suas dúvidas sobre nós, qualquer coisa... normal. Seja brava se você estiver brava. Esteja magoada. Com medo. O que for. Mas você não fala sobre o fato de que estamos arrumando uma mala, ou que estou me certificando de que não há ninguém por perto, tá bom?"

Ela assentiu novamente, uma risada histérica borbulhando em sua garganta com a imagem mental súbita de si mesma de pé sobre uma pilha de roupas íntimas e meias, repreendendo-o enquanto ele corria pelo apartamento com uma arma, como um herói em um filme policial ruim.

"Quando for a hora, eu vou fingir ficar bravo com você e ir embora. Eu não estou indo embora, você entende? Mas se você fizer algum barulho depois disso tem que parecer como se você estivesse machucada e chateada por eu ter te deixado novamente. Você não pode... Sash, você não pode dar ouvidos a nada do que eu digo quando isso estiver acontecendo, entendeu?"

"Você acha que eles grampearam meu apartamento?"

Ele deu um risinho. "Se não, alguém falhou. Mas eu não sei se já tinham feito isso antes, ou se foram correndo fazer isso hoje à noite. Então, agimos como se eles pudessem ouvir tudo lá dentro, tá bom?"

Ela assentiu, o coração martelando em seu peito.

Ele segurou a mão dela e ela respirou fundo. "Quando eu sair, eu vou levar a mala. Você faz o barulho que quiser por eu estar indo embora, então você sai para o corredor como se estivesse brava e à minha procura. Depois corremos como o diabo."

Ela assentiu de novo, abobalhada. "Pra onde a gente vai?" perguntou ela.

Foi a primeira vez que o olhar dele se fechou. O medo a percorreu quando ele engoliu e olhou para baixo, mas ele encontrou o olhar dela antes de falar, esfregando a mandíbula sombreada por barba por fazer.

"Eu estou te levando para casa," ele disse cuidadosamente.

O rosto dela se contraiu. "Eu não posso ir para casa, Zev. Meus pais se separaram. Eu não tenho—"

"Não para a sua casa, Sash. Lá não é seguro. Eles já teriam olhos sobre seus pais. Eu estou te levando para a minha casa."

Ela franziu a testa. "Aquela cidadezinha no meio do nada?"

Ele assentiu, mas seus olhos estavam cautelosos. Mas ele não lhe deu tempo para pensar a fundo. Ele alcançou a maçaneta da porta da van e murmurou sob o rolar e ranger dela, "É hora. Precisamos nos mover. Lembre-se, fale."

Ela assentiu, então deixou que ele a guiasse para fora da van e atravessasse o estacionamento até a escada.