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Chapter 13 - o Massacre na Vila

À medida que nos aproximávamos da vila, a atmosfera ao nosso redor tornava-se cada vez mais carregada, como se o próprio ar estivesse impregnado com o peso sombrio do destino iminente. O sol poente lançava longas sombras sobre as ruas empoeiradas, a luz dourada tingida de vermelho pelo fogo que ardia no horizonte distante. Cavalgávamos em silêncio, nossos cavalos pisando com determinação, mas também com uma certa hesitação, como se pudessem sentir a tensão no ar.

Observávamos a vila com uma mistura de curiosidade e apreensão, cada detalhe revelando a história de luta e sofrimento de seus habitantes. As casas simples, construídas com madeira e barro, pareciam se encolher sob o olhar penetrante dos soldados de Konrad, suas paredes desgastadas testemunhas silenciosas das adversidades enfrentadas por aqueles que as habitavam. Nas ruas estreitas e sinuosas, crianças magras brincavam com brinquedos improvisados, seus rostos sujos e olhos assustados refletindo a dura realidade de suas vidas.

O Ancião, com sua figura encurvada e cabelos grisalhos, observava da vila com uma expressão sombria, seus olhos cansados carregados de pesar e preocupação. "Vejo tropas com a bandeira do barão... São muitas tropas", murmurou ele, sua voz tremendo ligeiramente. "Sinto uma inquietação no coração. Estes são tempos sombrios, tempos de guerra e desespero."

Konrad acenou para dois soldados, ordenando-lhes que investigassem o paradeiro dos supostos bandidos. Enquanto isso, os camponeses da vila começaram a se aglomerar nas ruas, observando com uma mistura de medo e curiosidade as tropas que se aproximavam. Alguns murmuravam preces silenciosas, enquanto outros mal conseguiam conter o tremor de seus corpos frágeis.

Os soldados, ao se aproximarem de um homem mais velho que estava à frente da multidão, lançaram-lhe perguntas rápidas sobre os bandidos. O velho, com sua pele enrugada e olhos cansados, olhou para eles com uma mistura de desconfiança e medo. "Não, meu senhor, também fomos vítimas dos bandidos", murmurou ele, sua voz vacilante. "Eles roubaram as poucas mercadorias que nos sobraram. Por favor, tenham piedade de nós, não somos mais do que simples camponeses, lutando para sobreviver neste mundo cruel."

Konrad, por sua vez, sentiu uma raiva crescente dentro de si, uma fúria queimando em seu peito como brasas ardentes. Ele sabia que estava sendo enganado, que cada palavra daqueles camponeses era uma afronta à sua autoridade. A decisão de puni-los por sua ousadia começou a tomar forma em sua mente, alimentada pela crueldade que se escondia por trás de sua máscara de nobreza.

A expressão fria e sanguinária de Sir Cedric refletia a prontidão para a tarefa que lhe fora ordenada. Ao receber as ordens de Konrad, seus olhos brilharam com uma intensidade cruel, sua mente já antecipando os horrores que estavam por vir. Era como se ele estivesse ansioso para dar vazão à violência contida dentro de si, uma besta sedenta de sangue prestes a ser libertada.

À medida que os soldados se preparavam para atacar a vila, o sol poente tingia o céu de tons de vermelho e laranja, lançando uma luz sinistra sobre a cena sombria que se desenrolava diante de nós. O ar estava impregnado com o cheiro de fumaça e medo, enquanto os moradores da vila observavam com olhos arregalados, sabendo que o destino deles estava selado.

Sir Cedric liderava o ataque com uma determinação feroz, sua armadura reluzindo à luz das chamas enquanto ele brandia sua espada com uma destreza mortal. Seu rosto estava contorcido em uma máscara de raiva e crueldade, seus olhos brilhando com uma intensidade selvagem. Os camponeses, encurralados em suas próprias casas, eram alvos fáceis para os soldados implacáveis, que não mostravam piedade nem misericórdia.

Enquanto as mulheres eram arrastadas para fora de suas casas pelos cabelos, gritos de horror ecoavam pelo ar. Sir Cedric e seus homens se entregavam a uma orgia de violência e depravação, violando as mulheres diante de seus maridos e filhos impotentes. O cheiro de sangue e suor impregnava o ar, misturando-se com o som dos gemidos abafados e os gritos de agonia.

Konrad observava a cena com uma mistura de horror e fascínio, seu coração acelerado pelo frenesi da batalha. Ele sabia que tinha dado uma ordem terrível, mas também sentia uma sensação de poder e dominação que o deixava intoxicado. Era como se ele estivesse se transformando em uma força da natureza, uma tempestade de destruição que varria tudo em seu caminho.

À medida que o ataque chegava ao seu ápice, Konrad se perguntava se algum dia seria capaz de se redimir por suas ações cruéis. Ele sabia que tinha cruzado uma linha sombria, que sua alma estava manchada pelo sangue derramado naquela vila empobrecida. Mas também sabia que não havia como voltar atrás, que o que estava feito estava feito, e que ele teria que viver com as consequências de seus atos pelo resto de sua vida.

Enquanto as chamas consumiam os últimos vestígios da vila, Konrad montou em seu cavalo e partiu em silêncio, deixando para trás um rastro de destruição e desespero. Ele sabia que seu nome seria lembrado como um sinônimo de crueldade e brutalidade, mas também sabia que isso não importava. O que importava era o poder que ele havia conquistado, o medo que ele havia instilado nos corações dos que ousavam desafiá-lo.

A notícia do massacre espalhou-se como fogo em toda a região de Pradia e além, ecoando nos salões nobres e nas tavernas dos vilarejos mais distantes. O nome de Konrad, o herdeiro de Marienburg, tornou-se sinônimo de crueldade e brutalidade. As histórias do que aconteceu naquela vila empobrecida logo se tornaram lendas sombrias que assombravam os corações dos camponeses e o respeito secretamente dos nobres.

Nas cortes dos condes e barões, sussurros de choque, condenação e admiração ecoaram pelos corredores. alguns se perguntavam se Konrad era digno de liderar Marienburg e se sua herança seria manchada para sempre pelo sangue derramado naquela fatídica tarde. Alguns nobres, secretamente admirando sua determinação e força.

Enquanto isso, nos campos e aldeias de Pradia, o medo se instalava entre os camponeses. Eles sabiam agora que os Lourenços eram implacáveis, que desafiar sua autoridade significava enfrentar a mais terrível das punições. Muitos se esforçavam para ocultar suas opiniões e descontentamento, temendo a fúria dos Lourenços.

Konrad, por sua vez, observava silenciosamente enquanto sua reputação se estabelecia como uma mão de ferro, uma força que não seria desafiada sem consequências severas. Por trás de sua máscara de indiferença, ele sentia o peso de suas ações. Sabia que seu nome seria lembrado não apenas pela crueldade, mas também pelo poder que emanava.

Enquanto o sol se punha no horizonte, Konrad contemplava o futuro incerto que se desenrolava diante dele. Ele havia mostrado ao mundo que não hesitaria em usar toda a sua força para proteger seu sobrenome. Mas a que custo? Essa era a pergunta que ecoava em sua mente enquanto as sombras da noite engolfavam a terra, envolvendo-a em um manto de mistério e medo.

Enquanto isso, os sobreviventes da vila, poucos e desafortunados, buscavam refúgio nas florestas densas que cercavam as ruínas carbonizadas de seus lares outrora pacíficos. Eles sabiam que não podiam mais confiar naqueles que os governavam, que haviam sido traídos e abandonados por aqueles que juraram protegê-los. Mas mesmo na escuridão da noite, eles alimentavam a esperança de um dia se vingar daqueles que os haviam feito sofrer.

Enquanto isso, os fantasmas da vila empobrecida sussurravam nos ventos noturnos, suas vozes carregadas de tristeza e desespero. Eles clamavam por justiça, por vingança contra aqueles que os haviam tirado de suas casas e famílias. Eles juravam que o dia viria quando os Lourenços pagariam pelo que haviam feito, quando a balança do destino se equilibraria mais uma vez.

Enquanto isso, Konrad, o herdeiro de Marienburg, cavalgava para longe da vila em chamas, sua mente atormentada pelas memórias do que acontecera. Ele sabia que jamais poderia escapar do que havia feito, que o sangue derramado naquela vila empobrecida o seguiria pelo resto de seus dias. Mas por enquanto, ele se afastava, deixando para trás um rastro de destruição e desespero, um legado de crueldade e violência que jamais seria esquecido.