VOCÊ ESTA LENDO (O REINO TRIBAL)
Capítulo 13: Os Irmãos Implacáveis
O silêncio da noite foi rompido por um grito ensurdecedor de Jergo:
— "CUIDADO!!!"
Fouba, o magro, por muito pouco conseguiu bloquear minha estocada surpresa com sua adaga. Ele recuou, mantendo a guarda alta, enquanto gritava em alerta:
— "JERGO! AGORA!"
O grandalhão não hesitou. Com um movimento rápido, lançou um soco devastador em minha direção.
— "Boom!!!"
Instintivamente, levantei minha lança para absorver o impacto, mas a força do golpe me empurrou dois metros para trás, deixando um rastro profundo de marcas no chão. Apesar de minha altura impressionante para alguém de 12 anos — 1,77m. Eu ainda não tinha força suficiente para suportar uma investida tão bruta.
Respirei fundo, tentando recompor minha postura, e sorri ironicamente:
— "Huff... até que vocês são um pouco fortes."
Jergo riu, com um ar de superioridade:
— "Tentando um ataque sorrateiro? Buahahaha! Você claramente não sabe com quem está lidando. Isso nunca funcionaria contra nós, os irmãos implacáveis!"
O título não era apenas para intimidar. Jergo, dotado de uma força monstruosa, era conhecido por esmagar com seus punhos qualquer inimigo que cruzasse seu caminho.
Enquanto recuperava o equilíbrio, olhei para minha lança e percebi uma rachadura preocupante no meio dela.
— 'Que azar... minha lança não vai durar muito tempo.' — pensei, calculando minhas próximas ações.
Sem muitas opções, tomei uma decisão arriscada. Respirei fundo e joguei a lança para trás, descartando-a. Eu até gostava dela, mas sendo uma fabricação improvisada de madeira, eventualmente iria quebrar.
— 'Agora só restam os punhos. Vou ter que usá-los!' — me conformei com à batalha difícil à frente.
Os dois avançaram furiosamente, determinados a me matar. Fouba foi o primeiro a atacar, desferindo um golpe vertical rápido com sua adaga. Sem outra escolha, recuei, desviando por pouco, mas acabei encurralado contra as árvores da floresta.
Fouba riu, confiante:
— "Hahaha! Agora você está encurralado. Não tem mais para onde correr!"
Olhei diretamente para ele, deixando escapar um sorriso provocador:
— "Você pensou errado, idiota!"
Sem aviso, cuspi no rosto de Jergo.
— "ARGH!!! PIRRALHO TRAIÇOEIRO!!!"
— rugiu o grandalhão, esfregando os olhos ardidos pelo cuspe.
Fouba, furioso ao ver seu irmão sendo humilhado, precipitou-se com um golpe perfurativo em minha direção. Com uma finta ágil, enganei-o, fazendo-o acreditar que sua adaga acertaria meu abdômen.
— "Swing!"
A lâmina passou raspando pelo meu lado direito, errando por centímetros. Aproveitando a proximidade, reuni toda a força no meu braço direito e mirei no seu queixo. Ele não conseguiu se afastar antes do soco com um impacto esmagador alcançá-lo.
— "Punch!!!"
O golpe foi tão forte que Fouba cambaleou para frente, soltando sua adaga no processo. Sem poder se recompor, agarrei a arma caída e corri para um espaço mais aberto, enquanto ele caía de joelhos, atordoado.
A raiva de Jergo era palpável. Mesmo com a visão prejudicada, ele escutou o som do golpe e gritou:
— "MALDITO!!! O QUE VOCÊ FEZ COM MEU IRMÃO?!"
Esfregando os olhos freneticamente,
finalmente voltou a enxergar. Seu rosto transbordava ódio, e ele avançou com sede de sangue, segurando sua adaga com firmeza.
Eu tinha preparado uma estratégia com o tempo curto que ganhei. Peguei um punhado de terra, escondendo-o atrás de mim. Quando ele se aproximou o suficiente, lancei na direção do rosto. No entanto, Jergo mais atento desta vez, desviou com facilidade.
— "Hahaha! Burro! Você acha que esse truque barato vai funcionar de novo?"
O que ele não sabia é que o movimento intencional foi para distraí-lo por um breve momento.
Aproveitando essa mínima abertura, mergulhei em sua direção com velocidade. Ele só percebeu isso tarde demais. Uma dor aguda percorreu seu corpo enquanto olhava para baixo e via a adaga que eu havia cravado na parte inferior de seu tronco.
— "Mas... o que é isso?" — balbuciou, incrédulo.
Seu olhar encontrou o meu pela última vez, cheio de ódio e impotência.
— "Seu rato... imundo... Argh!!!" — foram suas palavras finais enquanto retirava a adaga pregada, ampliando a ferida e fazendo o sangue jorrar incontrolavelmente.
Jergo caiu de joelhos, o sangue escorrendo pela boca. Seus olhos perderam o brilho, e ele tombou no chão, deixando escapar o suspiro restante.
O silêncio voltou à floresta, quebrado apenas pelo som do vento passando pelas árvores. Observei os dois corpos caídos e respirei fundo.
— "Tolos... interromper minha paz foi o último erro de vocês." — meu dia terminou com um gosto ruim.
Mesmo exausto, e sem fôlego, decidi seguir o caminho pela trilha escura, determinado a nunca mais ser pego desprevenido. Porém, não esperava que logo em seguida Fouba acordaria de seu sono.