VOCÊ ESTA LENDO (O REINO TRIBAL)
Capítulo 19: Triunfo Brilhante
Contendo o cervo com toda a força do meu corpo, consegui pará-lo brevemente. A tensão entre nós era esmagadora, como se o peso do mundo estivesse pendendo para qualquer um dos lados. Era uma batalha direta, onde o menor deslize poderia decretar a derrota.
Respirei fundo, reunindo cada fragmento de energia que ainda me restava. Com um grunhido de esforço, comecei a inclinar o corpo do cervo para baixo, aproveitando a força da gravidade a meu favor.
— "Huff!... Agora, você... caiu de vez!!!"
— soltei, enquanto o suor escorria pelo meu rosto e a respiração ficava cada vez mais pesada.
Os minutos se arrastavam para horas. Meu corpo gritava, mas eu não podia me permitir fraquejar. Pouco a pouco, fui ganhando terreno na disputa de força, até que finalmente consegui pressionar o pescoço do cervo contra o chão.
Sem hesitar, coloquei um dos joelhos sobre sua cabeça, travando-o firmemente. Era uma posição de vantagem, mas o desgaste físico começava a pesar. Meu peito subia e descia em ritmos rápidos, enquanto minha mente trabalhava sem descanso, analisando todos os movimentos da criatura.
Notei que sua respiração começava a ficar mais lenta. Embora sua força fosse avassaladora, parecia que ele não possuía um vigor tão elevado quanto imaginei. Era a brecha que eu precisava.
Percebendo que não podia me vencer no confronto direto, o cervo fez uma última tentativa desesperada de escapar, forçando o corpo na direção oposta.
— "IDIOTA! NUNCA LUTE UMA BATALHA SABENDO QUE VAI PERDER!!!" — gritei, deixando minha confiança transparecer.
Respirei fundo, enchendo os pulmões de ar, e o puxei com toda a força pelos chifres, igual se estivesse lidando contra uma corda rebelde.
— "Mrrrooonh!!!"
— "Arrghh... Fique parado! Besta desobediente!"
Mas o cervo não era apenas forte, era astuto. Ele mudou de estratégia, tentando usar meu próprio impulso contra mim. Com toda a sua energia, ele avançou, mas acabou perdendo o equilíbrio no processo.
Foi o momento perfeito. Aproveitei a oportunidade para girar um dos chifres com força. O movimento fez suas patas traseiras escorregarem, derrubando-o no chão num baque pesado. Sem hesitar, pulei sobre ele, travando-o com as pernas e garantindo minha posição dominante.
Agora ele estava exposto, com a barriga vulnerável. Não havia nada em minhas mãos para usar como arma, mas, ao observar mais de perto, percebi uma rachadura em um dos seus chifres. A tensão constante tinha enfraquecido aquele ponto.
Sem pensar duas vezes, agarrei a parte frágil do chifre com ambas as mãos e puxei com toda a minha força.
— "Crack!!!"
O som da ruptura ecoou pela floresta. Agora, possuindo um dos chifres em mãos, tinha uma arma improvisada. Sem hesitar, cravei o chifre no corpo da criatura.
— "Hrrroaaaahhh!!!"
O cervo soltou um grito ensurdecedor, carregado de dor e desespero. Mas eu não podia parar. Mais dois golpes perfurantes foram desferidos, cada um com mais força do que o anterior.
— "Graaaaahh!!!"
Finalmente, a criatura parou de se mover. Sua respiração cessou, e seu corpo começou a desaparecer lentamente, transformando-se em poeira de mana que se espalhou pela brisa da floresta. No lugar onde ele estava, jazia apenas um pequeno cristal azulado.
Ajoelhei-me e peguei o cristal com a mão direita, sentindo sua textura áspera e sua energia vibrante. Ele brilhava intensamente, parecendo uma esmeralda feita de vidro. Um sorriso largo surgiu em meu rosto ao compreender o que tinha em mãos.
— "Que maravilha! Consegui caçar uma besta de mana e ainda ganhei um cristal!"
Com cuidado, guardei o item valioso na minha nova mochila, certificando-me de que ninguém o veria.
No entanto, havia um lado triste na caça: o cervo não poderia servir como alimento. Assim como outras bestas de mana, ao perderem o cristal que funcionava como seu núcleo, seus corpos se dissolviam, transformando-se em poeira de mana que fertilizava o solo ao redor.
— "As bestas de mana abatidas desaparecem quase imediatamente. Elas possuem características fascinantes e, ainda mais impressionante, a habilidade de evoluir."
Essas criaturas são únicas em sua forma de extrair mana dos alimentos que consomem. Os herbívoros, como aquele cervo, absorvem mana das plantas, enquanto os carnívoros a extraem das carnes.
Mas existem seres ainda mais extraordinários: aqueles capazes de absorver mana diretamente da natureza. Entre eles, o exemplo mais simples... são os humanos.