VOCÊ ESTA LENDO (O REINO TRIBAL)
Capítulo 7: A Queda dos Arrogantes
O adversário inicial avançou com determinação, os punhos cerrados e a confiança brilhando em seus olhos. Seu soco cruzado de direita veio com força, mas era previsível. Movi-me com fluidez, antecipei o ataque e ergui minha guarda, bloqueando o golpe com precisão.
Por um instante, vi a surpresa em seu rosto. Ele não esperava resistência, muito menos uma defesa tão sólida. Recuei um passo, dando-lhe espaço para reagir. No entanto, ele hesitou, claramente desorientado. Essa fração de segundo foi tudo o que precisei.
Com rapidez, girei o corpo e desferi um chute alto na lateral de sua nuca. O impacto foi brutal, e o som seco ecoou como um trovão: "Boom!" Seu corpo tombou no chão, inerte, como uma vela que se apaga com o vento.
A dupla que o acompanhava pararam imediatamente. O choque em seus rostos era quase cômico, seus olhos alternavam entre o companheiro caído e minha postura, ainda firme. Era evidente que lutavam para compreender o que acabou de acontecer.
— "Ele caiu com um único golpe? Isso é real?" — murmurou um deles, a voz tremendo.
— "É real mesmo, Karles!" — o outro respondeu, sem conseguir esconder a insegurança.
Antes que pudessem decidir entre recuar ou avançar, a voz de Doeny soou, carregada de fúria.
— "Vão ficar aí parados, seus imbecis? Foi pura sorte! ATAQUEM!"
Os dois trocaram olhares rápidos, mas o medo de desobedecer parecia maior que a prudência. Relutantes, avançaram, cada passo uma declaração de sua hesitação.
O primeiro deles tentou um ataque direto, lançando um soco reto em minha direção. Sua postura era desajeitada, sua guarda estava aberta. Inclinei-me para o lado e, aproveitando a vulnerabilidade, desferi um chute baixo. Minha perna atingiu seu joelho com precisão.
— "Craaack!" — o som do osso se partindo foi tão alto que o silêncio da floresta ao redor pareceu se intensificar.
O grito de dor foi visceral. Ele desabou no chão, segurando o joelho com ambas as mãos enquanto lágrimas escorriam pelo rosto.
— "Meu joelho! Não consigo...!"
Sem tempo para remorso, virei-me para o último. Sua postura denunciava o pânico: estava dividido entre fugir ou lutar. O suor escorria pela testa enquanto dava um passo trêmulo para trás, já se preparando para correr.
Mas eu fui mais rápido. Avancei com determinação, agarrando-o pela gola antes que pudesse dar meia-volta. Seus olhos se arregalaram de puro terror.
— "Você não vai a lugar nenhum." — falei, sorrindo.
Apliquei nele uma técnica que dominava desde meus primeiros treinamentos: o mata-leão. Ele se debateu, lutando inutilmente contra minha força. Em poucos segundos, seu corpo cedeu, e ele desabou desacordado.
— "Scrash!" — o som de seu corpo caindo no chão ecoou suavemente antes de o silêncio tomar conta novamente.
Levantei o olhar para Doeny, e percebi que os outros garotos que o acompanhavam já haviam fugido, desaparecendo na floresta igual sombras apavoradas. Ele permanecia parado, tentando manter a pose, mas sua expressão o traía. O sorriso forçado e o leve tremor nas mãos deixavam claro seu verdadeiro estado: medo.
Não consegui conter uma gargalhada que ecoou pelo campo, carregada de sarcasmo.
— "Buahahaha! Doeny, cadê seus valentes companheiros? Esqueceram você aqui sozinho?!"
Ele tentou se recompor, forçando a voz para soar confiante.
— "Eles? Não passam de inúteis! Eu não preciso deles para te derrotar. Sozinho, sou mais que suficiente!"
Revirei os olhos, fingindo tédio.
— "Vai continuar com essa ladainha?"
Antes que ele pudesse responder, avancei. Ele tentou se esquivar, mas era lento. Segurei seu braço com força, girando meu corpo para desestabilizá-lo. Meu pé encontrou a base de sua perna e, com um movimento preciso, lancei-o ao chão.
— "Boom!" — o impacto foi pesado, o chão tremeu sob a força da queda.
Imobilizei-o facilmente, pressionando seu rosto contra a terra. Agarrei seu braço direito e, sem hesitar, torci-o até ouvir o som inconfundível de ossos se partindo.
— "Crack!"
Seu grito de dor foi ensurdecedor.
— "M-MEU BRAÇO! P-POR FAVOR!!!"
Aproximei-me dele, sussurrando com uma frieza que fez todo o seu corpo tremer.
— "Isso é por desrespeitar minha vózinha..."
O terror inundou seus olhos. Sua arrogância se desfez, substituída por lágrimas e súplicas patéticas.
— "Eu... eu te pago com lingotes de ferro! Só me deixe ir, por favor!"
Curvei-me ainda mais, olhando diretamente em seus olhos.
— "Ah, Doeny... ainda não terminei. Seu outro braço ainda está inteiro, não está?"
Ele começou a soluçar, incapaz de dizer qualquer coisa coerente. A humilhação era completa.
Levantei-me, deixando-o no chão, reduzido a um amontoado de desespero. Antes de sair, chamei um curandeiro e garanti que Doeny pagaria pelos custos médicos de seus capangas. Não era misericórdia, mas justiça.
Enquanto caminhava de volta para casa, senti uma calma estranha me envolver. O conflito havia acabado facilmente, e minha mente estava clara. Meu desejo era só de voltar, e continuar o almoço com minha avó.