A floresta de bambus era milenar e foi plantada pelo antigo dono daquelas terras, Inari lembrava bem o quanto achava bonito a área quando criança.
Já esteve lá e brincou quando criança com Swon, lembrou de como tinha medo de se perder e ser arrastada por um monstro, mas atualmente percebeu que humanos também eram monstros.
Inari e Swon chegam em uma entrada com um enorme portal dourado e roxo desgastado com o tempo.
As escrituras escritas nele com caligrafia antiga e trêmula, demonstravam a fé e o respeito que tinham pela Deusa.
O portal era feito de madeira e representava a grande Deusa dourada. Estava velho e arranhado, surrado com o tempo, mas firme e em pé, ele era antes mesmo do grande rachão roxo do céu onde o mundo mudou drasticamente.
A idade exata varia de 500 anos a mil anos, ninguém sabia ao certo. Do lado da entrada do portão havia vários bambuzais e pedras pequenas com caligrafia esculpidas em forma de adoração.
O chão era de pedra, no lado direito e esquerdo continha um cercado de madeira para impedir a proliferação dos bambuzais, sua cor era dourada com azul, ambas as cores estavam desbotadas.
Lanternas antigas poderiam ser vistas entre os bambuzais no caminho, alguns diziam que era para encaminhar os espíritos de volta ao caminho da luz e os tirar da perdição.
Sem serventia as lanternas antigas foram substituídas por postes de pedras que ficaram atrás das cercas. Antes, os postes pintados de roxo eram ligados pelos empregados da mansão, por meio de gás e velas, mas com o avanço tecnológico, os postes eram atualmente ligados automaticamente assim que caia o breu da noite, graças à energia elétrica.
Os postes iluminavam bem a entrada do portal e o caminho de pedra. Os postes eram uma arte milenar preservada pelo tempo e pela nova família dona daquelas terras.
Havia sempre um par de postes do lado direito e do esquerdo, um iluminando o que o outro não conseguia.
Inari tinha esquecido como era lindo e belo o local onde Swon morava.
O lugar permaneceu na geração da família dele por anos e nunca foi vendida, sendo considerado patrimônio histórico mundial.
A área em si perto da mansão, tinha vários templos antigos para os deuses primordiais como Livi vita ou Maya e era um lugar onde turistas poderiam tirar fotos. Até mesmo tirar fotos de longe da mansão já que ela por si só nunca recebia visita do público por ser um local privado, mas em raras ocasiões escolas e turistas poderiam até mesmo adentrar dentro do lugar.
Não era cobrado para entrar na área, a única coisa que se cobravam era marcar com a prefeitura a visita e seu motivo, mas para diminuir a burocracia guias tinham atas digitais ou cópias feitas a mão para diminuir a burocracia e agilizar o processo podendo até mesmo visitar o lugar no mesmo dia.
Graças ao festival da colheita da cidade vizinha, a área onde Swon morava estava silenciosa e vazia, sem turistas voltando.
O caminho de pedras foi feito na época para até duas carroças de carga. Atualmente, dois carros, um no sentido contrário ao outro, poderiam andar, ou seja, um ir e outro vir.
Vaga-lumes iluminam os bambuzais e os olhos azuis-claros de Inari brilharam.
Depois de algumas pedaladas podia se ver de longe uma mansão enorme, Inari reconheceu o lugar.
"A mansão onde ele vive nunca mudou, mas ainda continua linda."