Descer um penhasco como uma cobra era algo extremamente dificil, pricipalmente se ela estiver seriamente ferida.
Quase toda hora uma ferida se enroscava em uma pedra, alem de ser doloroso atrapalhava.
Mas logo ele percebeu que se enroscar na pedras pelos ferimentos era o melhor a se fazer, ou voce sofre muito agora e sobrevive, ou sofre e morre.
Ambas opçoes ruins, mas infelizmente eram suas unicas opçoes. Seus pulmoes doiam a cada respiro, e sua força se esvaia, seus ferimentos latejavam.
Nesse momento começou a se lembrar da sua familia, era ironico, a angustia da morte o lembrava da sua vida passada.
Seu pai havia morrido quando ele era um adolescente, havia morrido baleado em um tiroteio, ele era uma policial.
Ele havia prometido ser um policial pelo seu pai, mas aquelas palavras perderam seu significado, ele se apenas se tornou um sem motivo.
Lembrou-se de sua mae que tinha orgulho dele por ter se tornado um policial, essas lembranças doeram em sua alma, ele sentiu que essa segunda chance nao deveria ser perdida por nada.
Isso restaurou suas motivaçoes, trazendo sua consciencia de volta.
Descer começou a ser mais doloroso do que dificil, suas feridas eram abertas ainda mais pelas pontiagudas rochas do penhasco.
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Ele via o chao ficar cada vez mais proximo, mais e mais, suas feridas latejavam, ele sentia seu coraçao bater mais fraco.
Um vento frio passava pela montanha, fazendo Gabriel se sentir congelando, uma trovoada é escutada no ceu.
Uma tempestade se aproxima...
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Ele desceu finalmente ate o chao, era diferente, era cheio de folhas secas, rochas e musgos.
Era outro bioma no final das contas, o chao laranja esverdeado era um enorme contraste em comparaçao a selva extremamente verde e marrom.
Mas nesse momento a floresta escura e fria era extremamente assustadora, mesmo com sua visao termica era dificil enxergar.
Estava muito frio, seu corpo estava na mesma temperatura que o ambiente, que provavelmente estava muito baixa.
Ele tentou desesperadamente achar um abrigo escondido, ele nao fugiu dos grifos para ser pego denovo.
Andar na floresta era horrivel, as folhas e terra se grudavam nas feridas causando-lhe mais dor e uma possivel infecçao.
Sentia a energia de seu corpo se esvair lentamente, sua exastao aumentava, logo ele se esfoçava grandemente apenas para se mover.
Mas parecia que a sorte nao estava a seu favor, ele viu para seu desespero um grande urso, como aqueles que os filhotes grifos haviam devorado.
Ele rezou para que o grande urso nao o percebece mas as suas feridas que jorravam sangue lhe entregavam pelo seu odor.
Um raio caiu no horizonte, criando uma linda cena em que duaa bestas se encaram antes de uma luta ate a morte.
O urso atacou primeiro correndo loucamente ate a grande cobra, ele tentou abocanhar a sua cabeça, mas ela desviou no ultimo segundo, caso ele tivesse acertado teria decepado sua cabeça.
A grande cobra sem perder tempo usando toda sua força se enrolou no pescoço do grande urso.
'– So 5 minutos, so 5 minutos, em 5 minutos ele morre asfixiado, 5 minutos...'
O grande urso tentava loucamente retirar a cobra de seu perscoço mas nao conseguia, mas ele nao consguia, a cobra insistentemente se segurava com todas suas forças.
Mas a grande cobra estava seriamente ferida e exausta, suas forças se esvaiam, a cada minuto ela afrouxava o aperto.
Entao um instinto se despertou em sua mente, ele sentiu uma energia em seu corpo, ele de alguma maneira a controlou e a bombeou em seus musculos.
Uma onda de energia correu em seus musculos e ele recuperou aua força, nao apenas isso, ele estava ainda mais forte.
A grande cobra ganhou, ela matou o grande urso asfixiado, mas ela demorou a perceber, enrolada insistentemente no pescoço do animal.
Ela sentiu aquela energia se esvair e sua força desaparecer, uma fome imensa veio no lugar.
'– Esse urso e muito grande... como vou devora-lo? É ironico, eu quase morri pra te matar e nem comer sua carne vou poder? Sera que eu consigo arrancar pedaços de carne com minha boca?'
Ele tentou isso, e funcionou, mas era bem dificil, mesmo com "dentes" extras, ele abocanhou varios pedaços e dormiu embaixo do grande urso aproveitando seu calor.
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Ele acordou antes do amanhecer, o sol sequer havia aparecido, comendo um pouco mais, e entao ele foi embora em direçao a selva, nessa floresta de pinheiros ele poderia ser facilmente visto por qualquer animal devido a sua cor.
Durante a caminhada uma tempestade se iniciou, a agua que cai em seus ferimentos ardia, seus ferimentos pareciam ter se fechado um pouco pois ele parecia ter parado de sangrar.
Mas estava encharcado de seu sangue e do grande urso, com certeza um animal poderia fareja-lo a quilometros, mas a chuva o limpava.
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A tempestade ficou mais calma quando ele chegou a selva, seu corpo ja havia perdido a sensibilidade, os ferimentos agora encharcados e com o corpo quase congelando ele rastejava tremendo de frio.
Ele adentrou a selva e andou sem rumo, ate que sentiu um cheiro, parecia ser pelo molhado, tambem sentia um leve cheiro de sangue.
Ele se aproximou furtivamente na esperança de encontrar algum alimento, ele encontrou entao um lobo, caido no chao, ele entao reconheceu o lobo.
Era aquele lobo que caio do galho quando o grifo o havia pegado, à aquela altura ele deveria ter morrido, e morreu mesmo.
Ele olhou ao seu redor mas nao viu nada, se tinham rastros de outros lobos eles foram levados pela tempestade, mas nao parecia ser perigoso e ele estava faminto depois de perder quase todo seu sangue, ser severamente mutilado e ainda ter que lutar contra uma besta.
Ele rapidamente esmagou o lobo e o devorou, esse processo foi incrivelmente cansativo e doloroso, ele rezou para que seu estomago na tivesse sido perfurado.
Mas ele reconhecia aquele lugar, olhando ao redor ele entao conseguiu se localizar e começou a ir ate o riacho, nao demorou muito para escutar aguas turbulentas, o riacho provavelmente estava cheio depois daquela tempestade.
Entao ele foi ate o riacho e começou a segui-lo para cima ate que encontrou o caminho ate sua toca, ele andou ate la preocupado, sera que sua toca tinha inundado? os coelhos nao devem ser tao burros pra fazer uma toca que pode inundar ne?
Logo ele chegou ao seu lar aflito, felizmente a agua parecia nao entrava na toca que parecia ter sido feita assim para que a agua nao entrasse.
Ele entao entrou na toca exausto, porem; ele entalou, ele nunca havia entrado em sua toca com uma presa grande no estomago.
O pobre Gabriel entrou em um desespero, '– Cobras dao re?' pensou, mas onde ele ficaria entao? a toca era o melhor lugar pra ficar, mesmo com essa tempestade la embaixo deveria estar quente, algo que ele precisava urgentemente ja que estava congelando.
Ele entao tentou forçar a barra, felizmente ele conseguiu entrar sem desmoronar ou ficar entalado de vez, ele entao se enrolou no interior da toca que felizmente estava quente, e entao, desmaiou de cançasso.