Ele acordou depois de alguns dias, ele olhou seu corpo, o sangue havia secado e suas feridas pareciam ter se fechado, mas a pele ainda nao tinha cobrido a carne, havia apenas uma especie de casca cobrindo, resultando em uma cena desconfortavel.
A sua barriga estava no tamanho normal o que significava que ele havia dormido por no minimo uma semana.
Ele se perguntou se ele se movesse a casca nao ira quebrar e voltar a sangrar, ele se moveu para ver se a casca se quebraria, ela se quebrou, mas nao parecia sangrar.
Mas seu corpo parecia uma pedra, seus musculos pareciam endurecidos, provavelmente a regeneraçao das inumeras feridas e uma semana completamente imovel nao eram uma boa combinaçao.
Ele resolveu entao ver sua furura coleçao de cicatrizes, havia uma mordida, 2 marcas grandes de garras (Do grifo), 6 marcas de garras medias (Do grande urso), e centenas de furos, rasgos e arranhados.
Os furos e arranhados nao deveriam se tornar cicatrizes, mas o resto o deixariam parecer um veterano de guerra.
Isso o deixou animado, uma cobra que sobreviveu a um grifo era como receber um titulo de nobreza, e as suas cicatrizes como medalhas de guerra.
Mas sua animaçao nao foi muito grande, era dificil se animar sentindo uma fome de dar um nó no estomago, era ate doloroso, ele entao ja pensou em ir caçar.
Mas como ele iria caçar com seus musculos endurecidos e feridas mal fechadas, as feridas era so tomar cuidado e nao atacar um animal capaz de revidar.
Mas e os musculos? Talvez se mover o dia enteiro ate amanha os musculos estariam melhores, mas ele precisava comer agora.
Ele entao se lembrou daquele instinto que havia despertado ao matar o urso, aquela sensaçao de energia e força.
'– Aquilo era magia? Sera que era magia de aprimoramento fisico? Entao eu posso usar magia? Talvez eu esteja limitado a usar as magias que a minha especie pode usar, mas é melhor que nada.'
'– Mas... como eu ativo ela? Eu despertei o instinto, deve ser mais facil de aprender agora, mas diferente das habilidades fisicas, eu nao sei como usar os "musculos" magicos.'
'– O que eu senti naquele momento?' Ele nao se lembrava, sua memoria estava turva e so conseguia se lembrar da dor enorme que sentia no momento.
Ele tentou se consentrar na dor, tentando sentir alguma diferença naquele momento, ele nao sentiu nenhuma diferença.
'– Naquele momento eu estava perdendo minha força, eu tentava a todo custo forçar meus musculos... talvez eu precise me concentrar nos meus musculos?'
Ele entao começou a se concentrar em seus musculos, ele se concentrou muito, mas muito; ate que ele sentiu aquela energia, aquela força, era como uma nevoa dentro do seu corpo.
Ele entao percebeu varias coisas curiosas, alem dessa nevoa, havia uma "pele" feita dessa energia no seu corpo, ela nao era fechada, era como uma esponja, e era mais solida do que a nevoa.
Tambem tinham varias "veias" dessa energia solida em seu corpo, alem de 3 "Coraçoes" tambem dessa energia, havia uma especie de capsula cheia dessas veias no seu cerebro.
Observando com mais atençao percebeu que varias dessas veias tinham aberturas no seus finais, mas tambem percebeu que algumas delas puxavam essa nevoa pra dentro delas e outras empurravam ela para fora de si.
Logo ele começou a entender como as coisas funcionavam, os corações tinha varias veias conectadas neles, e também haviam "registros" nessas conexões, existem dois tipos de veias que eram conectadas aos corações.
O primeiro tipo era mais fino e se ramificava muito logo após a conexão, elas se espalhavam por todo seu corpo, e eram abertas no final.
Quando seus "Corações" se expandiam o registro delas se abriam, e quando se comprimia o registro delas se fechavam, esse sistema puxava a nevoa do seu corpo para dentro dessas veias, quase como uma respiração, alem do mais a nevoa se condensava em uma líquido quando chegava ao "coração".
Já o segundo tipo não se ramificava tão rapidamente, elas se mantinham em uma grande artéria que tinham pequenos "galhos" ao seu redor, elas iam de "coração" em "coração" até o seu cérebro energético.
Os seus galhos se ramificavam bem menos que o do outro tipo, e se mantinham espessas, no final delas elas despejaram o líquido energético nos seus musculos.
A ordem de abrir/fechar registro era contrária a do primeiro tipo, ele percebeu que era uma espécie de sistema respiratório/cardiovascular.
'– É bem mais complexo do que eu pensava, mas acho que para usar essa energia e so fazer esses corações bater mais rápido, mas não muito, não sei o que são essas veias no meu cérebro, mas provavelmente seria péssimo se elas estourasem, não quero ter um derrame.'
'– Vou nomear esses órgãos mágicos, hmmm, vou chamar essa coisa no meu cérebro de "alma", faz sentido não? Essas veias vou chamar de... de... "vetores"? Faz sentido até, vai ser esse nome mesmo, já os corações... eles também poderiam ser pulmões...'
'– Pulções? Muito feio, colmão? Feio também, já sei! "Pulsar"! É muito mais bonito. Pros dois tipos de vetores acho que... "vetores de absorção" e "vetores de distribuição", esses aí foram sem criatividade mesmo. Ae e essa pele? Já sei vai ser "espírito" faz total sentido.'
Agora era tentar fazer seus pulsares bater mais rápido, ele tentou entao se concentrar na imagem dos seus pulsares batendo mais rápido, e funcionou.
A sensação de energia em seu corpo era muito boa, seus musculos pareciam ter ficado normais, porém ele logo percebeu que a quantidade de nevoa em seu corpo diminuiu, se ele usase por muito tempo deveria acabar em menos de 5 minutos.
Então ele resolveu usar de vez em quando só quando seus musculos endureceram denovo.
Ao sair de sua toca ele foi até o riacho e começou a farejar, depois de uma hora ele sentiu o cheiro de um Coelho, indo imediatamente até ele ele encontrou uma toca.
Ele se escondeu imediatamente em uma árvore e esperou pela noite, dois coelhos entraram antes da noite com comida na boca.
Ele estranhou de primeira mas logo pensou, a cheiro de Coelho que senti deve ser dos filhotes desses dois, eles devem ser bem grandes já que os pais estão levando comida.
Ele entao esperou até amanhecer, ele nao conseguiu dormir mesmo com sono devido a dor em sua barriga e a sua fome.
Amanheceu e então ele esperou os coelhos saírem, ele matou os dois facilmente, aquela magia foi de grande ajuda já que alem de recuperar sua força aumentava ela junto com sua velocidade.
Ele devorou rapidamente as sua vítimas e desceu, para sua surpresa os filhotes tinham quase o tamanho de seus pais, mas eram muito mais medrosos, foi um banquete fácil e delicioso.
Ele dormiu na toca deles mesmo.