Gabriel acordou ao anoitecer, pelo tamanho da sua barriga ele ja devia ter digerido todo o goblin, um vento gelado passou pelas arvores lhe causando um arrepio pelo frio repentino.
'– Cobras sao animais de sangue frio pelo que me lembro, tenho que morar em um lugar que pega sol e é quente a noite'
'– Vou precisar ir caçar logo, predadores conseguem ficar bastante tempo sem comer, acho que devo aguentar uma semana'
'– Tambem preciso beber agua ne? Nunca vi uma cobra beber agua mas com certeza elas bebem, puxa vida ja criei uma lista de coisas que preciso pra sobreviver'
'– Preciso de um abrigo seguro contra predadores, perto de uma area de caça e um riacho. Acho que o abrigo vai ser dificil de achar, algo subterraneo seria bom, deve ficar quente ate de noite ne?'
Ele entao se enrolou mais e escondeu sua cabeça naquele enmarranhado e dormiu novamente, rezando para nao dormir dois dias em vez de uma noite.
Ele acordou ao nascer do sol, contemplando a cena por alguns minutos subiu mais na arvore para tentar ver algum rio a distancia mas apenas viu mais copas de arvores.
Ele entao desceu da arvore e começou a farejar o ar tentando sentir o cheiro de um riacho, depois de vagar ate o meio dia ele sentiu o cheiro humido de um riacho.
'– Outros predadores devem ir ao riacho e tambem presas, entao melhor ir furtivo, se encontrar um predador dou no pé, se for presa posso almoçar'
Ao se aproximar sentiu um cheiro animalesco e vegetal '– Um herbivoro espero' ao chegar no riacho viu o que parecia um coelho, mas era muito grande pra um.
'– Achei meu almoço, com uma mordida e ele morre, espero nao errar o bote se nao perco a comida e ele foge pra sua toca... É isso!!! Coelhos fazem tocas, se eu segui-lo posso achar a toca dele e embosca-lo nela, dois coelhos numa cajadada so!! Um abrigo e o almoço'
Ele tratou de observar o coelho com muita atençao e ficar sorrateiro.
Depois de algum tempo o coelho saio do ligar depois de comer as raizes de uma planta perto do riacho.
Gabriel o seguio sorrateiramente por varias horas, o coelho parava varias vezes para mastigar raizes ou descançar.
Ele foi seguido por Gabriel ate o entardecer, o coelho ao perceber o ceu escarlate parou de mastigar suas raizes e começou a andar para o riacho e subiu o riacho.
'– Que interessante, ele usa o riacho pra achar o caminho ja que ele pode sentir o cheiro do riacho, mas agora ele ja deve estar proximo da sua toca'
Finalmente ja a noite o coelho chegou em um buraco na terra sendo esperado por outro coelho.
Nesse momento Gabriel via tudo em infra vermelho, de alguma forma ao anoitecer ele começou a usar sua visao termica instintivamente.
'– Dois coelhos, ainda melhor, atacar entrando na toca deve ser perigoso vou esperar eles sairem e entao tomar a toca'
Ele subiu sobre a entranda e ficou ali esperando...
Esperando...
Esperan...
Espe...
Gabriel quase estava dormindo quando sentiu uma agitaçao no chao, e entao preparou rapidamente o bote.
O inocente coelho saio sonolento de sua toca contemplando o ceu escarlate do amanhecer, sem reparar a enorme cobra que estava atras dele.
Gabriel deu o bote acertando entre o pescoço e o que seriam os "ombros", o coelho entrou em desespero e começou a guinchar, ele foi segurado fortemente pela cobra.
Um novo instinto despertou nele e entao sentiu algo como bolsas na raiz das presas, ele entao precionou elas e sentio o seu veneno entrar na carne do pobre coelho.
Em menos de 1 minuto o pobre coelho parou de se mover, a cobra o segurou por mais uns minutos para ter certeza de que ele havia morrido, e entao jogou se corpo para tras e preparou outro bote.
Quando o sol se levantou por completo o outro coelho saio tranquilamente da sua toca, para em seguida ser abocanhado por uma enorme cobra e ter o mesmo destino do coelho anterior.
Gabriel agora resolveu tomar seu cafe da manha, entao reparou que um coelho era macho e o outro femea alem de terem tres vezes seu tamanho '– Era um casal?'
Entao os devorou e foi ver sua nova casa, se espantou ao ver que era 4 vezes seu tamanho, entou entrou ja chamando sua toca de mansao.
Ele desceu, desceu e desceu. Era incrivelmente funda essa toca '– seres magicos devem ser destrutivos fazer uma toca funda e mais seguro' pensou.
Mas entao escutou guinchos fracos '– sera que tem mais coelhos? Vou com cuidado se tiver mais eu fujo, uns 3 coelhos podem me matar'
Mas se assustou, tinham muitos coelhos...
Filhotes mais especificamente, eram bem pequenos e com pouco pelo.
'– filhotes? Eram realmente um casal o que devo fazer? Devora-los? Nao, nao suportaria fazer tamanha maldade a esses pequeninos, se deixa-los livres quem saiba eles voltem para se vingar pelos seus pais (risos)'
Ele ja ia desistindo de sua toca quando percebeu que os filhotes morreriam ja que eles nao tinham uma mae para amamenta-los, entao se ele nao os devorasse agora eles morreriam de fome, e parecia ser um destino bem mais cruel do que ser devorado e morrer rapidamente.
'– Isso e muito horrivel independente de qual opçao eu escolher, eles vao morrer de qualquer jeito e so uma das opçoes me beneficia'
Ele entao engolio seco e devorou todos filhotes e dormiu se sentindo a pior pessoa do mundo.