Uma Oriana de mau humor estava esperando Arlan do lado de fora da taverna.
Já fazia mais de meia hora desde que ela chegou ao local de encontro prometido.
Mais cedo, ela encontrou uma mesa num canto agradável dentro do local, pretendendo petiscar enquanto esperava o jovem nobre chegar, mas teve que presenciar bêbados inúteis falando bobagem e sendo grosseiros com as atendentes.
O forte cheiro de álcool e suas risadas barulhentas eram sufocantes. Um bêbado até a convidou, 'o pobre menino no canto' para se juntar a eles na mesa.
Sem mencionar que correu através da perigosa floresta para chegar à cidade o mais rápido possível, já havia se repugnado duas vezes com as cenas dentro da taverna. Não é de se admirar que Oriana estava extremamente irritada.
Para somar insulto à injúria, aquele moleque ainda não estava em lugar nenhum!
'Aquele moleque não se esqueceu, não é?'
Ela decidiu esperar do lado de fora, a menos que acabasse em uma briga.
Naquele momento, Arlan chegou à taverna, mas como estava a cavalo, ele foi para os estábulos do lado e simplesmente passou pela entrada. De longe, ele viu Oriana parada do lado de fora, chutando pedrinhas de forma despreocupada.
'Aquela faca é realmente importante para ela.'
Assim que Arlan e Imbert desmontaram, um homem a cavalo os encontrou.
"Saudações, Sua Alteza. Saudações, Comandante."
Se Luke e Rina estivessem aqui, eles teriam reconhecido o recém-chegado - ele era o mesmo homem suspeito que perguntava sobre Orian.
"O que você encontrou, Kerry?" Imbert perguntou ao cavaleiro disfarçado de mercenário.
"Orian o Herbalista - ele é um plebeu de quinze anos que mora numa vila sem nome nos arredores orientais da floresta perto da cidade de Gerona. Ele principalmente vende ervas para viver, mas também trata as doenças de seus conterrâneos, embora eles o compensem com mercadorias básicas. Ele é um órfão que vive com parentes desde que era um menino," o cavaleiro informou. "e a filha desse parente é prometida a ele."
Arlan levantou uma sobrancelha diante do resultado da investigação inicial do cavaleiro.
'Prometida? Ela até conseguiu enganar o meu cavaleiro. Isso significa que ela tem se disfarçado de homem por tanto tempo, talvez apenas sua família conheça seu verdadeiro gênero?' Um sorriso surgiu em seus lábios. 'Por que, as coisas estão ficando tão interessantes de repente.'
"...essa é basicamente a história do rapaz. Alguma outra instrução, Sua Alteza?" o cavaleiro perguntou. "Devo rastrear os passos dele nos últimos meses também? Pelo que entendi, eles migraram de outra cidade -"
"Você não precisa investigar mais," Arlan respondeu. "Você fez um bom trabalho, Kerry. Pode ir."
Depois de dispensar o outro cavaleiro, Imbert se misturou às sombras, se mesclando facilmente à multidão. "Estarei por perto, Sua Alteza."
Arlan simplesmente caminhou à frente pois sabia que não precisava dizer ao seu cavaleiro o que fazer. Depois de ser seu cavaleiro guardião por tanto tempo, Imbert sabia que seu papel era ficar no fundo a menos que fosse ordenado o contrário.
Enquanto isso, Oriana estava quase perdendo a paciência.
"Onde está aquele nobre moleque? Ele disse para nos encontrarmos aqui no mesmo horário! Esses nobres arrogantes não valorizam o tempo dos outros -"
Ela começou a andar de um lado para o outro, ainda chutando cascalhos aleatórios no chão.
"Quando eu pegar minha faca dele, juro que nunca mais vou ver esse porco novamente!"
Ela parou e pisou forte. "Aquele moleque, uma vez que eu o veja -"
"O que você pretende fazer, hmm?"
Uma pessoa estava parada atrás dela, sussurrando em seu ouvido, sem que ela percebesse sua presença. Assustada, ela pulou e quase cotovelou a outra pessoa, mas a tempo, reconheceu sua voz.
É aquele nobre arrogante e inútil, aquele moleque que ela desejou poder esfaquear pela terceira vez, Arlan!
Porém, quando Oriana se virou para enfrentar o homem alto e bonito, um sorriso como flores florescendo enfeitou seu rosto, sem deixar vestígios de seus verdadeiros pensamentos visíveis.
"Jovem Mestre, o seu honorável ser chegou bem na hora!"
Arlan achou a mudança dela tão engraçada que teve que se esforçar para não rir., "Eu ouvi você me chamando de moleque."
"Quem? Você? Você entendeu mal, Jovem Mestre, ah, isso, tem alguém que me irritou então eu estava xingando ele. Peço desculpas por fazer sua estimada pessoa ouvir tais palavras grosseiras indignas de sua reputação."
"Quem é esse infeliz moleque e o que ele fez para ser amaldiçoado por você?" ele perguntou com interesse.
'Quem mais? É você, seu senhor nobre irritante.' Apesar desses pensamentos, aquele sorriso brilhante em seu rosto não mudou. "Apenas um ninguém. Não precisamos falar sobre ele. Eu estava esperando por você e você chegou na hora certa. Então, Jovem Mestre, pode me devolver a minha -"
"Tudo bem então. Vamos entrar," Arlan a interrompeu e deu um passo à frente.
"Espere, Jovem Mestre. Primeiro você pode devolver minha -"
Ele olhou para ela por sobre o ombro. "Não concordamos em beber?"
"Nós fizemos?" ela perguntou e olhou para a taverna. "Está lotado esta noite com plebeus reles. Pode não ser adequado para um nobre estimado como o Jovem Mestre ser cercado por esses bêbados barulhentos."
"Barulhentos? Eles parecem estar se divertindo. Acho que a atmosfera animada é perfeita," Arlan retrucou, "e olhando para você, tenho certeza de que se sente mais confortável cercada pelos seus semelhantes plebeus. Não se preocupe. Estou aqui para vivenciar as pequenas alegrias de um plebeu. Você parece que adora beber, e por acaso eu também adoro."
'Huh? Eu pareço uma bêbada? Esse cara é cego ou o quê?'
"Não se preocupe, não se preocupe." Arlan até a cumprimentou de uma forma fraterna. "Vou pagar tudo que você beber e comer. Esse jovem mestre não é mesquinho."
Ele se virou para entrar na taverna.
"Você tem moedas para bebida, mas não para me pagar por ontem?" Oriana rangeu os dentes. 'Os homens realmente são criaturas degeneradas e desperdiçadoras.'
Vendo que ela não se movia, Arlan olhou por cima do ombro mais uma vez. "Você não vai me mostrar o caminho?"
"Ah, sim." Ela foi na frente e abriu caminho para esse lixo de nobre do qual ela queria se livrar o mais rápido possível. 'Tudo bem. É só uma vez. Eu posso aguentar isso por um tempo.'