Facada!
Uma faca perfurou seu coração e ele sentiu uma dor aguda, como se fosse rasgar todo o seu corpo. O mundo ficou escuro por um momento e, quando recuperou a visão, uma linda mulher apareceu.
Um rosto delicado e pequeno, longos cabelos ondulados da cor de mogno, seus olhos derramavam lágrimas enquanto ela segurava o cabo da faca que perfurava seu peito.
"Perdoe-me," ela disse entre soluços. "Tudo isso aconteceu por minha causa. Espere por mim. Não importa o que aconteça, eu virei até você. Nos encontraremos novamente…"
Essas palavras ecoavam em sua cabeça enquanto o homem se revirava em seu sono. Apesar de saber que era um sonho, a ansiedade o preenchia à medida que a mulher começava a desaparecer de sua visão.
"Nos encontraremos novamente…espere por mim..." a voz distante repetia até desaparecer. O silêncio que se seguiu trouxe-lhe outra onda de dor.
"Não. Não vá…quem é você…?"
O homem acordou sobressaltado. Sentou-se na cama com a mão pressionando o lado esquerdo do peito enquanto seus olhos vermelhos vasculhavam ao redor de sua cama. Seu corpo musculoso e forte estava coberto de suor frio, fazendo sua túnica escura da noite grudar em seus músculos. Embora não estivesse mais no sonho, parecia que ainda podia sentir a faca perfurando seu coração.
'Por que estou tendo este sonho novamente?'
Nesse momento, a porta se abriu com um golpe e um jovem servo entrou, ofegante como se tivesse corrido em direção ao seu mestre o mais rápido que podia. Seu cabelo prateado estava despenteado e suas orelhas pontudas tremiam nervosamente.
"S-Senhor, ouvi sua voz. Há algo errado?"
O homem de olhos vermelhos encarou o servo que ousou entrar na Câmara do Rei sem permissão. "Um dia você perderá suas orelhas, Erlos." Sua voz era fria e cheia de advertências.
"Eu.. Eu só estava preocupado, Senhor," ele imediatamente foi em direção à mesa, "Vou pegar água para você."
Desconhecidos para eles, uma estranha energia branca envolveu o corpo frio daquele homem, e antes que ele pudesse reagir, desapareceu de sua câmara real.
Silêncio preencheu a câmara, e apenas o som do jovem servo despejando água no copo podia ser ouvido.
'Por que ele não está dizendo nada ou ameaçando me matar?' Com um rosto duvidoso, o servo virou-se para olhar a cama e a encontrou vazia.
Ele franzir a testa, "Argghh! De novo não. Para onde ele foi desta vez?"
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Enquanto isso, do outro lado do continente, em um reino humano distante...
"Queimem essa bruxa."
"Hoje, certifiquem-se de que essa bruxa morra ou deixe nosso reino."
"Ela já nos causou dano suficiente por tantos anos. Já chega."
"Vamos matá-la hoje e nos livrar dela."
"Até o rei enviou um tropa de soldados para que possamos queimar esta montanha inteira e não deixar um centímetro sequer de terra para essa bruxa se esconder."
Na escuridão da noite sob a luz do luar, pessoas andavam com lamparinas e tochas em suas mãos dentro da floresta na montanha.
Toda a montanha estava cercada por pessoas de todos os lados. Eles despejaram latas de óleo por toda parte e nas áreas mais altas, onde ninguém poderia alcançar ou mais como estar com medo de alcançar, flechas embebidas em óleo e queimadas com fogo foram atiradas em todas as direções.
"Hoje é o último dia para essa bruxa. Apenas morra aqui."
Logo depois, a montanha inteira pegou fogo e as chamas tentavam alcançar cada vez mais alto. Pássaros, principalmente aves de rapina, podiam ser vistos voando por todos os lados enquanto suas casas pegavam fogo.
"Tenho certeza de que essa bruxa deve estar morta agora. Ela não tinha para onde ir."
As pessoas começaram a comemorar sua conquista, sem saber o que estava acontecendo na parte mais profunda da montanha.
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Em algum lugar perto do pico da montanha assombrada, um brilho agudo piscou, como um relâmpago no meio da fumaça negra. A luz assumiu uma forma oval enorme como um portal e um homem de olhos vermelhos em um robe preto saiu dele. Ele parecia estar chocado ao olhar ao redor.
"Que lugar é este? Quem ousa me invocar aqui?" Sua voz era fria e sua expressão parecia irritada enquanto seus olhos vermelhos pareciam ferozes devido ao reflexo das chamas do fogo neles. "Por que este lugar está queimando?"
No momento em que deu um passo à frente, ele tropeçou em algo.
"O que é esta criatura?" ele murmurou e se ajoelhou para olhá-la.
Ele viu um corpo frágil e ferido enrolado em uma bola, cercado por toras de madeira queimadas. Ele simplesmente observou por um momento sem carregar nenhuma simpatia em seus olhos.
"Não me diz respeito," e fechou os olhos para se teleportar, "Preciso voltar."
Em um momento ele abriu os olhos, apenas para se ver no mesmo lugar.
"Por que ainda estou aqui?" Parece que este lugar não é bom. Preciso tentar de outro lugar."
Ele estava prestes a dar um passo à frente, cruzando aquele corpo, mas a bainha inferior de seu longo robe ficou presa em algo, fazendo-o parar. Fechando o punho com raiva, ele virou-se apenas para ver que o corpo machucado havia segurado a bainha de seu robe em sua mão.
"O quê? Você não está morta?" Ele comentou indiferentemente e tentou puxar de volta seu robe para libertá-lo, mas simplesmente não conseguiu.
"Se você está prestes a morrer, então morra em paz. Não sofra em minhas mãos. Você não sabe o que posso fazer você sofrer."
Contudo, aquele corpo não soltou seu robe. A força naquela forma frágil o divertiu. Ele era o mais poderoso, temido por todos, mas esse corpo frágil, que tipo de poder tinha para dominá-lo.
Ele se ajoelhou e o examinou mais de perto. Suas roupas estavam queimadas, deixando apenas o mínimo nos lugares necessários que ele podia adivinhar que era uma fêmea.
Seu rosto estava coberto com longos cabelos escuros. Ele moveu a mão para checar o rosto mas no momento em que tocou, ele percebeu algo.
'Humano? Como um humano pode ter poderes?'