Depois da prova do vestido, Titânia se dirigiu a sala consort onde encontrou o joalheiro real. Este, havia trazido muitas jóias bonitas para sua escolha e como Titânia sempre preferiu as mais delicadas e menos Vistosa escolher um colar de ouro branco fino com pedraria de anica. Acompanhando o colar vinha os brincos pequenos e discretos, além, da pulseira com o mesmo pingente que o colar em formato de sol, e para finalizar a encomenda, um grosso colar em ouro com pingente de urso cravejado de Rubi para presentear o rei August. O urso era o símbolo da realeza. A figura estava espalhada por todos os lados no Reino. Sendo assim, era o presente perfeito.
Ao sair do consort, Titânia se deparou com o pai príncipe Ricardo, o qual parecia nervoso, porém, ao ver a filha abriu um pequeno sorriso e se dirigiu ao encontro desta.
Querida!
O que faz perambulando pelo Castelo? A está hora deveria estar a caminho do vilarejo Scorv para que voltasse antes do almoço. Esta tarde estarei ocupado e sua mãe precisa tratar de assuntos com a Condessa.
Estava atarefada. Irei agora!
Com licença.
A forma Rude com a qual Titânia o trator não surpreendeu, era assim desde a descoberta de sua traição. Suas filhas não entendiam. Nem ele mesmo entendia como ainda conseguia estar com a esposa e com a Condessa ao mesmo tempo. Não saberia dizer se suas filhas estavam certas ou erradas em julgá-lo. Sua mulher sabia bem do seu caso extraconjugal. Amélia sofreu no início mas depois pareceu não se importar. Na verdade, ele bem sabia. Seu casamento tinha respeito no início e até uma certa cumplicidade mas nunca teve amor de fato. Eram jovens quando por meio de um acordo tiveram que casar. E assim como eles, muitos os quais ostentavam títulos viviam de aparência. As filhas não entendiam. Ele também se julgava. Mas, por mais incômodo que sentisse, não conseguia largar a Condessa.
Está bem. Tome cuidado.
Não se preocupe. Escoltarei sua amante com toda a segurança Senhor.
Antes que pudesse responder, Titânia deu-lhe as costas e seguiu.
O príncipe Ricardo ficou a observar a sua filha se afastando. Talvez não quisesse admitir em voz alta, mas, mandou a filha buscar a amante justamente para que esta viajasse com segurança. Havia ameaças de invasão à capital real e muitos assaltos no meio do caminho. Sua amada filha era uma garantia de que a condessa Ana chegaria bem. Afinal, quem a escoltaria era uma dos maiores prodígios do reino.
Então, ele resolveu que era melhor ajudar seu irmão August com os aliados que haviam chegado para a comemoração. Tudo estava um tanto quanto diferente. Desde o amanhecer observou Joshe um dos fiéis aliados de seu irmão se espreitando pelos corredores, sempre cochichando com um guarda ou outro. Ricardo sentia que algo estava para acontecer mas não teria como saber. Vindo de seu irmão mais velho, só esperava que ninguém se machucasse esta noite.
Chegando à sala do trono, vislumbrou a figura do irmão sentado no centro da mesa de reuniões. Junto com ele estavam o rei Emílio, o príncipe herdeiro de Spart Erick, o príncipe Érico, os conselheiros Joshe, Maximiliano, Lancelot, Frigfriud, Sigfriude, Melion e Konos. Todos discutiam sobre as ameaças de invasão, e como o povo ao leste estava mais rebelde.
Os plebeus estavam fartos de passar fome, terem impostos altíssimos e serem lesados pelos vizinhos do Reino. Eram o povo que mais sofriam por estarem próximo às muralhas que faziam fronteira com a área de todos, território onde todo tipo de criatura andava livremente.
Haviam entre eles poucos magos com capacidade de combate, alguns com certo talento para magia mais com pouca mana. E eles estavam cansados do descaso do rei.
Sendo sincero com sigo mesmo,o príncipe Ricardo teve que admitir: O rei gastou muito. Na verdade, não era o único naquela corte. Festas, jóias, armamentos desnecessários. A muito o reino não entrava em conflito, porém, seu irmão estava fazendo de tudo para mudar o que seus antepassados conquistaram com sangue e suor. Augusto estava sendo mesquinho. Arriscando invasões a outras terras, quebrando acordos confidenciais, almejando sempre mais. Não era à toa que o povo aguardava com ansiedade o novo regente. Um novo reinado significava mudanças. E todos esperavam que fosse para melhor.