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Chapter 5 - Perspectiva de Mary Ludus

"Aqui está o seu café, Senhora Ludus."

"Muito obrigada." , agradeço à atendente do café que fica próximo à agência.

Na minha mesa, encontro um envelope entregue por um exorcista de confiança da agência. O Padre Ludovicus foi quem enviou e entregou ao exorcista para que me desse pessoalmente.

"Envelope para a Exorcista Basilar, Mary Ludus. Este é o envelope que o padre me pediu para entregar a você pessoalmente", disse o exorcista.

Segundo o entregador da agência, trata-se de um envelope importante que somente eu posso ter acesso.

Com meus dedos da mão direita entre a alça da xícara, dou um gole enquanto fixo o olhar no envelope sobre a mesa redonda. Em seguida, coloco calmamente a xícara de volta na mesa e pego o envelope com a mesma mão.

Retiro a fita adesiva da bandana superior do envelope e abro-o. Ao desdobrá-lo, retiro o conteúdo, que aparenta ser um documento com informações.

Retiro o conteúdo de dentro do envelope, puxando-o para fora.

Junto a folha do documento, encontro uma pequena folha presa com um clipe. Coloco-a na mesa com a escrita virada para baixo e desvio meu olhar para o documento.

"Uma mensagem." Retiro a pequena folha que estava sendo segurada por um clipe e a coloco do lado da mesa com a escrita virada para baixo e desvio os olhos para o documento.

"Gaio... Alastor... Quem é esse homem?" Um indivíduo de cabelos brancos e olhos escuros é o retratado em uma foto pequena no documento.

Dentre as várias informações sobre esse homem, algo me desperta interesse.

"Um pactuário?!!" É difícil acreditar que seres humanos de fato consigam estabelecer pactos com maldições... de fato intrigante.

Tomo outro gole da xícara, absorvendo seu conteúdo mais uma vez.

Ao investigar mais a fundo, deparo-me com uma informação ainda mais intrigante.

"O quê?!" Meus olhos se arregalaram.

O homem mencionado nesse documento era um exorcista basilar antigo? E mesmo assim, foi morto por uma maldição? Que vergonha para um exorcista basilar. A morte desse homem certamente não fará falta.

Os exorcistas basilares representam a alta hierarquia da agência. Somos fortes e, ao contrário dos exorcistas de nível baixo, somos úteis. Não podemos morrer, não podemos falhar, não podemos recusar missões importantes e não podemos contrariar o padre.

Nosso único meio de salvação é a morte natural.

Meu telefone começou a vibrar no bolso.

Coloco a mão no bolso e retiro o celular, atendendo-o

"Mary Ludus, Exorcista Basilar da Agência de Conjuradores." Apresento-me formalmente.

"Mary, há uma nova missão para você." Era o padre Ludovicus.

"Sim, senhor. Qual seria?" Perguntei com um sorriso.

"Há um conjunto de maldições em um bueiro do centro da cidade." Disse o padre.

"Conjunto? Isso é raro."

"Como você é a única disponível no momento, pensei em te indicar esta missão."

"Muito obrigada. Concluirei esta missão com êxito, pois este é meu trabalho."

"Muito bem. Espero boas notícias."

A ligação foi encerrada.

"Vamos nessa!"

Saindo da cafeteria com o celular colado à orelha, chamei um motorista da agência responsável por transportar exorcistas basilares para os locais das missões.

"Nossa! Nunca pensei que transportaria a Mary Ludus no meu carro! Sinto como se meu sonho tivesse se realizado", disse o motorista, aparentando ser jovem, com um sorriso.

"Então hoje é o seu dia de sorte."

"Não, senhora. Este é o seu dia de sorte. Afinal, você está indo para uma missão enviada pelo próprio padre, não é?"

"Exatamente. Isso é algo que devo ficar feliz", observo as pessoas pela janela do carro.

"Senhora, mesmo sendo seu dia de sorte, há rumores de que no bueiro do centro da cidade, de acordo com a população, são ouvidos gritos, choros e outras coisas", o motorista me olha seriamente pelo retrovisor enquanto falava.

"Fique tranquilo. Não há missões que eu não possa resolver. Minha taxa de conclusão de missões é de 100%."

"Com certeza! Me desculpe!"

No entanto, ele está correto, é incomum o surgimento de várias maldições em um único local.

Mesmo assim, ainda sinto um pressentimento negativo sobre isso, algo que até mesmo o vento tenta me alertar.

Esse mau pressentimento é o mesmo daquele dia. Quando criança, vivi feliz com meus pais e meu irmão em um vilarejo distante desta cidade. Todos os dias, era como se o destino tivesse me escolhido para ser a pessoa mais feliz do mundo. Foi o que pensei.

Contudo, aquele vento trouxe consigo uma brisa maligna que me arrepiou por completo.

Meus pais eram devotos fiéis de Deus e acreditavam que era o vento divino expulsando os males da região. No entanto, não era.

Ainda naquele dia, o vilarejo foi tomado pelas chamas de repente, enquanto aquele mesmo vento ainda circulava.

Os gritos e a correria enchiam minha visão.

Meus pais estavam em desespero, abraçaram a mim e meu irmão enquanto nos pediam para fugirmos.

Meu irmão sempre foi o oposto de mim. Inteligente, habilidoso e sempre cercado por animais.

Ele agarrou minha mão e me puxou para longe dali, adentrando a floresta.

Chorando, apenas gritei para que me soltasse. Ao soltar minha mão, voltei correndo para o vilarejo e me deparei com uma terrível maldição com um corpo magro e diversos braços atacando meus pais. Pude apenas ouvir seus gritos.

"Mary! Vamos logo!", meu irmão voltou para me buscar e eu apenas aceitei, envolvida por lágrimas.

Vagamos pela floresta por vários dias, nossos corpos desidratados nos alertavam de que não estávamos bem. Ignoramos isso e continuamos a nos embrenhar na floresta.

Quando estávamos quase mortos, um homem vestido de preto surgiu em meio àquela lua cheia.

O homem que nos salvou era o padre Ludovicus.

De fato, se não fosse pelo padre, não estaríamos vivos até o presente momento.

Durante nosso intenso treinamento com o padre, ele nos recebeu como novos prodígios, sorrindo gentilmente.

"Mary, qual é o seu objetivo como exorcista?" perguntou o padre.

"Caçar a maldição que tirou a vida dos meus pais", respondi, meus olhos ardendo como chamas em uma expressão séria, que foi eventualmente fortalecida pelo tempo.

Naquele dia, ganhei um belo presente, uma arma chamada Nagamaki.

"Esta será sua companheira, cuide dela com carinho, Mary", acariciou o padre minha cabeça.

Com o tempo, minhas habilidades foram se aprimorando até me tornar o que sou hoje.

Retiro o pequeno papel que estava junto ao documento do meu bolso e o examino.

"O Assassino de Exorcistas é filho deste homem. Ele era inteligente e sempre exorcizava as maldições. Amava enfrentá-las, mas foi morto por elas. Se encontrar alguém com a mesma aparência, mate-o imediatamente", dizia o conteúdo desta carta.