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Meu Namorado fake

🇧🇷Mayara_Minervino
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Synopsis
Alice nem acredita no que está fazendo, ela vai mesmo passar 30 dias dentro de um cruzeiro para celebrar o casamento de sua prima e seu ex-namorado traidor? Cansada dos olhares de pena e de ser jogada para cada homem solteiro que sua familia encontra, Alice conta para todos a novidade, que agora tem o seu novo namorado perfeito, lindo e que a ama de todo o coração. Ela é forçada a concordar em leva-lo para esse incrível cruzeiro de 30 dias. Mas há um pequeno problema, Alice não possui namorado algum. No primeiro dia do cruzeiro quando precisa enfrentar toda a sua família e inclusive sua prima e seu ex, ela decide beber um pouco para deixar as coisas mais fáceis, e é quando encontra Felipe e depois de ouvir toda a história da garota decide ajudar sendo o namorado fake mais perfeito que já existiu.
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Chapter 1 - Prólogo

Alice está com seu gigante óculos no rosto, um chapéu de praia enorme e um lenço em cima de sua boca. Ela encara a entrada do cruzeiro.

_ Alice, olha onde você tá se enfiando. Por que que você faz essas coisas com você mesma?

Ela respira, e procura em volta para ver se encontra algum rosto familiar, e quando encontra se desespera.

_ Droga!

Ela corre navio a for a, com seu lenço agora cobrindo da boca ao nariz. Ela estudou aquele guia de navio o mês todo, então sabia de olhos fechados o caminho até a sua cabine. Ela corre até lá, suas malas já estavam lá dentro, ela se tranca em sua cabine.

_ Agora é só eu ficar aqui por 30 dias. Tem serviço de quarto, então não é uma coisa impossível.

Ela observa a cabine com atenção. O tamanho era bom, tinha um pequeno banheiro e o guarda-roupa era até que espaçoso. Aguentaria pelos próximos 30 dias.

Alice abre sua mala cor de rosa Pink e retira seu vestido de madrinha. Era vermelho, como todas as outras madrinhas. Mas o modelo era terrível nela. Alice sempre foi baixinha e magrinha demais, e aquele vestido a fazia parecer um palito, ele era muito reto, e parecia que fica ainda menor com ele. Ela nem sabia o porquê tinha aceitado ser madrinha do casamento de sua prima e seu ex-namorado traidor.

Matheus era seu namorado antes de conhecer a sua prima, ou melhor antes dela apresentá-los. 4 meses de namoro, Alice estava animada de finalmente mostrar para a sua família que sua vida de encalhada tinha acabado, encontrara Matheus, que era bonito, inteligente e simpático. Achava que tinha ganho na loteria. Conheceu ele casualmente quando sua amiga Kellen há fez ir numa balada pela primeira vez, foi um completo desastre, ela derramou bebida em Matheus sem querer, quando ele chamou ela pra dançar, ela pisou no pé dele, e por ser uma garota desastrada por natureza, Alice que não costumava usar salto, tropeçou nos próprios pés e caiu de bunda no chão na frente da balada inteira. Mas depois disso tudo, Matheus ainda queria conhecer melhor a ruiva. E ela achava que depois disso tudo se ele não abandonou na boate, ele nunca mais abandonaria ela. Mas estava errada.

Letícia é como um imã de pessoas. Aonde ela chega logo criasse uma roda de pessoas em volta. Ela é do tipo que consegue fazer amizade com todos. Além de ter o fator beleza ao seu dispor. Não chega a ser a mais bonita da família, mas sua pele morena dourada, seus cabelos negros liso em um perfeito long Bob, e seus olhos tão escuros como a noite, sem falar em seu corpo volumosos nos lugares certos com curvas de invejar. Não era surpreendente Matheus se apaixonar por ela. Alice sabia que não era culpa de Letícia, ela fazia as pessoas se apaixonarem por ela naturalmente. Mas não esperava que a prima pudesse ficar com seu namorado enquanto eles ainda estavam comprometidos.

Mas nada que um milhões de desculpas e choros não fizeram Alice "perdoar", ou pelos menos dizer que isso. E agora eles vão casar. E Alice seria nada mais é nada menos que uma das madrinhas de honra. Considerando que fui como uma cupida era o básico.

Já fazia 2 anos que Matheus e Alice haviam terminado, mas Alice conrinuava sozinha. O que por alguma razão deixava toda a sua família enlouquecida. Toda pauta de encontros e festas de família era a vida amorosa de Alice. Cansada de ser o tópico dos assuntos de família, e que agora com o casamento de sua prima e seu ex-namorado, Alice começou a receber muitos olhares de pena de sua família, e até perguntaram para ela se o fato de não ter arrumado ninguém é porque ainda está completamente apaixonada por Matheus. Alice tentou dizer que não, mas os olhares de pena não cessaram. E suas tias e tios tentam jogar ela para qualquer homem solteiro tenha ele 17 anos ou 47.

Alice estava cansada disso, e tomou uma decisão. Falar pra todos que estava namorando e feliz com um humorado perfeito. Todos ficaram felizes com a novidade, até seus pais que normalmente não fazem perguntas sobre a sua vida pareceram bem aliviados. Mas ela só não esperava ser praticamente obrigada a concordar em levar seu namorado para o casamento de sua prima. E não um simples casamento, mas um cruzeiro de 30 dias. Onde ela casaria no ultimo dia do cruzeiro. Alice deu sua palavra que o levaria. Até que não era coisa de outro mundo, bem isso se Alice tivesse mesmo um namorado.

_ A minha língua ainda vai me matar. Por que eu faço essas coisas?!

Alice estava na cama em posição fetal refletindo sua vida.

_ É isso eu vou ficar presa nesse quarto o cruzeiro todo. E se eu me jogar no mar? Posso fingir uma amnésia? E se eu falar que ele morreu? AAAAAAAA

Ela pega um travesseiro e começa a gritar nele. Seu celular apita e ela o procura em algum lugar da cama ainda com a cabeça enfiada no travesseiro. Quando ela o encontra suspira e o encara.

Mamãe

"Meu amor, eu e seus tios estamos no saguão leste, estamos conversando e ansiosos para conhecer seu namorado, porque não traz ele aqui?"

Alice fica uns 5 minutos observando aquela mensagem, ela tentou escrever uma resposta 10x, mas nada saiu. Ela jogou o celular de volta na cama e colocou o rosto novamente no travesseiro.

_ AAAAAAAAAAAAAAA!

...

19:33

Passou o dia inteiro naquela cabine, andou de um lado ao outro, tentou arquitetar vários planos, mas falhou miseravelmente. Não podia ficar o dia inteiro ali, o quanto mais demorava para dizer a verdade, mas patética ela iria parecer.

Alice se olha no espelho mais uma vez, está com sua calça preta de couro, uma calça que ela quase nunca tirava do couro, um cropped branco de renda e costas nu, um tênis branco um pouco alto, seu cabelo jogado para o lado.

Não tinha muita maquiagem, apenas um pouco de base para esconder os pontinhos de sardas. Um pouco de blusa para deixar sua pele super pálida um pouco mais corada, rimel e um gloss labial avermelhado. Seu cabelo era grande e ondulado, um ruivo natural herdado pela família de seu pai, nunca pintou nenhuma vez, mas era louca para ter seus cabelos pretos. Achava que o ruivo chamava muita atenção, e Alice nunca foi boa em ser o centro das atenções.

_ Alice, você vai lá, vai dizer que era tudo uma brincadeira e que está solteira leve e desimpedida. Da uma risada, finge felicidade, brinca com todo mundo e depois volta e chora no travesseiro. Só isso.

Ela se observa novamente novamente espelho.

_ Até que tá bom, nem parece que estava surtando há uns minutos atrás.

Ela pega o celular cheio de mensagens e ligações não atendidas e procura pelo grupo da família, alguém deveria ter falado onde eles estão. E lá estava, todos estão juntos numa sala que Letícia reservou, parece que era uma festa de bem vinda, para a família. Alice respira fundo e coloca seu celular no bolso. Pega a chave da sua cabine e sai.

Seus passos pareciam de um robô, suas pernas pareciam pesadas e sem controle. Ate que ela dá uma parada trágica no meio do corredor.

_ Todos estão pra lá, mas desse lado é onde fica o bar. Já que vou ter que encarar todo mundo, uns drinques pra me dar coragem não ia fazer mal. Não vou me embebedar, vai ser pra me dar mais coragem, o que pode acontecer de pior?

Alice estava no seu 4 copo de tequila gelado, sentada no chão, desabafando com um desconhecido.

_ Aí, ele ficou com ela, mas ele me namorava na época. E acredita, não você não acredita, eles eram perfeitos um pro outro. E foi quando meu namorado e minha prima se apaixonaram. Ele me largou e os dois ficaram juntos. Lindos e felizes. Aí agora eles vão casar, eu juntei um casal. De uma maneira bem merda, mas tecnicamente juntei. E eles ainda me chamaram para ser madrinha deles.

_ Que história linda.

O homem a sua frente ria enquanto bebia seu copo de whisky.

_ Mas não acabou. O casamento deles vai acontecer no último dia do cruzeiro.

_ Vai ser aqui?

_ Sim, a família inteira veio, vai ser férias e casamento. Serão longos 30 dias.

_ Imagino.

_ E não acabou.

_ É claro que não.

_ Todo mundo tava com pena de mim, porque desde que terminamos eu não fiquei com ninguém. Quer dizer não por muito tempo. Eu tenho o azar de só conhecer gente ruim. Mas eu não queria ficar mal, então eu disse que estava namorando, pra vê se paravam de me olhar como a pobre coitada que perdeu o amor da vida pela prima e que seria madrinha do casal. Só que agora todos me obrigaram a trazer ele pra cá.

_ E, seu namorado não quis vim?

_ Que namorado? Eu não tenho nem um cachorro, quem dirá um namorado. Mas agora vou ter um.

_ Namorado?

_ Não, cachorro. Vou ser a solteirona com vários cachorros.

_ Não seriam gatos?

_ Os gatos sempre correm de mim.

_ Os cachorros não?

_ Os cachorros correm atrás de mim.

O desconhecido começa a ri.

_ Estou falando sério, já perdi as contas de quantas vezes eu já fui perseguida por cachorros.

_ Deve ser difícil.

_ Deve ser porque sou muito magra.

_ O que?

_ Devem achar que sou um osso gigante.

Dessa vez ele cospe um pouco o whisky.

_ Sabe o que é pior?

Ele se recompõe e a encara novamente.

_ O que?

_ Eu fico péssima naquele vestido.

O desconhecido franze a testa e tenta se lembrar se alguma vez na conversa ela disse sobre vestido. Não, nada que ele se recorde.

_ Vestido?

_ O de madrinha!

Ela briga com ele como se fosse óbvio.

_ Ah, claro. Ele é feio?

_ Parece que eu me envolvi em um lençol. E um lençol feio. Nem bonita eu vou ficar nesse casamento, isso é horrível.

_ Eu duvido, para te fazer ficar feia vai dar muito trabalho.

_ O vestido tem tem flores silvestre costurado nele.

Ele faz uma careta.

_ Qual o problema deles?

_ Bem vindo a minha vida.

_ E o que vai fazer?

_ Pensei em queimá-lo ou jogar no mar.

_ Quero dizer sobre o namorado.

_ Ah! Ah...

Ela se desanima termina seu drink.

_ Vou dizer a verdade. Todos estão no salão 3A, eu tenho que ir pra lá. Acabar logo com isso e ser a piada desses 30 dias. Mas sou a piada o ano todo, o que são míseros 30 dias, né? Não tem importância se sujar se já está na merda.

Ela suspira e tenta se levantar do chão, onde estava encostada na parede ao lado deu uma grade onde se via o mar. O homem a sua frente também se levanta e a ajuda a se colocar em pé. Ela observa ele bem antes de ir.

Bem alto, quase tão pálido como ela, cabelos pretos lisos, olhos escuros quase negros, e lábios carnudos, observou também suas mãos segurando seus braços. Suas mãos eram grandes e com algumas veias visíveis os braços fortes, ele com certeza malhava. Era bem bonito.

_ Obrigada por ouvir a minha vida. Se ouvir que alguém pulou no mar, provavelmente foi eu. E não se preocupe, é capaz do mar me jogar pra fora.

_ Boa sorte com tudo. Quer ajuda para chegar ao salão.

Ela balança a cabeça negativamente enquanto se desvincula dele.

_ Eu tô bem, eu tô muito bem. Obrigada desconhecido.

Ela sai do bar e ele a segue com distancia de uns dois passos atrás. Ela parecia muito bêbada, não conseguia andar reto e seus passos estavam estranhos.

_ Eu consigo, esta tudo bem. Vai ser moleza, eu vou ri e falar que era uma brincadeira. Hahahaha, vocês caíram nela? Tá tudo bem, vai ser engraçado. Eu vou ficar bem.

Ela dá três passos.

Alice estava com a cabeça apoiada na parede enquanto chorava.

_ NAO TA NADA BEM! Era melhor eu não ter tido nada. Por que eu falo demais? Aaaaaahhhh, eu quero ter amnésia!!!!

O homem ia se aproximar, mas ela o assusta quando desencosta a cabeça rápido e olha pra cima.

_ Alice Torres, você pode qualquer coisa, e o que você não pode você finge demência. Nada é ruim demais. Você pode garota. O que é mais um vergonhazinha no seu histórico de vexames? Deixa de ser dramática e encare tudo como uma mulher madura que você não é.

Ela continua andando e de auto elogiando. Uns passos depois...

_ E se eu realmente me jogar no mar, acho que seria menos vergonhoso. Eu fingi que sou a minha irmã gêmea perdida. Aaaaaahhhh, eu não quero ter que encarar isso.

Ela começa a chorar sentada no chão do corredor. O homem desconhecido ria, ela era totalmente imprevisível.

_ Você não disse que estava tudo bem?

_ Bem mal. Eu tô sem coragem. Mas deve tá todo mundo lá falando sobre isso, eles já devem saber que era mentira. Mas não queria dar o gostinho.

_ Vem.

Ele estende a mão pra ela e a ajuda ficar de pé.

_ Não deixa eles te afetarem. Você é uma garota linda, solteira e feliz. Não precisa de ninguém e nem provar nada a ninguém.

_ Isso. Eu não preciso de ninguém! Mas eu queroooo.

Ela começa a chorar e ele ri novamente, ele dá uns tapinhas nas suas costas.

_ Calma, calma, vai dar tudo certo. Eu te acompanho até lá.

Ele segurou ela pelos ombros e virou ela a empurrando para continuar seguindo o corredor.

_ Não, não, não. O que você está fazendo? Eu não quero.

_ Quanto antes você ir resolver melhor. Quanto mais demora, mas sua cabeça vai criar muitas coisas e ansiedade. Vamos acabar logo com isso.

_ Eu nem te conheço. Você nem me conhece. Não se mete na minha vida.

_ Você passou as últimas 2 horas me contando sua vida toda. Me sinto na responsabilidade de te encorajar a acabar com isso. Quanto mais demorava pior.

_ Não, não, não. Segue sua vida, moço.

Ele a empurra até a frente do Salão 3A, onde sua família estaria.

_ Eu te odeio.

_ Vai me agradecer mais tarde, é bom resolver tudo de frente. Boa sorte.

Ela suspira.

_ Na próxima vez que me encontrar por aí, dá pra fingir que não me conhece e que nada disso aconteceu?

_ Vai ficar com vergonha?

_ Pode ser difícil de acreditar, mas normalmente não sou de ir contando coisas vergonhosas da minha vida para desconhecidos não.

Ele sorri.

_ Difícil mesmo de acreditar. Agora chega de perder tempo e vai lá.

Ela suspira.

_ Eu consigo.

Ela diz pra si mesma com firmeza, gira a maçaneta e abre. Parece que todos os olhares vão até ela.

Alice da passos pequenos e cada passo se sente menor ali. Em sua cabeça ela tenta de lembrar do que tinha combinado de falar. Sua tia Cláudia aparece na sua frente.

_ ALICE CHEGOU! Finalmente, está todo mundo querendo conhecer o seu boy.

Ela observa e vê que Alice está sozinha. O sorriso amarelo de Alice aparece e sua tia suspira.

_ Ele não veio?

Sua prima e seu ex aparecem.

_ Ah não prima, não me diga que era mentira. Estávamos tão animados para conhecer o seu namorado.

_ Poxa Ally, achei que pela primeira vez desde que terminamos você tinha encontrado alguém que gostasse.

_ Alice, porque mentiu, não precisa ficar envergonhada...

As pessoas iam surgindo, os olhares de pena também, e outras tentando anima-lá. Ela não sabia se era o efeito da bebida ou se era o seu subconsciente a poupando da humilhação, mas começou a ver os lábios deles se mexerem sem sair som. Ela ficou parada sem dizer uma palavra, mas de repente ela recebe um braço em cima de seu ombro. Ela olha assustada para a pessoa do seu lado.

_ Olá, vocês devem ser a família da Alice. É um prazer conhecê-los. Sou o namorado dela, Felipe.

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