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Chapter 3 - ELISABETH KUBLER-ROSS E AS FASES DO LUTO

Dizem que os estágios do luto consistem em cinco fases, essas fases são negação, raiva, negociação, depressão e aceitação, as fases do luto foi estudada por muitas pessoas, a teoria foi cunhada por Elisabeth Kubler-Ross. Agora estava sendo utilizada por uma jovem adolescente que sentia em si o peso da frustração romântica, era assim que Rafaela se sentia e como havia explicado para Fernanda que apenas tinha convidado ela pra ir em sua casa e teve que ouvir um monólogo sobre as fases do luto

Fernanda pensava que Rafaela gostava demais do google e pesquisar coisas pra justificar tudo que ela sentia.

Já era de tarde quando Rafaela chegou na casa de Fernanda e tocou a companhia. Quando a moça abriu o portão grande portão de ferro preto tomou um susto e teve vontade de rir mas se controlou muito, não queria rir do sofrimento de Rafaela, mas ela estava engraçada.

A garota que era toda cor de rosa estava com uma roupa preta larga, usava um moletom escuro com capuz, apesar de não está fazendo frio ele era essencial para o look de Rafaela. E no rosto um óculos preto redondo, era grande, era quase maior que a cabeça dela.

— as roupas refletem minha aura — Rafaela disse para Fernanda, era para combinar com a sua aura que estava negra e cheia de negatividades, antes mesmo de Fernanda perguntar o motivo pelo qual a garota estava tão gótica ela já havia se justificado.

Rafaela disse que estava em luto e precisava viver essas fases, ela tinha explicado pra Fernanda durante a manhã todo o trabalho da psiquiatra chamada Elisabeth Kubler-Ross, que passou a noite pesquisando já que não tinha conseguido dormir.

Sim, Rafaela estava de luto, adivinha por qual motivo? Ela finalmente tinha se livrado do embuste do Gustavo, para felicidade de Fernanda.

A garota apenas sofria e chorava todo tempo, tinha ficado irritante pra Fernanda acompanhar esse drama. Bom o drama era só de Rafaela pois aquele babaca estava todo feliz.

— Morre, morre, morre seu idiota — Rafaela gritava para a televisão grande da casa de Fernanda, ela estava com raiva de tudo, principalmente dos zumbis do jogo de Fernanda que assim como Gustavo não pareciam ter pena dela.

Os pais de Fernanda tinham saído com Fran, sua irmã mais nova. Então ela chamou Rafaela pra jogar vídeo game uma coisa que ela simplesmente não fazia sempre, mais ela estava sofrendo por causa do Gustavo que tinha oficialmente terminado com ela e atirar em tudo era a forma que Fernanda ficava calma, talvez funcionasse com ela.

Eles já haviam terminado a um bom tempo, mais Gustavo ainda ligava e a procurava e agora ele simplesmente sumiu, Fernanda tinha explicado que Gustavo ia fazer isso, mas Rafaela negou veementemente e ainda disse que ela não sabia como ele era.

Sim, ela sabia, ele era apenas mais um babaca.

Fernanda dizia que era para o bem, que Gustavo não era um cara legal, que ele era feio e outras coisas.

Ah sim, as teorias que não calavam e que tiravam Fernanda do serio era que ela tinha muito ciúmes, segundo Rafaela era uma amiga muito muito muito ciumenta, no fundo ela nem ligava até achava legal, em doses pequenas e não muito regulares o ciúmes de Fernanda, não era nada possessivo então tudo ia acabar bem.

— Morre seu zumbi maldito — Rafaela gritou novamente, mas acabou morrendo depois que o zumbi acertou um golpe nela — Por que eu não consigo?

— Não adianta gritar com o zumbi, você tem que atirar nele — Fernanda disse ainda jogando sem desviar o olhar.

— Eu atirei. — Ela disse com a voz cheia de manhosa. Sabia que não era boa nos jogos, não como Fernanda que era quase uma profissional mas ela tentava e atirar Fernanda dizia que acalmava e agora Rafaela precisava simplesmente se acalmar um pouco.

— Não, você só gritou "morre, morre, morre" — Fernanda imitou Rafaela nos gritos. Ela sorriu, realmente a garota jogava extremamente mal, ela era muito descoordenada.

Rafaela se jogou no sofá emburrada, além de perder o Gustavo estava perdendo no jogo, por qual motivo não podia ser ela? Ele estava com outra garota, ela não era bonita não na opinião de Rafaela.

— Por que não eu? — Rafaela olhava pro teto, sua voz era chorosa, mas ela não iria derramar mais nenhuma lágrima por Gustavo.

— Do que você está falando? — Fernanda perguntou enquanto atira nos zumbis que quase sufocava ela no jogo, estava jogando de dupla e era o dobro de zumbi mas Rafaela não conseguiu matar nenhum.

— É uma longa história.

Rafaela suspirou chateada, não havia tudo nada de longo ele era um cara e ela uma garota. Eles viviam os clichês de livros na mente de Rafaela, sentiu que seria eterno mas o sabor da fel da decepção era horrível.

— Está falando naquele macho? Ele não te merece, desencana logo — Fernanda disse enquanto tentava se concentrar no jogo em meio as suspiros e a voz triste dela.

— Não é tão fácil assim. O que há de errado comigo?

— Nada, você é maravilhosa — Fernanda suspirou, maldita hora que disse isso, ela tinha "superado" Rafaela, mas não tinha muito pra superar esporadicamente tinha algumas recaídas.

Margot estava sentada perto das duas, ela havia ouvido o que Fernanda disse apesar de Rafaela parecer não ter ouvido. Sim, sua cachorrinha não apenas olhava pra ela mas também a julgava por falar e pensar essas coisas era como se Margot entendesse a situação melhor que Rafaela. O cachorro era mais esperto que ela.

— Você já pensou isso?

— Isso o que? — Rafaela apenas suspirou sem falar — Por que não eu? Acho que algumas vezes — Fernanda disse tentando se livrar dos zumbis mais falhou miseravelmente — Morri.

Ela jogou seu controle no canto do sofá, não acreditava que Rafaela fez ela perder a rodada do jogo pelas suas reclamações.

Rafaela deitou no colo de Fernanda, seus olhos estavam quase marejados. Seu coração se apertou quando ela a encarou com os olhos de cachorrinho. Fernanda queria matar o Gustavo por fazer Rafaela sofrer desta forma, ela sentia um pouco de vontade de chorar, ela não via o que era óbvio? A garota dos "provérbios chineses" não via um palmo à sua frente e o que todos inclusive Margot tinha visto.

Pior cego era aquele que não queria ver, Rafaela se recusou por muito tempo ver que Gustavo apenas brincava com seus sentimentos e agora que ela via sentia raiva e uma idiota.

— Você não vai querer jogar mais, né? — Fernanda perguntou pra Rafaela — O que você quer?

— Ver um filme, mas eu escolho pois eu estou sofrendo

Rafaela disse de um jeito dramático, ela sempre escolhia sofrer ou não, já que quando não era o que ela queria costumava reclamar muito a garota colocou uma comédia romântica muito boba que a fez sorrir, no fundo isso tranquilizou o coração de Fernanda.

Claro, muitos pensariam que Fernanda estava apaixonada já que ouvir a risada de Rafaela a tranquilizava, mas não era isso, só que era terrivelmente difícil ver ela sofrendo, todas as lagrimas que a garota havia gastado por aquele idiota do Gustavo não era brincadeira, a meses ele terminou com e ela e Rafaela simplesmente insista em se humilhar pra ele, como podia?

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