Então ele se aproxima e vai até o meu rosto, e o limpa. Está tão perto que dá para sentir sua respiração mais lenta, meu coração quase sai do peito. Mas, imediatamente me lembro que tenho um casamento arranjado, porém, sem me dar conta estou esperando por esse momento há anos. Sentindo um suave toque nas minhas mãos, nossos dedos se entrelaçam com um leve aperto. Que fez me sentir calafrios e, ao mesmo tempo, segurança, então com o escuro da sala lentamente nossos lábios devagar se encontram em um beijo desajeitado mais maravilhoso. Um beijo que ficará para sempre em minha memória. Como se fosse um sinal a luz retorna. — A luz voltou. —Digo com as bochechas coradas.
— Me desculpe não deveria ter feito isso. —Thomas me olha envergonhado.
Esse beijo jamais irei esquecer, entretanto Thomas não pode saber. — Não precisa dizer nada, vamos terminar a maquete?
— Que horas são?
— 18.
— Me desculpe, esqueci que minha mãe quer que eu vá junto para casa da minha tia. Tenho que me arrumar, ela sai as 20. Você poderia terminar sozinha? Não acredito que ele está fugindo. — Sem problemas termino sozinha.
— Foi muito divertido, te vejo amanhã na escola?
— Estarei lá e levo a maquete pronta. —Eu o respondo decepcionada.
Quando Thomas sai minha mente está a mil por hora. Como ele pode sair correndo depois de tudo? Será que me beijar foi tão ruim assim? Preciso falar com alguém, mais quem? Minhas amigas não podem ser, elas não sabem que estou comprometida, vou ligar de volta para a Agatha.
Não precisa esperar muito, até que ela me atende. — Boa tarde, quem é?
— Sou eu.
— A oi querida, resolveu me ligar para contar sobre o encontro?
— Na verdade, quero um conselho.
— Pode contar o que está acontecendo, vou tentar ajuda-la.
— Então o encontro foi legal, eu realmente me surpreendi com o Nicolas, ele foi muito educado.
— Não vejo qual é o problema.
— Continuando, depois que acabou o encontro, voltei para casa me arrumei e fui para o baile de verão com o Thomas.
— Você não perde tempo em, é por isso que não queria ir ao encontro? —Ela ri.
— Não o Thomas é só meu amigo, bem eu achava.
— Como assim, achava?
— No baile não rolou nada, fui junto com a Paula e Estesie. Porém, hoje ele veio aqui em casa para terminar um trabalho do colégio, e ele me beijou.
— E como foi, você gostou?
— Sim, foi magico ele me beijou quando caiu a luz, mas quando ela retornou inventou uma história e foi embora. O que isso significa?
— Que babaca! Se para ele seu beijo não significou nada, então ele não te merece.
— Será que foi tão ruim assim?
— Liana esse é um sinal, para não estragar seu legado com quem não te merece. Você não disse que o Nicolas foi um cavalheiro?
— Mas eu nem o conheço direito.
— Se esse é o problema já está resolvido, marca outro encontro e pronto. Não perca tempo com quem não te valoriza.
— Querida chegamos. —Minha mãe grita lá de baixo.
— Meus pais chegaram, obrigada pelo conselho talvez eu o siga.
— Qualquer coisa só me ligar.
— Já estou indo mãe.
Desço até a cozinha e encontro minha mãe toda animada. — Tenho uma novidade, no dia da caridade iremos fazer um baile.
— De quem foi essa ideia de loco?
— Não fale assim, foi a Laura quem sugeriu.
— E por que ela teria essa ideia?
— Quantas perguntas, ela sugeriu porque viu como você estava animada com o baile. Aí pensou em já arrecadarmos dinheiro para ong dos animais. Dois em apenas um dia, não precisaremos nos preocupar no final do ano.
— Talvez não seja tão ruim assim, posso convidar a Paula e Stacy?
— Claro, só dizer para elas que o convite custa 100 reais.
No outro dia já no colégio, eu ainda não conversei com Thomas sobre o ocorrido. Mas basta nos olharmos que rola um clima, ficamos pelo menos 10 segundos se encarando de longe. Contudo nem um de nós dois tem coragem de se aproximar, já na hora do recreio eu estou meio distraída sentada na arquibancada, esperando Paula e Stacy. Que por algum motivo ainda não haviam chegado, estavam mais atrasadas que de costume.