Chereads / Many Different. / Chapter 4 - 04. Spoilt.

Chapter 4 - 04. Spoilt.

— Isa! — Audrey gritou, pelo que devia ser a terceira vez. — ISA!

— Nossa, que garota chata! — a loira retrucou, aparecendo à frente da negra.

— Chata que é você, amor. — Audrey brincou, abraçando a menor, enquanto ria. — Você vai me levar na casa da minha tutora, certo?

— Vou, não é?! — Isa falou, sem ânimo algum. — Vocês devem achar que trabalhar com relações públicas também tem como função ser motorista.

— Ofensivo, Isa. — Audrey fez um bico. — Me desculpe te perturbar, mas a mamãe não quer me deixar sair com o motorista mais.

— E você não pode dirigir?

— Ai, Isa! Que chatice! — reclamou com nervosismo. — Posso, mas eu não "gosto" muito.

— Está com medo de estragar as unhas?! — Isa implicou, indo em direção a saída da enorme casa das Hamilton. — Fresca.

— Não é isso, Isa. — Audrey bufou. — Eu tenho um pouco de medo.

— Como tirou licença para dirigir então?

— Foi bem difícil. — Audrey retrucou. — Eu passei de primeira na prova escrita, mas na outra foi um pouco mais difícil.

— Falta de prática, aposto. — Isa saiu andando, deixando Audrey para trás.

Audrey olhou para as ruas menos limpas e organizadas do que as do lugar onde morava, obviamente.

— Ninguém limpa as ruas aqui, não?

— Garota, aqui não é bairro de classe média. — Isa respondeu e revirou os olhos.

— Isso é injusto. — Audrey falou, irritada. — Direitos são iguais, porra!

— Ai de você se falasse mal daqui.

— Eu sei que você era mais humilde como eles, Isa. — Audrey começou.

— Eu ainda sou humilde, comecei faz pouco tempo a trabalhar em relações públicas.

— Não vou falar mal de ninguém daqui... Sou um pouco mimada, como diz, mas não sou hipócrita.

— Um "pouco"... — Riu com escárnio. — Sua mãe pelo menos tem tempo de te educar para não ser uma filha da puta que não liga para os outros... E você é mimada e não é pouco.

— Não tem uma conversa com você que não tente me colocar como ruim?

— Só estou te colocando a par do que pensam de você. — Isa deu de ombros. — Se isso for doloroso demais para sua realidade, me desculpe, majestade.

— Vai se foder!

As duas permaneceram em silêncio até Isa parar o carro com Audrey gritando que tinha visto o número 63 na casa e era ali que ela encontraria sua tutora.

As duas saíram do carro e passaram pelo gramado verdinho e bem cuidado dos Griffin.

Vozes altas foram escutadas antes mesmo de chegarem perto da porta.

— Será que estão brigando?

— Não é porque são menos favorecidos que você, que vão matar uns aos outros, Audrey. — Isa brincou com sarcasmo.

Audrey revirou os olhos, ela não tinha levado o pensamento para onde a loira pensava... Só estava preocupada que pudesse atrapalhar.

— Eu não quis dizer isso, anã de jardim. — A negra fez uma careta para a menor.

— Eu te processo!

— Processa e minha mãe te demite! — Audrey ameaçou e riu, irônica. — Mas fácil ela me demitir do "cargo" de filha do que demitir você.

— Ainda bem que você sabe, advogada de meia tigela!

— Meia tigela é você! É tão pequena que metade da tigela basta!

A negra riu e Isa mostrou o dedo do meio.

— Espero que "se" você se formar, seja uma profissional melhor do que é com ofensas!

Audrey revirou os olhos e tocou a campainha. O falatório continuou no lado de dentro, a negra apertou novamente o botão.

— Já vai!

— Família Griffin ao seu dispor, boa tar... Audrey Hamilton?!

— Sim. — Audrey respondeu para a garota que atendeu a porta, fazendo uma brincadeira.

Reconheceu como uma das garotas da festa ilegal que foi com Emeraude e a namorada dela, Ayla.

— Ema! — Funaki gritou para a irmã. — Audrey está aqui.

Ficou bastante animada desde o dia que soube sobre Ema dar aulas para Audrey.

— Aliás boa tarde. — Desejou para as duas.

— Boa tarde. — Audrey e Isa responderam.

— Qual seu nome? Sou a Funaki — falou para a loira. — Poder feminino... Adorei a camisa.

— Obrigada, sou Isa. — respondeu sorrindo, Funaki abriu a boca, encarando-a. — Empoderamento feminino... É um bom caminho, não acha?

— Você é tipo um ídolo minha irmã, a respeito de Relações Públicas! — Funaki sorriu para Isa. — Nós lemos a entrevista que você deu para o jornal, falando que tinha nascido em bairro de classe baixa e afins... Muito legal!

— Obrigada. — Isa sorriu feliz.

— Você pode me arrumar uma camisa tipo a sua?

— Funaki, larga de ser atrevida. — Ema chegou, falando. — Oh meu Deus, Isa?!