Jack
— Você está bem? — meu chefe pergunta assim que encerro a ligação.
— Sim, estou bem agora. — respondo mais aliviada, depois que consegui finalmente falar com o Alex.
— Ele está vindo? — meu chefe pergunta me dá dando um lenço para assoar o nariz.
— Sim, graça a Deus. Ele está vindo!
Rubens começa a conversar comigo enquanto Alex não chega. Meu celular toca, atendo sem olhar o identificador de chamadas e digo.
— Oi, amor, já está chegando? — pergunto com carinho.
— Sabia que você me amava , Jackeline! — ouço a voz do Michael e reviro os olhos.
— Michael?! Desculpe, pensei que era o meu namorado! — respondo com sinceridade.
— Então, é verdade. Você está namorado aquele palhaço! — ele rosna e eu reviro os olhos novamente.
— Sim, eu estou! — confirmo e olho para meu chefe e é a vez dele de revirar os olhos.
— O chefe sabe? — ele pergunta e noto um tom de mágoa em sua voz.
— Sim, ele sabe! — respondo recebendo apoio do meu chefe.
— Jackeline, por que você não me dá uma chance? — ele implora.
— Michael, pelo amor de Deus! Eu nunca amei você, nunca vou sentir nada por você. E se continuar a insistir nisso, vamos perder até a amizade! — digo perdendo a pouca paciência que eu tinha.
— Eu te amo, Jackeline! — ele diz.
— Mas eu não! Você precisa entender isso. Pelo amor de Deus! — grito.
— Tente se acalmar, Jackeline! — meu chefe pede quando o monitor começa a apitar e, no quarto, entram o médico e as enfermeiras.
— Como vou me acalmar, chefe. Se Michael não entende que não quero nada com ele! — explodo nervosa.
— Eu vou lutar pelo seu amor! — ele grita transtornado ao telefone.
— Vá para inferno, Michael e me deixe em paz! — grito e encerro a ligação.
— Hei... você precisa se acalmar! — o médico avisa. Ele olha o monitor e verifica a minha pressão.
— Eu estou tentando... — Respiro com um pouco de dificuldade.
— Senhorita Baptista, se você não se acalmar, vou ter que te sedar. — o médico alerta arrumando também o oxigênio.
— Minha filha, tente ficar tranquila. Daqui a pouco o seu namorado chega — o meu chefe fala.
— Agora, quero que você inspire e expire, respira bem lentamente — o médico pede E depois de vários minutos, começo a me sentir mais controlada.
— Isso. Agora sim! — o médico elogia.
— Obrigada, doutor — agradeço.
— Está se sentindo melhor? — pergunta.
— Sim, eu estou, doutor. Obrigada! — agradeço novamente e quando ia falar, mas alguma coisa, ouço a voz de Alex:
— O que houve com você? —Alex pergunta, dava para notar que ele estava chocado.
— Oi. Que bom que você veio! — respondo.
Ele vem até a mim, abraça-me e me beija com muito ardor. Nesse momento, até esqueço que tem mais pessoas no quarto e apenas me entrego.
— Ah, pelo amor de Deus! Se controlem. — Ouço a voz de um homem desconhecido e sorrio.
— Desculpe — respondo sem graça
— Não se preocupe, senhorita Baptista. É bom ver que já está bem melhor! — o médico brinca, deixando-me vermelha.
— Doutor, gostaria de lhe de apresentar o meu namorado. Alex Mendonça — eu o apresento ao meu médico.
— Prazer, doutor! — Alex o cumprimenta.
— O prazer é meu. Me chamo André Santos e hoje sou eu que estou cuidando da sua namorada — responde, cumprimentando-o.
— Doutor, por que a minha namorada está aqui no hospital? — pergunto preocupado.
— A senhorita Baptista deu entrada aqui no hospital com o quadro de envenenamento — o médico, responde.
— Envenenamento?! Como assim, ela foi envenenada? — Alex pergunta chocado.
E o médico começa a relatar o que tinha acontecido comigo e, quando termina, ele avisa.
— A polícia foi chamada e eles já estão aqui, aguardando para falar com a senhorita Baptista.
— Ok, doutor. Eu vou falar com eles — respondo agora mais tranquila, já que o Alex estava está do meu lado.
— Mais tarde volto para ver como você está — o médico avisa e eu concordo com ele. Assim que ele sai, Alex me abraça com cuidado e volta a me beijar. Sentir os lábios dele faz com que meu corpo fique trêmulo de excitação.
— Meu Deus, gente! Acho melhor sairmos daqui! — Ouço a voz do meu chefe e paro de beijar o Alex, sorrio sem graça.
— Alex, esse é o meu chefe, Rubens Peres — eu o apresento para meu chefe.
— Muito prazer, Alexandre Mendonça. — Eles apertam as mãos em cumprimento. Fico olhando para o homem que chegou com Alex e ele diz
— Jackeline, esse é o meu amigo e advogado, Humberto Castro. Humberto, essa linda mulher é a minha segurança, Jackeline Baptista.
— Muito prazer, segurança, Jackeline Baptista! — ele me cumprimenta sorrindo, olha para meu chefe e o cumprimenta também.
— O prazer é meu! — respondo sorrindo.
— E agora, já que todos fomos apresentados, vamos aguardar a polícia chegar e assim podemos dar fim a esse dia tão longo — Alex comenta e concordo com ele. Que dia! Não vejo a hora dele acabar.
— O bom que eu estou aqui para poder te ajudar nos depoimentos — Humberto fala.
— É verdade. Que bom que você está aqui. Agradeço muito.
Ouço baterem na porta, uma enfermeira entra no quarto, me olha e diz:
— Senhorita Baptista, a polícia está aqui. Posso deixar os oficiais entrarem?
Faço sinal de positivo com a cabeça. A enfermeira abre a porta e entra um casal, que se identifica como Carla Faria e Marcos Alves. Após cumprimentarem todos ali no quarto, a policial Faria diz.
— Boa noite, senhorita Baptista!
— Oi, boa noite, policiais, esse aqui do meu lado é o meu namorado, Alexandre Mendonça, o amigo dele, Humberto Castro, e o meu chefe, Rubens Peres.
— A senhorita está se recuperando de uma tentativa de assassinato. Certo?
— Sim, é verdade — concordo com ela.
— Então, quero que me conte tudo o que aconteceu com a senhorita — ela pede. — Ah, se você se não se importa, vou gravar o seu depoimento. Tudo bem? — ela pergunta, olho para Humberto, que acena em concordância. Começo a contar tudo o que me lembro, a policial me ouve com atenção e quando acabo de relatar todos os fatos do meu dia, ela diz.
— Entendo... A senhorita tem ou teve problema com alguém? — a policial pergunta.
— O que seria ter problema com alguém? — pergunto sem entender.
— A senhorita andou brigando ou tendo algum desentendimento com alguém? — o policial Alves pergunta curioso.
— Não. Na verdade, me dou bem com todo mundo — respondo sincera.
— E aquela moça de quem você falou agora pouco? — meu chefe lembra e eu o olho torto.
— Que moça? — Alex pergunta curioso, solto um longo suspiro e acabo cedendo, dizendo.
— Renata... — resmungo.
— E quem é essa Renata? — pergunta a policial Faria.
— É a minha empregada — Alex responde.
— E por que a senhorita teve um desentendimento com essa Renata? — a policial pergunta curiosa.
— Não foi um desentendimento! — declaro.
— Claro que foi — meu chefe responde e olho novamente torto para ele. Não queria que o Alex soubesse dos problemas que eu andava tendo com a Renata, por causa de ciúmes.
— Então, há um desentendimento acontecendo? — pergunta o policial Alves.
—Vamos, Jackeline, conte o que anda acontecendo entre você e a Renata —Alex me encoraja.
— Ok. Vamos lá. Renata não me trata bem desde a primeira vez que estive em seu apartamento, Alex.
— Então essa Renata não gostou que você estivesse morando no apartamento? — a policial pergunta curiosa.
— Na verdade, não sei se ela não gostou de mim ou de minha presença no local.
— Por que você não me contou que teve problema com a Renata? — Alex pergunta curioso.
— Eu não queria causar problemas. E achei que a implicância dela era ciúmes das crianças.
— A Renata não pode falar nada e muito menos te maltratar dentro da minha casa! — Alex declara.
— Eu sei disso, só que ela gosta de você — aviso.
— Só que eu não gosto dela!
— Acredito em você! — respondo sincera.
— Então, fora essa Renata, tem mais alguém que não goste de você ou queira te prejudicar? — o policial Alves pergunta e noto um pouco de ironia.
— Ah, que eu me lembre, não! — sou sincera em minhas respostas.
—Tem o Michael! — meu chefe lembra e olho feio para ele.
— Nossa, o senhor está com uma memória excelente — respondo com ironia.
— E quem é esse tal de Michael? — pergunta o policial Alves.