Jack
Olho novamente para meu chefe. Sei que ele quer me ajudar e que tem grande carinho por mim, ele não tem coragem de me fazer mal. Quanto vou dizer isso para os policiais, Alex diz.
— É um babaca! Ele acha que está apaixonado pela minha namorada. — Sinto o ciúme de Alex no seu tom de voz.
— E a senhorita tem problema com ele também? — pergunta a policial Faria.
— Não. Hoje discutimos porque o sentimento que ele tem por mim está virando obsessão — respondo dando ombros.
— Será que ele seria capaz de te envenenar? — O policial Alves estava curioso.
— Não. Acredito que não. E hoje eu não tive contato com ele. No quartel, vi alguns funcionários, mas contato mesmo só com meu chefe, que está aqui do meu lado — respondo, olhando para Rubens.
— E a senhorita tomou algo enquanto esteve falando com o seu chefe? — pergunta a policial Faria.
— Não! — praticamente grito. — Meu chefe nunca faria nada contra mim e foi ele me que socorreu quando comecei a passar mal.
— Me esclarece uma coisa, senhorita Baptista. A senhorita comeu ou bebeu algo sem ser na casa do senhor Mendonça? — o policial Alves pergunta, curioso.
— Não. Foi só na casa mesmo do Alex! — Os policiais olham para Alex com desconfiança. — Alex nunca me faria mal! — eu o defendo e ele me dá um beijo na testa.
— Vocês tiveram algum desentendimento hoje? — a policial Faria pergunta, ainda olhando para Alex, curiosa.
— Não, nenhum — Alex responde, sincero.
— Então, se não foi você, senhor Mendonça, pode ter sido a sua empregada — o policial afirma.
— Renata? — Alex diz, chocado.
— Isso, a sua empregada! — fala a policial Peres.
— E por que a Renata faria algo contra a Jackeline? — Alex pergunta.
— Meu amigo, pelo amor de Deus! Você não percebe que Renata é louca por você — Humberto comenta.
— Eu sei que ela gosta de mim, mas não acredito que ela seria capaz de algo tão terrível. mal para Jackeline! — Alex responde, surpreso.
— Meu amigo, essa mulher é capaz de fazer qualquer coisa para ficar com você! — Humberto avisa.
— Olha, sei que a Renata é louca pelo Alex, mas será que ela teria coragem de fazer isso comigo, só para ter ele ao seu lado? — indago.
— Jackeline, posso estar enganado, mas acho que ela teria coragem sim! — Humberto responde muito sincero e isso me faz lembrar da ameaça que ela me fez.
— Como o senhor tem tanta certeza da coragem dessa mulher, senhor Castro? — a policial Faria pergunta.
— Certeza, não tenho, mas desconfio muito dela — Humberto responde, convicto.
— Há quanto tempo que a senhorita Renata trabalha em sua casa, senhor Mendonça? — o policial Alves questiona.
— Ela trabalha já tem uns dez anos — ele responde, pensativo.
— E o senhor nunca teve problemas com ela? — o policial Alves continua a perguntar.
— Nunca. Estou muito chocado com a possibilidade de ela ter feito isso. Até porque ela cuida dos meus filhos. — Alex fica assustado e começa a andar de um lado para o outro.
— Se acalme, Alex. Ela não fará mal algum aos gêmeos — digo na tentativa de tranquilizá-lo. Mas confesso que fiquei preocupada também.
— Como posso ficar calmo?! Tem uma assassina com meus filhos! — Alex começa a ficar desesperado. — Preciso ir para a casa. Preciso ver se meus filhos estão bem!
— Senhor Mendonça, não se preocupe. Nada vai acontecer com os seus filhos! — a policial Faria responde.
— Obrigado! —Alex agradece.
— Me diga o nome completo da senhorita Renata. Vamos fazer uma investigação — pede o policial Alves.
— Colunga. Renata Colunga — Alex responde.
— Ok. Com tudo que ouvimos e temos gravado, vamos abrir um inquérito — a policial Peres avisa.
— Eu não vejo a hora dessa história acabar — confesso.
— E, em breve, vai. Agora vamos deixar à a senhorita descansar e entraremos em contato — a policial Faria diz, chama seu companheiro, despede-se e vai embora.
— Bom, eu também irei, minha querida. Vê se descansa! — Meu chefe se levanta e me dá um beijo.
— Amanhã, assim que sair do hospital, vou direto para o quartel. — aviso.
— Nem pensar! Estou te afastando por alguns dias — ele briga. — Não. Eu preciso trabalhar. E o Alex precisa de um guarda-costas
— declaro firme para meu chefe.
— Por que preciso de outro guarda-costas? — Alex pergunta, curioso.
— Eu não posso mais trabalhar com você — digo sem olhar para ele.
— E por que não? — pergunta Alex, curioso.
— É contra as normas da empresa — meu chefe responde.
— Ah, entendo, mas eu também não preciso mais de nenhum segurança...
— Como assim, não precisa mais? — eu o interrompo.
— Graças a Deus, consegui me livrar da Verônica! — comenta.
— Como? — Estou muito curiosa.
—Já te conto. — Ele pega o celular e liga para falar com as crianças. Ninguém atende. —Humberto, você pode me fazer um favor?
— Claro. O que você quer que faça?
— Sei que estou abusando, mas você poderia ficar com meus filhos hoje. Lá em casa? — Alex pede.
— Claro que sim! — Humberto responde e pega as suas coisas. — Estarei lá quando vocês saírem daqui.
— Obrigado! — Alex agradece.
— Pode contar comigo, sempre. Bom, até mais — ele se despede.
Meu chefe e Humberto se despedem. Agradeço aos dois, e eles vão embora. Alex se senta ao meu lado, começa a fazer carinho em meu rosto e diz.
— Vou ligar para casa, para avisar que chegarei tarde e que Humberto fará companhia para as crianças até eu chegar — ele liga novamente e deixa no viva-voz. — Boa noite, Renata. Gostaria de falar com meus filhos.
— Oi, senhor Mendonça. Só um momento — ela fala toda carinhosa.
Olho para Alex e reviro os olhos. E não demora muito para as crianças começarem a falar com Alex. Elas perguntam por mim e pedem para falar comigo. Mesmo cansada, dou-lhes atenção.
— Oi, crianças. Como estão? — pergunto com saudades dos meus pequenos.
— Estamos bem. Você vem dormir aqui hoje, Jack? — Valentina pergunta e os meus olhos se enchem de lágrimas.
— Não. Hoje não posso, anjo. Tenho que fazer plantão no quartel —minto para ela e não gosto, mas é por uma boa causa.
— Ah, por que você tem que trabalhar hoje? — pergunta, triste.
— Eu quero falar com a Jack! — Ouço a voz de Caio. Sorrio de saudades dele.
— Anjo, me deixa falar um pouco com o Caio, tá? — peço e começo a falar com ele.
Converso mais um pouco com as crianças antes de passar o telefone para Alex. Nós nos despedimos e ele avisa aos gêmeos que Humberto ficará com eles, enquanto ele não chega. Acho tão fofo! Ele finaliza a ligação, olha-me com carinho, beija-me, acaricia meu rosto e diz.
— Eu pensei que iria morrer quando você me disse que estava no hospital! — ele declara e fico emocionada.
— Eu fiquei tão assustada quando o médico disse que eu tinha sido envenenada — confesso e sou abraçada por ele.
— Estarei aqui para te proteger, minha marrentinha. Eu te amo tanto! — Sorrio com carinho.
— Eu também te amo! Meu gelinho favorito. — Nós nos beijamos. Quando o clima começa a ficar mais quente, ouço uma tossida. Olhamos envergonhados e nos separamos.
— Desculpe incomodar, mas preciso verificar seus sinais vitais — a enfermeira diz e Alex se afasta para que ela possa fazer seu trabalho. Ela fica alguns minutos sobre mim e, antes de terminar de verificar meus sinais, pergunto ansiosa. — Está tudo bem? — pergunto para o médico.
— Sim, está tudo bem. Se continuar assim, amanhã terá alta. — Ouço e fico aliviada.
— Graça a Deus, muito obrigada — agradeço.
A enfermeira se retira e ficamos sozinhos novamente. Alex olha para mim e pergunta:
— Por que gelinho? — Dou risada e respondo:
— Porque, quando te encontrei pela primeira vez no elevador, você estava sendo tão grosso ao telefone.
— Desculpe. Naquele dia, a Verônica me perturbou tanto que eu estava fora de mim. Fui muito filho da puta.
— E falando em Verônica. O que você fez para se livrar dela? — pergunto curiosa.
— Vou te contar...
Alex começa a me contar e fico bem atenta... ouvindo tudo.
Meia hora depois...
— Caramba, ainda bem que você conseguiu se livrar dela! — respiro aliviada.
— Sim. Agora estou bem mais tranquilo e ainda vou despedir o segurança que a ajudou — conta.
— Você está certíssimo em fazer isso — concordo com ele.
— Agora você precisa descansar, marrentinha — ele diz todo carinhoso e me ajeita na cama.
— E você precisa ir embora — digo, fazendo um carinho em seu rosto.
— Eu sei, mas queria muito ficar com você — diz todo apaixonado.
— Também queria muito que você ficasse, mas não podemos abusar do Humberto. E fico mais tranquila em saber que você estará com as crianças.
— Humberto pode ficar mais um pouco com eles. — Alex brinca, sorrio e voltamos a nos beijar. Ele passa as mãos em meus cabelos, faz-me um carinho e quando começo a adormecer quando o ouço dizer:
— Minha linda marrentinha, juro te amar e te proteger com a minha própria vida. — Adormeço com o seu carinho.