Foi um trato simples, mas qualquer trato magico tem um certo preço nada agradável de ser pago se o quebrar a força.
"Contrato feito, agora você pode me dizer como descobriu sobre meu portal?" Pergunto, pegando meu copo e bebendo o resto do vinho nele.
Não estou realmente assustado em saber que ele descobriu essa informação, a situação seria diferente se de alguma forma eu estivesse sendo monitorado fisicamente, mas magia é outro assunto, a várias formas de saber algo sendo um usuário das artes misticas.
Constantine, me deu um sorriso convencido que quase me fez acerta o rosto dele antes de me responder.
"Não fique assustado colega, não estou te perseguindo por aí como uma de suas fãs, na verdade, eu não sabia tecnicamente que você tinha o portal." Começou ele.
"Adivinhação?" Adivinho, acabando com o sorriso convencido dele.
"Vamos dizer que eu estava procurando um meio para fazer algo, então invadi um cemitério e desenterrei um cadáver para fazer uma pequena adivinhação para me mostrar o caminho, que me levou até aqui, e essa é a única forma de eu entrar num bar country. Então, quando você entrou juntei as coisas e tive minha resposta."
"Como eu odeio ele." Fala Robin do meu lado, ganhando uma aceno meu.
"TUMM!"
As portas duplas do bar fazem barulho, e John Troughton, Andrew Bennett e o resto da equipe voltam de sua busca.
"Nenhum sinal dos vampiros em um raio de cinco quilômetros." Informou Aqualad.
Constantine então tira o olhar do seu copo e olha para o resto da equipe.
"Inferno, bem que eu senti o cheiro de enxof…"
{Cala a boca!} Grito telepaticamente com Constantine, com todo meu limitado poder mental, foi o bastante para ele escutar, mesmo com seus escudos.
Ele estava prestes a contar a todos que a Ravena era metade demônio, algo que ela ainda não está confortável para compartilhar com todos. Se esse idiota tivesse feito isso, juro por todos os deuses que eu teria jogado ele num dos rios do submundo, de preferência no de fogo.
Constantine entendeu a mensagem, e ficou calado, tomando sua bebida lentamente.
{Pode relaxar companheiro, o segredo da sua garota está a salvo comigo.} Falou ele telepaticamente.
Isso criar me da tanta confiança.
"Por que a Starfire está montando um touro mecânico?" Perguntou Kid confuso, chamando minha atenção para o momento.
"Já avisei as autoridades sobre o corpo, podemos seguir em frente." Relatou Robin, empurrando o copo de vinho que servi para ele, copo que não foi tocado, muito diferente do meu.
"Quem é o bêbado?" Perguntou Speedy.
"Nosso novo companheiro e aliado." O apresento.
Constantine ficou reto e colocou seu copo no balcão, depois ele juntou toda sua elegância, que não é muita, e fez uma saudação exagerada para nós.
"John Constantine, mago de quarto grau, aos seus serviços, pelo menos por enquanto."
Todos os membros do grupo acenaram para ele de volta, menos Kid, que já está do lado da Starfire no touro mecânico vendo o espetáculo.
"Temos que nos mover, Mary já tem muito tempo a nossa frente." Andrew nos apressou, e Robin e eu nos levantamos dos bancos.
"Starfire, Kid, vamos embora." Chamou nosso líder.
"O que ele está fazendo agora?" Pergunta Kid.
Constantine do nada se abaixou e começou a mexer em algo de baixo da bancada do bar.
"O que você está fazendo agora?" Perguntou Robin para ele.
"Bem, aqui é a América, e isso é um bar Americano, então deve ter uma arma aqui por algum lugar." Respondeu ele, ainda abaixado.
"Cara, isso um pouco preconceitu…"
"Achei!" Gritou ele se levantando, e calando Kid Flash.
Na mão dele, uma espingarda de cano duplo, seu cano foi serrado, a deixando pequena o bastante para ele a esconder na sua roupa.
"Raven, você pode nos teleportar mais uma vez?" Robin escolheu ignorar tudo isso e se adiantou.
Raven apenas acenou com a cabeça confirmando.
"Por que não usamos um dos meus atalhos, vai economizar um pouco do combustível que ela ainda tem." Ofereceu Constantine.
Tem algo estranho aí.
"Eu dou conta." Disse Raven.
"Fizemos uma longa viagem Raven, deixe que o feiticeiro bêbado faça isso." Tentei fazer ela deixar isso para ele.
Fizemos uma longa jornada até agora, vim do submundo direto para Gotham, aonde fiz algo pela primeira vez, para depois entrar numa guerra contra um exército de vampiros em outra cidade para então voltar para Gotham. Os outros também vieram de outra missão. Então todos estão mentalmente cansados agora, ao ponto em que mesmo a teimosia da Raven não foi tanta, permitindo que Constantine faça sua mágica.
"Aonde temos que ir?" Perguntou ele, acendendo outro cigarro.
Robin dá o endereço para ele.
Constantine estende o braço em que está segurando o cigarro, e balança sua mão deixando algumas cinzas caírem no chão enquanto falava algum feitiço em voz baixa.
As cinzas que caíram no chão ainda brilhantes se transformaram em chamas, que se moveram sozinhas criando um círculo de fogo no centro do bar.
"Prontinho, só entrar no círculo."
Kid deu um passo para frente, mas coloco meu braço no caminho dele.
"Por que isso?" Pergunto duvidando muito dele.
"Do que você está falando?" Pergunta ele, pegando outro cigarro, o terceiro nesses poucos minutos de conversa.
"Não te conheço, mas pelo que me falaram de você, e por esse primeiro contato, você não parece ser o homem mais prestativo."
"Só estou cumprindo o trato que fizemos pequeno mago, ajuda em troca de uma passagem, lembra?"
Isso é verdade, ele tem que nos ajudar contra Mary, mas não tem que nos ajudar em tudo.
Ele não olhou para meus olhos, e também não tenho poder ou habilidade para ler sua mente, mas tenho um pouco de conhecimento em portais.
Olho para o que está formado no chão, o círculo de fogo não tem nenhum símbolo que posso traduzir para saber mais detalhes do dele, mas um mago pode julgar uma magia apenas pela mana emanando dele, e tudo me diz que o feiticeiro bêbado realmente está falando a verdade.
"Vou na frente." Digo olhando para meus amigos, e dou um passo para dentro do círculo de chamas.
Foi como entrar numa porta, você dá um passo, e está dentro de outro cômodo, a diferença é que estou em outra cidade agora, no parque em que Robin e eu comemos esperando o resto da equipe no início dessa missão.
A um círculo de fogo também desse lado, que meus amigos começam a surgir dele.
Um portal perfeito, tão perfeito que não ninguém pode sentir a mudança no espaço ao usar, simples e perfeito.
Segundos depois, todos estão desse lado.
"Odeio magia." Andrew não parecia muito bem após atravessar o portal, meio enjoado.
Constantine foi o último a atravessar, e quando ele fez, o círculo de chamas se apagou.
"Lamento por isso, magia demoníaca e vampiros são uma péssima combinação."
"Aonde vamos?" Pergunta Aqualad.
"Esperamos." Responde Robin.
"Quanto tempo?" Kid Flash sempre impaciente.
"Até o Batman chegar."
"Ele vai demorar?" Pergunta em seguida Starfire.
"Já estou aqui!"
Dando um pequeno susto em todos, o morcego sai da escuridão de uma árvore, envolvido por sua longa capa cobrindo todo seu corpo.
"Bats, já faz um tempo." Cumprimenta Constantine.
"Constantine, você vai se comportar?" Perguntou Batman, olhando diretamente para ele.
"Eu e o menino temos um trato, não se preocupe comigo."
"É uma longa história." Explico, quando Batman olha para mim.
"Venham, vamos conversar sobre os próximos passos." Falou ele.
"Isso é uma perda de tempo, vou caçar Mary e os vampiros dela." Avisou Andrew, que se transformou num morcego logo em seguida deixando seu amigo para trás e voando pela noite.
"Trun!"
Batman disparou com seu arpão que envolveu o pequeno corpo do morcego o puxando para baixo. Antes de cair no chão, Andrew se transforma de novo em humano e depois em névoa que flutuou na direção do Batman, o empurrando contra a árvore com a mão, agora solida, segurando seu pescoço.
"O que foi isso!?" Perguntou Andrew, nada feliz.
"Andrew, entendo sua raiva, mas seria melhor soltar o morcego gigante primeiro." John Troughton, do nosso lado avisou.
Andrew se virou, para ver Robin levantando um dos seus bat-rangs, Aqualad com um chicote de água nas mãos, Kid Flash em posição, Raven com os olhos brilhando, Speedy com uma flecha já apontada para ele, Starfire com às duas mãos brilhando, e eu, com a lâmina da minha espada tocando seu ombro.
Todos prontos para atacar, menos Constantine, que está bebendo de um cantil de ferro que ele tirou da sua capa de chuva longa.
"Não vou permitir um vampiro poderoso como você voando sobre minha cidade livremente." Diz Batman, nada intimidado.
Andrew o solta, e quando ele se afasta, vejo a mão do Batman segurando um bat-rang que antes devia estar apontado para o coração dele.
Abaixamos nossas armas.
[Constantine!] Gritou alguém que não é do nosso grupo.
O que é agora?
Olho para esquerda, e vejo um homem flutuando indo na direção dele.
Um fantasma.
Um fantasma usando um macacão vermelho forte com um "D" branco estampado no seu peito, seu corpo é todo branco, sem cabelos, até mesmo os olhos, menos ao redor deles, que estão pintados de preto.
"Boston, seu bastardo, o que você está fazendo aqui?" Perguntou Constantine olhando para ele.
[Temos um problema!]
"Com quem ele está falando?" Perguntou Starfire.
Apenas Raven, Constantine e eu podemos ver o fantasma.
"Com um fantasma." Respondo para ela não achar que nosso novo aliado está louco.
[Você pode me ver? Espere, tem algo diferente nele.] O fantasmas pareceu muito animado com isso.
"Fique alegre e faça uma reverência real Boston, você está diante de uma realeza descendente de um deus da morte." Constantine é um idiota, mas isso parece ter algum peso para Baston, que se afastou alguns centímetros no ar.
Lembro-me dele, usar o nome de Deadman, um fantasma que foi convocado por uma divindade para trazer justiça a seu assassinato e ao mundo. Diferente dos outros fantasmas, ele tem mais liberdade, com o poder possuir pessoas.
E sobre o Cantantine saber quem é meu pai, não é nada surpreendente, já falei numa entrevista que sou um semideus, e na frente da minha armadura há o simbolo da arma usada por Hades, qualquer um com um pouco de inteligência e conhecimento mitológico pode juntar os pontos.
[Não temos tempo para isso, Rama Kushna mandou uma mensagem de perigo, algo grande está prestes a acontecer em Gotham, temos que procurar e evitar seja lá o que for!] Boston ainda está um pouco distante de mim, mas consegue voltar a conversa.
"Não posso te ajudar nisso, estou colado ao rapaz ali." Apontou ele com o cigarro para mim.
"Não se finja de idiota Constantine, você sabe muito bem que provavelmente temos o mesmo problema." Digo para ele.
"Se vocês conseguem conversar com seja lá que for esse cara novo, vocês vão ter que legendar para os outros, porque essa é uma cena bem estranha." Nos interrompe Kid, realmente esquece que muitos aqui não conseguem falar com fantasmas.
Como esse mundo é muito louco, aceito o fato de que há uma grande chance de sermos atacados em alguma situação por fantasmas ou espíritos que não podem ser vistos por pessoas normais, então aprendi um feitiço simples para os deixar visíveis por algum tempo.
Aponto para o fantasma com minha mão brilhando em cinza e digo.
"Βλέπω!" {Vejam!}
O ectoplasma envolve Boston, e segundos depois desaparece.
"Isso é um fantasma?" Pergunta Starfire curiosa.
"Fantasma, vampiros, o que vem depois, lobisomens?" Speedy já está chegando no limite.
"Eu acho isso incrível, mas é um pouco irritante encontrar esses caras que ficam burlando as leis da ciência." Falou Kid Flash.
"Boston Brand, acrobata de circo que foi assassinato durante uma de suas apresentações no trapézio, o assassino nunca foi pego."
"Você o conhece, Robin?" Pergunta Aqualad, já que o reconhecimento fácil dele não é tão rápido assim.
"Nós dois trabalhamos no caso dele, mas sem sucesso." Responde Robin, olhando para o Batman, que está apenas observando.
[Espere, vocês estão investigando meu caso também?] Perguntou Deadman, mais animado se aproximado de Robin, que deu alguns passos para trás.
"Sim, mas ainda não temos novas provas."
[Isso não importa, já fico feliz em saber que ainda ainda há alguém que não desistiu de encontrar o meu assassino.]
"Basta dessa perda de tempo, temos um vampiro para caçar." Gritou Andrew impaciente.
"Companheiro, quando um fantasma patrocinado por uma deusa aparece com um aviso de perigo, você o escuta, e depois faz as malas e sai da cidade." Sugere Constantine.
"Claro, agora temos deuses." Speedy, já cansado de tudo, se sentou no banco do parque e decidiu apenas escutar a conversa.
"Que ameaça?" Perguntou Batman.
"Ele não tem os detalhes, deuses e profetas não são conhecidos por suas mensagens claras." Respondo.
"Nem me fale." Concorda Constantine, me deixando um pouco desconfortável.
"As chances são altas que Mary vai ser a responsável por tal problema, temos que achar ela." Diz Robin.
"Vamos nos separar em duplas, e procurar por toda a cidade."
"Você não sabe contar Bats, tem onze pessoas aqui."
Ele esqueceu de contar o fantasma.
Então atrás do Constantine, um portal magico de energia azul como um vórtice aparece sem fazer barulho, mas ele sentiu a energia magica no ar e virou para olhar.
"Parece que o álcool ou as drogas afetaram sua mente ao ponto de você nem mesmo conseguir contar." A voz da mulher veio do portal, e Constantine pela primeira vez fica sem palavras, e deixa seu cigarro cair no chão em choque.
O portal se fecha, e la está ela.
Usando uma capa longa preta e um espartilho com listras brancas deixando seus seios bem em evidência, suas botas eram altas, cobrindo grande parte de suas coxas, a outra metade que ficava amostra estava coberta por um meias-calças no modelo de linhas, seus olhos azuis e seus longos cabelos pretos ao vento, e um corpo matador como sempre.
"Zé!" Foi tudo que Constantine conseguiu dizer antes de fechar a baca, Zatanna deu um belo olhar frio para ele.
"Batman, se eu soubesse que ele estaria aqui, eu não estaria aqui."
"Anotado." Respondeu o morcego sem se preocupar com olhar mortal que ela estava dando agora para ele.
Para amenizar um pouco o clima, me aproximo dela e dou um abraço forte a levantado do chão.
"Porque essa animação toda, nos vimos a pouco tempo." Perguntou ela sorrindo, enquanto me abraçava.
"Perspectiva do temporal diferente, te conto tudo mais tarde." Conto a colocando no chão.
"Quem é essa deusa?" Perguntou Kid.
Me viro e apresento para eles.
"Pessoal, essa é minha professora Zatanna Zatara, uma das magas mais poderosas do mundo, e contato da Liga caso algo magico apareça na frente deles."
"É um prazer conhecer vocês pessoalmente, Kírix falou muito bem de todos." Ela deu a todos um dos seus sorrisos gentis, fazendo Kid quase ter uma parada cardíaca.
O sorriso dela desapareceu assim que ela voltou seu olhar para o Constantine.
"Constantine." O cumprimentou em voz baixa.
"Zatanna." Dessa vez ele foi esperto e não falou o apelido carinhoso dela.
"Esses dois com certeza tem história." Kid Fash aponta o obviou, só para ser acertado na nuca pelo Robin do seu lado.
"Vamos nos separar e começar a buscar, quero todos conectados e patrulhando nas rotas já definidas."
Foi o Batman que, formou os grupos e também nos passou rotas para minimizar o tempo de buscas e maximizar a área de busca.
Como ele já disse, ele não vai perde o nosso vampiro aliado de vista e ficou com ele como dupla, e eu fiquei com Constantine.
"Por que ele?" Pergunto desmotivado, sabendo muito bem que não há como trocar meu parceiro.
"Você é o único mago aqui que não o mataria se estivesse proximo dele, e eu também não quero ele andando pela minha cidade sem alguém de olho nele." Foi a resposta que ganhei.
Como o parque fica quase no centro da cidade, tudo que temos que fazer é ir até à posição da bússola marcada no mapa que o Batman nos deu, e ir em frente.
"Você sabe voar?" Pergunto para meu companheiro.
Constantine sorri convencido e ergue às duas mãos que começam a brilhar em verde. No chão, um pentagrama de fogo aparece abaixo dos seus pés, pentagrama que começou a levitar como se fosse feito de algo solido com o Constantine em cima.
"Belo truque."
"Espere até me ver com um balão de festa, aí sem você vai ver o que eu sou capaz." Brinca ele, ganhando altitude.
Começo a voar também, mantendo minha velocidade igual a dele.
"Isso com certeza é melhor que meu truque, uma nova magia, quer vender?"
"Olhe para frente." Aviso.
Ele estava prestes a bater num tronco de uma árvore.
Por que eu avisei?
[Ei, esperem por mim.] Gritou o Deadman, se aproximando no ar e ficando do lado do Constantine.
Poucos segundos depois, saímos do parque, numa das ruas pouco movimentadas de Gotham.
O Batman escolheu o beco do crime como minha zona de busca, depois dele, sou o único que conhece cada canto e becos desse lugar, o homem perfeito para o trabalho.
"Mais que tremenda pocilga, me lembra Mancherster." Fala Constantine depois de ver a vista da minha bela cidade.
Não demorou para chegamos ao beco do crime, que estava igual. Escuro, sujo, fedido e em decadência. As únicas mudanças foram as lojas, que fecharam ou os edifícios que foram dados como impróprios para moradia pela prefeitura, todos eles devem estar mais cheios agora que antes de serem esvaziados, edifícios esvaziados são o paraíso para os sem teto e usuários de drogas.
Já estava escurecendo, e aqueles que vivem na escuridão começaram a aparecer, tomando seus lugares.
Após meia hora de puro silêncio, apenas olhando ao redor sem encontrar nenhum sinal da Mary ou dos seus vampiros, o clima está ficando um pouco tenso e parado.
[Então, o que aconteceu entre você e Zatanna?] Perguntou nosso fantasma.
"A vida aconteceu, a vida aconteceu." Não respondeu o britânico, acendendo outro cigarro.
"Você está querendo apressar sua ida ao inferno? Quantos cigarros você fuma por dia?"
"Dois."
"Não brinque, você já está no quarto."
"Dois maços por dia!"
Esse idiota não vai durar muito.
Câncer é algo que nem mesmo o maior curandeiro da Terra pode curar, só alguém do nível de um senhor do caos ou da ordem para conseguir esse feito.
"Sobre a Zatanna, também quero saber." Deixo minha curiosidade me superar.
Constantine não respondeu logo, e nós começamos a sobrevoar os becos da Rua do Crime, os lugares com mais chances de encontrar vampiros.
"Zé e eu éramos muito próximos, até eu ver uma chance de corrigir um erro meu, para isso eu tomei algo dela sem pedir e acabei fazendo ela sofrer no final também."
O segredo finalmente revelado. Esse idiota provavelmente pegou alguma coisa da mansão da Zatanna sem pedir e depois de falhar, a envolveu também a ferindo de alguma forma.
"Ela é minha professora, e mais velha do que eu, então não vou me envolver, mas se você no futuro fazer algo parecido com isso de novo, nós dois vamos ter uma conversa no Rio Flagetonte." Aviso no tom mais serio que posso falar.
"Anotado." Respondeu ele, dando sua melhor imitação do tom sério do Batman, mas ele sabe que não estou brincando.
[Sério, no meio da rua!]
Boston chama nossa atenção para o beco abaixo, aonde um homem está de costas contra a parede, e uma mulher está de joelhos na frente dele, com a cabeça fazendo movimentos para frente e para trás.
"Pensando bem, essa cidade tem seu charme." Brinca Constantine.
A cena na minha frente não me deixa envergonhado, cresci nesses becos, ver homens dormindo com prostitutas neles foi o de menos, no inverno você pode facilmente encontrar corpos congelados.
"Espere, a mulher não tem batimentos cardíacos." Aviso os dois.
"HAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAA!"
Logo o homem começa a gritar, só que não de prazer, e sim dor.
Boston do nosso lado foi o mais rápido e agir mergulhando e entrando no corpo da mulher no chão. A mulher se levantou e deu vários passos para trás, como se estivesse bêbada.
"HAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAA!"
O homem que teve seu "amigo" arrancado está no chão, segurando sua virilha com às duas mãos, enquanto o sangue escorria.
Boston parece ter dificuldade em controlar a vampira, que estava andando como uma bêbada, dando passos para frente, para depois voltar a mesma quantidade de passos para trás.
[Droga!] Gritou quanto foi expulso do corpo da mulher.
Para evitar que a mulher sem controle ataque de novo, me teleporto para frente dela e a chuto contra a parede.
O corpo dela racha os tijolos da parede, não foi o bastante para parar a loucura dela.
Olhos vermelhos, cabelos curtos pretos, de saia e um casaco de pele falsa, a prostituta vampiro pula na minha direção com sua boca aberta, toda manchada de sangue.
Ignoro o que vi caindo da boca da vampira no momento em que ela abriu e a empurro contra a parede de novo com minha palma aberta, a empresando.
"Επικαλούμαι το κρύο της θλίψης του ποταμού Cocyte!" {Eu Invoco o Frio da Tristeza do Rio Cócito!}
Da minha mão empurrando o centro do seu tronco, nevoa negra surgi e envolve todo seu corpo e a parede ao seu redor deixando ela apenas do pescoço para cima livre do gelo. Com ela presa, retiro a minha mão do seu peito.
"HAAAAAAAAAAAAA!" Ignoro o grito de dor atrás de mim, e dou alguns passos para trás.
Boston para flutuando do meu lado, e Constantine chega ao chão e vai na direção do homem gritando de dor.
Ele coloca dois dedos na testa dele, que brilham levemente, e o rosto dele congelou num grito de dor, para depois cair de lado em sono profundo.
"Pobre bastardo, realmente não há nada mais sagrado hoje em dia." Falou ele olhando para o local do ferimento.
[O que você vai fazer com ela?] Perguntou Boston.
"Estava pensando, se os vampiros transformados tem uma conexão com seu criador, talvez o Constantine ou a Zatanna saibam algum feitiço para localizar o criador usando uma de suas criações."
"Pensou bem."
"Tin!"
O gelo começou a rachar. Eu não congelei o corpo dela, e sim criei uma camada de gelo ao redor do seu corpo a prendendo na parede, por isso ele não é muito resistente.
Levanto minha mão para fortalecer o feitiço, mas Constantine do meu lado agi mais rápido e conjura uma bola de luz amarela acima de sua mão, um sol em miniatura.
"Esse feitiço é bem útil." Os efeitos foram imediatos, os olhos vermelhos da mulher ficarem pretos, e seu corpo relaxou.
"Isso aqui é um feitiço simples de conjuração inca, Apu Inti pode ser um deus bastardo, mas adora queimar criaturas das trevas."
E mais uma vez, ele provou ser um aliado de peso, quem diabos se daria o trabalho hoje em dia de aprender magia inca? Talvez algum mago da velha guarda saiba disso, mas não os novos, por isso esse babaca é um aliado de peso, infelizmente ele estraga tudo sendo ele mesmo.
"Agora para o assunto mais importante, Boston, você realmente entrou no corpo da mulher enquanto ela estava com a boca cheia do…"
[CALADO!] Gritou o Fantasma, balançando a cabeça como se isso fosse realmente apagar sua memória.
Ignoro os dois e me aproximo da mulher. Ela antes estava num estado totalmente descontrolado, mas o sol cortou isso, e a deixo como uma boneca em pé sem vida, esgotada.
Para prevenir, coloco minha mão na testa dela e uso meu próprio feitiço a colocado em sono profundo, muito fácil, já que ela está totalmente esgotada.
"Fiquem de olho na vampira, tenho que o ajudar." Falo para eles e me viro.
O homem pode não estar mais gritando de dor, mas ele ainda está sagrando, e sabendo muito bem de como são lentas as ambulâncias para vir até essa zona da cidade, ele pode muito bem morrer aqui.
"Kírix, para Batman." Toco no meu comunicador.
{Pode falar.} Respondeu ele logo em seguida.
"Capturamos uma vampira durante um ataque, o homem não foi mordido, mas ele está perdendo muito sangue, devido a uma, perda de um membro." Foi o melhor que pude dizer em voz alta.
"HaHaHa!" Ri Constantine atrás de mim.
{Vou avisar as autoridades.}
"Não é melhor o levarmos ao médico? Pelo que me lembro o tempo de chegada das ambulâncias nessa zona é o pior do país, entrando até mesmo no top mundial."
É só pensar bem, o beco do crime é a pior zona da cidade, e todos eles têm um motivo para tentar conseguir drogas, seja para vender ou usar. E que alvo mais fácil de rouba que uma ambulância carregada de drogas protegida apenas por dois socorristas sem armas.
A cidade até mesmo dá um bônus para as ambulâncias que entram nessa parte da cidade, só assim para os motivar, e mesmo com esse o bônus, a chegada até o local pode demorar horas, já que a ambulância tem que tentar varias rotas para não ser seguida ou cair numa armadilha.
{Contactei uma ambulância de uma empresa privada, estabilize o ferido, eles vão chegar aí em minutos.}
Tradução, minha impressa médica de caridade criada exatamente por esse motivo está chegando.
"Entendido."
{Quando ao prisioneiro, estou mandando Zatanna até você, ele vai cuidar dela.}
"Na verdade, quero sugerir algo."
{Continue.}
"Constantine pode usar um feitiço para seguir a conexão entre a vampira e seu criador."
{Não há como saber se quem a transformou foi Mary.}
"Sim, mas podemos juntar vários outros vampiros, e fazer o ritual de uma vez, e depois realizar um ataque organizado contra eles." Dou minha sugestão.
{Concordo, vou dar quatro horas de busca para todos.}
Estou até um pouco emocionado pôr o próprio Batman, o mestre dos planos e preparo aceitar uma ideia minha.
"Você ouviu o morcego, você tem que o estabilizar fazendo pressão na ferida." Mesmo sem me virar, posso ver o sorriso do Constantine.
Ele está certo, mas eu com certeza não vou colocar minha mão lá.
Retiro minha espada das minhas costas e coloco a ponta da lâmina sobre a ferida.
"Επικαλούμαι το κρύο της θλίψης του ποταμού Cocyte!" {Eu Invoco o Frio da Tristeza do Rio Cócito!}
Uma camada de gelo fina e delicada cobre a ferida, assim parando a sangramento, sem congelar ela.
"Tudo feito." Guardo minha espada.
"Isso é trapaça."
[Concordo, eu fiquei com a pior parte.]
"Calados." Ordeno.
"E ela?" Perguntou Constantine.
Esqueci disso, temos que capturar mais vampiros, só que para fazer isso precisamos de uma forma de a locomover.
"Vamos a levar conosco."
Minutos depois, escuto a sirene da ambulância se aproximando.
"Eles estão chegando." Aviso me aproximando da vampira.
"TRINN!"
Quebro o gelo com um soco e a seguro antes dela cair no chão, a colocando em cima do meu ombro.
"Vamos, não precisamos ficar esperando eles pessoalmente."
Começamos a flutuar ganhando altitude, e do alto, vejo a ambulância fazendo a curva na direção do homem machucado. Seus batimentos e respiração estão normais, ele vai sobreviver.
"Vamos continuar na rota dada pelo Batman."
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As buscas continuaram por três horas, até agora não encontramos nenhum ataque, mas duas outras duplas conseguiram capturar dois vampiros recém transformados que estavam agindo como loucos.
Infelizmente, uma vítima morreu durante esse ataque e não pode ser salva, ela caiu durante sua fuga e bateu com a cabeça no chão, morreu na hora.
"Então, essa tal de Rama Kushna, transformou você num fantasma com apenas a habilidade de possuir os vivos e ordenou que você fizesse justiça para o mundo?" Perguntou para meu novo amigo.
[Isso mesmo.] Confirmou ele.
Depois de três horas, é logico que conversamos, e gostei bastante do Boston, ele é um cara legal de se conversa, e uma boa pessoa.
"Parece um pouco acima dos seus poderes, sem ofensa, mas ela poderia dar mais uma incrementada nos seus dons."
[Sim! Finalmente alguém que entende isso.]
"Vocês, por que apenas não ficam calados, estão falando a horas." Gritou Constantine.
Estávamos sobrevoando um zona mais abandonada do nosso local de busca, essa parte da cidade só a edifícios e casas abandonadas, não há nenhum negócio funcionando ou serviço publico. Mesmo assim, essa zona é muito movimentada, pelo tipo errado de pessoa.
[Nem todos são tão reservados sobre si mesmo, Constantine.]
"Eu não sou reservado."
"Abaixo, na esquerda!" Paro os dois.
Estamos cerca de quarenta metros acima de tudo, Constantine ainda está usando seu pentagrama de fogo voador, e eu estou com a vampira em cima do meu ombro, ainda dormindo, tive que fazer o feitiço do sono profundo mais duas vezes para ela continuar assim.
Abaixo de nós, no beco de uma das ruas mais sujas, varias pessoas estão deitadas por todo o lugar, que está iluminado por fogueiras que foram acessas em barris de metal.
Minha atenção não está neles, e sim mais a frente, numa ponte sem movimento, a apenas um homem andando nela.
Isso não é algo estranho, mas o que chama atenção, são as roupas dele.
Calças largas azuis, colete bege por cima de uma camisa branca, cabelos longos loiros com um pedaço de pano em volta de sua cabeça, ele estava usando sandálias comuns, e tinha um violão nas suas costas.
"Qual é o problema, nunca viu um hippie em Gotham?" Perguntou Constantine.
"Já, mas nunca um vampiro hippie." Conto para eles.
Como eu sei disso?
Sem batimentos ou respiração.
Eles são fáceis de encontrar quando os tenho na minha linha de visão, se eles não estiverem, eles podem facilmente passar despercebidos.
Os dois confiam em mim, e nos três descemos em alta velocidade na direção do vampiro hippie.