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Chapter 2 - Conhecendo o Cavaleiro das Trevas.

Ter a ideia de encontrar o Batman, e realmente encontrar o Batman, são duas coisas muito diferentes. Logico que não é uma tarefa impossível, eu poderia criar uma grande confusão para chamar atenção dele, mas ele não é o Superman, então ele não se move como o Superman, a uma chance de ele não aparecer ou perde a hora da transação de drogas por estar ocupado do outro lado da cidade.

Eu poderia ir diretamente até a casa dos Wayne é claro, mas isso criaria mais perguntas e desconfiança, não quero mentir para ele, não sei se consigo o fazer acreditar em mim, o cara é um gênio, ele vai conseguir me ler como um livro aberto.

Então ir até o centro de polícia, e ligar o sinal parece a forma mais fácil de o encontrar. Depois posso contar a verdade para ele concordar em deter Ma Gunn, e recupera meu colar.

Caso tudo dê certo. A necessidade de fugir pode não ser mais ser necessária, Bruce normalmente nos quadrinhos tem um bom coração, talvez depois de ver a situação do local aonde essas crianças vivem, ele possa tomar o controle da instalação melhorando a situação em que eu vivo.

Também não vou negar que eu também estou fazendo isso para o conhecer, e talvez, também conseguir uma chance de treinar com ele. Não quero me tornar um Robin, mas treinar com um dos maiores artistas marciais desse mundo é uma chance única, mas isso já está se desviando do plano e indo para pura imaginação.

Primeiro é preciso lidar com a situação em que estou.

Após anotar todas as datas e locais dos recebimentos desde o início do ano, eu fecho o diário e o coloco de volta no seu local, tenho que deixar tudo nas posições corretas em que encontrei, ninguém pode suspeitar que eu vim aqui. Ainda faltam alguns dias até a próxima entrega, tempo o bastante para me preparar. Eu também arrumo os blocos de dinheiro da maneira que encontrei, é uma pena não poder os levar, eles poderiam ser meu fundo futuro para adquirir minha própria casa, quem sabe talvez fazer uma boa faculdade.

Desde que percebe que renasci no mundo da DC, eu venho me perguntando o que fazer da minha vida, eu não sou incrivelmente inteligente para ser um gênio e usar isso para ser um herói, também não possuo um corpo forte ou habilidade natural de um guerreiro, e com certeza não tenho poderes ou qualquer vantagem roubada que personagens de outras Fanfic que li no meu mundo ganham ao reencarnar ou talvez eu nunca descobri como usar eles. Não vou mentir, ideia de ser um herói nesse mundo é bastante tentadora, mas vamos viver um passo de cada vez, se um dia a oportunidade se mostrar, eu vou a aceitar.

Arrumo tudo da forma que encontrei no cofre, depois de o fechar, o cubro com o piso falso e coloco o carpete por cima, depois com muito esforço, mais uma vez arrasto a antiga mesa de madeira para sua posição correta. Me afasto para ver se tudo está no lugar, então me viro fecho a porta o mais lentamente possível. Antes de voltar para meu quarto, olho para a câmera que foi movida por mim, ela está muito fora do meu alcance para eu conseguir pôr na posição em que a encontrei, e mesmo se eu fizer isso, a câmera vai me pegar. Então tenho que criar uma situação que explique do porque ela foi movida.

Corro até o fim do andar, lá, atrás de uma porta, fica as ferramentas que o zelador usa para limpar o local, pego uma vassoura e corro de volta para de onde vim, uso o cabo dá vassoura para bater no suporte da câmera o deixando mais solto do que ele já estava, quando vejo que é o suficiente, vou até à janela que fica abaixo da câmera e a abro. Venta muito nesse local a noite, Ma odeia o frio, e sempre pede para seu segundo no comando, o Dylan, fechar essa janela antes de escurecer, ele sempre tenta se lembrar disso, mas as vezes se esquece e os gritos da Ma, quando ele se esquece de fazer isso assustam todas as crianças da instalação.

Então encobrir o problema da câmera, e fazer o Dylan ser reprendido é uma vitória dupla para mim. Após devolver a vassoura para o local aonde a encontrei, volto a descer as escadas em direção do meu quarto. Os corredores continuam vazios e bem iluminados, diferentes dos quartos do primeiro andar, por sorte ninguém do meu quarto percebeu meu passeio, todos aqueles que dormem aqui estão nas suas camas dormindo profundamente. Então me deito na minha cama e tento pegar no sono, mas minha mente não permite isso. Não por muito tempo, depois de uma hora deitado pesando nos meus próximos movimentos, finalmente caio no sono, e como sempre, não sonho com nada.

Como sempre, acordei com um grito brusco no outro dia. Refiz a mesma rotina diária normalmente, qualquer que olhava para mim não poderia notar nada de errado com meus atos. Parece que minha ação com a câmera foi um sucesso, os gritos que Dylan recebeu antes das crianças irem para escola foram minha prova. Mais uma vez, fui para escola pública, depois que sai fui atrás do meu próximo roubo, e então voltei para casa e fiz o máximo para evitar encontrar com Dylan, que não deveria estar de bom humor.

Assim foram se passando os dias. Faltava um mês até a próxima entrega, não a oque fazer antes disso a não ser me preparar, preparação que ocorreu sem muitos problemas já que Gunn nos dá bastante liberdade para cumprir a tarefa diária. O único grande evento que ocorreu durante esses dias, foi que eu descobri que Gunn estava usando meu colar.

A senhora sempre usava um modelo de roupa padrão de dois séculos atrás, sempre cobrindo cada parte do seu corpo até o pescoço. Então para confirma que ela estava com o colar, eu tive que a ver em um local aonde roupas não eram necessárias. Comprei uma câmera espiã vagabunda gastando duzentos dólares das minhas reservas. Quando eu fui entregar meu item roubado para ela um dia, eu pedi educadamente para usar o banheiro dela por que estava muito apertado, ela feliz em ver meu produto roubado, um anel dourado, permitiu. A câmera vagabunda tenha memória para gravar apenas quatro horas seguidas. Depois de quatro dias na rotina, pedi mais uma vez para ir ao banheiro e remove a câmera, não fiz isso no dia seguinte porque poderia parecer estranho.

Mas tudo correu bem, levei a câmera para escola aonde usei um dos computadores para assistir o que foi gravado. Ignorando muitas coisas que me dariam pesadelos se eu pode-se sonhar, eu confirmei que ela usava meu colar em volta do pescoço, ele realmente estava lá, coberto por toda aquela roupa.

Então o dia finalmente chegou. Me levantei com mais um grito e fui até o banheiro. De lá, como qualquer dia comum, tomei meu café, mas antes de subir até meu quarto para me arrumar para ir à escola, fui até um dos meninos que moram aqui.

"Ei, Martin."

"Oque é Dio?" Pergunta ele.

"Podemos conversa um pouco?" Falo apontando para a mesa afastada e vazia do refeitório.

"Claro." Respondeu ele, e depois de se despedir de seus outros amigos foi se sentar comigo na outra mesa.

Martin era um dos poucos garotos que eu tenha uma certa interação nesse local, ele tenha dezesseis anos. Um menino um pouco acima do peso com cabelos curtos e olhos castanhos. Ele dorme no mesmo quarto que eu, e nos falamos antes porque costumamos trocar itens roubados, ele roubado comida de lojas, algo banal comparado com que eu roubo, mas comer algo diferente da comida que nos dão nesse lugar vale a pena fazer trocas, muitos também pensam assim, já que Martin vive fazendo esse tipo de negócio.

"Eu preciso que você me cubra hoje." Falo diretamente para ele mantendo a voz baixa.

"Como assim?"

"Eu provavelmente vou me atrasar hoje, encontrei uma chance, mas ela só vai acontecer depois do horário. Então quero que você entregue a tarefa hoje em meu nome, e de uma desculpa para a Ma."

A reunião da Ma Gunn hoje vai acontecer às dez horas da noite, eu tenho que ir mais cedo até o meu destino para ter tempo de os pegar, caso o Batman apareça e aceite me ajudar.

"Isso é perigoso Dio, se ela perceber algo e chamar a polícia, você com certeza vai ser punido." Diz Martin já pensando em negar meu pedido.

Aqueles que não voltam antes das luzes serem apagadas na hora de ir para a cama com a tarefa comprida ou não, são considerados fugitivos, não sou o primeiro que pensou em fugir, de vez em quando, uma criança tenta isso. Aí que Ma chama seus cães de caça da polícia, corruptos até os ossos, eles nos caçam e nos trazem imediatamente até ela sem nem mesmo nos escutar.

"Você me colhesse, já preparei tudo."

Tenho uma certa fama de menino inteligente e engenhoso, e Martin também sabe disso.

"Oque tenho que fazer?" Pergunta ele.

"Eu vou te dar um produto roubado meu, quando estiver próximo da hora de fechar os portões, você vai direto para Ma e fala que esse item foi dado por mim, mas eu não pude dar pessoalmente porque fiquei doente e fui direto para a cama."

Criei a ilusão que eu estar adoecendo para todos, só precisei tossir quando passava por Ma e pelos outros, fiz isso por alguns dias.

"E o que eu ganho com isso?" Martin está quase aceitando.

"Vou te dar quarenta dólares, e outro item para você cumprir sua tarefa diária."

Martin coloca a mão apoiada no queixo pensando se deve aceitar ou não, sei que ele vai, nem um adolescente nesse lugar perde a chance de ganhar tanto dinheiro com tão pouco trabalho.

"Eu aceito." Concorda ele.

Depois apertamos nossas mãos, eu passei para ele discretamente o dinheiro e os itens roubados, um par de brincos e um colar que eu já tenha preparado com antecedência. Depois eu finalmente fui até o primeiro andar tomar um banho para ir até à escola.

Depois como sempre, desço até o térreo e esperei na fila das crianças da minha idade que vão para escola, eu vou ter que ir com eles, gostaria de poder matar aula e ir logo para onde devo ir, mas a escola com certeza vai ligar para Ma para informa que eu não fui hoje, e isso vai me dar problemas, coisa que não pode acontecer.

Após mais uma aula chata e de uma melhor refeição que minha casa me dá, eu saio da escola em direção contraria a que eu normalmente pego. Para ir até o cede da polícia, eu preciso cruzar uma boa distância, algo que minhas pequenas pernas não podem realizar. Preciso de um táxi, só que eles não vêm até o beco do crime. Então eu sair do beco para conseguiu um táxi, algo perigoso, qualquer criança vagando por aqui pode ser identificada como um das Ma Gunn, e a até mesmo um preço para a divulgação de um fugitivo. Então eu pego o caminho mais longo usando os becos escuros e sujos como cobertura. Depois de tanto tempo andando por eles, me sinto confortável andando na escuridão.

Então depois de três horas andando por becos e evitando qualquer forma de vida inteligente, eu finalmente saio do beco do crime. Após cruzar uma pequena ponte e entrar em outra localidade da cidade, eu fiquei surpreso. Diferente do beco do crime, esse local parece muito mais civilizado, mas não fui uma grande mudança, o clima aqui ainda era sombrio, só que me deu uma pouco de segurança ver pessoas realizando serviços diários e ônibus e táxis rodando pela cidade.

Fui imediatamente até uma das ruas e entrei num táxi que acabou de realizar sua corrida, antes mesmo da mulher que estava saindo dele fechar a porta, eu já tenha entrado e puxado a porta fazendo um barulho alto chamando atenção do taxista.

"Oque você quer aqui criança? Não tenho tempo para brincadeiras."

Diz o taxista, um senhor já de idade com cabelos brancos e óculos antigos, ele provavelmente pensou que eu estava brincando entrando no táxi sozinho.

"Meus pais mandaram eu usar um táxi para ir até eles senhor." Falo da maneira mais inocente que uma criança deve falar educadamente para um homem mais velho.

"Seus pais permitiram que você andasse de táxi sozinho?" Pergunta ele chocado.

"Sim, eles mandaram também entregar isso para o taxista que eu peguei, e o mandar ficar com o troco." Digo passando uma nota de cinquenta para ele que não hesita em agarrar.

"Bem, que seja, para onde você quer ir menino?" Pergunta ele se virando para o volante.

"Cinco Pontos." Respondo.

Dinheiro com certeza é útil, ele nem mesmo considerou mais o assunta da minha idade depois que dei cinquenta para ele, ele simplesmente ligou o carro e começou a dirigir indo na direção que indiquei. Foi uma viagem tranquila, tão tranquila que me deixou desconfortável. Olhei para o relógio do rádio do carro, estava quase na hora do toque de recolher, só posso rezar para que Martin cumpra sua parte no trato.

Como a viagem estava bem calma, foquei minha visão para o lado de fora da cidade. Gotham era uma cidade imensa composta de seis ilhas ligadas entre si por pontes. Os prédios eram altos e negros e tomavam todos os cantos da cidade. De vez em quando, no alto, um dirigível apontava suas luzes para baixo dando um toque dramático em tudo.

Aprendi a ignorar o fato de uma cidade tão avançada como essa usar dirigíveis, tem coisas que é melhor deixar para lá.

Depois de meia hora, finalmente chegamos. O táxi para próximo da calçada e eu pulo imediatamente dele sem me importa em dizer nem um obrigado, logo corro até para um beco próximo para me esconder para sair de vista de todos. Um mal habito meu adquirido depois de tanto tempo roubando.

A área dos Cinco Pontos fica na parte leste inferior à cidade, meu destino não fica muito distante de onde eu estou. Após caminhar alguns minutos pela rua, finalmente chego até meu objetivo, a sede da Polícia de Gotham.

Um prédio antigo com quatro andares, e outro subterrâneo de acordo com a internet. O subterrâneo foi usado como prisão um tempo atrás, mas depois de tantas fugas, ele virou outra coisa.

Chegando ao meu destino, eu não entro pela porta da frente. A muitas viaturas e policiais na frente do prédio. Então eu dou uma meia volta ou redor dele até a parte traseira, que está vazia se você não levar em conta os ratos comendo o lixo deixado aqui.

O motivo de eu vir para aqui é bem simples, quando eu estava pesquisando sobre esse local no computador da escola, eu vi que fora a entrada da frente e lateral, a outro modo de ir até o teto, a escada de incêndio externa.

Não deu muito trabalho puxar a escada retraída, e eu imediatamente começo a subir. As escadas estão conectadas as janelas em cada andar, por isso eu tenha que ter cuidado para ninguém me ver. Passei por dois andares sem problema, os que estavam do outro lado da janela estavam tão focados nós documentos em suas mesas que nem ligaram para mim. Os dois últimos andares também foram bastantes fácies, já que eles estavam vazios.

Finalmente coloco meus pês no telhado da sede da polícia. Só a apenas um espaço vazio aqui em cima, a única coisa única nesse local e a lâmpada de projeção no centro dele. Se parece com enorme projetor apontando para alto com o desenho de um morcego na lente. O Sinal é uma espécie de lenda em Gotham, Batman já está ativo a alguns anos. Todos recolhessem o sinal quando aparece nas nuvens, mas eles não sabem ao certo de onde esse sinal é projetado.

Coloco minha bolsa no chão, ela foi esvaziada após sai da escola e preenchida com matérias que podem ser úteis para isso. Retiro dela uma corrente de ferro bastante bruta e vou até a única entrada para o telhado a não ser a escada de incêndio. Uso a corrente o cadeado para prender a porta. Isso vai atrasar um pouco a polícia. Sei que quando eu ligar o sinal o Batman pode vir, mas se a polícia chegar até mim antes, isso tudo vai ser sem sentido.

Com tudo pronto, eu respiro fundo para tomar coragem, e vou até o sinal, a chave para o acender está na parte de trás dele e eu a aperto sem hesitar.

"Trumm!"

A lâmpada ganha vida no mesmo momento disparando um feixe de luz para o céu noturno, e nas nuvens agora é possível ver forma de um morcego. Tudo que eu tinha que fazer está feito, só posso agora é esperar, então me sento na frente do sinal e espero.

Depois de meia hora esperando no frio, finalmente acontece algum movimento. Só não o que eu esperava, do outro lado da porta que leva até a delegacia, eu escuto um grito.

"QUEM LIGOU O SINAL SEM MINHA PERMISSÃO?" Gritou um homem talvez subindo as escadas.

"TRUM!TRUM!" Bateu ele na porta tentando abrir.

"Quem está aí? Juro por deus que se não abrir essa porta em dois segundos você vai se arrepender." Gritou ele de novo dando vários socos na porta.

"O Batman poderia ser um pouco mais rápido." falo em voz alta em descontentamento pela demora.

"Eu estou aqui!"

Eu não esperava uma resposta. A voz fria e forte me fez pular do lugar aonde eu estava, por conta disso, eu perdi meu equilíbrio cai e rolei até ficar de costa no parapeito do telhado. Agora olhando para frente, eu vejo um homem que está na posição que seria atrás de mim quanto eu estava sentado.

O maldito se aproximou de mim sem fazer nem um barulho me dando um susto que quase me fez ter uma parada cardíaca.

"Porque você ligou o sinal?" Pergunta o Batman.

Seu traje era bastante intimidador, sua roupa era cinza fora seu capuz com duas pequenas pontas para cima e capa que está cobrindo quase todo seu corpo deixando apenas o morcego negro, da mesma cor do seu capuz e capa no seu peito a mostra. Ele não parecia irritado por que ter acendido o sinal, ou talvez ele esteja, não a como saber já que ele não demostra nem uma expressão em seu rosto, mas eu sinto seu olhar por trás do branco da máscara dele me avaliando.

Para responder à pergunta dele, eu só podia dizer:

"Eu gostaria de reporta um crime."

Ele não falou nada, intende isso como um sinal para prosseguir.

"Vários crimes na verdade, mas antes disso, não seria melhor deixar a polícia entrar? Não confio muito neles, mas eles estão quase explodindo a porta."

Batman ficou me olhando alguns segundos, enquanto o som das batidas na porta ficava mais altos, ele então se virou de costas para mim e lançou algo do seu cinto que acertou bem na corrente que eu coloquei para prender a porta, a corrente foi cortada e caio no chão, e a porta se abriu com violência.

"Batman?"

Pergunto a voz do homem que estava do outro lado da porta. Eu não podia ver quem era, porque o Batman tomou uma posição bem na minha frente impedindo minha vista e daqueles a sua frente.

"Podemos conversa Comissário?" pergunta ele.

"Está tudo bem pessoal, podem voltar para o trabalho." Respondeu o Comissário mandando seus homens que estavam provavelmente com ele ir embora.

Após escutar uma série de passos descendo a escada, eu escuto a porta se fechando.

"Oque diabos foi isso?" Pergunta o Comissário claramente irritado.

Batman simplesmente se vira me revelando e deixando o Comissário surpreso. Eu também pude dar uma boa olhada no Comissário, um homem usando um sobretudo com uma barba densa e óculos.

"Desculpe pela porta senhor, mas eu não confio muito na polícia, então eu precisava tomar providencias." Digo.

O Comissário simplesmente se vira paro o Batman e pergunta.

"Outro de seus pupilos?"

"Não." Responde simplesmente ele.

"Como eu já tinha começado a falar antes para o senhor Batman, eu vim relatar vários crimes, e por conta da natureza desses crimes, eu precisava de certa privacidade."

"Eu não tenho tempo para brincadeiras criança, vou chamar o conselho tutelar." Diz o Comissário já se virando e indo em direção da porta.

"Eu posso entregar a vocês o maior fornecedor de drogas do beco do crime!" Falo com a voz com mais segurança que uma criança de minha idade pode falar, mas com um tom claramente assustado.

Isso fez o ele parar seu caminho até a porta, e se virar para mim curioso.

"Oque você sabe?" pergunta dessa vez o Batman.

"Sei tudo. Horários, lugares, quantidade. E o mais importante, quem."

"Você tem dois minutos, garoto, fale rápido." Pronunciou o Comissário.

Consegui a atenção dos dois, agora só falta contar a história de maneira mais convincente possível, não por causa do Batman, ele vai saber se eu contei a verdade ou não, mas sim para o chefe de polícia.

"Pessoa que reina como fornecedora de drogas para o beco do crime é a boa senhora Faye Gunn, mais conhecida como Ma Gunn." Falei enquanto me levantava do chão.

"Aquela que é conhecida como a Santa do beco do crime, responsável pelo Lar para garotos rebeldes da Mamãe Gunn?" Pergunta Batman.

"A própria."

"Essa criança claramente é uma das rebeldes, ele está brincado com nos." Fala o Comissário vendo em minha direção para talvez me prender.

"Eu já falei Policial, eu já tenho provas, se eu não tivesse, eu não estaria aqui." Respondo tirando um papel do meu bolso me levanto e entrego para o Batman enquanto me afastava do Comissário.

Batman imediatamente abriu o papel e ficou lendo por alguns segundos analisando a informação.

"Essas datas combinam com a chegada de drogas nas ruas, a quantidade também está correta. O último endereço é com a data de hoje, quando vai ser essa entrega?"

Ele me pergunta me após passar o papel para o Comissário que ficou ocupado lendo.

"Daqui a três horas, se não me engano." Respondo.

"Já que você não colocou o horário e nem o local da entrega de hoje, você quer algo em troca, o que seria?"

"Ma Gunn tem algo que me pertence, um colar que foi dado a mim por minha mãe, a única coisa dela que eu possuo, se ela for presa esse colar vai ficar com o sistema, como não tenho provas que ele me pertence, eu não vou o poder recuperar legalmente. Então quando os dois estiverem cuidando dela, peguem meu colar de volta, e me entreguem."

"Você está me chantageando?"

Pergunta Batman enquanto se move e abaixa para ficar com seu rosto perto do meu. Não vou mentir, meu coração parou por alguns segundos, mas mesmo assim, respondo o mais calmo que posso.

"Não estou chantageando, estou fazendo um pedido. Estou querendo sair da vida que ela me pôs, e também salvar as outras crianças, mas parte de mim não pode simplesmente desistir da única coisa que minha mãe deixou para trás, mesmo não tendo sentimentos por ela."

Batman pareceu aceitar essa resposta, ele então se afastou de mim e voltou para o lado do Comissário.

"Onde estão os documentos originais que você copiou essa lista?" Pergunta ele.

"No Orfanato, num cofre escondido no chão."

"Temos que a pegar no fraga, nem um juiz em Gotham vai assinar um mandado de busca contra ela." Fala então o Comissário

"Nós diga o local, eu prometo que se ela estiver com seu colar, eu vou o devolver para você."

Confio na palavra do Cavaleiro das Trevas, então digo para eles o local exato no porto em que o negócio vai acontecer. Antes deles se moverem, o próximo assunto vem a frente.

"Eu vou chamar o concelho tutelar para o garoto." Fala o Comissário.

"Você não pode." Interrompe Batman.

"Porquê?"

"O concelho tutelar tem autoridade sobre instalações como o orfanato em que ele está, é muito provável que Faye Gunn tenha contatos lá."

"Então o que fazemos com ele?" Pergunta de novo o Comissário, mas sou eu que responde.

"Me deixem voltar para lá."

"Você é louco criança? Eles vão saber que você fugiu."

"Não, se eles soubessem que eu fugi já haveria relato disso, Ma Gunn usa certos policiais para caçar fugitivos, mas ela os chama usando a lei. Então a relatórios."

"Porque você quer voltar para lá?" Pergunta o Comissário confuso.

"Não é que eu não confie em vocês, mas se algo der errado e Ma Gunn fugir, ela vai saber que eu estou envolvido de alguma forma se eu não voltar. Vocês podem tentar me proteger, mas eu vou acabar caindo nas mãos do conselho tutelar no final."

"Ele está certo Gordon, é melhor o levar de volta." Batman concorda com meu raciocino.

O Comissário então se move para de trás do projetor e o desliga fazendo a imagem céu do morcego sumir, ele então se vira para mim, suspira e fala.

"Muito bem então, eu vou o levar pessoalmente de volta. Ele vai ter que encontrar alguma maneira de entrar sozinho, mas eu vou deixar dois policiais de confiança o vigiando de longe."

Nos dois então olhamos para onde Batman para ver se ele tinha alguma objeção, mas ele já tinha desaparecido da mesma forma que apareceu, sem fazer nenhum barulho.

"Eu odeio quando ele faz isso!" Grita o Comissário em voz alta.

"Isso foi legal." Digo em voz alta.

A volta até casa foi mais tranquila na parte de trás de uma viatura de polícia. Fiquei abaixando para ninguém me ver quando chegamos no beco do crime, só por precaução, já que uma viatura nesse lugar é um método único para fazer as ruas se esvaziarem. O Comissário trouxe mais dois policiais no carro, no caminho ele colocou os dois a par do que estava acontecendo.

Como estávamos chegando próximo ao orfanato, fiz força para convencer eles a me deixarem fazer o resto caminho sozinho. Os dois policiais que ficariam para me proteger estavam usando roupas comuns, eles vão me seguir um pouco depois. Quando eu saio do carro, eu usei os becos escuros para fazer o caminho família, cheguei no orfanato um pouco depois que Ma e os meninos foram embora para fazer seus negócios, só haviam dois vigias no local, os dois vigiando o portão de entrada, mas ninguém estava vigiando os lados.

Pulei na janela e entrei facilmente no interior e corri para meu quarto. Todos já estavam dormindo, então ninguém percebeu. Na minha cama, eu pude ver um volume coberto por um cobertor. Parece que Martin fez um bom trabalho. Então, eu me deito retirando os travesseiros na cama e espero por boas notícias.

"Bang! Bang! Bang! Bang!"

Não sei como, mas eu consegui cair no sono, uma das vantagens e desvantagens de ser uma criança. Os sons que acordaram todos no meu quarto, e provavelmente todo orfanato. Se pareciam com tiros, e vieram do lado de fora.

"Oque está acontecendo?" "Oque foi isso?" "Vamos ver." "Veio de lá de fora."

Ignoro a voz das crianças e sou o primeiro a me levantar e ir para janela de fora do quarto que tem a vista para frente do orfanato. Abaixo, eu vejo o portão aberto, mas ninguém ferido ou morto no chão. As crianças começam a se amontoar atrás de mim, querendo saber o que aconteceu também. A resposta veio de um grito do térreo.

"Aonde ele está? Aonde está Diomedes!" Gritou uma voz que eu reconhecia bem, Dylan.

Os meninos que estavam em pé ou meu redor abrem espaço para eu correr. É o que eu faço, mas só a uma forma de descer até o térreo, a escada. E Dylan aparece na minha frente subindo por ela.

"Ai está você seu maldito traidor!" grita ele olhando para mim.

Ele também parece ter sofrido um inferno, a sangue no seu lábio, e suas roupas estavam sujas e com manchas de sangue também, seu olho direito estava roxo, e seu nariz torto. Ele esteve no inferno de uma luta.

"Oque você está dizendo Dylan?" Pergunto aproveitando o tempo e pensando numa maneira de descer as escadas.

"Não adianta falar mais nada seu traidor, eu sei que foi você que de alguma forma nos entregou para o Batman e a Polícia!"

"Você está louco? Como uma criança pode entrar em contato com o Batman?" Enrolo mais indo agora em direção de um pequeno vaso com uma planta de plástico que está próxima à parede.

"Já falei que não adianta falar besteira para mim seu moleque, eu vi com meus próprios olhos quando o Morcego tirou o seu colar do pescoço da Ma e falou que não pertencia a ela."

O Batman me fodeu. Ele deixou aquele que não podia escapar, escapar. Com isso já revelado, eu não precisava mais inventar desculpas, ele não me ouviria. Eu já estava próximo do pequeno vaso de planta de barro, eu o chutei com toda minha força.

O vaso voa em direção do rosto de Dylan, mas para minha surpresa, ele levanta seu braço, aonde vejo uma pistola que ele aponta para mim.

"Track!" "Bang!"

O som do tiro e do vaso acertando e se quebrando acontecem em simultâneo, o vaso acertou a cabeça dele o fazendo tremer e perde a mira me salvando.

"HAAAAAAAAAAAA!"

Alguém grita atrás de mim. Quando olho para trás, vejo que uma das crianças foi atingida no braço, e está no chão gritando de dor. Eu tenha esquecido que elas estavam atrás de mim, mas eu não podia ter feito mais nada. O tiro no braço não vai matar ele, mas Dylan vai se recuperar em poucos segundos, então eu corro ignorando a dor do meu pé passando por ele correndo para a escada.

"Seu moleque maldito!" grita ele atrás de min.

Quando eu estou apenas um lance de escadas para o térreo, eu escuto mais uma vez o som, antes de sentir.

"Bang!"

"HAAAAAAA!"

Dessa vez sou eu quem grita de dor, a bala me acertou na parte de trás do meu ombro me fazendo cair na escada, eu rolo por ela sentido cada degrau que quando acertam meu ombro, me faz gritar ainda mais.

"Finalmente o acertei!" Grita Dylan em pura excitação.

"Dylan. Oque diabos você está fazendo!" gritou alguém, eu levanto minha cabeça do chão e vejo outro garoto mais velho gritando na porta, ele deve ser um dos encarregados para ficar de vigia.

"Cala boca, Rodrigues." Grita Dylan para ele, e depois o ignora e vem andando até mim lentamente.

A dor no meu ombro era descomunal, nunca senti nada assim na minha outra vida, mas graças a adrenalina, eu consegui me levantar muito mal, apenas para ser acertado na parte de trás da minha cabeça pela arma.

Devo ter apagado por alguns segundos, eu acordo depois de Dylan me chutar no chão me deixando virando de costa e olhando para ele de pé na minha frente. Ele aponta de novo a arma para mim, sorrindo como um sádico.

"tick!"

A arma está sem balas.

"Droga." Diz ele jogando-a fora.

"Não importa, vai ser mais prazeroso fazer isso com minhas próprias mãos."

Então ele se abaixa colocando meu corpo entre suas pernas e coloca as duas mãos em volta do meu pescoço. Isso me faz acorda completamente, seguro os pulsos dele tentando de qualquer forma o afastar de mim, minhas pernas batem no chão desesperadamente tentando o chutar.

Minha resistência parecia o dar prazer, ele então aperta mais forte ainda meu pescoço. A dor e a falta de ar me fizeram esquecer o ferimento no meu ombro. Depois de alguns segundos, minha vista começou a ficar embaçada, não o bastante para eu não deixar de ver o sorriso dele.

Eu estava morrendo, eu sei disso. Eu estava com raiva. Raiva por morrer nas mãos de um verme como Dylan.

Como eu gostaria de aperta o pescoço dele como ele está fazendo comigo agora.

Então algo acontece. Dylan afrouxa o aperto do meu pescoço me devolvendo um pouco do ar, o sorriso que estava estampado no rosto dele de felicidade ficou duro, como se ele tivesse visto algo realmente assustador.

Deitado no chão, eu não consigo saber o que é, mas então, duas sombras vão em direção dele e agarram seu pescoço, como ele estava fazendo comigo. Isso faz com que ele me solte.

Após algumas respirações, a minha visão é totalmente recuperada. A primeira coisa que eu percebo, é que aquilo que está segurando o pescoço de Dylan, eram dois braços esqueletos que "nasceram" do chão em volta da minha cabeça.

Os braços dos esqueletos pareciam ter bastante força, já que Dylan estava começando a ficar vermelho. Pena que eu não pude ficar vendo isso por mais tempo, não sei se foi a perca de sangue ou a queda, mas eu senti meu corpo ficar bastante fraco, e então eu cai mais uma vez no mundo dos sonhos, para talvez nunca retornar.