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Chapter 17 - Lukia x Grupo de Aventureiros

"Você quer me servir?"

"Isso, eu vi como o senhor é forte e gentil, parece que surgiu uma bela oportunidade a frente de meus olhos."

A mulher ainda se curvava. Eu me sentia um pouco desconfortável, afinal nem a conhecia, e também não conheci ninguém que me pediu pessoalmente para servir a mim. Tinha vezes que eu me esquecia que eu era um lorde, e precisava lidar com essas coisas.

Apesar de confuso e surpreso, por dentro eu pensava que seria uma boa ideia. Quando o verdadeiro Aros entrou em minha consciência, tive as memórias do clone em minha mente, era como uma lembrança, mesmo que eu não tenha vivido. O combate entre ela e o Aros foi algo esplendido, eu pude ver que ela era forte.

"Aros-sama, iremos aceitar uma inimiga como serva? E se ela for uma espiã?"

Foi Lola quem fez eu pensar um pouco mais.

"Hmm." Eu pensava com minha mão ao queixo.

"Se seu clone a trouxe, com certeza foi por conta de estar preocupado com o que ela faria. Ela pode estar mentindo."

A mulher não respondeu, ela ficou com a cabeça baixa, enquanto Lola dizia suas suspeitas verdadeiras e duras.

"Antes disso, qual é seu nome?"

"Zerbst, Urahan Zerbst."

Zerbst... Sinto que já vi uma personagem de light novel com o mesmo nome. Acho que a única coisa que faltava para ela ficar parecida, era ter a pele morena e os cabelos ruivos.

Dizer seu nome assim de cara, já descartava o fato dela ser uma espiã. Nenhum em sã consciência diria o seu, estragaria sua missão no mesmo momento. Mas mesmo assim, poderia ser um nome falso...

"Aros-sama, você ainda está considerando isso?"

Lola olhava para o meu rosto com uma expressão séria. Em seus olhos ela transmitia uma pergunta, como uma comunicação visual: "Está de brincadeira né?".

"Zerbst, não é?" Eu pergunto

"Isso."

"Quais são seus verdadeiros motivos?"

Eu me sentia muito rude, perguntando tal coisa, porém era de se pensar essa situação. Não seria nada legal nesta situação que estávamos, sermos traídos, e ainda por cima, por minha culpa.

Ela não respondeu.

"Lola, vem aqui um pouquinho." Eu falo.

"Tudo bem."

Puxei Lola em uma certa distância, e ficamos de costas para Zerbst.

"Eu acho que será de grande ajuda ela conosco."

"O que?" Lola exclama.

"Preciso verificar o reino das elfas, mas agora não posso ir lá. Se Zerbst servir a mim, eu posso mandá-la para lá e ver a situação."

Lola rangeu os dentes.

"Tudo bem, não sei nem por que está perguntando para mim, apenas estou te seguindo."

Dou um sorriso e acaricio sua cabeça. Logo, voltamos para ficar em frente de Zerbst, e ela estava na mesma posição. Não atacar nós enquanto estávamos de costas naquele momento, mostrou um pouco mais sua lealdade em nós, pessoas na qual ela nem conhece.

"Eu vou aceitar sua proposta."

No mesmo instante, Zerbst levantou seu rosto. E ela estava sorrindo, algo que eu ainda não tinha visto.

"Você servira para mim daqui e por diante."

"Estou extremamente feliz, Lorde Aros."

Essa formalidade me incomodava, mas decidi relevar.

Eu passei a mão sobre minha cabeça, várias vezes, olhava para um lado e para o outro, enquanto Zerbst não tirava os olhos de mim.

"Hmm... Você cumprira qualquer ordem? Tipo, qualquer uma mesmo?"

"Daria a você até minha virgindade se fosse uma ordem."

Rapidamente eu gelei e fiquei corado. Lola ao meu lado, transbordou uma aura furiosa que nem mesmo eu tinha visto na vida.

Coloquei a mão em minha boca, e tossi para disfarçar o clima ruim.

"Certo. Darei sua primeira missão."

Coloquei a mão sobre a cabeça de Lola, para ela se acalmar.

"Quero que você veja a situação do Reino das Elfas. Lembre-se, eles são nossos aliados, sem atacar nenhum deles. Qualquer situação desastrosa, envolvendo o grupo que Kisirel ditou, me avise."

"Certo. Irei agora mesmo, Lorde Aros."

E assim, Zerbst desapareceu em um piscar de olhos.

...

"Como ele ousa!?"

A elfa andava de um lado para o outro, sem parar. Suas empregadas, olhavam seu movimento peculiar, mas não tentavam a acalmá-la, sabiam que qualquer tentativa de repressão aos seus próprios movimentos, seria inútil. A elfa que andava inquietamente, tinha sua pele bronzeada, tinha cabelos compridos e usava um vestido branco.

A palavra que mais se encaixava em suas características, era bela.

"Ele ergue uma barreira no meu próprio reino, sem nem me perguntar antes. E mais!—" Continua a elfa inconformada com seu tom de voz mais alto do que o normal "—Eu mesma podia ter erguido essa barreira! Ele me acha uma fraca!"

"Por favor, Lukia-sama, precisamos de suas ordens para resolver este alvoroço."

A elfa não parou.

"Como? Depois de nós termos feito uma aliança, ele faz seus procedimentos sem me consultar!? Isso é um absurdo, uma quebra de contrato!"

Lukia, a rainha-elfa, ainda transbordava raiva em suas ações. Ela ainda não podia acreditar, que seu recém aliado, tinha feito algo sobre seu reino, sem sua permissão, isso era completamente uma quebra de acordo. Apesar de bem furiosa, também estava confusa. O que tinha acontecido de tão grave?

Finalmente Lukia parou de andar.

"Foi por conta do ataque em Lálario? Ele já tinha chegado e viu a situação desastrosa?"

Ela começou a ponderar sobre a situação. Se Aros viu o que aconteceu no seu reino, com certeza ele deve estar agindo de alguma forma. Erguer uma barreira fazia parte realmente de seu plano. Sem perceber, Lukia abriu um sorriso.

"Ele realmente é capaz de proteger as pessoas assim mesmo..."

Ela se lembrara do acontecimento que tinha acontecido em seu reino. Onde Aros ficou desesperado quando Cássiria foi sequestrada, assim que ouviu as palavras de Lukia, ele tinha atravessado tudo a sua frente para encontrá-la. Sim, esse era o tipo de homem que Aros Silverstein era.

Lukia abaixou seus braços e olhou pela janela. Viu sua população elfa, andarem normalmente, realmente em paz, nem sabiam o que havia acontecido com o povo aliado.

"Preciso o encontrar e ajudá-lo!"

A rainha-elfa, simplesmente se virou e foi em direção as portas. Ela estava decidida, iria ajudar seu aliado como recompensa de não se esquecer dela, e ter protegido o reino.

"O-Onde está indo, Lukia-sama?"

"Irei ajudar Aros Silverstein, esta guerra talvez começou por minha causa."

Ela não tinha mentido. O reino Carius não gostava nem um pouco do reino dos Elfos, e achavam a escória das raças. Foi por esse motivo que Kisirel, o rei de Carius, atacou Lálario, Foi por simplesmente ranço, por Aros Silverstein ter assinado um tratado de aliados com o Reino dos Elfos. Logo, Lukia se sentia na responsabilidade de ajudá-lo.

"Ajudar Aros Silverstein? Mas não sabemos onde ele está, sem contar que ele está em guerra!"

A empregada tentava rapidamente tirar essa ideia da cabeça da Rainha-elfa, mas não funcionou.

"Irei, foi por conta que ele se aliou a gente, que foi atacado, preciso assumir a responsabilidade."

Lukia saiu pelas portas e fechou brutalmente. As empregadas elfas, não conseguiam dizer uma palavra, apenas suspiraram e assustaram pela porta se fechar tão agressivamente.

Lukia tinha decido todos os andares da Árvore Central rapidamente. Saiu pela porta e voou para o portão principal do reino. Os elfos podiam voar sem precisar de magia, eles tinham asas próprias e para poder voar era aprendido assim que pequeno, como andar para os seres-humanos.

Após chegar no portão, olhou para cima e conseguiu avistar a barreira que Aros Silverstein havia erguido. Não era pouca não, a magia era forte, capaz de quem o menos encostar na barreira, morrer com seu corpo queimado automaticamente. Porém, Lukia não ligou e atravessou a barreira, já que o efeito não atingiria quem saísse.

Ela andou e andou, passando pela floresta que rodeava o Reino dos Elfos. Enquanto pensava, onde estaria Aros Silverstein. "Será que ele está fazendo alguma coisa para imobilizar o exército que o atacou? Qual será seu próximo passo após isso" — Obviamente a nossa rainha-elfa estava um pouco atrasada dos acontecimentos.

"Não é que ela realmente saiu da barreira?"

"Que tola."

Lukia parou no mesmo instante. Ouviu vozes, que ecoavam da floresta, pareciam ser vozes de jovens.

"Quem são vocês?" Pergunta Lukia com o rosto sério.

"Eu não gosto de responder essa pergunta, queria dizer uma frase como: Você não precisa saber já que vai estar morta em alguns instantes. Mas vamos dizer."

Para dizer essas palavras, não era ninguém aliado, não eram seguranças que Aros mandou.

Assim que as vozes decidiram que iriam se mostrar, três jovens saem de trás das árvores, bem à frente da rainha-elfa. Lukia os analisou, e mentalmente só pode pensar: "São crianças?".

"Nós somos três aventureiros: Lufena, Liones e Calt, guarde esses nomes com você, antes de morrer."

Lukia franziu a testa, e obviamente gravou o nome dos três.

"E o que vocês querem aqui?"

"Isso não ficou óbvio ainda? Queremos matar você!"

A jovem afirma.

O grupo era composto por três demi-humanos. A garota, que parecia ser a líder, tinha cabelos longos com orelhas de gato. O garoto mais velho, tinha a pele bronzeada e orelhas de leão, e por fim, uma garoto mais inocente, tinha orelhas de raposa.

Lukia olhava para os três e se perguntava: "Quem mandou essas crianças?".

"Vocês sabem quem eu sou, pelo menos?" Diz Lukia.

"Ah sim, não podíamos nos confundir com a beldade que é essa velhinha a nossa frente."

Velhinha? Se irritou Lukia.

"Você, a governadora da grande floresta, a rainha-elfa, Lukia."

O grupo realmente sabia, não tinha dúvidas.

A rainha-elfa ainda estava se perguntando em sua mente, do porquê eles queriam matar ela. Se eram demi-humanos, com certeza o reino Borogh estava envolvido, não teria um por que, aventureiros ameaçar uma governante tão independente.

Lukia fez um pose de batalha, como a fazia décadas atrás, porém não do mesmo jeito. Ela tremia, não por medo, a rainha-elfa não acreditava que teria que lutar contra crianças, jovens que talvez apenas estavam cumprindo ordens.

O grupo dos três aventureiros também se posicionaram com suas armas apontadas para ela.

"Então vamos resolver isso já."

A primeira que avançou, foi Lufena, a garota demi-humana com orelhas de gato. Ela tinha uma longa espada e escudo, mas apenas estava com a espada em mãos. A ponta daquela lâmina, apontava diretamente ao torso de Lukia. Mas a rainha-elfa não mostrou uma posição de contra-ataque.

Assim que o ataque rápido chegou perto, Lukia apenas desviou, e naquele movimento, ela já tinha uma abertura para atacar a jovem. Porém sua mente já estava em conflito demais, para pensar em um contra-ataque.

"Desgraçada!"

Uma voz grossa vinha de cima, lá era o outro membro do grupo, Liones, onde tinha sua pele bronzeada, calda e orelhas de leão. Ele estava ao ar, com seus movimentos em ataque corpo a corpo, Liones apenas girou sua cintura e disferiu um chute forte na rainha-elfa.

Lukia desviou. O gramado se explodiu em blocos de terra, fazendo sua visão ofuscar de tanta fumaça. Mas ainda faltava um, o garoto de cabelo tigela.

E foi assim que a rainha-elfa, foi atingida. O garoto que tinha aparência mais nova perfurou uma das costelas de Lukia, manchando seu lindo vestido branco em um vermelho escuro.

"Te peguei!" O garoto deu uma risada, enquanto pressionava ainda mais a lança.

Lukia franziu sua testa, não de raiva, mas de dor. Ela não tinha escolha, a não ser lançar uma magia para se afastar dali. Sua mão que estava completamente nua, mirou no garoto a suas costas, que estava longe por conta do alcance inacreditável da lança, e então, abriu um círculo mágico.

"Prisons!"

O garoto que estava se vangloriando de sal rápida vitória, foi no mesmo instante, amarrado por vinhas de árvores que brotaram do chão. Lukia aproveitou a chance de sua magia, e fugiu dali. Flutuou a uma distância considerável, na mesma direção que o grupo de aventureiros viera.

"Você só sabe fugir? Pensei que uma governante seria mais forte."

Quem a provocou foi Lufena. Lukia apenas franziu sua testa.

"Ora ora! Será que a rainha-elfa não é tão forte assim?"

"Deve ser aqueles casos em que o filho herda o trono, talvez ela realmente nem saiba usar magia."

O grupo de aventureiros ainda a provocava, para causar alguma condição instável em sua mente, mas era óbvio que não funcionaria. Lukia não estava lutando com tudo, ela estava com medo de machucar crianças daquela idade. Mesmo sendo inimigos agora, talvez foram apenas ordens de alguém superior.

"Eu não quero machucar vocês." Diz Lukia.

"Ah... Mas a gente quer!" Retruca Lufena.

Novamente em uma rápida investida, a garota de orelhas de gato, avança na mesma estratégia para cima da rainha-elfa. Novamente Lukia desviou, Lufena passou reto com sua espada que não atingira nada. A rainha-elfa novamente olhou para cima e viu o garoto bronzeado, ele agora estava rangendo seus punhos, e no mesmo instante disferiu um soco.

Desta vez ela se preocupou, virou para trás no mesmo instante para avistar o garoto de cabelo tigela. Ele estava lá novamente, e assim foi fácil para Lukia desviar. Agora que tinha se livrado dos golpes precisava se distanciar mais deles. Mas ela não desviou de tudo, Lufena se recuperou rapidamente e disferiu um ataque na diagonal para cima da rainha-elfa. Lukia desviou sem problemas, porém se preocupou novamente.

No ataque de Lufena, seu grupo recuperou para dar novos ataques. Liones foi o primeiro a vir com tudo, agora correndo no chão, esticou seu braço para trás, e deu um soco forte. Lukia desviou. Calt, o garoto do cabelo tigela, apontou novamente a lança para a rainha-elfa. Ela deu alguns passos para trás, junto movendo sua cintura para não ser atingida, a ponta da lança tinha passado perto de sua barriga.

"AAAAAAAAAAAHHH"

Não dando tempo de ração, Lufena vem com um novo golpe diagonal. Desta vez a lâmina da espada atinge seu belo rosto, fazendo um corte em suas bochechas. Lukia percebeu que a situação estava mais critica e dá um grande salto junto com sua magia de flutuar para se distanciar do grupo.

"Que droga..."

Ela resmunga. Isso por que, eles eram fortes, mas a magia da rainha-elfa podia aniquilá-los assim que fosse atingidos, e ela não queria matá-los. Lukia também percebeu que o grupo também tinha suas pausas como agora, onde estavam recuperando o folego.

"Ai..."

Lukia coloca a mão em suas costelas e percebe que ainda estava sangrando, não só neste lugar como na bochecha também. Eles tinham conseguido ferir a rainha-elfa, a governante do Reino dos Elfos.

Mas ela precisava saber, o porquê de o grupo não estar desesperados para matá-la. Outros reinos já tentaram, mas sempre vinham sem pausas, dando um ataque atrás do outro, porém os jovens respeitavam seu descanso.

"Merda... Eu sei por que" Murmura.

"Eles estão me segurando, talvez eu tenha que ficar de fora no plano de alguém." Ela pensou. E era exatamente isso, o grupo de aventureiros estavam ali para segurar a rainha-elfa, ela não podia ajudar Aros Silverstein, por isso o rei de Borogh mandou eles.

Lukia novamente olhou para o grupo, que pareciam já estarem pronto para uma nova rodada de vários golpes. A rainha-elfa suspirou, por ver que eles eram tão insistentes.

"As ordens foram do rei de Borogh não é? Do Boreas?"

"Isso mesmo, nossa missão é te matar aqui!"

Retrucou Lufena, com uma risada.

Lukia olhou com paixão para os três, além de pena. Eles estavam apenas cumprindo ordens, e tinham uma lealdade bem forte para o rei deles, talvez nunca deixariam de fazer algo por ele.

Perdida em seus pensamentos, o grupo desta vez não respeitou. Liones partiu em uma investida forte desta vez. Seus braços pareciam ter ficado mais musculosos, ele abriu um sorriso medonho enquanto dava grande saltos em direção a rainha-elfa. Lukia com sua mão para trás, ativou um círculo mágico, mas depois de pensar um pouco, desativou. "Se eles pelo menos me atingirem, vão completar a missão e finalmente irão embora." Afirmou em sua mente.

Ela se ajustou e deixou seus braços livres, além de sorrir para o garoto bronzeado.

Não demorou muito, assim que o Liones chegou frente a frente de Lukia, deu um forte soco em seu rosto. Sangue voou para todos os lados, e com o grande impacto, o corpo da rainha-elfa foi fortemente empurrado para trás. Ela voou, destruindo árvores até se colidir em uma que era maior. Assim que atingiu esta árvore, ela caiu sentada ao chão, sem conseguir se mover.

"Será que conseguimos?"

"Não a matamos, mas acho que isso é o suficiente..."

"Tem certeza? Não é como se não pudéssemos matar ela neste momento."

"Não quero matar alguém quando nem está consciente, é imoral."

"Entendi... Então nossa missão está concluída."

"Isso! Vamos receber a festa que Lorde Boreas nos prometeu!"

"Vamos!"

Os jovens se comunicavam, depois de quase matarem a rainha-elfa. Depois de verem que concluíram sua missão, partiram em retirada dali, comemorando depois do show que fizeram.

"Isso... Vocês conseguiram, agora... Fujam... Tem uma pessoa... Que irá matar vocês... Se vocês não fugirem..."

A rainha-elfa não conseguia dizer as palavras, apenas murmurou para si mesma, enquanto sua consciência estava se dispersando. Seus olhos começaram a fechar lentamente, até não conseguir ver nada além de um grande escuro.