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Chapter 15 - O Grande Rei e Interrogatório.

"O que aconteceu no Reino Carius?"

"Aros Silverstein, o novo lorde do Reino de Lálario, atacou sem piedade... A cidade foi coberta por chamas, e muitos morreram."

O velho, da barba comprida e branca por conta da sua idade, da duas tossidas secas.

"Relate a situação de Lálario." Diz o velho.

"Eles estão recuperando os feridos, até agora, nenhuma morte foi confirmada. Mas uma situação me deixou confuso..."

"Diga."

"Se me permite... Um dos curandeiros, não, uma das pessoas que estava comandando tudo por lá, era uma elfa."

O velho começou a alisar sua barba com sua mão. Apesar de sua comprida barba branca, ele tinha um cabelo bem moderno para época, na verdade podia se dizer que ele era até musculoso.

"Uma elfa?"

"Sim, parece que na volta da viajem, Aros Silverstein trouxe uma elfa com ele."

"Hmm..."

Um homem, vestido com uma túnica preta, relatava tudo para o velho ali sentado em seu trono. Este velho, não era apenas um rei, ele era o Grande Rei, o rei do continente inteiro, ele administrava todas as cidades que existia em seu continente. Seu era desconhecido, todos o chamavam apenas de o Grande Rei.

"Alguém sabe em que posição esta elfa está?"

"Pelas informações recebidas, ela é a nova secretária dele."

"Hmm... intrigante."

"Devo comandar 'aqueles', para conter Aros Silverstein?"

"Não interfira ainda, se a situação piorar, vamos mandar 'aqueles'"

"Sim senhor."

O cavaleiro que relatava a situação crítica entre Lálario e Carius, saiu pela porta da sala. O Grande Rei ficou sentado em seu trono, olhando a sala enorme a frente dele. Geralmente ficava vazia, não havia guardas cuidando da sala nem nada. Apenas o trono, as janelas onde as cortinas vermelhas balançavam, e obvio, o Grande Rei.

Nas braçadeiras do trono, ele colocava seu braço e descansava bastante por conta de sua idade.

"Aros Silverstein..." Apenas murmurou.

...

"Aros-sama, para onde exatamente estamos indo?"

"Também não sei."

A resposta chocante de seu líder, fez com que um silencio perturbador preenchesse o clima. Tudo que Lola conseguiu pensar foi "Ele está brincando, não é?" quase como um grito, porém ela guardou para si mesma. Aros estava andando um pouco mais aliviado, óbvio que sua fúria pelo ataque de seu reino, ainda não tinha sumido, mas seu rosto não estava mais sem nenhuma expressão.

"Ele deve estar chegando." Disse ele.

Com "ele" Aros estava se referindo ao Aros Original, em clone que ele mandou para atacar o Reino Carius. Lola também entendeu, então não tocou mais no assunto. Mas em sua cabeça ela não parava, uma das coisas a se pensar era: "Por que ele está fazendo isso?", com "isso" ela quer dizer sobre matar 30.000 soldados e ainda atacar um reino. Uma resposta se formulou tão rápido quanto seus pensamentos, o motivo era obviamente a garota do restaurante, Asura.

Lógico que também era pelo seu reino, ele mal tinha entrado no cargo de lorde e seu reino fora atacado quando estava fora. Aros com certeza tinha agora um grupo contra o seu governo, e por conta disso ele pode ter ficado em fúria. Porém Lola sabia que esse era o menor de seus problemas.

Ela lembrou quando Aros avistou Asura ferida, deitada aos gramados sendo curada por magos curandeiros. Tudo que Lola conseguiu ver em seu rosto, eram as palavras "Raiva", "Desespero" e "Tristeza" todas evidentemente estampadas em suas expressões. Além claro, de sua mana poderosíssima se espalhando descontroladamente, demonstrando sua fúria.

"Ei, é você Alfred?" Exclamou Aros.

Lola assustou depois que ele parou bruscamente de seu andar.

"Sim, sou eu Silverstein-sama." Disse uma voz.

A voz não estava apenas para Aros, Lola também conseguia ouvir, era com certeza a magia de comunicação a distância, uma das magia mais usadas por governantes. Nem mesmo Aros sabia de sua existência, porém percebeu que era algo do tipo rapidamente, então não se manifestou surpresa.

"Vim relatar a situação atual." Diz Alfred em um tom sério.

"Claro. Por favor." Responde Aros.

"Irei começar em sua aprovação: Os curandeiros mais capacitados conseguiram curar a maioria da população que se feriu."

"Ótimo, continue."

"Sim. Infelizmente, dez pessoas vieram a falecer por cortes profundos e graves de espadas, as outras conseguiram sobreviver."

Quando Aros ouviu aquilo, ele apertou os punhos, aumentando a sua raiva interna. Lola também percebeu, ela queria pegar em seus punhos e acalmá-lo, porém, não conseguia criar coragem para tal.

"Antes de continuar, por favor... Qual é o estado de Asura? A garota de cabelos brancos, do restaurante."

Essa questão estava incomodando dentro da mente de Aros e de Lola, ambos queriam saber o estado de Asura, se ela não estava entre esses mortos. Os dois rangiam os dentes, de tal ansiedade.

"..."

Silêncio.

"Ei... Alfred!"

Aros e Lola ficaram mais ansiosos e preocupados depois do silêncio de Alfred.

"Ela tem uma situação mais grave —"

Alfred mal terminou a frase, mas Aros arregalou os olhos e sentiu uma grande dor em seu coração. Mesmo a conhecido apenas por algumas horas, ele tinha uma paixão por Asura, foram poucas horas juntos, mas Aros se apaixonou à primeira vista.

"Porém não é fatal. Cássiria-dono percebeu que ela é importante para você, ela a levou para o seu quarto e irá cuidar exclusivamente dela lá. Peço perdão em colocar uma pessoa comum em sua cama, Silverstein-sama, mas Cássiria-dono insistiu."

"Entendi. Não há problema, mas faça de tudo para ela sobreviver."

"Ordem entendida perfeitamente, irei relatar para Cássiria-dono... Mas antes, o senhor pretende voltar em quantos dias?"

"Não calculei ao exato, só vou voltar quando ter certeza de que eliminei todos os inimigos."

Ao ouvir essa resposta, tanto Lola, quanto Alfred que estava em Lálario ficaram surpresos e com medo da crueldade que Aros podia colocar em suas ações.

"E-Entendido. Desejo sorte ao senhor, Silverstein-sama, assim me despeço."

"Sim."

A comunicação parou.

Ambos ficaram aliviados que o caso de Asura não era nada que pudesse matá-la. Até Aros conseguiu se aliviar um pouco de seu ódio, mas não era o suficiente para o parar naquele momento, seu caminho era derrotar todos que destruíram o seu reino, e machucaram Asura.

Assim, Aros suspirou.

E a magia de comunicação tinha acabado no momento certo. Ao céu anoitecendo, uma enorme fonte de luz branca emitia quase como um certo sol. Os dois podiam ver duas pessoas flutuando, e uma esfera de luz juntamente a eles.

"Cheguei velhote."

Aros não conseguiu evitar de dar um sorriso.

"Ótimo..."

"Er... Por que tem dois?" Pergunta Aros.

"Esse homem aí é o rei de Carius, essa mulher ao seu lado, trouxe-a por que imaginei ser útil para nós." Diz Aros Original.

"Entendo."

Os dois estavam frente aos prisioneiros. O rei de Carius, Kisirel, estava amarrado em cordas de luz, feitas por Aros atual. A mulher, Zerbst, ainda estava presa a prisão de luz, feita por Aros Original. Ambos os prisioneiros, olhavam para os "Aros", o clone e o corpo verdadeiro.

"Tem..." Diz Zerbst.

"Dois?" Complementa Kisirel.

Obviamente estavam confusos. Existia dois Aros Silverstein, e um estava do lado do outro, um de cabelos brancos — o clone — e um de cabelos negros — o atual, era bem compreensível os dois estarem confusos da situação.

"Será que são gêmeos?" Indaga Zerbst.

"Claro que não, nunca ouvi sobre isso."

Ambos os Aros, estavam fazendo a mesma expressão, uma de irritação e de tédio.

"Bom velhote, eu me despeço aqui, a mana desse corpo ridículo está acabando." Diz Aros Original.

"Certo."

Aros aponta para o Aros Original e um círculo mágico expande de sua mão. Uma esfera dourada, sai do clone e vai em direção a palma da mão de Aros. O Clone que agora estava sem alma, e obviamente, sem mana, se destroça em uma luz forte.

"Certo, vamos começar."

Aros estala o pescoço e olha para o rosto de Kisirel, que estava transbordando de medo. O olhar penetrante de Aros estava o desconfortando o bastante para não conseguir parar de tremer.

"Você viu do que eu sou capaz, hoje, seu reino está em chamas até agora e muitos já morreram. Tem certeza de que ameaçou a pessoa certa?"

Mesmo se tremendo, Kisirel dá um sorriso.

"E o seu? Morreram pessoas também, não está preocupado? Afinal está aqui, conversando tranquilamente."

Aros franze a testa, sua aura começa a emanar do lugar. Em uma fração de segundo, o corpo de Kisirel começa a se levantar. Mesmo com as correntes de luz, seu corpo estava levitando. Quando Kisirel olha novamente para Aros, ele havia desaparecido. Porém não durou muito tempo, até que Aros apareceu novamente, cara a cara com Kisirel.

"Eu dizimei seu reino inteiro, 80 por cento de toda a sua população morreu. Sabe quantos morreram no ataque de vocês?"

Kisirel estava desesperado, seus olhos arregalavam, em resposta ao Aros, ele apenas mexeu sua cabeça negativamente.

"Dez pessoas apenas morreram, e ainda me dói falar disso."

"E-E-Eu não ligo para quantas pessoas morrem, tudo que eu quero, é matar quem se alia a aquela raça nojenta de elfos."

O rosto de Aros começou a se contorcer ainda mais, a mana emanada pelo lugar, tornava o ar rarefeito. Toda aquela sua aura, causava aos animais e as duas pessoas que observava, medo.

"E você ainda esta aqui falando, acho que seus aliados daquela raça nojenta, estão tendo dificuldades agora!"

"Como?"

"O reino dos demi-humanos também não gostam daquela escória, então nos aliamos. Eu destruo Lálario e eles o reino dos elfos."

A tensão subiu, desta vez, Aros não resistiu a sua raiva, e agarrou o crânio de Kisirel. Que rapidamente ao perceber a força de Aros, começou a respirar com dificuldade, seus olhos arregalavam enquanto corriam lagrimas de dor. Seu crânio estava sendo esmagado com um simples aperto de uma mão nua.

"Você é um lixo como governante, e patético. Não soube que ergui uma barreira lá? Não tem como aqueles demi-humanos passarem." Aros diz com um tom mais grosso e alto.

Tanto a voz, quanto a aura emitida de Aros, assustava Lola e Zerbst que estavam ali observando o diálogo dos dois. Aros não conseguiu conter a raiva e começou a esmagar mais forte.

"AAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAHHH" Kisirel gritou.

"Então é o reino dos demi-humanos que estão colaborando com vocês?"

"POR FAVOR!.............. Tenha piedade."

"Diga."

"S-S-S-Sim, foi o Reino Borogh... POR FAVORRRR!"

Finalmente, Aros solta o crânio de Kisirel, e também retira a magia de levitar, o derrubando com tudo no chão. Assim que ele se colide, ao invés de lágrimas, estava escorrendo sangue de seus olhos, ele não conseguiu respirar melhor, ele tossiu muito sangue naquela hora.

Ele se recupera e consegue dizer algumas palavras.

"E-E-E-Eu não sou f-f-forte... não tem o por que me matar aqui."

"Tem razão, como pode alguém ser facilmente detido com mãos nuas e sem magia?"

"Isso! É isso! Eu não tenho importância! Mas essa moça aqui na jaula, ela tem força! Mate ela e me poupe, não sou nada além de um humano fraco." Kisirel diz as palavras, no maior desespero.

Zerbst percebeu que ele estava falando dela. Infelizmente, ela não demonstrou nenhuma reação escandalosa, ela apenas abaixou a cabeça. Tudo que ela tinha feito até então, matar pessoas, servir ao rei Kisirel, foi tudo em vão, ela não tinha conseguido ficar mais forte. Ela foi enganada por um homem maligno.

"Então mate ela, afinal foi ela que quase matou seu clone!"

Aros colocou a mão no queixo.

"Tem razão, ela é uma fonte dos problemas."

Aros não percebeu, mas havia alguém espreitando sobre os arbustos da floresta, observando a situação. Kisirel estava jogado ao chão, esguichando muito sangue, pedindo misericórdia ao Aros.

"Isso! Isso! É ela quem você deve matar e torturar!"

Aros desfaz a prisão de luz, Zerbst estava sem forças, então apenas foi derrubada ao chão, como Kisirel. Mesmo por precaução, Aros prendeu as correntes de luz em seu corpo.

Kisirel conseguiu se levantar apenas para ficar de joelhos. Ele queria ter uma visão privilegiada de Zerbst sendo maltratada, e ao mesmo tempo aliviado de sua vida ser poupada. Neste curto espaço de tempo, a pessoa escondida aos arbustos aparece.

"HAIRUS!"

Uma bola de fogo surge desta pessoa e vai em direção a Aros. Foi um rápido projétil, que depois que pareceu colidir em Aros, explodiu e o lugar foi tomado pela fumaça. A pessoa corre em direção ao Kisirel, segura ele e começa a correr. Ela usava uma túnica preta e tinha cabelos curtos azulados.

"Katia?" Ele perguntou.

"Sim, vamos sair daqui!"

Os dois olharam para trás, para tentar ver o que tinha acontecido. Katia, a pessoa da túnica preta, já comemorava por dentro seu excelente disparo.

"Hã?"

Porém foi rapidamente decepcionada. O projétil não tinha atingido Aros, na verdade atingiu a uma espada. Nada tinha explodido no local, a não ser o ar.

"Você está bem Aros-sama?"

Quem o protegeu, foi Lola, que estava a frente dele, com a espada posicionada para a defesa. Logo ele concluiu que foi ela quem o protegeu, afinal sua espada já estava manchada de queimaduras. Tudo que ele pensou foi "Que garota forte!".

"Estou sim, obrigado Lola."

Ele colocou a mão em cima de sua cabeça, e mexeu para um lado para outro, fazendo um cafuné. Lola não conseguiu evitar de ficar corada e dar um sorriso.

"Precisamos correr mais rápido!" Diz Katia.

"Tá." Apenas confirma Kisirel.

Zerbst ainda estava largada ao chão, ela via seu mestre fugindo sem apoiá-la. Mas nunca tinha esperado isso dele, por isso não esboçou nenhuma reação. Kisirel olhou para trás e apenas sorriu com seu sucesso de fuga.

"É triste ver você querendo reprimir seus sentimentos de ser abandonada." Diz Aros.

Obviamente Lola percebeu que ele não estava falando com ela, mas sim com Zerbst.

"Hã?" Zerbst exclama.

"Você não demonstra nenhuma emoção por ter sido abandonada, mas não é isso que dentro de você está dizendo. Não sei nada sobre sua vida, mas sei que deve estar pensando: 'De novo?'"

Zerbst arregala os olhos, e fica até um pouco corada. Era realmente isso que estava a incomodando, ela reprimia todas suas emoções, Zerbst queria ser uma pessoa neutra, pois mostrar fraqueza ela pensava que era para os fracos. Desde que sua família morreu, nunca mais quis chorar de novo, então se fechou para si mesma. Mas depois da fala de Aros, ela não conseguiu evitar uma lágrima.

"E-E-E..." Ela não conseguiu formular nenhuma palavra.

Aros estendeu sua mão, indicando para não dizer nada.

Kisirel que ainda estava vendo a situação, começou a dar um sorriso, imaginando que Aros a mataria mesmo. Porém não foi isso que ocorreu. Aros desviou a sua palma de Zerbst e mirou nos dois fugindo. Em seu rosto, seu cabelo negro balançava dando um belo sorriso. Kisirel conseguiu arrepiar até a última espinha.

Ele olhou para frente, na oportunidade de ver algo para se esquivar ou se esconder, mas não encontrou nada.

"Tchau."

Um círculo mágico se abriu na mão de Aros e saiu um projétil de luz em direção aos dois fugindo. O percurso foi rápido e rasante, não se desviou em nenhuma rajada de vento, ou algo do tipo. Foi como um raio.

BLLLOW!

O disparo foi rápido e discreto, mais sua consequência foi percebida brutalmente. A cabeça de Kisirel se explodiu pelo ar, uma explosão de sangue foi emitida e seu corpo caiu no gramado da floresta, jorrando sangue para todo lado. Pedaços de seu cérebro se espalharam pelos arbustos, troncos e etc.

"Não!" Grita Katia.

Ela se vira para Aros, que abaixa a mão, mostrando que não iria matá-la. Ela se enfurece, pega o corpo sem cabeça de Kisirel e some em uma velocidade exorbitante.

"Não é esse tipo de pessoa que deve servir, procure uma pessoa que entende você melhor do que ele mesmo!"

Zerbst recebia um conselho de Aros, não evitou soltar mais lagrimas. Ela tinha entendido, a força que ela tanto necessitava não viria de uma pessoa má, não veria de seu mestre, mas sim dela mesma. Zerbst precisava de algum lugar confortável para ficar e evoluir sozinha.

Aros tira as correntes dela e dá um suspiro, junto retira a mão que estava tampando os olhos de Lola, que não gostava daquele tipo de visão. Zerbst finalmente recupera as forças, sua mana começou a exalar, uma mana negra que intrigava Aros. Mas ela não fez nenhum ato perigoso.

Zerbst se levanta, mesmo ainda de joelhos, ela olha para Aros que também estava a observando para não fazer nenhum movimento suspeito. Ela se agacha, coloca as mãos em sua testa e se curva para Aros.

"Aros Silverstein, por favor, deixe-me servir ao senhor!" Ela diz.

"Hã?" Diz Lola e Aros em um tom uníssono.