Aros e Lola caminhavam até a floresta, mesmo indo praticamente em guerra contra um exército, ele não falava uma palavra e obviamente deixa Lola um pouco desconfortável.
"Aros Silverstein-sama, como vai derrotar um exército de 30.000 soldados?"
"Por favor, me chame apenas de Aros..."
"Claro, Aros-sama, você não pretende criar um plano para derrota-los?"
"Mesmo sendo soldados, eu tenho mais poder... Acabar com eles não vai ser um grande problema."
"Entendo..."
Lola estava apenas carregando uma espada de madeira, ela também não sabia o que iria fazer com aquilo, mas estava acompanhando Aros até os soldados.
"Como conheceu Asura-san, Aros-sama?"
Ela tenta criar um assunto, mas Aros fica calado por um momento. Lola tinha imaginado que tinha sido algo muito pessoal, e decide esquecer da pergunta.
"Lola Greyroth, não é?"
"Sim."
"Você está só com uma espada de madeira?"
"Estou sim, me desculpe ter uma arma tão inútil, porém é a que eu tenho por enquanto."
Aros dá uma pausa em seu andar, ele olha para Lola e se aproxima. Ela se assustou, ele não estava com uma cara de que iria fazer uma piada ou dizer para relaxar.
"Espada de Luz."
Aros cria uma grande espada de luz, ela era bem bonita, vinha até com uma bainha. Ele dá a espada a Lola, e volta a andar.
"Eu tenho um plano, mas ele não te inclui. Se algo acontecer apenas fuja ou lute com essa espada e depois fuja."
"Por que eu tenho que fugir? Eu posso lutar com você!"
"Eu não quero que pessoas importantes para mim ou pessoas que são importantes para as pessoas importantes a mim, se machuquem."
A frase tinha saído um pouco confusa, mas Lola tinha entendido sem problemas. Ela se preocupava bastante com o que ele estava planejando, se era algo bom ou ruim. Seus braços estavam tremendo, pois nunca tinha presenciado essa atitude atacar um exercito sozinha.
Aros para seu andar de frente para a floresta, estava anoitecendo, então estava mais escuro do que antes. Lola não entendia sua parada repentina, mas olha para a floresta que nem Aros estava fazendo.
"Está ouvindo?"
"Sim..."
O que eles estavam ouvindo eram os soldados tirando uma pausa no meio da floresta, eles conversavam alto e gritavam. Podia se sentir também um grande cheiro de carne, eles tinham feito uma fogueira e estavam assando comidas.
"Eles agora estão desprotegidos, mas eu suponho que estejam separados. Então eu não vou atacar agora."
"Você vai atacar eles?"
"Sim, não quero que sobre nenhum."
Lola olha para Aros, que estava com um olhar mais frio de que quando viu Asura machucada. Ele olhava com muita raiva os soldados, sua mão esquerda estava tremendo. Foi ali que Lola tinha certeza que ele faria algo muito ruim com os soldados.
Ela pega na mão de Aros para poder acalma-lo, ele suspira mas não dá nenhuma palavra de agradecimento, que deixa Lola muito irritada, porém acaba relevando.
"Vamos ficar aqui até o amanhacer, assim que eles estiverem saindo, nós o atacamos."
Lola não deixou de se mostrar espantada das palavras rudes de Aros. Ela ainda não sabia de seu poder, mas sendo Lorde de Lálario, já dava para mostrar sua confiança.
Não era bem isso que ela esperava, um amigo de Asura era o Lorde de Lálario? Era um pouco dificil de acreditar, mas aquilo era o menor de seus problemas, Lola nunca tinha matado alguém antes, então estar naquela situação a deixava com medo.
Aros por outro lado, se mostrava tão calmo quanto um gato, ele apenas acendia uma fogueira ali perto. Acampar não era muito de seu fetio, porém aquilo era necessário, mesmo que ele não conhecesse a garota, ele queria dar o máximo de conforto a ela. Ambas das motivações eram iguais, afinal os dois só pensavam em Asura. Então havia duas situações, Lola que estava ajudando Aros apenas por causa de Asura e Aros que estava fazendo sua vingança, por conta que vira Asura machucada.
"Aros-sama, como posso ajudar no seu plano, eu sou uma guerreira, então quero ser útil igual uma", exclamou Lola, em pé diante de Aros. Ele não queria que ela se machucasse, então ter a tirado do plano tinha sido um dos jeito que encontrara.
"Pode esquecer, fico feliz que Asura tenha pensado em mim, e mandar você me ajudar. Porém você ainda é uma criança, não quero que se machuque."
"EU NÃO SOU SÓ UMA CRIANÇA, EU SEI LUTAR!"
"Se sabia lutar, por que deixou Asura ficar daquele jeito?"
As palavras frias de Aros, atingia Lola como um tiro direto. Ela ouviu aquele questionamento e abaixou a cabeça, não tendo nada a responder.
"Já que você sabe, não posso permitir que fique no plano. Então apenas me siga, sem fazer nada."
Aros se levanta e novamente olha pela floresta, para ver se eles tinham se movido ou algo do tipo. Acender uma fogueira ali do lado, era como chamar atenção deles. Porém os soldados estavam tão bebados que provavelmente nem lembravam que tinham atacado um reino.
...
Amanhecendo, com um lindo sol surgindo do lado norte, e com um céu tingido por um íncrivel degradê entre laranja e amarelo, os soldados começavam a se mover. Aros ficou a noite toda acordado esperando eles mudarem de posição.
Lola que estava deitada na grama, ao lado da fogueira, começou a acordar. Aquela noite tinha sido bastante fria, mas por algum motivo ela não tinha sentido nada. Mas enquanto acordava, em cima dela, estava uma capa azul.
Pela cor e pelo tecido de alta qualidade, ela já imaginava de quem era. Aros a noite, que passou acordado observando o movimento dos soldados, percebeu que Lola estava se contorcendo de frio. Então como ato de simpatia, tirou sua capa e colocou sobre a garota.
"Que bom que acordou, eles já estão partindo."
"Então chegou a hora, não é?
"Sim..."
Aros e Lola recolhem seus equipamentos, tudo que haviam deixado na grama. Mesmo o sol estando surgindo, estava um vento gelado, do jeito que Lola estava vestida, certamente pegaria um resfriado.
Mesmo assim, ela tira a capa de cima dela e estende ela até Aros. Porém ele recusa com a mão, e continua recolhendo os objetos.
"Ainda continua frio, fique com essa capa."
"T-Tá."
Aros começa andar, em direção aos soldados que estavam marchando de volta ao seu reino. Os soldados estavam ainda cansados, não parecem ter descançado o suficiente.
Alguns deles, estavam mais energéticos, e começam a debochar dos habitantes de Lálarios.
"Você tinha que ver a cara do velho quando sua loja estava queimando, foi hilário."
"É que você não viu nós, que estavamos perseguindo uma garotinha e uma mulher. As duas estavam tentando se proteger, mas no final a mulher perdeu as forças e deve ter morrido."
"Uau, como você é cruel."
Os dois debocham de suas próprias ações. Aros conseguia ouvri tudo, e obviamente aquilo da garotinha e da mulher era sobre Asura e Lola. Ele aperta seu punho com raiva, mas não faz nenhuma reação em seu rosto.
"Vamos parar.", diz Aros parando bruscamente.
"Por que?"
"Se segure em mim."
A garota parecia confusa, porém ela chega perto dele e o abraça como se estivesse segurando bem firme. Aros solta seu feitiço e começa a flutuar sobre a floresta, dando uma visão bem mais favorável sobre os soldados.
Lola fica surpresa de ver tal magia sendo usada, aquilo realmente era muito raro. Aros olhava com um olhar sério sobre os soldados.
Numa rápida investida, ele voa para frente, para alcançar o lider da marcha. Logo após ve-lo, Aros solta um "Se segure", e Lola responde "Tá bom."
Aros voa tão rápido e decide pousar brutamente na frente do líder dos soldados, dando uma enorme explosão.
Os soldadoa param sua marcha, e se assustam com o ocorrido. Eles rapidamente branjem suas espadas e seus cajados, mas o líder estende sua mão esquerda para poder para-los.
Na fumasa dispersando, estava Aros com os olhos brilhantes em um branco bem forte. Parecia algo como um sol refletindo em uma vidraça, porém o sol era branco demais e a vidraça era os olhos de Aros. O líder não sabia quem era aquele, afinal não fazia muito tempo que Aros tinha se tornado um Lorde, então era bem dificil ele ser reconhecido de imediato.
Lola estava atrás dele, segurando a capa que ele havia lhe emprestado. Impressionada com sua magia que era 10x mais poderosa do que um soldado experiente.
"Quem seria você? Garoto...", pergunta em um tom de piada o Líder.
"Aros Silverstein."
Ao ouvir as palavras de Aros, o líder dá uma risada e saca sua lança. Ela era bem acabada, porém estava um pouco com desnivel por conta do ataque ao reino.
Ele avança sobre Aros tentando acertar seu peito, para isso, ele usou uma magia de velocidade em seu corpo chegando rápidamente em Aros. Porém o que ele não esperava era que Aros estava prevendo esse movimento.
Aros apenas deixa a lança chegar nele, porém quando a ponta iria encostar em seu peito, ela se quebra em múltiplos pedaços. O líder ficou boquiaberto e com muita raiva dele, então decide atacar com o outro lado da lança, mas Aros o interrompeu apenas dando um simples disparo de luz sobre sua cabeça, fazendo a se despedaçar pelo o ar.
Os soldados que estavam vendo a cena, confiante que o líder iria cumprir seus papéis, se chocaram ao ver a cabeça do lider ser despedaçada na frente deles. Um dos sub-líderes grita bem alto: "Ataquem-no!". Os soldados que estavam ali paralisados, começaram a jogar suas lanças em Aros, não só lanças como magias também.
Obviamente todas foram dispersadas e despedaçadas antes de chegar em Aros.
Seu feitiço [Barreira de luz], era invisivel e tudo que a tocasse era despedaçado ou repelido. Obviamente, os soldados ficaram em transe depois de ver que Aros ainda estava de pé e com aquele olhar brilhante em branco ameaçador.
"Q-Que porra é você?"
O sub-líder que tinha cambaleado para trás, ficou pasmo da situação. Aros deu um sorriso bem desconfortavel para aqueles que o viam, e assim apontou seu dedo para cima. Todos os soldados também olham, e se assustam logo depois.
Diversas espadas de luz estavam flutuando sobre o céu, apontado para eles. Os soldados começam a desesperar e correr, obviamente por não terem planejado por isso, muitos se colidem uns nos outros e caem no chão.
Assim Aros dá um simples estalar de dedos, e as espada começam a cair sobre os soldados. Os atingidos foram simplesmente despedaçados por completo, não sobrando nem um pedaço de osso. Os que viam aquela cena, começam a correr dos disparos e gritarem de desespero. Alguns que não foram atingindos brutalmente, estavam no chão, sem algum membro de seu corpo, agonizando de dor. Porém logo depois de uma segunda rajada, todos são atingidos, sem nenhuma exessão.
Lola atrás dele, ficou com os olhos arregalados, vendo aquele massacre acontecer. Havia sangue para todo lado, eram os troncos, as folhas, as pequenas pedras no chão, estavam todas tingidas de um vermelho escuro.
"Acabou, Lola."
A garota ainda não conseguia dizer uma palavra, a única coisa que se passava pela sua cabeça era: "Como a guerra é horrível", "Mesmo sendo soldados, eles tinham familia".
Talvez Aros apenas fez aquela cena horrível, para mostrar a Lola que guerra não era um modo honroso de mostrar seu lado guerreira, e que ela poderia acabar daquele jeito.
Um soldado que havia sido poupado, de propósito por Aros, estava apoiado numa arvore, sem conseguir soltar uma silaba. Ele chega perto desse soldado, e segura por seu pescoço.
"Por favor, Por Favor me poupe... Eu não ataquei por nenhum motivo pessoal, foram apenas ordens."
"Você é imbecil? Acha que eu não sei? Agora me fala, quem te mandou vir aqui?"
O soldado contorcia suas pernas diante da dor que Aros estava causando em sua garganta.
"Por favor, eu tenho uma familia."
"Eu não ligo, você acabou de queimar um reino que havia muitas outras. Para quem você está servindo?"
"Para o Reino Carius, o rei mandou eu destruir Lálario, mas foi apenas ordens."
Aros solta o homem, e o soldado que achou que seria morto naquela hora, é surpreendido.
"Você, volte para Carius e diz que agora estamos em guerra."
"S-Sim."
O soldado, agradecido por Aros ter o poupado, corre de volta para o Reino Carius, bem rápido. Aros deu outro leve sorriso em seu rosto.