─ Eu falei para ficarem em dupla!
─ Sim, mas se não me engano não sobrou mais ninguém para fazer dupla com ele. ─ Fabiano.
─ A culpa é minha, vocês não deveriam estar aqui! ─ ele fica parado estático olhando para o jovem que morreu. ─ Vamos enterra-lo. ─ ele começa a cavar com as mãos enquanto chora, mas Cláudio, Kelly e Juninho o ajudam, em seguida os outros ajudam também.
─ VEJAM! ─ um dos jovens grita e aponta para três cavaleiros que se aproximam.
─ Será que são inimigos César? ─ Cláudio.
─ Não precisam temer, aparentemente não são inimigos. Estão relaxados demais para isso. ─ observando a postura deles.
Os cavaleiros ficam frente a frente com os garotos, no momento em que o corpo é colocado na cova.
─ Estávamos observando vocês o tempo todo. ─ o líder deles falou.
─ Por que não nos ajudaram? Poderiam ter evitado a morte dele. ─ César aponta para o corpo, enquanto ele é enterrado pelos jovens.
─ Queríamos testar vocês para confirmar o sinal que tivemos há pouco, e parece que mais uma vez a profecia não irá se realizar. Vocês não são da Terra, são? ─ o líder.
─ Você conhece a Terra? ─ Cláudio.
─ Não, nenhum de nós jamais teve certeza da existência deste planeta, até agora. ─ diz o líder abrindo os braços.
─ Por muito pouco nós não morremos e vocês não iriam fazer nada para nos ajudar?! ─ Kelly resmunga enquanto cruza os braços e faz uma careta.
─ Nada disso menina, estávamos atrás daquele demônio há semanas, pois ele matou dezenas de pessoas da nossa cidade e justo quando tínhamos a missão de encontra-los, acabamos também nos deparando com ele. O tempo todo o arqueiro aqui, tinha a criatura sobre a sua mira, antes que algum de vocês virasse almoço dela, este arqueiro destruiria o demônio obsessor com uma flechada só. ─ o líder dos cavaleiros apontando para o arqueiro.
─ Um dos nossos foi morto! ─ Fabiano encarando o arqueiro.
─ Você mente! Ele não conseguiria acertar a aranha daquela distância. ─ Fábio, apontando para o líder.
─ Vê aquele mastro. ─ o arqueiro ergue o seu arco mágico e atira uma flecha que o acerta bem no centro, logo em seguida explode uma magia que o destrói por completo.
─ Por que não salvou então o nosso amigo? Com todo este poder e você não fez nada! ─ Juninho fica furioso.
─ Sinceramente não vimos ele ser arrastado pelas aranhas na confusão. ─ o arqueiro olha para baixo enquanto fala, e depois levanta novamente a sua cabeça.
─ Quem são vocês e como sabiam que estávamos vindo? ─ César se aproxima deles.
─ Somos caçadores de demônios, e fomos enviados para confirmar se o feixe de luz que caiu do céu não muito longe daqui, trazia o salvador, como diz nas profecias antigas. Agora deixe-me nos apresentar: o meu nome é Gilmar e estes dois, são os dois melhores caçadores de demônios de todo o Inferno, Daniel o arqueiro e Leandro o ferreiro. ─ ele desce do cavalo e os outros também, enquanto se apresentam.
─ Gilmar temos muito frio, será que tem algum lugar para nos abrigar por hoje apenas? ─ César enrola a sua capa envolta do pescoço.
─ Claro. Tomem isto jovens, vai ajuda-los até chegarmos em Cilar. ─ ele e os outros cavaleiros distribuem alguns cobertores.
Chegando na cidade, eles foram recebidos pelo ancião em seu portão gigante.
─ Mestre, estes são os jovens da profecia? Quase morreram cercados pelas aranhas cinzas e depois, nem conseguem suportar o frio? ─ diz um armeiro.
─ Cale-se. O poder que fala a profecia vem do eu interior, é um poder muito raro e absoluto, poucos são capazes de manifestar. ─ o ancião observando César, com uma certa dificuldade para enxergar.
─ Como aqui faz frio! ─ um dos jovens.
─ Claro, vamos entrar, as muralhas gigantes nos protegem e mantém aquecida a nossa cidade. ─ o ancião.
Tempos depois…
─ Este manto ficou legal em você! ─ Fábio.
─ Pena que não possa dizer o mesmo, no seu caso o defunto era maior! Ah, ah, ah! ─ Fabiano brinca pelo fato do seu irmão ser bem baixo e o manto dele ser enorme, ao ponto de ele ter que dobrar várias vezes a manga.
─ Vocês estão prontos? ─ um dos guerreiros da cidade.
─ Sim, estamos prontos. ─ César, terminando de ajeitar o seu manto cinza.
─ O ancião os aguarda na sala de jantar, vamos.
O guerreiro vira-se e segue para a sala de jantar, com os outros.
Alguns minutos depois…
Os jovens comem como animais, pois estavam famintos depois de toda aquela caminhada em meio a neve.
─ Quer dizer que vocês realmente vieram do planeta Terra? ─ o ancião pensativo.
─ Sim, me diz uma coisa… tem certeza de que isso aqui é o Inferno? ─ César pergunta antes de beber a sua água.
─ O que esperava? ─ o ancião.
─ Larva fervente, almas sendo postas em sofrimento eterno, etc.
─ Meu caro amigo César, você descreveu a prisão do imperador.
─ Imperador? Você quer dizer Lúcifer.
─ Nesse instante todos os guerreiros e guerreiras da cidade que estavam na mesa, pararam de comer e arregalaram os olhos para ele.
─ Não entendi o que você disse demais? ─ Kelly assustada com a boca cheia de comida. ─ Seja lá o que for, peça desculpas, rápido!
─ Ninguém se atreve a pronunciar nenhum dos seus nomes, pois todos que os pronunciam morrem! ─ o ancião fala em um tom bem sério.
─ Morrem de quê? ─ ficou curioso.
─ Ele envia demônios poderosos para caçá-lo, depois da sua morte eles levam o seu corpo para o palácio dele. ─ diz o chefe dos cavaleiros da cidade, ele parece muito preocupado.
De repente um terremoto começa a assolar a cidade. Todos correm, pois, parecem já saber o que vai acontecer. Os jovens guerreiros ouvem vários estrondos do lado de fora das enormes muralhas.
─ O que será isso?! ─ Kelly muito assustada, ao sentir o chão tremer, mas ela não larga a comida.
─ O demônio enviado para caça-lo. Agora o imperador sabe que está nesta cidade. ─ o ancião levanta-se da mesa e segue para fora, todos vão atrás dele.
─ Quer dizer que não tenho como fugir? Quem disse que vim até aqui para fugir dos meus inimigos! Se eu não for capaz de derrotar essa coisa, seja ela o que for, que chance terei quando me deparar com o imperador em pessoa. ─ ele vai caminhando em direção ao portão da cidade e para sua surpresa poucos o acompanham. Os demais se misturam a população com medo e fogem.
─ Abram o portão e deixem eles saírem, antes que este demônio consiga entrar na cidade e a destrua. ─ o ancião aponta para alguns homens.
César ao perceber que poucos vão enfrentar o perigo eminente, olha para a sua esquerda e vê Cláudio ao seu lado, Fabiano e o seu irmão Fábio. Depois ele então olha para a sua direita e vê Kelly, Juninho e João o mais velho do grupo.
─ Então é isso? ─ César ri.
─ Estaremos juntos até o fim, essa será a nossa força! ─ Cláudio põe a mão no ombro do seu amigo.
─ Do que está rindo César? ─ Kelly curiosa como sempre.
─ Nós somos a esperança do nosso planeta! É bem menos pessoas do que eu esperava! Se conseguirmos destruir este demônio, me lembrem de enviar os outros de volta à Terra o mais rápido possível. ─ todos eles observam os portões se abrindo, o bastante apenas para eles passarem.
O monstro está escalando a muralha.
─ FECHEM OS PORTÕES! É tarde demais! ─ o ancião e a população da cidade correm para se esconder.
A criatura gigantesca é um golem de aproximadamente uns dez metros. Ele pula do lado de dentro da cidade.
─ Segurem-se. ─ César se abaixa e seus amigos fazem o mesmo, para evitar o desequilíbrio, devido ao tremor do chão.
─ Nossa! Não é bem o que eu esperava encontrar, mas fazer o quê, não é?! Um golem, quem diria que existem. ─ Cláudio olhando para o alto enquanto se levanta.
─ Se este não é o imperador, imagina só o que nos espera? ─ Juninho com um olhar fixo na criatura gigantesca, que acaba de virar na direção deles.
─ Você tem algum plano César? ─ Fabiano.
─ Vamos nos espalhar e aguardar o momento certo de acertá-lo, pois o monstro é muito forte. ─ ele agacha, pega uma pedra, depois rabisca no chão uma bola representando o inimigo e várias setas vindo de todas as direções, como se fosse para eles o atacarem da mesma forma.
─ César, Olhe! ─ Kelly aponta para o monstro, que está se dirigindo para as casas da população.
─ Não podemos deixar que ele destrua a cidade. ─ ele vai se aproximando do golem.
─ CUIDADO! ─ Cláudio aponta.
─ HAAAAA! ─ o monstro ao jogar uma parte de uma casa que ele arrancou.
─ ESPALHEM-SE! ─ Fabiano se agacha e rola para o seu lado direito, se esquivando da investida do inimigo, mas…
─ Ai! ─ Kelly acreditou que conseguiria se safar pulando para trás, já que a casa estava caindo um pouco a frente dela, mas acabou atingida por um pedaço dos escombros e ficou caída no chão.
─ NÃO! ─ César ao ver a sua amiga ferida no chão. Ele não tem tempo de ajuda-la, pois o monstro se prepara para arremessar uma das pedras enormes, que estão próximas a ele. ─ Não! ─ fecha os olhos e se concentra. ─ Não vou errar. ─ pensa antes de arremessar a sua espada que vai a toda velocidade, passa raspando no braço da criatura e fica presa na muralha.