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Chapter 57 - Bem Vindos ao Campo Mera!

Hector se atrasou alguns minutos. Quando chegou à frente do colégio, um ônibus de viagem estava encostando. Julian e Starla estavam ali na calçada, junto de seus colegas. Todos estavam animados.

Marshall parou o carro, e Hector disparou para fora. Todos ali estavam acompanhados dos pais.

-Julian! -Hector gritou. -Foi mal, cara!

-Oi, Hector. -Julian sorriu. -A gente ainda nem fez a chamada. Pode ficar calmo.

Marshall ria atrás dele.

-Te falei, moleque. Vai devagar. Aliás, cadê o Martelo?

Hector fez força. O Martelo surgiu em sua mão quando ele a estendeu para frente.

-Muito bom. Continue praticando. É melhor que carregar ele em todo lugar.

Parte do encantamento dos Draakins que Hector demorou para conhecer foi aquela, ele poderia guardar o martelo magicamente em seu punho. Mas aquilo era muito cansativo, além de que ele precisava guardar o martelo lá manualmente. Ele realmente precisava parar de lançar o martelo para longe durante as lutas. Se perdesse ele assim, precisaria esperar a volta para usar. E algumas vezes demoraria para chegar.

-Muito bom. -Julian riu. -Se uma emergência acontecer, você está armado.

Marshall riu junto.

-O rapaz ainda precisa aprender a usar os talentos dele.

-Pois é. Eu preciso fazer a chamada agora, por favor.

Julian começou a chamar os nomes dos alunos. Todos estavam ali, presentes. No fim, ele e Starla fizeram questão de que todos estivessem lá no ônibus. Após isso, ficaram ali fora, conversando com os pais de alguns.

Zack se encolheu escutando sua mãe furiosamente avisando que era melhor que ele fosse bem cuidado. Em Arcadia ele se perguntava se ela estava surtando assim também. Escapar de casa o quanto antes era a principal missão dele agora. Apesar de amá-la, Lynn era irritante. E Giorgio o avisou que superproteção é péssima na maioria das vezes.

A animação já havia tomado conta completamente de Hector. O garoto se sentou em um dos bancos, ao lado de Max e ficou ali, animadíssimo.

-Cara, isso vai ser muito bom! -Hector riu.

-Tomara que seja. Só tenho medo de não ter suco de maracujá lá.

-Cara, suco de maracujá é fácil de achar, igual água. Pode ficar de boa.

-Vou tentar.

-Cara, mal posso esperar pra gente descer e ir andar por aí!

-Tomara. Só não quero me perder no meio do mato.

-Não deve ser muito diferente de andar em Arcádia.

-Lá em Arcádia pelo menos alguém ia salvar a gente se desse alguma merda.

-É. Deve ter algum guarda florestal lá. E também tem o Julian.

-O quê importa é acabar tudo bem.

-Cara, vocês dois são muito cagões. -Heather riu. Ela estava sentara atrás deles.

-Qual é!? E se... -Zack interveio.

-E se, e se, e se. -Ela debochou. -Medrosos!

Ela ria deles. Scott, que sentou na fileira ao lado deles, junto de David, ria também.

-Tomara que não tenha nenhum vampiro lá. -Tristan disse em voz alta, e riu.

Todos ficaram em silêncio.

-Pior ainda, -Claire disse para quebrar a tensão. -Vai que aparece algum animal raivoso?

-Se alguém tentar alguma coisa eu dou um cacete! -Nathan disse.

-Eu ajudo ele! -Ralf riu.

-Tem umas trinta pessoas aqui! -Trixie disse. -Se alguém tentar algo, vai ter que estar muito bem armado.

-Vira a boca pra lá! -Alex disse, ao lado de Heather. -Esses nerds só arrumam confusão, vai que alguma coisa acontece mesmo?

-Hector... -Max disse. -Eu tô com esse pressentimento. Acho que eu vou tentar ter um vislumbre. Será que vai dar certo?

-Cara... -Hector suspirou. Max e Lucielle estavam treinando junto seus poderes nos últimos meses. Somente algumas vezes funcionava. E só aí Max percebeu que ele vislumbrava apenas coisas ruins. -Tenta. Se der alguma merda...

-Vamos estar prontos.

-Beleza.

Max deitou a cabeça na poltrona. Ele fechou os olhos e se concentrou.

Hector ficou ali, esperando. Starla e Julian entraram no ônibus. O ônibus partiu, e todos juntos foram para o acampamento.

-Oi, Julian. -Hector disse.

-E aí, cara. Seu parceiro apagou legal aí.

-É. Eu não entendi uma coisa, onde vai ser esse acampamento?

-Vai ser em uma cidade vizinha. O nome dela é Vanadia.

-Que dahora. É longe?

-Um pouquinho. A viagem não vai demorar muito. Talvez para o Max nem demore, já que ele acorda só no final dela.

Hector riu.

-Cara que estranho sair assim. Espero poder sair assim, mais vezes com meus amigos. Espero muito.

-Você vai, Hector. -Julian deu um sorriso. -Sempre acontece. Amizades são assim, principalmente essa profunda que vocês têm.

-É. -Hector concordou. -Amizades são muito importantes.

-São. As amizades são mais importantes do quê romance. -Ele se abaixou perto de Hector e sussurrou. -Scott e a Myrella talvez precisem entender isso.

Hector riu freneticamente.

-Qual é, deixa eles se divertirem.

-Claro que deixo. Sei um jeito de dar um empurrãozinho. Só precisamos que ele pareça seguro de si.

-Ah ele é. Capaz de ela ter mais medo dele do quê do perigo.

Julian riu.

-Até a Grace ficou impressionada com ele.

-Atlas. É o nome dela. Grace nunca existiu.

-É, isso. Cara, que horrível que aquilo tudo foi. A coitada da Elaine... Ela ia ser demitida se saísse viva. Parece que a Atlas se infiltrou sem nem precisar de esforço.

-É. A Elaine não merecia aquilo, apesar de ter sido ruim com muita gente.

-Verdade. Talvez ela tenha até reconhecido Atlas. Scott disse que Atlas já foi aluna no Moreil.

-Sim. -Hector suspirou. -O Niccolo já trabalhou no Moreil também.

Os dois arregalaram os olhos.

-Ah, cara... -Julian disse. -Niccolo era... Aquele cara sendo perseguido, né?

Após a alta no hospital, Julian, Jeff, Hector e Scott fizeram fisioterapia por algumas semanas. Eles contaram a Julian a história toda, desde Aureus até a morte de Joe.

-Merda, eu não pensei nisso. -Hector disse. -A gente precisa...

-Devagar. -Julian disse. -Agora tem muita gente que não deve ser envolvida nisso. No acampamento a gente conversa sobre isso.

-Certo.

Hector e Julian continuaram conversando por um tempo. Às 18 horas, eles chegaram ao lugar. Os alunos saíram do ônibus.

-Ei, Max! -Hector o acordou. -E aí?

-Nada. Eu só dormi.

-Ah, vai se foder.

Os dois saíram do ônibus. Lá fora, Julian conversava com dois jovens. Uma garota e um garoto.

-Bem vindos ao Campo Mera! Eu sou Andros! -O garoto disse.

-Bem vindos ao Campo Mera! Eu sou Anny! -A garota disse.

Os dois sorriram, pularam, e falaram juntos:

-Nós vamos ser os responsáveis por vocês aqui nessa estadia!

-Oba! -Starla vibrou.

-Julian, por favor não deixa a gente aqui. -Scott falou.

Andros riu.

-Não se preocupe, rapaz! Nós vamos dar muito espaço para vocês!

Scott deu um passo para trás, e não falou mais nada.

David estava vidrado em Anny.

-Muito bem, -Julian começou. -Onde nós vamos ir para passar a primeira noite?

-Na mansão Mera! -Anny sorriu. -Podem seguir a gente!

Ela começou a andar, e a turma seguiu ela, fila. Julian e Starla foram atrás.

Trixie se aproximou de Anny.

-Como é trabalhar aqui? -Ela perguntou.

-Muito legal. Eu passo a semana toda aqui, já que moro perto. Gosto muito de lidar com pessoas, e a nossa chefe, a doutora Mera é muito legal!

Trixie olhou em volta. Heather as olhava com um olhar debochado.

-Que bom. -Trixie sorriu. -Queria poder fazer isso quando crescer. Mas acho que vou trabalhar em um hospital, por causa do meu poder.

-Ah a gente tem enfermaria aqui! -Anny sorriu. -Precisamos de médicos e cuidadores também, alguns adolescentes sempre inventam modos e terminam se machucando.

-Nossa! Então aqui é perigoso?

-Não. A maioria quebra um braço ou uma perna porquê inventa de subir em árvores. Mas você sabe... Homens...

-Ah sim. -Trixie riu. Ela sabia que algum dos meninos faria algo idiota assim.

Eles chegaram a um grande espaço, com chão pavimentado, luzes, bancos de madeira, plantas e flores, e uma enorme mansão de madeira no meio.

A mansão variava em tons de marrom, desde as paredes ao teto. Não haviam pessoas do lado de fora.

-A mansão Mera... -Andros disse. -Esse hotel lindo que vocês vão passar as noites é incrível, tem mais de 30 quartos, cabendo até quatro pessoas em um! Vocês todos vão ter quartos próprios, por razões de segurança.

-Quê razões? -Starla questionou.

-Você sabe. -Anny disse. -Adolescentes... Hormônios...

-Ah. Claro.

-Vamos entrar! -Andros disse.

O grupo entrou na mansão. Lá dentro era enorme, uma grandiosa sala com vários assentos, vários pilares e luzes se espalhavam pelas várias salas. Algumas escadas subiam para o segundo andar, onde se viam corredores.

-Olá! -Uma mulher sorridente usando um terno apareceu. -Eu sou Sonia Mera! Sou a anfitriã da Mansão Mera! Por favor, Julian, acompanhe os meninos para o corredor leste, e Starla, as meninas para o Oeste. Vocês podem pegar um quarto para cada um. A mansão será somente de vocês por duas semanas!

-OBA! -Starla gritou. -Que saudades desse lugar!

Ela deu um abraço em Sonia.

-Ei! -Trixie chamou. -Por que agora tem lugar para os meninos e para as meninas? A gente agora é obrigado a se separar?

-Sim. -Sonia respondeu. -É importante, já que jovens na sua idade só pensam em namoro.

-Isso é muito nada a ver! -Trixie gritou.

-É verdade, Trixie. -Claire disse. -Não se faz de sonsa. Sabe bem do quê ela está falando.

Claire sabia muito bem. Ela se lembrou de Vrazael naquele momento. Ela ainda se sentia culpada por tentar ganhar dinheiro de um homem daquela forma.

-Cara! -Trixie disse, indignada. -Você tá mesmo concordando com...

-Cala a boca. -Scott disse.

-Cala você! -Trixie revidou.

-Trixie... -Heather chamou. -Você não vai ficar quieta mesmo? Você tá falando igual uma matraca o dia inteiro.

-Vai defender ele?

-Trixie... -Myrella disse. -A Sonia falou uma verdade. Não é que a gente esteja acusando, mas você sabe...

-Chega. -Starla disse. -Você não é assim, Trixie. Vamos. Subam, meninas. E meninos, se eu pegar algum de vocês se esgueirando por aí no meio da madrugada...

Ela olhou com um olhar aterrador para todos.

-Entendido! -Andros gritou. -Estarei de plantão até a meia-noite. Depois disso...

-Ótimo. -Starla o interrompeu. -Vamos.

As meninas subiram a escada. Os meninos logo após foram atrás de Julian. Sonia ficou na sala, sorrindo. A noite começava a passar, e cada um dormiu em seu quarto.

Não muito longe dali, um grupo de heróis estava entrando em uma caverna. O líder deles, suado, ligou sua lanterna e gritou

-Vamos! Assim que conseguirmos pegar aquelas pedras, vamos voltar. O mutante continua solto lá dentro. Se algo acontecer, matem o bixo ou fujam. Tem um cara que vai vir para o resgate na sexta, ele vai trazer uma equipe de bombeiros pra tirar a gente daqui. Vamos sair o quanto antes e relaxar até sexta. Entenderam?

-Sim senhor! -Os heróis gritaram, e então adentraram à escuridão.