Chapter 13 - Demonstrando o Seu Calor

A porta para os aposentos de Aria se abriu com um estrondo, o som repercutindo como um trovão. Rainha Seraph entrou decidida, sua presença régia exigindo silêncio imediato. Seu vestido fluía como prata líquida, ressaltando a beleza fria e cortante de seus traços. O desprezo em seus olhos era inconfundível ao se fixarem em Aria, que instintivamente recuou sob o olhar demolidor de sua mãe.

O coração de Aria afundou. Ela sabia que isso estava por vir, mas ainda tinha a esperança de que talvez, talvez sua mãe não estivesse ali para repreendê-la, mas para confortá-la, mas a realidade era muito pior. A expressão da Rainha Seraph poderia congelar o sol, e sua voz, quando finalmente falou, era uma lâmina que cortava sem hesitação.

"O que você estava pensando, Aria?" Seu tom era calmo, mas carregava um peso que fazia os joelhos de Aria enfraquecerem. "Você não tem noção de decoro? De responsabilidade? O que diabos você estava fazendo no quarto dele?"

Aria engoliu em seco, com a garganta ressequida. "Eu não estava—"

"Não tente nem se defender," estalou a rainha, sua voz se elevando. "A reputação do Grande Kalden Veyl é intocável, e agora você foi lá e manchou-a com sua insensatez. E Medrick—como você acha que isso reflete sobre ele? Você o desonrou completamente!"

Aria estremeceu ao ouvir o nome do seu irmão mais velho. Sua mente buscava palavras, mas nada parecia suficientemente adequado. "Eu não estava tentando causar problemas," ela finalmente sussurrou, com uma voz quase inaudível. Ela era quem tinha sido humilhada por Medrick.

"Problemas é tudo o que você parece causar," retrucou a Rainha Seraph, seus lábios se curvando em desdém. "Você tem alguma ideia do que isso pode significar para nossa família? Ser encontrada numa situação tão comprometedora—é inaceitável."

As mãos de Aria tremiam enquanto ela tentava se explicar. "Eu… Eu não pretendia que acontecesse. Eu só fui lá porque—"

"Chega," interrompeu sua mãe, erguendo a mão para silenciá-la. "Já tive o bastante das suas desculpas, Aria."

O peito de Aria se apertou, seu coração doendo enquanto as palavras duras de sua mãe faziam efeito. Ela se apegara à frágil esperança de que sua mãe pudesse finalmente vê-la, entendê-la, talvez até defendê-la. Mas, mais uma vez, ela era nada mais do que uma decepção aos olhos da rainha. Eu queria acreditar que ela veio aqui por mim, que talvez dessa vez ela se importasse. Mas não. Eu sou apenas um fardo para ela—um erro que ela tem que corrigir.

Rainha Seraph deu um passo à frente, seu olhar gélido e implacável. "Esta é sua última chance, Aria. Se você errar novamente, não terei escolha a não ser mandá-la para o Santuário de Ravenhollow."

O ar faltou em Aria. Santuário de Ravenhollow. Só o nome já revirava seu estômago. Localizado na borda do território real, era uma propriedade isolada cercada por bosques serenos e cachoeiras. Era onde membros da família real eram enviados para dominar sua magia através de meses de treinamento intensivo e meditação. Embora não fosse severo, era isolante, e as expectativas eram extenuantes.

Seus irmãos já eram veteranos experientes de Ravenhollow, tendo completado quatro rodadas de treinamento e agora retornando para a quinta. Eles não eram mais meros aprendizes, mas supervisores, encarregados de orientar novos recrutas e garantir disciplina. A ideia de estar lá—sob o constante escrutínio e julgamento deles—era insuportável.

O pânico de Aria cresceu. Se ela fosse enviada para lá, ela não seria capaz de evitá-los. Ela estaria rodeada por sua presença, seus olhares provocantes, e a tensão insuportável que sempre acompanhava suas interações. A ideia de passar meses em estreita convivência com eles era um pesadelo que ela não podia encarar.

"Não, por favor," disse Aria rapidamente, balançando a cabeça com a voz trêmula. "Mãe, eu vou fazer melhor. Eu prometo. Só… não me mande para lá."

Rainha Seraph levantou uma sobrancelha, não impressionada com os apelos. "Você já prometeu antes, Aria. E ainda assim, aqui estamos."

"Dessa vez será diferente," Aria insistiu, sua desesperança evidente. "Eu não vou errar novamente. Eu juro."

A expressão da rainha suavizou, mas apenas ligeiramente. "Você está ficando sem chances, Aria. Se não puder manter a dignidade desta família, Ravenhollow será sua única opção. Você me entende?"

"Sim," Aria sussurrou, com a voz quase inaudível.

Rainha Seraph virou-se sobre os calcanhares, seu vestido varrendo atrás dela como uma nuvem de tempestade. "Bom. Não me faça se arrepender de lhe dar essa chance." Com isso, ela deixou o quarto, fechando a porta atrás de si com uma finalidade retumbante.

O silêncio que se seguiu era ensurdecedor. Aria permaneceu imóvel, seus pensamentos um turbilhão caótico. Lentamente, ela desabou em sua cama, suas mãos agarrando o tecido de seu vestido enquanto sua compostura desmoronava.

Por que sempre acaba assim? ela pensou, as lágrimas ardendo em seus olhos. Por que eu nunca sou o suficiente? Não importa o quanto eu tente, ela só vê meus defeitos, meus fracassos. Por que pensei que desta vez seria diferente?

Seu peito doía com uma tristeza profunda e familiar. A esperança que ela havia nutrido—de que sua mãe finalmente a veria, reconheceria seu valor—havia sido despedaçada mais uma vez. Ela enxugou os olhos, determinada a não deixar as lágrimas caírem. Chorar não ajudaria. Nunca ajudou.

Mas o pensamento de Ravenhollow pairava sobre ela como uma sombra. A ideia de estar presa lá, cercada por seus irmãos e seu desdém frio, fazia seu estômago se contorcer. Como posso sobreviver a isso? Como posso sobreviver a eles?

Seus ombros tremiam enquanto ela enterrava o rosto nas mãos. Eu não quero ir. Eu não quero estar lá com eles. Mas que escolha eu tenho? Se eu errar de novo, não terei escolha. E eu não posso continuar fugindo para sempre.

O peso das palavras de sua mãe e a ameaça iminente de Ravenhollow pressionavam sobre ela, sufocando seu espírito. Mas, no fundo do desespero, um lampejo de determinação começou a se agitar. Eu tenho que encontrar uma maneira de suportar isso. De provar que sou mais do que eles pensam de mim. Mesmo que isso me mate.