— Aí está você, pequena. Diz Yan com um sorriso encantador.
O coração de William acelera e, sem entender o motivo, vira e fala: — Olá, doutor. Meu nome é William, sou pai da Yumi.
— Sim, e como está essa linda princesa? — pergunta Yan, passando a mão na cabeça de Yumi.
— Ela tem tido bastante tosse e o aparelho para respirar melhor teve que ser ajustado, pois não estava sendo o suficiente — diz William, olhando para o doutor com um olhar cheio de dúvidas sobre o porquê de seu coração ainda bater tão forte por sua paixão secreta da faculdade e se ele não o reconhecia.
Com um pouco de coragem, falou: — Doutor, você não se lembra de mim? Estudamos na mesma universidade, sou o William Guilhermo, eu cursava medicina também.
— Nossa, claro! Você é o aluno que desistiu no meio do ano letivo. Você está bem? Vejo que, como tem uma filha, deve ter se casado. Onde está sua esposa? — diz Yan, olhando em volta.
— Longa história, doutor, mas eu não sou casado. Sou pai solteiro, tive essa princesa e mais três meninos sapecas — respondeu William, rindo.
— Entendo — diz o doutor, abaixando a cabeça e dando um sorriso discreto.
Minutos depois, o telefone de William toca e ele olha: é a babá. — Com licença, doutor, tenho que atender, pode ser algo importante.
— Tranquilo, já estou terminando aqui com a pequena, pode atender à vontade — responde Yan, voltando sua atenção para Yumi.
— Alô, Clara? — diz William.
— Aí, senhor William, o que eu faço? Eu não sei o que fazer — diz Clara, com um tom de desespero.
— Calma, Clara, respira fundo e me fala o que aconteceu — diz William, aflito.
— Senhor, o pequeno Lion sumiu — diz Clara, com a voz num tom de maior desespero.
Meia hora antes
— Crianças, venham comer, fiz um bolo delicioso para vocês! — grita Clara, pois as crianças estavam no quarto brincando.
Os meninos chegam e sentam em seus lugares, e Lion, com os olhos cheios de água, olha para a babá e pergunta: — Tia, cadê meu pai? Por que ele está demorando tanto?
— Oh, meu pequeno, seu pai está no hospital com a sua irmã, lembra? Logo logo eles chegam — diz Clara, segurando a mão de Lion, tentando consolá-lo.
Enquanto as crianças comem, Clara vai até a pia para ir adiantando a louça que sujou para fazer o bolo, e quando ela se distrai, Lion levanta e corre em direção à porta, conseguindo abrir e sair do prédio.
Atualmente
— Desculpa, doutor, surgiu um problema urgente na minha casa e preciso ir embora — diz William, com a voz trêmula.
— Ok, já terminei aqui, pode ir tranquilo e eu mesmo agendo para você.
Chegando em casa, William vai em direção à babá, a pega pelos ombros e chacoalha: — Onde está meu filho?
— Me desculpa, senhor, eu virei as costas por um segundo e ele aproveitou que me distraí para sair — responde a babá, com os olhos inchados de tanto chorar.
— Tudo bem, fica aqui com as crianças e vê se não perde elas também — diz William, com a voz trêmula, mas com um semblante de raiva, enquanto pega as chaves e sai correndo em busca de seu filho.
Três horas depois, o pequeno Lion está na rua, agachado e chorando, quando um homem com uma voz doce se aproxima e pergunta se ele está perdido. Ao olhar para cima, Lion diz, com os olhos cheios de lágrimas: — Papai?