Chereads / O Herói Dos Esquecidos: [O Sopro da Aurora] / Chapter 2 - ○ Capítulo 2 ⭐️

Chapter 2 - ○ Capítulo 2 ⭐️

- Vestígios do Passado -

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Alguns minutos depois, ele finalmente alcança a cidade, agora um labirinto de sombras e ruínas. "Preciso encontrar o que deixei aqui há tanto tempo. Talvez, ao recuperar isso, eu consiga reacender um pouco de esperança." Movendo-se rápido e silencioso entre os prédios devastados, ele escuta um som familiar e aterrorizante - disparos, cada vez mais próximos, perseguindo-o como caçadores implacáveis. Seu sangue gela. Sem pensar duas vezes, ele se joga para dentro de um edifício abandonado, rolando entre destroços e corpos em decomposição. "Preciso achar um lugar seguro. O que será eles querem comigo? Da próxima vez, não vão errar."

Com cautela, ele se levanta, ignorando a dor que pulsa em seus músculos. Avança pelo prédio em ruínas, onde o ar é pesado com o cheiro de mofo e decomposição. Ao encontrar uma porta nos fundos, ele respira fundo e observa ao redor, espiando pelas sombras em busca de qualquer movimento suspeito. Tudo está silencioso... silencioso demais. Ele desliza para fora, misturando-se ao cenário apocalíptico de carros abandonados e asfalto rachado, até chegar ao seu destino: a antiga escola, um local cheio de lembranças, agora transformado em um túmulo de esperanças.

Escalando o muro com habilidade, ele aterrissa no pátio. O interior da escola está irreconhecível, um verdadeiro cenário de pesadelo. Sangue cobre as paredes, cadeiras e mochilas jazem no chão, espalhadas como se o terror tivesse interrompido uma aula comum. Guiado por uma urgência que vai além da lógica, ele segue em frente.

Ao entrar em uma das salas de aula, seus olhos encontram a mesa específica que procura. Com mãos trêmulas, ele vasculha a gaveta até encontrar o que buscava: uma velha bolsa. Dentro dela, o celular que carregava tantas memórias - e ainda com um pouco de bateria. Ele solta um suspiro de alívio. "Finalmente, Isso vai me dar alguma paz." Junto com o celular, pega outros pequenos objetos que simbolizam fragmentos de uma vida que parecia distante.

"Agora, preciso encontrar um lugar seguro para passar a noite. Longe dos olhares curiosos, longe do perigo." Mas, antes que possa deixar o prédio, um ruído metálico ecoa pelo corredor. Ele para, mantendo-se em silêncio, e seus olhos se voltam para a porta entreaberta. Uma figura grotesca surge, movendo-se com uma velocidade aterradora. Em um reflexo, ele saca a faca e a segura com força.

A criatura infectada, deformada pela praga, avança. Seus olhos estão mortos, seu corpo uma caricatura de uma forma humana. Ele a golpeia, enfiando a faca na lateral do pescoço da criatura, que cambaleia para trás, derrubando-se contra uma janela. Com impulso, ele empurra a criatura para fora, o vidro estilhaçando-se em mil pedaços enquanto o ser cai. "Que tipo de monstro era esse?! Não parecia um dominador, mas seja o que for, preciso sair daqui."

Ele corre sem olhar para trás, o coração batendo descompassado, até que suas pernas ameaçam ceder. Finalmente, encontra um prédio isolado, um refúgio temporário entre a desolação. Monta um canto improvisado para descansar, a mochila servindo de travesseiro. Ao deitar-se, sente a exaustão da fuga, mas uma pequena paz o invade. Ele sobreviveu. Por enquanto.

Pegando o celular, ele navega pelas fotos antigas, vislumbres de uma vida que parece pertencer a outra pessoa. Cada imagem é uma punhalada, trazendo rostos queridos, risos e memórias de dias felizes. Subitamente, a tela pisca e se apaga. A bateria acaba, apagando momentaneamente as lembranças.

Soltando um suspiro cansado, ele coloca o celular de lado e puxa um velho caderno de histórias. Escrever é a sua última forma de escapar daquele inferno. Com a caneta, ele rabisca nas páginas amareladas, criando um lugar onde lobos e humanos coexistem, onde há felicidade, amor e esperança - um mundo que é o oposto brutal da sua realidade. Ali, ele sonha com um refúgio de paz, onde ele e aqueles que amou estariam seguros.

O cansaço o vence lentamente. Suas mãos largam o caderno sobre o peito, as últimas palavras de esperança gravadas nas páginas amareladas. Aos poucos, sua mente se perde em um universo de sonhos, um lugar que lhe promete, ao menos por algumas horas, um vislumbre de algo melhor.

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