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Chapter 2 - O primeiro desafio: Aprender Magia.

As aulas começaram e Zeno foi posto à parte da turma, por causa da sua dificuldade em aprender magia.

Foi-lhe designado um experiente tutor, seu nome era Baz, um homem de 30 anos, cabelo curto louro e corpo atlético. Baz entende que a melhor forma de aprender é através de um verdadeiro conflito, que chama-se de "O despertar".

Entendeu ele que para que o despertar de Zeno aconteça, ele deve estar em um conflito a altura que o seu título de "Dádiva de Deus" carrega.

Baz comprimenta Zeno de forma áspera:

—Bom dia, pequeno Zeno! Espero que seu compromisso em aprender seja o mesmo de sua pontualidade.

—Estou determinado em usar magia. Espero poder corresponder às expectativas de todos.

Baz inicia a aula com um treino de combate.

—Bem! Zeno, vamos começar com um treino de espadas. Só que não é um treino qualquer, você terá que recitar as fórmulas mágicas, em voz alta, enquanto defende dos meus ataques. Você tem memorizado alguma magia? Creio que seus pais ensinaram.

—Sim! Meu pai me ensinou o fortalecimento.

—Tudo bem, então! Vamos começar. Pegue a sua espada.

Os dois foram para fora do assentamento, um local onde os alunos jovens vão para treinar. A terra não possui gramas e ao redor há árvores por todo lado. Mas dava para ver o assentamento dali.

Era o dia sem nuvens e a luz do sol quase não havia chegado no campo ainda. Aqueles que viam os dois indo até o local desejavam ir vê-lo treinar, mas o instrutor os impediu, pois poderia atrapalhar a concentração de Zeno.

 

—Glub! Zeno engole a saliva. Aperta firme a espada. E diz em voz baixa:

Ex spiritu virtus ossa mea et caro venit - limites corporis frange - conforta.

Zeno diz várias vezes para não errar, ele sabe que deve concentrar a mente na fórmula mágica e não falar. —Talvez o instrutor tenha alguma estratégia em mente. Este era o pensamento de Zeno.

Os dois se enfrentam. Baz levanta a espada e desce com força, não muita, mas o bastante para desarmar a defesa de Zeno. Zeno coloca a espada na frente do corpo e numa velocidade voltava para continuar a defender. Baz grita:

—Não estou ouvindo o encantamento.

—É difícil com este golpes. Afirma Zeno em pensamento.

—Desculpe! Zeno empurra a espada de Baz para frente e dá um salto para trás e começa.

Ex spiritu virtus ossa mea… Quando Zeno estava no meio do encantamento Baz pula para frente e balança a espada para atingir Zeno verticalmente.

—Arh! Zeno viu Baz em posição de ataque, interrompeu o encantamento e procurou se defender.

—De novo. Baz prossegue.

Zeno pula para os lados se esquivando dos golpes. Voom! Voom!

—Você é bem rápido garoto. Estou impressionado.

Enquanto isto Zeno continua a recitar.

Ex spiritu virtus ossa mea… et caro venit - limites corporis frange… - conforta.

Enquanto esquiva de um lado para o outro, Zeno consegue recitar o encantamento, mas não se ativou.

—Certo! Você recitou ela toda 3 vezes enquanto lutava. Vamos acelerar o processo, isto você deveria aprender mais velho, mas não importa isto no momento. Você pode somente mentalizar a fórmula e dizer o final do encantamento.

"Nós mentalizamos a fórmula e dizemos o nome da magia para ativar…"

—Foi o que aquela senhora disse comigo. Lembrando diz Zeno.

—Agora tente ao máximo focar em liberar a magia. Baz continua o duelo.

A cada defesa e esquiva, Zeno se esforçava para executar a magia, disse 6 vezes durante o duelo e não se executou uma única vez. Baz encerra o treino e diz a Zeno.

—Infelizmente o treino não deu frutos, a partir de agora você deverá aprender sozinho, não há nada em que possa te ensinar.

Baz sai do campo pensativo e desapontado.

—Estávamos confiantes demais. Afirma ele em voz baixa.

Zeno agora está sozinho neste desafio, ele fica de joelhos, extremamente cansado, com a respiração ofegante, tentando achar uma forma de realizar seu anseio.

—Eu preciso achar uma forma, um livro, apenas um livro talvez seria a solução. Talvez eu não esteja entendendo algo. Eu sei que eles tem algo escrito.

Zeno levanta e vai para casa. Chegando sua mãe o recebe e olha para ele, percebendo que tinha falhado no treinamento, tenta o confortar:

—Filho, não deu certo não é mesmo?

—Não, infelizmente não. Eu fiz de tudo, mas foi em vão.

—E agora o que Baz disse que você tem que fazer.

—Estou sozinho agora, disse ele.

—Ou seja, não tem solução. Se eu pudesse ajudar em algo. Sua mãe triste o abraça.

Zeno começa soltar algumas lágrimas e diz:

—Se houvesse algo escrito, algo que demonstrasse passo a passo como executar magia.

—Algo escrito? É uma forma mais rígida de aprender, mas quem sabe funciona. Espere aqui meu filho.

Semiramis vai para dentro da cabana e volta com alguns pergaminhos.

—Esses são pergaminhos de estudo de seu pai. Vê se você consegue ler.

Zeno dá uma olhada nas escritas e diz que consegue ler. Sua mãe fica espantada pela facilidade que ele tem com a escrita e leitura, pois não foram muitos os dias de ensinamento que ele tivera com seus pais.

—Não acho que você seja uma pessoa vã, com tanta capacidade. Vá para a floresta e treina lá, não fale para seu pai sobre os pergaminhos, é algo sigiloso para somente os guerreiros terem ciência.

Zeno agradece sua mãe e corre para a floresta. Ele foi o mais distante possível para que ninguém o visse.

Colocando os pergaminhos no chão ele começa a ler.

Ele começa com a magia "Luz solar". E não funcionou. Ele fez um corte no dedo e tentou usar a "Cura", não tendo sucesso. Rajada de Vento foi a próxima, e não surgia. Ele leu cada parte do pergaminho. Até que ele viu algo que dizia:

"O fundamento da magia da luz é o controle da mana e o fundamento da magia das trevas é a potência da mana."

Zeno diz para se:

—Devo estar falhando no controle de mana. Ele passa o olho em todo pergaminho, procurando algo que ensinasse a controlar a mana. Até que ele achou.

A primeira coisa a ser feita era meditar, e procurar a essência da mana em si. Quando encontrar a essência, deverá expandir a mana para o ambiente e depois controlar a emissão da mana.

Zeno sentou e começou a executar o processo. A maior dificuldade foi encontrar a essência da mana, na sua meditação era muito obscuro e caótico. Ele teve muita dificuldade de liberar a mana.

Ele repetiu este processo por 2 dias até conseguir.

Ele começou a liberar aos poucos a mana. Curioso para saber o progresso ele abre os olhos e vê um pouco da sua mana, que era negra. Ele interrompe o processo, assustado, pois achava ver a mana de outra cor, branco ou outra cor clara, mas negro não esperava.

Então ele pensa:

—Será que eu posso usar tanto a magia da luz, quanto das trevas. Essa é a conclusão dele.

—Mas onde vou aprender magia das trevas. Tudo o que eu ouvia era que quem era usuário de magia das trevas eram inimigos do meu povo.

Zeno olha para cada pergaminho, tentando achar alguma pista sobre as magias das trevas. Até que ele abre um rolo, e neste rolo estava escrito algumas fórmulas de magia das trevas.

Ele treme sabendo que isto poderia ser proibido, ele lê a fórmula da magia "bola de fogo".

Ele encontra uma rocha de 2 metros de tamanho, foca nela, mentaliza a fórmula e diz:

Ignis Pila. Um poderoso fogo sai de suas mãos e atinge a rocha que foi destruída em um instante, e Zeno com espanto vê o quanto poderoso foi a magia. Era para ser magia básica, ele indaga.

Ele pega os pergaminhos rapidamente e sai do local. Ele estava satisfeito, pois agora tinha certeza que não era uma pessoa vã, mas apreensivo, pois não sabia como as pessoas da tribo iriam reagir ao vê-lo usar magia das trevas.

—Tenho que agir com cautela. Era a decisão dele.

Chegando ao assentamento, Zeno corre para a cabana, não vendo sua mãe, guarda os pergaminhos. Ele sai da cabana, olha aos arredores, não vê seus pais por perto, decide portanto procurá-los.

Ele pergunta para um jovem que estava passando se viu seus pais, ele responde que estão todos na cabana do ancião Bell.

Zeno vai até lá e quando se aproxima da cabana, Baz sai, com expressão muito séria. Ele vê Zeno e diz:

—Até que enfim te achamos, vem pequeno, nós faremos um teste dentro da floresta.

Ele olha para seu pai, com expressão séria e sua mãe, um pouco aflita. —Que teste seria este? Perguntou a si mesmo.

Baz pega um escudo e uma espada de soldado normal. Zeno ficou se perguntando porquê não seria de madeira, para treinamento.

Baz entrega a ele e assim vão caminhando, Ele, seu pai, sua mãe, Baz e alguns instrutores.

Eles estavam adentrando o mais profundo da floresta, Baz e os instrutores procuravam algo. Quando um gritou, achei um. A uma distância de 50 metros tinha um goblin andando com um pedaço de madeira em mãos. Baz diz—Perfeito. Olha para Zeno e fala:

—Bem, o teste é o seguinte, você terá que derrotar o goblin, nós só vamos interromper caso você esteja com perigo de morrer. Creio que isto irá despertar sua magia.

Zeno assustado com as palavras de Baz, segura firme a espada, olha fixamente para o goblin, e fica pensando como escapar desta. Ele já tentou todo tipo de magia e nenhum funcionou e se precisar usar magia, seria das trevas. Ele estava realmente num beco sem saída.

Ele vai andando devagar com o escudo posto na sua frente e o goblin estava comendo um animal. No momento em que estava próximo o goblin se vira em sua direção, dá um grito e avança para cima de Zeno.

Zeno usa o escudo para se proteger mas o golpe era muito mais pesado que o de Baz, isto não era um treinamento. A cada golpe, Zeno se protege e recua, e se aproxima da árvore ele esquiva e então ele começa a tentar, desesperadamente, uma magia. Ele faz uma abertura e grita:

—"Lux Solaris". Nada acontecia. A arma do goblin passa raspando enquanto ele se esquiva.

Sua mãe fala com Mardok. —É necessário isto tudo mesmo?

—Você não está entendendo a nossa situação, daqui a pouco não poderemos viver escondido mais e teremos que ir para a batalha, se não tivermos um trunfo para reagir, vamos perecer e não mais existirá o povo nosso.

Zeno grita a todo momento os nomes das magias:

—"Ventorum impetus"... "Congelo… "Electrica Inpulsa".

Ele pula para trás, para o lado e o goblin só avança em sua direção, como estava em um corpo de criança, seu corpo começa a doer, e o cansaço havia chegado.

Semiramis grita para Baz e os outros instrutores, pedindo para que intervenham e salvem Zeno. E eles nem olhar nos seus olhos olham, fixando na batalha de Zeno. Mas a mão de Baz estava cerrada e tremendo, ele estava orando para que Zeno usasse magia.

Mardok fechou os olhos esperando um milagre acontecer, e seu coração doía ao ver seu filho lutando para sobreviver. — Mas este era o seu destino, dizia em seu pensamento.

O goblin ataca com mais um golpe e Zeno tenta se proteger com escudo, mas o escudo cai e Zeno esquiva pro lado. Nesta hora Zeno olha para a direção onde estava os instrutores e seus pais e espera algum movimento deles. Quando Zeno olha para frente vê o goblin já pulando para lhe atacar, então ele não vê alternativa se não usar.

—Ignis Pilaaaa!!!!!

O fogo sai de sua mão e atinge o goblin, o devorando.

Zeno estava com os olhos fechados e quando abriu, viu o corpo do monstro sendo consumido pelo fogo. Ele perguntou para si: —E agora?!

Antes de executar a magia, Marduk já estava pronto para matar o goblin, sua magia de relâmpago, chegaria num piscar de olhos, mas não precisou, pois Zeno já havia realizado a magia de fogo.

Quando Zeno levanta e olha para os outros, todos estavam espantados, Baz estava já com as mãos na sua espada, reflexo do pensamento que veio. —Inimigo!

Marduk estava chocado, com os olhos fixos em Zeno e sua mãe com as mãos na boca. Ela dizia:

—Não, por favor, não, não acredito.

Olhando Zeno a reação de todos entendeu que não seria fácil lidar com a reação de todos da tribo. E de novo ele diz: —E agora?!