Zeno está frente a frente com um usuário de magia negra. Já que decidiu não fugir, se arriscou a enfrentar este homem.
Depois de guardar sua espada, o homem pergunta.
—Está bem? Pode ficar tranquilo, não há outro urso e nem tem animais perigosos por perto.
Mesmo com essas palavras, Zeno não fica calmo e mostra a sua ansiedade. Ele pergunta:
—O que você vai fazer comigo?
—Como assim vou fazer com você? Eu te salvei, é para seu bem que fiz isto.
—Mas você é um Epírio, cujo cabelo é preto, você deve estar buscando escravizar a gente.
—A gente? O homem pergunta.
—Sim, nós Níbiras.
—Então você realmente é um Níbira, estranhei pela cor do seu cabelo. Não se preocupe, eu sou um Epírio, mas um Epírio diferente, não quero vosso mal.
—Sério?! Zeno procura se acalmar.
—Eu vi aquela tribo te julgando por algo, eu imagino? O que aconteceu para eles te deixarem à morte nesta floresta.
—Foi pelo fato de eu ter usado magia das trevas.
—Mesmo? É, faz sentido, eles são assim mesmo. E a magia da luz você consegue usar também?
—Não consigo ainda.
—Muito interessante isto, não imaginava que os Nìbiras pudessem geram um pessoa usuária da magia das trevas.
O homem fica pensativo e diz a Zeno:
—Eu não me apresentei ainda, mas meu nome é Alex. Se me permitir posso criar você, até você ter idade para viver por conta própria. Se não se importar.
—Não sei se posso aceitar. "Tudo é novo para mim nesta nova vida, não sei o que me espera". A negatividade se apodera de Zeno. "Devo aceitar, é melhor eu ter onde viver do que ficar perdido nesta floresta." Conclui em pensamentos a decisão de aceitar a ajuda deste homem.
—Está bem, eu aceito sua bondade.
—A cor do seu cabelo, cinza da cor da prata, interessante. Mas você não deve andar com ele à mostra, certamente vão te escravizar, vou tingi-lo de preto para evitar problemas.
Então o homem mostra alguns frascos que aparenta ser tinta e diz:
—Com isto e magia vou mudar a sua cor de cabelo, um Epírio não poderá revelar a verdadeira cor, mas um Níbira sim.
Continua Alex:
—Isto me intriga, a cor do seu cabelo, ter nascido de Níbira e conjurar magia negra, combinação curiosa esta, você realmente é nascido de uma Níbira?
—Até antes de me expulsarem, sim eu sou, ninguém negou isto.
—Hahahaha! Que coisa mais estranha.
—Devo presumir que seu nome vem dos Níbiras certo?
—Meu nome é Zeno.
—Então, além da cor do seu cabelo, não podemos ir para as cidades usando este nome, vamos ter que mudar.
Alex, com a mão no queixo, falou: —Cabelo cinza pode ser indicativo de… Hmm! Já sei, vamos te chamar de Zuri.
Em pensamento, Zeno tenta aceitar a mudança de nome.
Eu era Theodoro, nesse mundo nasci como Zeno e devo alterar para Zuri, cansativo isto.
Zeno sem poder retrucar e vendo a bondade daquele homem de propor-se a cuidar dele, balança a cabeça e confirma:
—Certo! A partir de agora eu serei Zuri.
—Vamos até a minha cabana, lá poderei mudar a cor do seu cabelo e a gente poderá conversar melhor.
Os dois partem para sair de dentro da floresta.
Quando estavam indo, Alex teve que matar alguns monstros que apareciam, e, agora com o nome de Zuri, ficou a uma pequena distância observando tudo. Só a agilidade, precisão e força de Alex já era o suficiente para ele estar em um esquadrão de um exército, mais ainda, somado as magias, deveria ser um soldado extraordinário. Zuri acompanha admirando as qualidades de Alex.
Chegaram na cabana, feita de madeira, com uma porta e uma janela, dentro havia somente uma cama. O sol já estava se pondo e Alex prepara a fogueira e coloca algumas carnes que estavam na cabana para assar.
Zuri senta numa posição segurando os joelhos e olhando para a fogueira, seu animo ainda não melhorou depois de tudo, e pouco de lágrima escorria do seu rosto.
—Não sei o que passa na cabeça de uma criança depois de ser expulso da sua casa e familia, mas você está mais calmo do que deveria ser. Acalenta, Alex, o pobre garoto.
Enxugando as lágrimas com o braço, Zuri diz:
—É que ainda não caiu a ficha, foi tudo tão rápido.
—Entendo. Você pode ficar na cabana, tem uma cama lá, depois de dormir acho que seu humor deve melhorar. Não esquenta pois vou ficar aqui fora de guarda. Apenas foque em descansar. Oferece Alex um local para Zuri dormir com mais conforto.
No outro dia, Zuri sai da cabana e vê Alex comendo algumas frutas, ele oferece a Zuri e ambos fazem a refeição naquele momento.
Terminando, Alex usou magia das trevas mais um produto químico que transforma a cor do cabelo das pessoas, e assim ele tingiu o cabelo de Zuri para preto. Essa magia é secreta e proibida, pois em algumas cidades isto seria falsidade ideológica.
Alex chama Zuri para conversar, eles sentam ao redor da fogueira e Alex pergunta:
—Até quanto você sabe de magia das trevas?
—Sei usar somente bola de fogo "Ignis Pila".
—Entendi o básico mesmo, poderia me mostrar?
Alex pede para ele usar a magia contra uma pequena rocha. Zuri avisa: —Essa pedra é muito pequena.
Alex: —Não é possível que uma simples bola de fogo faça um estrago maior, pode ir tranquilamente.
Zuri então põe a mão à frente da pedra e executa a magia: —"Ignis Pila". E uma poderosa bola de fogo destrói a rocha e acerta as árvores ao redor.
Alex assustado grita:
—O que foi isto, as árvores, eu não sabia que seriam atingidas.
—Eu avisei.
—Me ajude a apagar as chamas, vamos pegar água no rio.
No momento Zuri lamenta por não usar magia da água, eles então pegam baldes de madeira que havia na cabana e apagam o fogo.
Depois do susto que levara, Alex chega para Zuri, e admirado, coloca a mão nos seus ombros e diz:
—Sua magia é poderosa, se uma bola de fogo faz esse estrago, imagina Fogo Infernal, ou ainda mais, uma magia avançada como Meteoro.
Alex bate no peito e faz a oferta para Zuri:
—Zuri você estaria disposto a ser meu aprendiz, claro você vai ter que fazer a iniciação em magia, para depois poder ser meu aprendiz. E então aceita?
—Se for para ser seu aprendiz eu aceito, não sabia que minha magia era tão forte assim.
—Pois bem, primeiro você terá que ser cidadão de alguma cidade, deixa eu ver qual melhor cidade. Ele põe a mão no queixo. —Já sei! Será Demitris, vou fazer com que você seja considerado parente dos Atlas.
—Tudo bem! Eu aceito. Demitris é uma das 12 cidades, certo?
—Sim, não te falei das 12 cidades! Sim, Demitris é umas das 12 cidades.
Alex continua dizendo as 12 cidades:
—São elas: Epaimir, Etram, Kírias, Kirthalas, Demitris, Deokrasis, Theotílio, Éfero, Arcadis, Erósia, Kynigari, Aktína.
—E você é de qual cidade? Pergunta Zuri.
—Sou da pior cidade, Epaimir, seu governante é extremamente cruel, Adon, ele exclui qualquer um que não tenha qualidades ou boas habilidades de viver em sua cidade.
—Entendo agora o porquê de você ser extremamente forte.
—Tive que me esforçar muito para poder ser o que sou hoje. Mas você se esforce também, sei que poderá fazer coisas grandiosas. Parando para pensar, tudo está se encaixando.
Zuri para Alex:
—Se encaixando?
—Não, não é nada, apenas uma ideia passou pela minha cabeça, mas é tolice.
—Mas eu não entendo, se é para ser um cidadão de Epíria, por quê se tornar tão forte?
—Perspicaz a sua pergunta, no tempo certo te direi o que planejo. Agora vamos pensar em somente sair daqui e ir para Demitris.
Antes de ir para Demitris Alex avisou Zuri que passaria em Epaimir, pois Demitris estava longe de onde estavam, e precisava comprar mantimentos para a viagem.
Uma longa caminhada de meio dia é iniciada pelo pupilo e mestre.
Distanciando-se da floresta pode se ver um campo até onde a visão alcançava. A vinda de pássaros de um lado para o outro e aves de médio porte cortando o céu, faz com que Zuri se maravilhasse com o que via. Alguns cães selvagens tentavam se aproximar para pegar Zuri, mas Alex os espantava. Realmente, pensou Zuri, não dava para rejeitar a ajuda dele, pensando ele afirma que não duraria 1 dia a mais sozinho, neste estranho mundo.
Chegam em Epaimir, a primeira cidade que Zuri visita, ao longe ele vê uma cidade murada em formato hexágonal. Eles passam através de campos enormes usados para agricultura e pecuária, de um lado plantação e do outro pasto para gados. Uma coisa Zuri reparou, os homem que estavam no campo usavam correntes e tinham a pele ferida pelo sol.
Atravessando o campo eles chegam no portão oeste da cidade de Epaimir. Foi um pouco complicado passar pelo portão, mas, por estar ao lado de Alex, os soldados deixam o pequeno garoto passar. O problema era identificar Zuri, que deveria ter um documento. Mas Alex insistiu e como era reconhecido no continente inteiro, Zuri conseguira entrar, mas sua estadia deveria ser breve, orientou os soldados.
Ao ouvir a conversa dos soldados com Alex, Zuri descobre que este que deseja ser seu mestre é na verdade um Mestre em Magia das Trevas, admirado, Zuri entende que se for treinado por ele poderá se tornar verdadeiramente forte.
Zuri observa ao seu redor que a cidade é bem arquitetada, com as ruas bem parecidas umas com as outras, com um certo padrão de altura de uma casa para outra, com as esquinas e as ruas simétricas, a cidade tem uma figura geométrica perfeita, com 6 torres em cada aresta e uma torre no centro.
O povo desta cidade mostra-se apático, os soldados são intimidadores e bem organizados. Não há escravos que andem pelas ruas da cidade. Ou eles estão dentro das casas dos seus senhores ou na área externa, nos campos produzindo os grãos, vegetais e os animais para alimentos.
Alex informa Zuri dos detalhes desta cidade, e ele diz para tomar muito cuidado com que faz dentro dos muros, pois as sentenças costumam ser pena capital.
Entrar na cidade como espião também é algo de um dificuldade extrema, relata Alex. Todos que moram na cidade são os olhos de Adon, por isto se algo estranho acontecer, os soldados são acionados.
—Por isto, se um dia, vamos dizer que, alguma cidade te contrate para espionar a cidade, não aceite. Avisa Alex.
—Não sei se falei para você— acrescenta Alex— mas nós estamos no noroeste de Epírira. As cidades mais próximas são Kírias e Deokrasis, se quiser eu te mostro algum dia essas cidades.
—Você deve conseguir entrar facilmente nas cidades por ser mestre em magia das trevas— deduz Zuri.
—Para falar a verdade, sim, todos os governantes das cidades me conhecem, eu formo soldados para elas.
—Vou me esforçar para ser tão bom quanto você. Afirma Zuri.
— Observando suas magias, pode se dizer que poderia ser maior do que eu em usuário de magia das trevas.
Eles passam nos mercados. O povo daquela cidade não tinha expressão de felicidade ou alegria, nem a venda de seus produtos lhes davam prazer, é como se todos fossem escravos ali. Os soldados também apáticos e muitos exigentes com eles mesmo a respeito de postura e andar.
Alex faz a compra de uma bolsa cheia, com várias frutas e proteínas para a viagem, além de alguns produtos químicos.
Alex avisa Zuri de que devem passar a noite na cidade antes da viagem para que depois de duas semanas caminhando cheguem a Demitris.
Assim eles vão para uma pousada que fica próximo dos portões do leste, mais uma vez Zuri observa como a cidade era muito perfeita em questão das construções e das estruturas das ruas, não imaginaria ver algo tão bem feito em contraste a visão que tinha quando vivia nas cabanas dos Níbiras.