Chereads / Bem-vindo A Fábrica Playtime! / Chapter 5 - Capítulo 5: O Sorriso “Amigável” de Huggy Wuggy.

Chapter 5 - Capítulo 5: O Sorriso “Amigável” de Huggy Wuggy.

Com o grande portão se abrindo lentamente diante de mim, após posicionar o brinquedo de gato na placa, a escuridão do corredor à frente me envolve como uma presença que não posso ignorar. À esquerda e à direita, duas portas estão fechadas, como se esperasse por algo. O corredor se estende diante de mim, e as paredes, apesar de coloridas, me trazem uma sensação sinistra, um contraste perturbador com a ideia de diversão infantil.

De um lado, uma imagem rosa de Kissy Missy, seus olhos grandes e sorriso largo me encaram, como se tentasse exibir uma inocência forçada. Do outro, Huggy Wuggy me observa com aquele sorriso inquietante. Algo naqueles olhos brilhantes e no sorriso exagerado me causa desconforto. Talvez seja a luz trêmula que joga sombras sobre suas expressões, ou talvez seja o próprio ambiente tentando me engolir em sua loucura.

As portas dos dois lados estão fechadas, e a luz do teto pisca levemente, lançando sombras que dançam nas paredes desbotadas. O frio parece penetrar a minha pele, e a paleta de cores desvanecida me dá a impressão de que esse lugar já viu muita coisa antes de minha chegada. Algo opressivo permeia o ar, uma tensão que contrasta com a tentativa infantil de tornar esse lugar… acolhedor.

Dou um passo adiante, meus pés ecoando pelo corredor vazio. A escuridão além da porta à frente parece um convite para o desconhecido, algo que me chama, mas não de forma amigável. Cada passo que dou é seguido por um estalo das lâmpadas do teto, cada vez mais próximo. Esse lugar está me testando, me desafiando. O frio, as cores mortas e a luz intermitente fazem o ambiente parecer um suspiro preso, como se esperasse pelo momento certo para se revelar.

E eu continuo, calmo, mas atento... esperando pelo que virá.

Caminhando pelo corredor, meus pensamentos voltam ao desaparecimento do brinquedo Huggy Wuggy na entrada da fábrica. Por mais estranho que seja, não consigo levar a sério a ideia de que ele seria uma ameaça. Um brinquedo? Realmente? Algo que deveria trazer diversão? Descarto rapidamente essa possibilidade enquanto meus olhos analisam cada detalhe ao meu redor.

Mas a questão persiste... o que aconteceu com essa fábrica? Quarenta longos anos de operação, e agora, tudo está envolto em silêncio e sombras. Algo quebrou por aqui, algo que talvez tenha começado há muito tempo, sem que ninguém percebesse.

Meus pensamentos são cortados quando paro de caminhar. Sinto uma presença, algo se mexendo nas sombras à frente. Meus olhos focam naquele ponto, e, emergindo do final do corredor, vejo a silhueta desengonçada de Huggy Wuggy.

Ele é maior do que imaginei, muito maior. Seu corpo, que deveria ser inofensivo, é uma figura imensa e distorcida. Aquele sorriso bizarro se abre, revelando dentes afiados demais para algo que deveria ser feito de pelúcia, e seus olhos... eles não piscam, fixando-se em mim com uma fome predatória.

Poderia dizer que estou intimidado, mas em vez disso, um sorriso relaxado se forma no meu rosto. Me viro levemente, sem pressa, e com um tom descontraído, falo:

— Então... você está aqui para me mostrar a fábrica? Acho que um tour seria interessante.

Huggy não responde, claro. Ele simplesmente age. Em um instante, seus braços longos se estendem com uma velocidade surpreendente, e antes que eu possa reagir, sinto suas garras enormes me prendendo com uma força que não deveria ser possível para algo feito de tecido. A pressão é impressionante, e percebo o quão anormalmente forte ele é. Seus dentes se abrem ainda mais, como se estivesse prestes a me engolir inteiro.

Eu poderia reagir agora, mas onde estaria a diversão nisso? Com uma risada suave, falo calmamente:

— Não é legal abraçar um amigo assim, Huggy... não acha? — Eu brinco, me lembrando do lema "melhor amigo" que vi na entrada, zombando da situação ridícula.

Então, com uma força que ele claramente não esperava, levanto minha perna e a empurro com tudo contra seu corpo desajeitado. O impacto o faz cambalear para trás, e eu aproveito o momento para me desvencilhar, sendo arremessado de volta pelo corredor. Caio, rolando pelo chão, até me ver fora daquele espaço sufocante e de volta à área onde as máquinas ainda silenciosamente esperam.

Levanto-me sem pressa, limpando a poeira da roupa e ajustando o ritmo da respiração. A fábrica ao meu redor, com suas engrenagens paradas e o cheiro de metal enferrujado, parece até reconfortante em comparação com aquele sorriso assassino. Huggy Wuggy... você não vai ser tão fácil de lidar, mas também não sou alguém que você deva subestimar.

O som do alarme ressoa pela fábrica, ecoando pelas paredes da "Make a Friend". Meu olhar se estreita, a curiosidade me atinge como um estalo. Huggy não é o único vivo aqui, não é? Algo me diz que estou prestes a encontrar mais do que só brinquedos quebrados e corredores vazios. A comporta de uma escotilha à frente se abre, quase como se estivesse me chamando, me dizendo que aquele era o caminho a seguir. Por um momento, pensei em ir para ali, mas então…

Meus olhos voltam para Huggy, que sai do corredor e entra na Make a Friend, com aquele sorriso sinistro que parece colado em seu rosto, como uma máscara. Ele me encara, e eu sei que ele não vai parar até tentar me esmagar ou... pior.

— Muito bem, amigo, vamos brincar um pouco mais. — Murmuro, sentindo o fluxo de adrenalina começar a pulsar em minhas veias.

Levanto minha mão e, com o dispositivo azul, lançando a garra em sua direção, agarrando seu pé. Um puxão rápido, e o grande Huggy é jogado contra o chão com força. Ouço o impacto pesado de seu corpo caindo, e uma risada escapou de mim. Eu realmente gostei dessas novas mãos.

— Gostei desse brinquedo — comento, divertido, me referindo às mãos azul e vermelha.

Mas então algo estranho acontece. Meus olhos demoníacos captam um distúrbio... uma tempestade de emoções confusas vinda dele. Raiva, ódio, fome, tristeza. Elas me atingem em ondas sutis, mas o suficiente para me deixar intrigado. O que diabos é esse Huggy Wuggy? Não é só um brinquedo, é? Há algo mais profundo, algo que não consigo entender completamente. Esse pensamento me distrai por um segundo.

Huggy se levanta, e em um instante ele tenta me atacar novamente, mas dessa vez estou preparado. Rapidamente, alcancei o estojo nas minhas costas e puxei minha espada de bambu. Corro em sua direção, deslizando por debaixo de suas pernas enquanto golpeio seus pés. Ele caiu pesadamente mais uma vez, e antes que possa sequer pensar em se levantar, tentou acertar sua cabeça com um golpe decisivo.

Mas ele é mais rápido do que esperava. Seus dentes se fecham em torno da espada, e o bambu estala e quebra na sua mandíbula. Eu não paro, no entanto. Com um golpe forte, acerto Huggy com força suficiente para deixá-lo inconsciente, caído de costas no chão, comigo acima dele.

Pego o pedaço afiado da espada quebrada e o aponto para ele. Um golpe e isso estaria acabado. Mas então, algo me faz parar. Seus olhos ainda estão abertos, mesmo enquanto ele se desmancha. Aquele fluxo de emoções retorna, mais forte desta vez. O que quer que Huggy seja, não é só um monstro, é algo mais... algo que está além de um simples brinquedo. Minha curiosidade me prende por um momento, e eu sei que há algo maior acontecendo aqui.

— Isso não é o tipo de diversão que estou procurando — digo calmamente, jogando o pedaço da espada para o lado.

Me levanto e me afasto de Huggy, enquanto ele fica deitado ali, derrotado, mas ainda vivo. Caminho em direção ao túnel à frente, mas meus pensamentos continuam pesando sobre o que deixei para trás. Foi a escolha certa? Deixá-lo vivo? Eu não sei, mas o que sei é que essa fábrica ainda tem mais segredos, e eu estou apenas começando a desvendar a superfície.

Ainda pensativo, adentro a escuridão do túnel, deixando Huggy para trás... por enquanto.

Continua…