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Chapter 9 - Capítulo 9: Afundando Mais na Escuridão Parte 2.

Minha curiosidade sobre a sala de Elliot me deixou interessado, mas logo a Poppy puxou minha atenção.

— Temos que religar a energia dessa parte da instalação para abrir a comporta mais a frente… — afirmou Poppy.

Levanto a sobrancelha enquanto processava o que ela dizia.

— E como vamos fazer isso?

Poppy aponta com um sorriso de canto, fazendo eu voltar minha atenção para um duto de ventilação no canto da sala. A uma enorme grande, que contém as mãos pintadas em azul e vermelho, do meu equipamento.

Dando um sorriso caído quase como um pedido de desculpas. — Espero que você não tenha nada contra espaços apertados… heh.

— Urg… — agarrando a grade com força a arrancando para abrir a tubulação de ar. — faça as honras…

Poppy acena, vejo ela pulando na frente e começando a caminhar adentrando, não curto a ideia de espaços apertados, mas que se dane.

Poppy se dirigiu, e eu coloquei minha mochila de volta nas costas. Agachando-me, comecei a engatinhar pela tubulação, o som do meu corpo pesado ressoando contra o aço, ecoando pela passagem como um lamento distante.

A cada movimento, a claustrofobia começava a se instalar, como se as paredes estivessem se fechando ao meu redor.

A visão de Poppy à minha frente era um pequeno consolo, mas, ao mesmo tempo, a sensação de vertigem voltou a me abalar.

Com a mão pressionada contra a cabeça, tentei afastar a incomodativa sensação de desorientação.

Nunca fui claustrofóbico, mas havia algo nesse lugar que parecia querer me consumir. Era como se meu corpo estivesse se preparando para ceder, como se estivesse caindo em uma ilusão que não conseguia compreender.

Meus Olhos das Revelações estavam abertos, tentando anular a confusão que me cercava. A luz sutil que emanava deles era um pequeno conforto em meio à escuridão do duto. Mas mesmo assim, a situação persistia, e a incerteza me fazia questionar o que estava real e o que não estava.

— Vamos, Renier! — Poppy chamou, sua voz ecoando levemente nas paredes metálicas. — Não fique para trás!

Forcei um sorriso. — Estou indo, não se preocupe!

Continuei a rastejar, focando em cada movimento, tentando ignorar a ansiedade que pulava dentro de mim. O ar era denso e o cheiro de metal era quase nauseante. A cada metro percorrido, a pressão aumentava, como se a tubulação quisesse me engolir.

Finalmente, alcancei Poppy, que estava parada em frente a uma grade.

Pulando para fora para outra parte da fábrica, Poppy era rápida estava na parte de cima da tubulação.

O local era mais técnico, o concreto estava por todo lugar, grades e um sistema de eletricidade como das outras vezes.

— Aqui use a luva para transferir e ativar essa parte da fábrica… — disse ela. — Ah, além disso… esqueci de dizer antes, mas obrigada por me tirar daquela caixa…

Foi um sorriso constrangido e frágil, como uma boneca, mas ela só estava melancólica.

— Nosso objetivo ao religar a energia é ir até o trem que leva até o orfanato da fábrica… — afirmou Poppy.

Um tem? — Certo, então só preciso ativar a energia… simples.

Uso a luva azul para puxar conectar no conector de energia, esticando ela dou a volta no condutor, uma enorme barra de ferro no meio da sala.

— E agora… só ativar aqui… — Usando a mão vermelha atingindo o outro, fazendo com que um enorme som de energia seja energizado e com sucesso a energia da fábrica volte.

Ou pelo menos dessa parte da fábrica. — teria sido mais prático eu usar minha energia e ativar no próprio condutor… — murmurei percebendo minha burrice.

— O que você disse? — perguntou Poppy, ela não escutou pelo visto.

Desativando as duas mãos retráteis olho para ela. — Nada, não…

— Bem, agora vamos voltar e abrir a comporta…

Ela aponta para outro duto, provavelmente ele faz conexão com o mesmo lugar que entramos… que droga.

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Nossa volta para a sala do Elliot foi tranquila, mas havia algo em Poppy que chamou minha atenção. Ela tinha entrado pelo outro duto e agora parecia pensativa, me encarando com um olhar desconfiado.

— Renier… você não é normal, é? — perguntou, com curiosidade nos olhos.

Me sentei na mesa novamente, já antecipando essa pergunta. Cruzei as pernas e apoiei a cabeça no ombro, olhando para ela com um leve sorriso.

— E o que te faz pensar isso?

Poppy estreitou os olhos, claramente buscando palavras certeiras.

— Uma criança de 16 anos conseguiu derrotar o Huggy... — sua voz era direta, quase acusatória. — E a força absurda que você mostrou ao quebrar aquela escotilha de ferro com tanta facilidade. Isso não é comum.

Dessa vez, meu sorriso se ampliou, travesso.

— Normal.

Ela bateu o pé, claramente irritada, mas de um jeito que achei quase fofo.

— Isso não é nada normal! — disse, impaciente.

Dei de ombros, sem dar muita importância.

— Uma boneca falante, um brinquedo azul gigante que devora pessoas… e eu sou o estranho aqui?

— Hm... — Ela levou a mãozinha ao queixo, parecendo ponderar. — Acho que... faz sentido — murmurou, com um olhar emburrado.

Dei um salto da mesa, caindo suavemente no chão. Não confio completamente nessa "Annabelle" bizarra. Não vou sair revelando tudo o que sou, pelo menos não por enquanto. Poppy parece ter mais segredos do que mostra.

— Vamos seguir em frente. Ainda quero ver mais dessa fábrica.

Peguei Poppy e a coloquei em meu colo, como se fosse apenas um brinquedo de porcelana, embora ela fosse mais pesada do que parecia.

Saímos do escritório do Elliot, virando à direita até a enorme porta que exigia as duas mãos retráteis para ser aberta. Ativei a Jetpack, que logo lançou as mãos nas posições indicadas, fazendo o portão de ferro subir com um rangido.

Foi aí que notei algo estranho: um brinquedo caído perto da parede. Parecia um robô, menor que Poppy, mas... havia sangue? Algo vermelho estava espalhado no chão, como se o brinquedo tivesse "morrido". Decidi não comentar nada.

Caminhamos em silêncio pelo corredor, que parecia o mesmo de sempre, mas com uma sensação enjoativa. A tensão pairava no ar. Mantivemos o silêncio, alertas, com medo de algo grande surgir das sombras dessa fábrica assassina.

Finalmente, chegamos a uma porta cinza. O último obstáculo. O que estaria do outro lado?

— Nosso objetivo é a Games Station. De lá, podemos pegar o trem até o orfanato — explicou Poppy, voltando seu olhar para mim.

— Então essa porta nos leva até lá? — murmurei, assentindo. — Só me resta continuar.

Coloquei Poppy em meu ombro, ajeitando-a para que ficasse firme. Senti o frio da maçaneta na minha mão enquanto abria a porta, soltando um suspiro.

Do outro lado, um grande buraco escuro se estendia à minha frente. O piso estava destruído, e três portões de aço bloqueavam o caminho. Estavam trancados e não vi nenhuma maneira de abri-los.

Meus passos ecoaram no chão quebrado, o som reverberando de forma sinistra enquanto eu me aproximava do abismo. Não conseguia ver o fundo.

— É o fim da linha? — perguntei, olhando para Poppy.

Ela me encarou por um momento, hesitando antes de falar.

— Eu preciso que confie em mim, Renier... — começou, mas suas palavras foram interrompidas.

De repente, uma longa mão rosa surgiu da escuridão, agarrando Poppy com força e arrancando-a do meu ombro.

— Haa! — Poppy soltou um grito desesperado ao ser puxada para o buraco negro.

Minha reação foi lenta demais.

— Poppy! — gritei, vendo-a desaparecer. — Droga... Droga!

Quem... ou o que era aquela mão rosa?

As palavras de Poppy ecoaram na minha mente. "Confie em mim..." Confiar em você? Como, sua boneca idiota?! Você não me deu escolha!

Olhei para o abismo abaixo de mim. Esse era o caminho, certo? Não podia abandoná-la. Não agora.

Respirei fundo, me preparando para o que viria a seguir.

— Estou acostumado a afundar na escuridão... — murmurei, me lembrando de quem eu sou. — Sou o Guardião Negro. Então, tudo bem... vamos continuar.

Com os olhos fechados, dei um passo à frente, sentindo o vazio debaixo dos meus pés. Deixei-me cair na escuridão, descendo mais fundo nesta fábrica maldita.

Continua…