Chereads / Acordei Como Meu Protagonista no Universo de Runeterra!? / Chapter 37 - Capítulo 37: Encontros e Conflitos em Ixtal

Chapter 37 - Capítulo 37: Encontros e Conflitos em Ixtal

A volta para Ixtal foi mais tranquila do que eu esperava. Qiyana parecia diferente, menos arrogante, mais... ponderada. Seus passos ao meu lado na selva tinham um ritmo peculiar, quase como se ela estivesse medindo cada palavra antes de falar. Era uma mudança sutil, mas perceptível. Talvez, finalmente, ela tivesse entendido que respeito não é algo que se exige, mas que se conquista.

Enquanto caminhávamos, meus olhos vagavam pela densidade da vegetação. Peguei uma fruta vermelha que pendia de um galho baixo e a examinei antes de mordê-la, sentindo o suco doce e ácido estourar na boca. Foi quando a voz de Qiyana cortou o silêncio entre nós.

— Renier, depois da noite que tivemos... — ela começou, com um tom que misturava curiosidade e determinação. — Isso significa que você aceitou ser meu noivo?

Engoli um pedaço da fruta e parei por um momento para pensar. Era uma pergunta carregada, uma que Qiyana não faria sem ter algo em mente. Levei o tempo que precisava antes de responder, sentindo o olhar dela queimar em mim, impaciente, mas contida.

— Por mim, tudo bem — respondi casualmente, dando mais uma mordida na fruta. — Não tenho problemas com isso. Mas... — continuei, olhando para ela com um meio sorriso — tenho certeza de que duas das três garotas que vieram comigo para Ixtal não vão ficar muito felizes com a ideia de eu trazer outra garota para o grupo.

Qiyana arqueou uma sobrancelha, e pela primeira vez em muito tempo, pude ver um sorriso genuíno curvando seus lábios.

— Já era esperado. — Ela riu baixinho, quase despreocupada. — Um homem como você, Renier, atrai mulheres como as flores atraem abelhas. Mas eu não me importo com isso.

Ela parou, girando o anel de ouro que adornava um de seus dedos, e me olhou diretamente nos olhos.

— Contanto que você seja leal a mim e a Ixtal.

Havia algo na maneira como ela disse isso, um tom que misturava desejo e autoridade. Qiyana não era do tipo que compartilhava nada, e seu orgulho não permitiria traições, mesmo as sutis.

Inclinei levemente a cabeça, analisando-a. Ela sabia o que queria, mas será que entendia o que significava lidar comigo?

— Está pensando em deixar Ixtal? — perguntei, limpando os dedos no casaco enquanto continuávamos a andar. — Essa viagem que estou planejando até Águas de Sentina... vai usar isso para melhorar sua posição e se garantir como rainha?

Ela hesitou por um instante, mas logo ergueu o queixo, a confiança voltando à tona.

— Sim. — Sua voz era firme, clara. — Contanto que você ainda esteja comprometido a eliminar Zyra... e o outro alvo.

Ah, Zyra. Claro que ela não deixaria isso de lado. Qiyana não era do tipo que esquecia um objetivo, e Zyra era mais do que uma pedra no sapato dela. Era uma ameaça viva ao seu domínio sobre a natureza em Ixtal.

— Se fizer com ela o mesmo que fez com Evelynn... — Qiyana parou e me olhou de soslaio, um brilho frio em seus olhos. — Então eu irei com você nessa pequena viagem.

Dei um leve sorriso, inclinando a cabeça para o lado enquanto mordia o último pedaço da fruta. Havia um toque de diversão em seus termos, mas a intensidade de Qiyana era inegável.

— Explosão, é isso que quer, não é? — perguntei, minha voz baixa, quase um sussurro.

Ela apenas sorriu, o tipo de sorriso que poderia pertencer a uma rainha, uma guerreira... ou uma predadora. E naquele momento, tive certeza de que Qiyana estava mais do que pronta para acompanhar o caos que eu inevitavelmente traria.

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A chegada em Ixtal foi tudo, menos tranquila deixei a Qiyana no castelo dela o que foi tranquilo mas, assim que coloquei os pés nas docas, ouvi o som inconfundível de passos rápidos e uma figura familiar se movendo em minha direção. Ahri. O olhar determinado e a postura agressiva deixavam claro que ela não estava ali para um reencontro caloroso.

Eu já conhecia aquele temperamento. Com um suspiro resignado, dei um passo para o lado no momento exato em que ela avançou, o punho quase atingindo o ar onde eu estava um segundo atrás. Ela perdeu o equilíbrio e por pouco não caiu na água.

Minha mão se moveu por instinto, segurando-a pela cintura e puxando-a para perto antes que o inevitável acontecesse. Ela me olhou com aqueles olhos afiados, como se já estivesse ensaiando o sermão que viria a seguir.

— Voltei da parte do trabalho — disse calmamente, soltando-a no chão com um leve sorriso.

— Trabalho? — Ahri cruzou os braços, claramente descontente. — Você foi sozinho para a floresta com a rainha desse lugar. Isso é "trabalho"?

Antes que eu pudesse responder, ouvi uma risada leve e despreocupada. Jinx estava encostada em um dos barris próximos, observando tudo com um sorriso divertido.

— Pegando atenção demais de uma mulher, Ren? — disse ela, provocativa como sempre.

— Depois falamos disso — desviei, sorrindo enquanto ajeitava minha capa. — Mas e vocês? O que estavam fazendo enquanto eu estava fora?

Ahri suspirou, mas ainda parecia relutante em me dar qualquer crédito.

— Enquanto você estava fora, Nidalee e o povo de Ixtal foram... convidativos. — A palavra saiu com um toque de ironia.

Foi então que Nidalee apareceu, pulando agilmente do barco que balançava nas águas tranquilas do porto.

— A família real disponibilizou este barco para nossa viagem até Águas de Sentina — disse ela, sem rodeios, olhando diretamente para mim. — Mas já aviso, não será uma navegação tranquila. Não se estivermos indo para lá.

— Entendido. — Assenti, pensando nos rumores e histórias sobre Águas de Sentina. Um lugar tão caótico quanto fascinante. Mas isso fazia parte da exploração, parte do motivo pelo qual eu estava ali.

— Ah, quase esqueci. — Olhei para o grupo, notando como Ahri e Jinx já pareciam desconfiadas de algo. — Qiyana irá conosco. Depois que eu terminar os testes dela, claro. Algum problema com isso?

Jinx foi a primeira a responder, como sempre. Sua energia era quase palpável.

— Nada contra, contanto que ela não tente roubar você de mim, Ren! — Sua risada ecoou pelas docas, mas o brilho nos olhos dela era uma mistura de brincadeira e verdade.

Ahri, por outro lado, cruzou os braços, os olhos estreitos.

— Contanto que ela seja útil... não tenho nada contra. Mas é impressionante como você parece gostar de atrair mais mulheres para o seu lado, Renier.

Eu ri suavemente, levantando as mãos em um gesto de rendição.

— Não vou negar que é... interessante. — Sorri, olhando para todas elas. — Mas, por enquanto, vou voltar para a floresta, desta vez sozinho. Ainda preciso completar o segundo teste da Qiyana. Depois disso, o terceiro, e então partiremos.

Ahri e Jinx trocaram olhares, mas no final, ambas concordaram com um leve aceno.

— Só não demore — disse Ahri, o tom ainda levemente irritado, mas mais brando.

— E cuidado com o que a rainha te pede. — Jinx riu, disparando para outro canto das docas, provavelmente em busca de algo para se entreter.

Enquanto as via se afastarem, respirei fundo e voltei meus olhos para a floresta ao longe. O segundo teste de Qiyana me aguardava, e algo me dizia que, como tudo envolvendo ela, seria tão desafiador quanto fascinante.

— Enfim, podemos ter um pouco de encontro a sós? — murmurou de forma sedutora, havia esquecido que Evelynn está comigo.

— Como tem ido sua alimentação? — indaguei, estranho falar com alguém que não está fisicamente aqui.

— O sofrimento alheio continua delicioso como sempre, — afirmou Evelynn em um tom divertido. — Mas estou interessado em ver os seus movimentos agora que estamos sozinhos enquanto você continua com essa bobagem de casamento e lealdade com aquela rainha… — disse ela, a provocação estava em dia.

Evelynn não é do tipo de curte compromisso? Então não sei porque ela aceitou ficar perto de mim, afinal ela poderia ter ido embora depois de ter um estoque ilimitado para que sua fome não a incomode novamente… Bem, quero ver como vai ser a Zyra nesse quesito.

Continua…