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Chapter 39 - Capítulo 39: A Convocação do Espinho

O ar ao meu redor fervilhava com minha energia cósmica, um chamado intencional para a própria selva de Ixtal. O solo sob meus pés pulsava como se estivesse vivo, a relva vibrava em resposta à força que eu exalava. O céu escureceu em um aviso silencioso, enquanto um vento selvagem chicoteava as árvores ao meu redor, forçando-as a dobrar-se diante da presença que eu impunha.

Se Zyra se importava tanto com sua floresta, ela viria. Se me visse como um perigo à natureza, perfeito. Eu queria ver se seus instintos fariam dela minha inimiga... ou algo mais.

O primeiro aviso não veio na forma de um ataque, mas sim de um sussurro sutil. O farfalhar das folhas não era apenas o vento - era algo mais profundo, mais consciente. Como se a floresta em si estivesse prendendo a respiração. Então, sem cerimônia, o mundo ao meu redor se agitou.

Os cipós se retorceram como serpentes famintas, deslizando pelo chão úmido em minha direção. Flores carnívoras se abriram, exibindo fileiras de dentes vegetais, exalando um aroma adocicado e letal. O solo tremeu, como se mãos invisíveis quisessem me arrastar para suas entranhas.

Eu sorri.

- Então a natureza já respondeu. Agora, cadê a sua voz, Zyra?

O silêncio que se seguiu não foi de hesitação, mas de expectativa. O ar ficou mais denso, carregado com o perfume de terra molhada e seiva. As sombras entre as árvores pareciam se mover por conta própria, e então... eu a senti.

Uma presença antiga, visceral.

A vegetação se contorceu e se ergueu, formando silhuetas humanoides. Espinhos brotaram das trevas, desenhando um contorno ameaçador. De dentro da escuridão do bosque, uma risada rouca e melódica ecoou, como o sussurro do vento passando por mil folhas secas.

- Você é ousado... - A voz era envolvente, sibilante, como raízes deslizando sob a terra. - Mas a floresta não tolera intrusos.

Os galhos acima de mim se dobraram, e folhas caíram como uma chuva silenciosa. Então, Zyra emergiu da vegetação, como se tivesse sido cultivada ali, moldada pelas raízes e pétalas que a rodeavam. Seu corpo era uma fusão perfeita entre humano e flora, a pele tingida pelos tons da natureza, os olhos brilhando como um veneno oculto sob um brilho esmeralda.

Ela não avançou de imediato. Não precisava. A floresta era sua extensão, e eu... era apenas um corpo dentro dela.

- Eu vim como um alerta - falei, mantendo o tom firme, mas sem pressa. - Queria saber se você me vê como ameaça... ou algo diferente.

Os olhos de Zyra brilharam, e uma nova onda de espinhos emergiu do chão, parando a centímetros de meus pés.

- Você exala destruição. - Seu tom era mais curioso do que agressivo. - Mas também algo... diferente.

A floresta se encolheu ligeiramente, como se hesitasse entre me devorar ou me estudar. Um teste. Um jogo.

- Então, que tal descobrir? - Abri as mãos, deixando minha energia cósmica reluzir no ar ao nosso redor.

O sorriso dela se alargou.

A floresta estremeceu.

E a batalha... ou o que quer que fosse, estava apenas começando.

A risada rouca de Zyra ecoou pela clareira, misturada ao farfalhar das folhas que se curvavam ao seu redor como súditos fiéis. Seus olhos brilhavam, analisando-me com um misto de diversão e predatória curiosidade.

- Atrevido e bem ousado... - sua voz era um sibilo sedutor, tão melódico quanto traiçoeiro. - Você me chamou aqui de propósito? Isso é burrice ou só um desejo de morte?

Dei de ombros, um sorriso leve cruzando meu rosto.

- Um pouco de tudo.

Ela inclinou a cabeça, e, por um instante, o brilho nos olhos dela se intensificou, como se estivesse ponderando a resposta. Então, sorriu.

- Pelo menos você tem coragem. - Seus dedos deslizaram pelo ar, e da palma de sua mão brotaram vinhas pulsantes, retorcidas como serpentes, até que uma rosa se formou no centro, pétalas vermelhas e perigosas. - Conseguiu minha atenção, garoto. -

Seu tom se tornou mais cruel, mais lascivo. - Se sobreviver, vai dar um ótimo alimento para as minhas plantas carnívoras.

Não me dei ao trabalho de responder. Minha mão se ergueu instintivamente, e num instante minha foice surgiu, levitando ao meu lado. Com um puxão firme, trouxe-a para minha posse, sentindo o peso familiar da arma. Ao mesmo tempo, puxei o capuz do traje, permitindo que a máscara de kitsune negra se encaixasse em meu rosto. Os olhos azuis etéreos entalhados nela brilharam, emanando energia.

- Vou tentar não morrer. - Minha voz saiu firme, carregada de ironia. - Para sua satisfação, é claro.

Zyra sorriu, inclinando-se ligeiramente à frente, como uma caçadora que encontra diversão em brincar com a presa antes de abatê-la.

- É o que veremos.

Sem aviso, sua mão se ergueu e o chão abaixo de mim explodiu em uma dança caótica de vinhas espinhosas. Instintivamente, saltei para trás, desviando do ataque, mas não percebi a ameaça vinda por trás até ser tarde demais.

Uma planta carnívora crescia no alto de uma árvore, seu caule pulsando com um brilho doentio. Sua boca se abriu num estalo, disparando um projétil de energia arcana selvagem que me atingiu como uma bala afiada. O impacto foi brutal, jogando-me para a frente. Meus pés deslizaram sobre o solo, mas me recusei a cair.

Meus dedos apertaram a foice com mais força, e correntes fantasmagóricas emergiram do cabo, serpenteando pelo meu braço e se enrolando no meu pulso, prendendo a arma a mim.

- Você é esperta... - murmurei, sentindo um gosto metálico na boca, o ardor do impacto ainda reverberando no meu corpo.

Sem perder tempo, joguei a foice adiante, girando-a em um amplo arco destrutivo. A lâmina cortou o ar, e, em questão de segundos, árvores foram partidas, vinhas despedaçadas e uma clareira se abriu no meio da floresta sufocante.

Pousei com firmeza no solo, me recompondo do ataque anterior.

Zyra permaneceu impassível. Se estava impressionada, não demonstrou. Apenas sorriu novamente, o brilho venenoso em seus olhos ficando ainda mais intenso.

- Você tem poder, garoto... mas força não é o suficiente para me fazer perder.

Com um gesto elegante, ela tocou o solo com a ponta dos dedos. Como se respondesse a um comando silencioso, a floresta que eu havia destruído começou a se reerguer diante de mim. Árvores cortadas se recompuseram, cipós regeneraram-se, e a selva retornou à sua plenitude, sem esforço, como se minha investida nunca tivesse acontecido.

Meus olhos se estreitaram atrás da máscara.

Zyra ergueu o olhar para mim, agora em completa sintonia com a vegetação ao seu redor.

- Você está lidando com a natureza em sua forma mais pura e selvagem. - Sua voz era um sussurro doce e ameaçador. - Vamos ver o quanto consegue suportar antes de ser consumido por ela.

A selva inteira rugiu em resposta, e a batalha realmente começou.

Continua...