A empolgação da chegada durou pouco.
Lucas, Matheus, Beatriz e Alexandre perceberam rapidamente que estavam sem dinheiro, comida ou um lugar para dormir. No jogo, essas eram apenas mecânicas secundárias, mas agora, neste mundo real, a fome era uma sensação angustiante e o cansaço pesava em seus corpos.
Eles andaram por dias, atravessando florestas e descampados, sobrevivendo apenas com frutas que encontravam pelo caminho e bebendo água de riachos. A princípio, Lucas tentava manter a moral alta.
— Isso é só o começo da nossa jornada! Heróis sempre passam dificuldades antes da glória!
Mas a cada noite sem fogo e a cada manhã acordando com o estômago roncando, sua animação se transformava em preocupação silenciosa. Beatriz tentava sorrir, mas o brilho nos olhos dela diminuía a cada dia.
Quando finalmente encontraram uma cidade, um alívio tomou conta do grupo. As casas simples, construídas de madeira, estavam espalhadas ao redor de uma praça movimentada. Mas logo perceberam que algo estava errado.
— Ei, moça, poderia nos ajudar? Estamos meio perdidos… — perguntou Beatriz a uma vendedora de maçãs.
A mulher lançou um olhar rápido para ela e simplesmente virou as costas.
— O quê?
Eles tentaram de novo. Lucas tentou conversar com um ferreiro, Alexandre com um mercador, e Matheus até tentou falar com uma criança na rua. Todos os moradores os ignoravam, como se fossem fantasmas.
— Ok, isso está começando a me assustar. — Matheus cruzou os braços.
— Não faz sentido… — Alexandre franziu a testa. — Será que eles sabem que não somos desse mundo?
— Ou talvez sejamos só forasteiros sem dinheiro. — Beatriz suspirou.
Sem outra escolha, eles deixaram a cidade e seguiram em frente.
A Esperança em Uma Nova Cidade
Depois de mais dois dias de caminhada, encontraram outra cidade. Mas essa era diferente. Havia construções de pedra, ruas mais largas e, acima de tudo, um prédio com um grande brasão dourado na entrada.
Uma guilda.
Lucas arregalou os olhos.
— É isso! Se queremos sobreviver neste mundo, precisamos de dinheiro. E a melhor forma de conseguir isso é nos registrando na guilda!
Beatriz hesitou.
— Tem certeza? Isso parece complicado…
— Não temos escolha. Se queremos comer e dormir em uma cama de verdade, precisamos trabalhar. — Matheus concordou.
Eles entraram na guilda. O ambiente era agitado, com aventureiros de todos os tipos: guerreiros imponentes, magos de mantos longos, assassinos encapuzados e arqueiros afiando suas flechas. No balcão principal, uma mulher de cabelos prateados analisava documentos.
— Bem-vindos à Guilda de Aventuras de Eldoria. Querem se registrar?
Lucas bateu no peito.
— Com certeza!
A recepcionista sorriu de leve.
— Então precisarão provar seu valor. Temos uma missão básica para iniciantes. Se completarem, poderão se tornar membros da guilda.
Ela entregou um pergaminho para eles.
> Missão de Iniciação:
Derrotar 15 goblins
Coletar 20 ervas medicinais
Concluir em 1 semana
Lucas leu e sorriu confiante.
— Parece fácil!
— Você nunca viu um goblin de verdade, né? — Matheus cruzou os braços.
— Detalhes.
Beatriz analisou a missão.
— A parte das ervas não deve ser tão difícil. Mas os goblins…
Alexandre olhou ao redor.
— Talvez possamos conseguir informações sobre onde encontrá-los.
A recepcionista confirmou.
— A Floresta Sombria, ao sul da cidade, tem muitos goblins. Mas cuidado… eles podem ser traiçoeiros.
Lucas deu um passo à frente.
— Ótimo. Então vamos mostrar a esse mundo do que somos capazes!
O Começo da Primeira Missão
Saindo da guilda, o grupo seguiu em direção à floresta. A ansiedade estava estampada em seus rostos.
Matheus respirou fundo.
— A partir de agora, não estamos mais jogando. Isso é real. Se formos feridos, vai doer. Se morrermos…
O silêncio caiu sobre o grupo.
Beatriz quebrou o clima pesado.
— Então não vamos morrer. Simples.
Lucas sorriu.
— Isso aí! Somos os Lendários! Esse é só o começo da nossa história!
E com isso, eles adentraram a escuridão da floresta, prontos para encarar seu primeiro verdadeiro desafio.