Ao longe, Zarck viu algo que fez seu coração quase parar. Erguendo-se entre as sombras e a névoa densa, um castelo imenso surgiu em sua visão. Era gigantesco, muito maior que a Cidadela dos Anciões, onde ele havia estado antes. As torres pareciam tocar o céu, e suas muralhas eram negras como carvão, cobertas por uma sombra viva que ondulava e se movia, como se a própria escuridão respirasse ao redor dele.Mesmo sem nunca tê-lo visto antes, ele sabia que aquele era o castelo do rei de Bilmonker, o lar de seu pai, antes das trevas tomarem o reino. Agora, o castelo estava corrompido, envolto por uma energia maligna que pulsava à distância, emitindo uma aura opressiva.Ali, naquele castelo, estava a origem de toda a escuridão que pairava sobre Bilmonker. Era ali que o irmão traidor de seu pai havia tomado o trono, e com ele, trazido as trevas que agora consumiam o reino. O castelo, que um dia fora um símbolo de poder e esperança, agora era um monumento à destruição. algo no ar mudou. A escuridão ao redor do castelo parecia viva, observando, esperando por ele. Zarck sabia que entrar lá seria perigoso, mas também sabia que não tinha escolha. Era ali que ele encontraria as respostasAs batidas do relógio começaram a ecoar, mas Zarck mal conseguia ouvi-las diante da grandiosidade da visão à sua frente. Dessa vez, o tempo não o puxou de volta. Zarck estava preso em Bilmonker, e a realidade dessa verdade caiu sobre ele como um manto pesado e sufocante. O medalhão, que antes havia sido sua chave para viajar entre os mundos, estava inerte, como se tivesse perdido todo o poder. As batidas do relógio continuavam, mas agora ele sabia que não haveria retorno ao mundo real. Zarck respirou fundo uma última vez, ajustando o medalhão ao redor de seu pescoço. O peso dele agora parecia maior, não mais um símbolo de esperança, mas de sacrifício iminente. A cada passo em direção ao castelo, o ar ao redor se tornava denso, como se uma presença invisível o empurrasse para trás, desafiando sua coragem.Ele não sabia se sobreviveria ao confronto que o aguardava, mas tinha certeza de uma coisa: não havia volta. As trevas não eram apenas uma força externa, elas o cercavam, observando cada movimento, se contorcendo nas sombras, famintas para consumi-lo.As batidas do relógio ecoavam, distantes e persistentes, mas dessa vez, não eram um lembrete de sua conexão com o mundo real. Era uma contagem final, lenta e inexorável. O tempo, para Zarck, tinha se extinguido.Com o peso do destino sobre seus ombros, ele avançou em direção ao portão do castelo. Lá dentro, esperava não apenas o futuro de Bilmonker—mas o seu próprio.