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Chapter 15 - Fim para o começo

Zarck foi encarcerado na torre mais alta do castelo, seu tio, o usurpador, caminhava pelos corredores da fortaleza. Ele acreditava que, ao aprisionar o sobrinho, havia eliminado o último obstáculo para consolidar seu poder. O que ele não sabia, porém, era que Zarck possuía um segredo que o tornava muito mais perigoso do que ele imaginava.O medalhão, escondido sob as vestes de Zarck, brilhava suavemente, como se estivesse respondendo ao seu desejo de escapar. O tio não fazia ideia de que aquele objeto era a chave para um poder que ultrapassava os limites da magia comum de Bilmonker. Sem o conhecimento da verdadeira origem do medalhão, o usurpador acreditava que Zarck era apenas um jovem sem aliados ou força suficiente para lutar.Mas Zarck sabia que tudo poderia mudar em um piscar de olhos. A cada minuto, ele sentia a energia do medalhão crescendo, pronta para liberar algo que seu tio jamais seria capaz de prever.Com as mãos trêmulas, ele pegou os dois medalhões — o seu e o que pertencia a seu pai. O metal frio parecia pulsar em suas mãos, como se estivesse aguardando aquele momento há muito tempo. Ele sabia o que precisava fazer. Lentamente, aproximou um medalhão do outro, colocando os espelhos frente a frente.No instante em que os dois espelhos se tocaram, uma explosão de luz preencheu a sala. O brilho intenso cegou Zarck por um momento, e ele sentiu uma onda de energia poderosa o atravessar. Era como se o próprio ar estivesse vibrando, carregado de uma força antiga e esquecida. As paredes ao redor pareciam estremecer, e a luz que emanava dos medalhões formou um vórtice no centro da sala, girando com uma velocidade assustadora.Zarck recuou, protegendo os olhos, mas não podia desviar o olhar do que estava acontecendo. Ele sentia o poder crescendo, o chamando, e soube naquele momento que os dois medalhões juntos eram mais do que uma simples herança — eles eram a chave para liberar algo muito maior do que ele jamais havia imaginado.O chão do castelo tremeu, e o usurpador, tio de Zarck, sentiu o impacto da explosão de luz vinda da torre. Ele parou no meio do corredor, o coração disparado, enquanto os ecos de magia ressoavam pelo ar. Soldados corriam em direção a ele, a expressão nos rostos deles era de puro terror.— O que está acontecendo?! — gritou o tio, agarrando um dos soldados pelo braço. — Me expliquem agora!O soldado, ainda ofegante, olhou para ele com olhos arregalados, incapaz de esconder o pavor.— Senhor... a luz! A torre... ela está... desmoronando! Algo... algo impossível está acontecendo lá em cima! — gaguejou, apontando em direção à torre onde Zarck estava preso.Outro soldado se aproximou, mais pálido ainda, segurando o capacete com as mãos trêmulas.— É magia, meu senhor! Uma magia que nunca vimos antes! A torre está tomada por uma luz... um poder que não conseguimos explicar! — ele parou, ofegante, tentando encontrar palavras. — O prisioneiro... o sobrinho... ele... ele pode estar envolvido!O usurpador franziu o cenho, uma sensação de pânico crescente tomando conta de seu peito.— Zarck? Como ele poderia fazer algo assim?! Ele é apenas um garoto! — rugiu o tio, mais para si mesmo do que para os soldados.Outro tremor balançou as fundações do castelo, e um som profundo, quase como um rugido distante, ecoou pelos corredores. A luz da torre continuava a brilhar intensamente, iluminando o céu de uma forma antinatural. Os soldados se entreolharam, apavorados.— Meu senhor... — começou um deles, a voz vacilante. — E se for tarde demais?