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Chapter 18 - Parte 3: O Renascimento de Zarck

Zarck continuava a ser envolvido pelas sombras, mas agora estava totalmente em sintonia com o poder que os dois medalhões libertaram. A fusão de luz e escuridão dentro de si era avassaladora, mas ele controlava-a. O ar ao seu redor vibrava com a intensidade da magia antiga, uma energia que ultrapassava os limites da magia comum de Bilmonker.Zarck abriu os olhos, que agora brilhavam com uma luz etérea e sombria. O seu corpo estava envolto numa armadura de sombras pulsantes, mas também banhado em luz. Ele sentia-se poderoso, como se todo o castelo pudesse ser destruído com um único pensamento. Mas não era destruição o que procurava. Ele queria justiça. Queria recuperar aquilo que lhe fora roubado.Com um simples movimento das mãos, Zarck canalizou a energia dos medalhões e dirigiu-a para a parede de pedra à sua frente. A parede explodiu numa onda de luz e sombras, e ele saiu da cela flutuando ligeiramente acima do chão, como se fosse um ser transcendido. O corredor diante dele estava vazio, exceto pelas sombras que se agitavam nas paredes, aguardando as suas ordens.Ele sabia que o seu tio estava no castelo. Sabia que a vingança estava ao seu alcance.À medida que avançava pelos corredores, o castelo tremia cada vez mais forte. As sombras ao redor obedeciam à sua vontade, formando um exército silencioso que o acompanhava. Quando finalmente encontrou o seu tio, o usurpador estava de joelhos, rodeado pelas sombras dos seus próprios soldados, que haviam sido consumidos.O usurpador levantou os olhos e viu Zarck aproximar-se, envolto pela luz e pela escuridão. A expressão de puro terror no rosto dele dizia tudo.— Zarck... — sussurrou, com a voz tremendo. — Como... como é possível?Zarck parou, olhando friamente para o homem que tinha traído a sua família. — Tu cometeste um erro, tio. Pensaste que, ao me aprisionares, estavas a garantir o teu poder. Mas esqueceste o legado que corre nas minhas veias. Esqueceste o poder que herdámos.O chão sob os pés do usurpador começou a tremer novamente. As sombras ao seu redor avançaram, e o usurpador, em desespero, tentou recuar, mas era inútil. As sombras estavam famintas, e a sua hora chegara.Zarck ergueu uma mão, e com um simples gesto, as sombras avançaram, consumindo o seu tio como haviam feito com os soldados. O último grito do usurpador ecoou pelos corredores, antes de ser tragado pelo abismo de trevas.O castelo estava em ruínas, mas Zarck permanecia de pé, vitorioso. O poder dos medalhões havia sido libertado, e o ciclo — aquele que o seu tio havia iniciado com traição e usurpação — finalmente chegara ao fim. Mas Zarck sabia que esse era apenas o início de algo muito maior.Com o castelo a desmoronar-se à sua volta, ele caminhou para fora da fortaleza em direção ao horizonte, com as sombras a segui-lo, aguardando as suas próximas ordens.