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O Acordo: Entre Amor e Favores

🇧🇷Zanne_Days
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Synopsis

Chapter 1 - O bêbado Na Rua

A família Min possuía várias subsidiárias e vivia em um delicado equilíbrio entre atividades lícitas e ilícitas. O filho mais novo, Min Jun-ho, estava em seu clube — o único bem que realmente considerava seu. Apesar de trabalhar na supervisão do patrimônio familiar, ele não era visto pelos sócios de seu pai como um homem de honra. Eles formavam uma cúpula poderosa, controlando uma parte significativa do PIB da Coreia, tanto de forma legítima quanto por debaixo dos panos.

— Por que não come nada? — perguntou a diretora de finanças da MJ Transportadora ao filho mais novo da família.

— Não tenho mais vontade. E o que faz aqui? — retrucou, incomodado pela forma como a mão dela repousava em seu ombro.

— Jovem Min, tenho apenas 38 anos. Posso me divertir.

— Fique à vontade, mas não encoste mais em mim. — disse ríspido. Por seus próprios motivos, estava enojado.

A moça retirou a mão imediatamente e, confusa, ainda tentou se sentar ao lado dele, buscando atenção. Mas Jun-ho desviou o olhar para as dançarinas que se apresentavam. Ele não tinha interesse romântico nelas, mas admirava a profissão e a dedicação. Todos os seus funcionários eram bonitos, simpáticos e, de fato, encantadores.

— Você é bem bonito, Min. — arriscou a mulher novamente.

— Pode parar, senhorita Kim. Não tenho interesse.

— Só estou curiosa sobre os boatos. — disse, passando a mão pelo braço dele.

— Isso é no...

— Senhorita Kim, peço que se retire deste local! — Um segurança surgiu, afastando a mão dela do jovem Min. — Aqui há regras. Creio que não tenha respeitado a vontade do senhor Min Jun-ho. Por favor, retire-se e não volte.

A mulher ficou incrédula, mas Jun apenas confirmou com um aceno de cabeça.

— Concorda que ela não volte, senhor? — perguntou o segurança. Ao receber a confirmação, ele tirou a mulher à força. Mais tarde, ela seria demitida.

Jun-ho não condenava a curiosidade das pessoas, mas o desrespeito aos seus limites o irritava profundamente. Levantou-se e foi até o banheiro, onde lavou o braço incessantemente até se sentir limpo.

(...)

Eles simplesmente não escutam, por mais direto que eu seja.

Sequei meus braços e mãos e então me retirei do banheiro. Levantei meus olhos e observei novamente a mulher seminua dar o seu melhor em sua dança.

Os olhos da dançarina se direcionaram a mim. Ela exibia seu corpo numa performance digna de elogios. Talvez ela também se pergunte se são verdadeiros os boatos sobre não se aproximar de mim.

Mas é verdade.

Sorri para ela, mandei um beijo, e recebi um sorriso tímido de volta. Ao menos, ela só existia ali, naquele momento. Apesar de trabalhar anos aqui, nunca me procurou fora do horário e, se nos encontramos, manteve uma distância confortável para mim.

Ela era fofa, e esse é o maior elogio que posso fazer.

Ao final do corredor, havia um homem me esperando.

— Quer que eu dirija para o senhor?

— Não tem necessidade, e eu pretendo ir sozinho.

— Senhor, você executará uma cobrança. Lembre-se de que não é necessário o uso de força.

— Acha que não sou capaz de julgar algo corretamente? Posso até perdoar o empréstimo, se necessário.

— Creio que seu pai não ficaria feliz com isso.

— Ele ficará feliz se eu tirar do seu salário.

Ele parou por alguns segundos. Sabemos que, de fato, essa solução não incomodaria o velho, contanto que fosse esclarecido e os números batessem no final.

Quando cheguei ao local de minha coleta, me deparei com uma cena cômica. Apesar de dever para meu pai, Kim Soo estava gastando dinheiro com a noiva. E, como se não bastasse, ainda precisei presenciar tal cena de um casal se amando. Gosto de chegar de surpresa nas casas, mas é a primeira vez que me ocorre tal emblema. Não é bom que eu use violência, mas ele mereceu.

Ao final, colhi o anel de diamantes como garantia de que Kim Soo pagaria o resto da dívida. Ele não poderia me culpar, o anel era o que ele tinha de mais valioso naquele momento.

De volta à estrada, dirigindo em direção ao Promise Club, minha mãe me telefona.

— Filho, arranjei um encontro para você amanhã. É uma boa moça. Espero que se apaixone por ela.

Disse ela, sempre empolgada com a ideia.

— Ok, mãe, obrigado. — agradeci, mesmo sabendo que isso não dará em nada.

Eu não possuo libido e sinto aversão aos avanços físicos de quem insiste. Posso me interessar por alguém, mas não sinto desejo, não chego ao ponto de querer me unir a ela em um ato. O que sinto é repulsa e falta de ar. Nunca imaginei que isso fosse se tornar um obstáculo tão grande, justamente por isso, meu último relacionamento não foi para frente e fui traído. A forma como tudo acabou simplesmente me destruiu, pois fui obrigado a compensar por ter passado tamanha vergonha perante minha família e aliados.

Como se não bastasse, apesar de meu esforço para me tornar o líder da Goden, meus pais afirmaram que eu só herdaria o trono se encontrasse a p*rra do amor verdadeiro. Na cabeça deles, mesmo que eu seja assim, encontrarei a pessoa certa. Como em um ridículo conto de fadas. Embora eu já tenha sido casado, eles querem que eu de alguma forma supere tudo o que aconteceu com uma força inabalável e esmagadora.

E eu estou trabalhando para de fato fazer isso. Mas não preciso e nem desejo nenhuma mulher ao meu lado agora.

Faltava uma quadra para chegar ao meu destino e, distraído, quase não notei alguém atravessando a rua correndo. Tentei frear o mais rápido possível naquelas frações de segundo antes que tudo se tornasse uma poça de sangue. Com bons freios, não houve um impacto forte, mas ele ainda caiu no chão, claramente não estava sóbrio.

Saí rápido do carro. Atropelar alguém pioraria tudo.

As pessoas na rua começaram a se aproximar com celulares em mãos. Precisava me esquivar das câmeras. O rapaz estava bem e vivo, apenas se deitou no chão porque quis. Abaixei-me e o fiz levantar.

— Uou, obrigado, você foi rápido! Quase morri. — disse o rapaz.

— Você está bem? — perguntei, assim como também perguntavam as pessoas ao nosso redor.

— Ué, é claro que estou bem! Não se preocupem! Ele vai me levar para casa. — Ele gritou para as pessoas, como se eu realmente fosse fazer isso.

— O quê? — Levantei-me rapidamente e ele caiu para trás.

— Eu não te chamei? Você veio para me levar.

— Não, não me chamou. Eu não sou taxista! — disse. — Aliás, queria se matar? Por que atravessou a rua correndo? — perguntei, ainda espantado com a atitude do rapaz de cabelo negro.

— Para chegar do outro lado. — Ele respondeu sério, enquanto, com muito esforço, se levantava. Cambaleou e se apoiou em mim.

— Não me toque. — disse, afastando-me dele.

— Ah... — Ele grunhiu, jogando-se em mim. Ele iria cair novamente, então o segurei. Seu cabelo caiu para o lado, e pude finalmente ver seu rosto.

— Park Salin? — Seu olhar vagava, mas definitivamente era ele. Ele olhou para mim arqueando a sobrancelha.

— Eu? — perguntou, confuso.