Chereads / Overlord: O Vampiro da Lua Caída / Chapter 15 - Capítulo 15: Teias de Poder

Chapter 15 - Capítulo 15: Teias de Poder

As primeiras horas da manhã trouxeram uma névoa leve que cobria as ruas da cidade, como um manto silencioso que parecia esconder as intrigas que aconteciam por baixo da superfície. A taverna estava em um silêncio tênue, apenas interrompido pelo som do vento que soprava contra as janelas empoeiradas. Cleo e Keyon haviam passado a noite em reflexão, analisando as palavras do oficial e ponderando sobre o caminho à frente.

"Tudo o que ele disse... é apenas o começo, não é?" Cleo comentou, quebrando o silêncio. Ela estava sentada à mesa, com um mapa da cidade diante de si, as mãos delicadas traçando linhas imaginárias sobre o papel. Seus olhos brilhavam com a mesma intensidade das estrelas que a acompanhavam em suas viagens.

Keyon, encostado contra a parede, observava a movimentação através da janela. As ruas ainda estavam tranquilas, mas ele sabia que a calma era apenas temporária. "Sim. Mas não podemos subestimar o que ele revelou. Uma guerra civil no Império de Baharuth... isso não é algo pequeno. Isso pode alterar a balança do poder em todo o continente."

A tensão no ar parecia palpável, como se até mesmo as paredes da taverna estivessem cientes da delicadeza da situação. Keyon passou a mão pelo rosto, sentindo o peso das decisões que estavam por vir. Uma mudança de poder no Império poderia ter consequências catastróficas ou poderia abrir novas portas para sua guilda, a Midnight Fang, alcançar um novo nível de poder. Mas qual seria o custo de tal jogada?

Cleo olhou para ele com um sorriso enigmático. "Você está pensando no mesmo que eu? Em como isso pode beneficiar a Midnight Fang?"

Keyon se virou para ela, seu olhar penetrante. "Sim. Não só para a guilda, mas para todos que nós representamos. Uma aliança com um novo regime... ou até mesmo derrubar o que está estabelecido... Mas é claro, isso não será simples. Não em um Império como este."

Após o café da manhã, Cleo e Keyon decidiram que precisavam se infiltrar ainda mais fundo nas estruturas do Império. A informação obtida na noite anterior foi valiosa, mas não o suficiente. A chave para entender as dinâmicas internas do Império de Baharuth estava nos altos escalões, e para chegar até lá, precisariam se aproximar dos círculos de poder.

Foi Cleo quem sugeriu que a melhor forma de ganhar acesso seria se fazer passar por membros de uma casa nobre menor, com influências na corte imperial. Ela sabia que as famílias menores, muitas vezes, estavam à procura de aliados ou patrocinadores que pudessem impulsionar suas ambições. O disfarce não seria perfeito, mas o suficiente para começar a abrir portas. Keyon, por sua vez, confiava plenamente na astúcia e na habilidade de Cleo em manipular informações e pessoas.

O plano estava em andamento. Cleo e Keyon vestiram roupas mais refinadas, tentando se misturar à nobreza local. Ela se encarregaria de angariar informações por meio de interações sociais, enquanto Keyon ficaria de olho nos círculos mais secretos, utilizando sua habilidade em observar sem ser notado. Era um jogo perigoso, onde cada palavra, cada gesto, cada olhar poderia ser a diferença entre sucesso e destruição.

À medida que caminhavam pelas ruas do mercado nobre, Keyon sentia o peso das atenções sobre eles. Era um mundo de poder e dissimulação, onde um olhar errado poderia ser fatal. As casas que dominavam a região eram imponentes, com arquitetura extravagante e guardas que patrulhavam cada esquina. A riqueza era evidente em cada detalhe, mas por trás dessa fachada, o Império fervilhava com intrigas políticas e sociais.

"Será que encontraremos algum aliado útil por aqui?" Cleo perguntou, sua voz suave, mas com uma dose de ceticismo. Ela havia aprendido a não confiar facilmente.

"É possível", Keyon respondeu, sem desviar os olhos das pessoas ao seu redor. "Mas devemos tomar cuidado. O Império pode ser imprevisível, e o que parece ser uma ajuda pode se transformar em uma faca nas costas."

As primeiras horas de busca se revelaram infrutíferas. Cleo conseguiu se integrar a alguns grupos de conversa, mas nada que fosse relevante para sua missão. Contudo, Keyon, sempre atento, notou algo peculiar ao longe. Um grupo de nobres se reuniu em frente a uma casa particularmente ostentosa. Eles conversavam em tons baixos, mas havia algo na postura deles que sugeria que estavam discutindo algo mais sério do que simples negócios.

Keyon se aproximou discretamente, mantendo-se na sombra de um pilar próximo. Ele conseguia ouvir fragmentos da conversa, palavras como "sucessão", "aurea do trono" e "aliança com os do sul". As peças começaram a se encaixar, e a tensão entre as famílias nobres se tornava mais clara.

"Está vendo aquilo?" Keyon sussurrou para Cleo, que estava mais distante, fazendo com que ela se aproximasse dele sem ser notada. "Esses nobres estão discutindo sobre a sucessão e alguma aliança com os 'do sul'. Precisamos saber mais."

Cleo analisou os rostos dos nobres, prestando atenção ao que cada um dizia. "Eles não estão apenas discutindo política, estão tramando alguma coisa grande. Algo que pode afetar o equilíbrio de poder dentro do Império."

Com esse novo foco, Keyon e Cleo passaram as próximas horas tentando se infiltrar mais na alta sociedade, observando, ouvindo e esperando o momento certo para agir. Eles sabiam que cada movimento deles poderia ser a chave para desvendar o que estava realmente acontecendo nos bastidores do Império.

À medida que o dia caía, e as lanternas da cidade começavam a brilhar suavemente, Keyon e Cleo se encontraram em um salão de baile, onde a alta nobreza se reunia para celebrar. O evento era grandioso, com música suave e danças elegantes, mas por trás das cortinas e da música suave, as intenções eram tudo, e ninguém sabia disso melhor que eles.

Cleo, agora com um sorriso encantador, foi se aproximando de um dos maiores influenciadores do evento, o Duque Alban, um homem conhecido por ser astuto e sempre rodeado de boatos. Ele tinha interesses no Império e, mais importante ainda, estava relacionado diretamente com o círculo de poder que Keyon e Cleo estavam tentando alcançar.

"Eu acho que este é o nosso momento", disse Cleo, sua voz suave e cheia de confiança. Ela sabia que a maneira de conquistar o Duque seria com palavras doces e gestos discretos, e ela era uma especialista nisso.

Keyon observou Cleo se aproximando do Duque, sabendo que uma simples troca de palavras poderia definir o rumo dos próximos dias. O Império estava em suas mãos, mas as peças ainda estavam se movendo, e cada passo dado ali seria crucial para o futuro deles.

Ele não sabia exatamente o que encontrariam, mas uma coisa era certa: o Império de Baharuth nunca mais seria o mesmo depois de sua chegada.