CORAÇÃO DE BRONZE
CAPÍTULO 1
Há muito tempo, as pessoas viviam de forma rudimentar, usando cavalos, carroças e, tristemente, escravos. Mas o mundo mudou radicalmente com a chegada das máquinas a vapor.
Meu nome é Eliot. Sou um jovem inventor de 14 anos, morador de uma favela no reino de Calypso. Tenho cabelo curto e bagunçado, pele morena e uma curiosidade insaciável. Hoje, algo grande vai acontecer.
Correndo pelas ruas apertadas da favela, tropecei e caí... direto sobre os seios de Evelyn.
– Foi mal! – balbuciei, levantando rapidamente, com o rosto queimando de vergonha. Curvei o corpo, olhando fixamente para o chão. – Por favor, não me chame de pervertido!
Evelyn, no entanto, apenas sorriu com gentileza, sem sinal de raiva ou constrangimento.
– Tudo bem, mas vai me recompensar depois, tá? – disse ela, com um tom divertido.
Sem saber o que dizer, balancei a cabeça e corri em direção à Academia de Inventores, deixando Evelyn rindo às minhas costas.
Chegando à Academia, fiquei deslumbrado. O lugar brilhava com invenções futuristas: garras mecânicas, fogões a vapor e uma engrenagem dourada que chamava atenção.
– O que é isso? – perguntei a mim mesmo, estendendo a mão para tocar a engrenagem.
– Tira suas mãos imundas da minha invenção, plebeu! – gritou Roger, um garoto mimado, famoso por sua arrogância e péssimos hábitos.
– Foi você que fez? – perguntei, sentindo um arrepio. – Hm, difícil de acreditar... parece quebrada.
Roger, com uma mão no peito, lançou um olhar altivo.
– Plebeu ignorante! Esta é a maior invenção de todos os tempos! Ela revolucionará o uso das máquinas!
Fechei os punhos, sentindo a raiva crescer. Antes que pudesse responder, Evelyn apareceu do nada e me abraçou pelas costas, mostrando a língua para Roger.
– Seu imbecil – disse ela com firmeza, deixando Roger vermelho de raiva.
– Como ousa, sua cabeça de vento? Que autoridade tem para falar assim comigo?!
Evelyn sorriu desafiadoramente.
– Sou a princesa do reino de Calypso.
Roger congelou. Ele sabia que não podia contrariar a princesa.
– P-princesa?! – murmurei, confuso.
Evelyn apenas deu de ombros e me puxou para o palco principal da Academia. Lá, fomos recebidos com aplausos enquanto o diretor entregava um folheto.
– O que é isso? – perguntei, abrindo o papel. Era um anúncio oficial: Evelyn seria minha companheira de jornada.