Os piratas da taverna
Capitulo 3
A jornada para recuperar o lendário Coração de Bronze havia começado há dias. O grupo, composto por Eliot, Evelyn e Roger, seguia em direção à cidade de Luxial, famosa por ser um reduto de piratas e embarcações movidas a vapor. Porém, o cansaço começava a cobrar seu preço.
— Eu não aguento mais andar! — Eliot caiu no chão, ofegante, limpando o suor da testa. — Precisamos de uma pausa.
— Se quer descansar, vai ficar para trás, plebeu. — Roger olhou para o horizonte, ignorando o cansaço. — Precisamos encontrar um barco. Não temos tempo a perder.
Evelyn, também exausta, sentou-se ao lado de Eliot. A blusa branca que ela usava estava grudada no corpo por causa do suor. Sem pensar, ela brincou:
— Eliot, você se lembra de quando eu coloquei essa blusa branca? Olha como ficou.
Eliot virou-se, imediatamente corando ao perceber que a blusa estava quase transparente.
— Q-que isso?! — Ele desviou o olhar, ainda mais vermelho.
Antes que Evelyn pudesse rir, Roger interveio.
— Não é hora para brincadeiras! — Ele olhou para Evelyn, mas acabou também ficando desconcertado ao perceber a situação.
— Seu pervertido de merda! — Evelyn gritou, acertando um tapa na cabeça de Roger.
Eliot suspirou, olhando para os dois.
— Acho que isso vale para os dois…
Enquanto brigavam, o vento começou a mudar. Na colina onde estavam, eles finalmente avistaram a cidade de Luxial. Era um cenário grandioso: barcos voadores pairavam sobre as casas, movidos a elaboradas máquinas a vapor. Piratas transitavam pelas ruas, negociando mercadorias e gritando ordens. Evelyn foi a primeira a comentar:
— Parece tão caótica quanto eu imaginei.
Roger, com um sorriso sarcástico, propôs:
— Que tal uma corrida até a cidade, plebeu? Ou tem medo de perder?
— Eu? Medo? Nem sonhe! — Eliot respondeu, determinado.
Ambos se posicionaram e, ao som de "três", começaram a correr ladeira abaixo, enquanto Evelyn os seguia, rindo da cena.
— Esses dois são impossíveis… mas até que são divertidos.
Enquanto os jovens se aproximavam da cidade, outra trama se desenrolava. Dentro de uma taverna cheia de piratas, um homem encapuzado negociava com o Capitão Dente de Ouro, um sujeito corpulento com dentes brilhantes e uma presença imponente.
— Vejo que não perdeu o charme, Osvaldo — comentou o capitão, analisando o homem encapuzado.
— Vim para negócios, não para conversas. — O encapuzado mostrou um pedaço de papel envelhecido.
O capitão sorriu, intrigado.
— Isso é... o quê exatamente? Não me diga que tem algo a ver com o fio de seda.
Enquanto isso, uma jovem pirata, claramente novata, observava à distância.
— Esse homem outra vez… — murmurou, irritada, antes de se afastar, desejando um dia comandar sua própria tripulação.
**Dentro da taverna**
Eliot, Roger e Evelyn, após se instalarem na cidade, decidiram explorar o local. Logo encontraram a taverna, cheia de música alta, piratas cantando e uma bagunça generalizada.
— Vamos nos misturar, plebeu. Você precisa relaxar. — Roger puxou Eliot para o centro da multidão.
Juntos, eles se juntaram ao coro:
— "Somos piratas, vamos lá, pela terra e pelo mar, navegamos sem parar!"
No entanto, Evelyn, que observava da entrada, ficou impaciente.
— Esses dois não têm jeito… — Ela marchou até onde estavam.
— Já se divertiram o suficiente? — perguntou, cruzando os braços.
Antes que eles pudessem responder, a porta da taverna foi aberta com força. Três piratas desconhecidos entraram, liderados por Frost, um homem de aparência intimidadora. Ele carregava uma espada manchada de sangue e, sem cerimônias, jogou a cabeça do barman sobre o balcão, silenciando todos no local.
— Escória! A partir de agora, todos aqui obedecem a mim! — Frost gritou, com um sorriso cruel.
Evelyn deu um passo à frente para intervir, mas Eliot segurou seu braço.
— Não agora. — Seu olhar era sério, quase frio.
Frost se aproximou, notando Evelyn.
— Ora, ora, o que temos aqui? Uma princesa no meio de piratas? Que tal deixar esses dois idiotas e se juntar a nós? — Ele deu um sorriso malicioso.
— Seus porcos nojentos… — Evelyn começou, mas Eliot deu um passo à frente, interrompendo-a.
— Você acha que pode intimidar todo mundo aqui? — Eliot encarou Frost, imóvel, mesmo quando uma garrafa foi arremessada em sua direção.
Irritado, Frost agarrou Roger, jogando-o sobre uma mesa e desferindo vários socos.
— Vamos ver quanto tempo aguenta, pirralho.
Para a surpresa de Frost, Roger riu, cuspindo sangue.
— Vai precisar de mais força se quiser me derrubar.
A aura intimidadora de Eliot e Roger começou a crescer. Frost deu um passo para trás, assustado.
— Esses moleques… eles não têm medo?
— Frost, vamos embora. Esses três não valem a pena. — O líder dos piratas chamou, e Frost, relutante, os seguiu até o barco.
Quando os piratas partiram, Eliot e Roger se levantaram lentamente, rindo.
— Por pouco, hein? — Roger comentou, limpando o sangue do rosto.
— Vocês dois são um perigo para vocês mesmos… — Evelyn disse, balançando a cabeça, mas não conseguiu evitar um sorriso.
Eles sairam para proxima cidade