Um reino, um rei...2 anos antes da Grande Guerra..."Hoje, um novo rei será coroado. Vida longa ao Rei Magnos!"1 ano após a Grande Guerra..."Esta manhã, a Rainha Marrian deu à luz sua primeira filha, a princesa Stella.""Dois meses após o nascimento da princesa, é com muita tristeza que anuncio a morte da Rainha."Existia um reino, conhecido pelas suas terras férteis, plantações em abundância, seu comércio sempre lotado por pessoas de vários lugares diferentes, com estalagens, tavernas e uma praça central onde aconteciam os maiores eventos do reino. Sob seu comando, havia um rei forte e inteligente, que levou seu exército à vitória, e uma filha que, aos olhos de muitos, era uma "Deusa na Eyenopus". Ela era bondosa, inteligente e sua beleza encantava a todos. Esse reino era chamado de Farmsky...Anos depois, no Reino de FarmSky..."Majestade, precisamos conversar seriamente.""Marco, meu tempo é precioso demais para gastá-lo com você, então seja rápido."Antes de conseguir falar, Marco foi interrompido por Sir Konor, homem de confiança e braço direito do Rei."Majestade, o Rei das Ilhas Nevadas está no salão principal à sua espera.""Então vamos logo.""Estavam falando sobre o quê?" perguntou a princesa, chegando de surpresa atrás de Marco."Princesa?! Não deveria estar com sua doula?" questionou Marco, levando-a para um canto a fim de não serem vistos."Ela foi ajudar na cozinha.""Mas seu pai estava agora há pouco comigo. Não é muito seguro você ficar aqui.""Eu só quero saber o que você acha sobre-aii!" gemeu Stella ao sentir uma dor após tocar em seu próprio braço.Marco, ao ver, segurou Stella e levantou levemente a manga do vestido, observando um machucado em seu braço."Stella, o que foi isso?!""Xiu! Fala baixo. Não foi nada, só uma batida. Não fique preocupado.""Você tem sido muito desastrada. Está bem mesmo?""Estou sim, calma. Mas voltando ao que eu ia perguntar: estou bonita com este vestido?" disse a princesa, abaixando a manga novamente e dando uma voltinha com um sorriso no rosto."O que achou?""Você está linda" falou Marco, paralisado ao ver a beleza que estava à sua frente."Que bom que gostou! Vou usar este vestido na festa de amanhã.""É uma boa escolha, mas tome cuidado para não se machucar mais.""Tá bom, Sr. Welly.""Que Sr. Welly o quê? Aquele jardineiro consegue ser mais chato do que você. Mas é melhor ir andando para ninguém te ver comigo" disse Marco, virando Stella de costas e dando um empurrãozinho para ela sair.E assim o dia se encaminhou: o Rei em suas reuniões, os cidadãos preparando a festa que aconteceria no dia seguinte, e Marco cuidando de seu posto enquanto admirava a vista da princesa caminhando com sua doula no jardim.Era um dia tranquilo. Após a ceia, todos foram aos seus aposentos, mas naquela madrugada, enquanto todos dormiam, Stella caminhava pelos corredores do palácio, perturbada, murmurando:"Por que eu?... Por que eu?""Stella? Você sabe que pode acordar os funcionários para lhe ajudar, não sabe?", falou Marco, aproximando-se de Stella."O que eu fiz?", murmurava Stella mais uma vez, fora de si."Stella?!", exclamou Marco, colocando-se à frente da princesa.No momento em que Marco olhou para o rosto da garota, ela estava pálida e com um olhar distante. Por um instante, Marco teve certeza de que algo ruim estava prestes a acontecer, pois viu, mesmo que por um segundo, a imagem de uma criatura atrás da garota, com um olhar vazio e assustador."Senhorita!", exclamou a doula ao avistar a princesa fora de seus aposentos."Vamos! Vou levá-la ao seu quarto, senhorita."Atormentado pela visão que teve, Marco não conseguiu sequer se mover por algum tempo, o que o deixou acordado a noite toda.Dia seguinte:"Hoje seremos agraciados com a presença de nosso Rei e sua querida filha! Vamos reverenciá-los!"Todos em uníssono: "Vida longa ao Rei!""Muito obrigado. Após dias de trabalho duro, chegamos ao dia mais esperado: o dia em que todos, de diversas partes do mundo, vêm em busca de nossos produtos. Então, para comemorar mais uma Festa da Colheita, ergam seus copos e brindemos a nós e aos anos seguintes, que serão tão bons quanto este foi."Todos novamente em uníssono: "Ao Rei e ao Reino!"Após o discurso, Magnos seguiu para sua carruagem acompanhado de Sir Konor, sua filha e alguns guardas. A princesa, no entanto, parecia estar incomodada, com as mãos trêmulas e um olhar distante da festa, o que a fez se afastar de perto de seu pai para tomar ar, sob a condição de ser acompanhada por Konor.Enquanto caminhava pelas barracas, Stella começou a olhar ao redor como se estivesse sendo perseguida. Suas mãos tremiam cada vez mais, deixando-a perturbada a ponto de se afastar da multidão e parar na entrada de um beco para respirar."Princesa, acho melhor voltarmos, pois, agindo desse jeito, podem confundi-la com uma louca", disse Konor, aproximando-se da garota."Eu não estou louca, eu só...""Só?... Bom, seja lá o que for, tente agir normalmente na frente deles, porque tenho certeza de que, se continuar assim, boatos serão criados, e a senhorita sabe que isso a prejudica, não é?"Mesmo perturbada, Stella conseguiu, ainda que por um momento, se recompor para voltar até seu pai. Contudo, sua estranha postura não passou despercebida..."Depois eu que sou o doido... Garotinha estranha".Enquanto a princesa saía para tomar um ar..."Majestade, dois comerciantes desejam falar com o senhor.""Qual seria o assunto?""Disseram que era sobre a colheita.""Diga que vou encontrá-los." Ordenou o rei, arrumando-se para sair da carruagem."Vossa Majestade!""Meu rei!""Soube que vocês queriam falar comigo, então digam o que querem." Disse o Rei Magnos, saindo da carruagem."Majestade, as colheitas estão diminuindo a cada ano que passa.""Não sabemos o que está havendo." Falou o outro comerciante."As terras são direito de vocês. Se há algum problema nelas, cabe a vocês arrumá-las.""Mas, meu rei, nós tentamos tudo ao nosso alcance, e nada adiantou.""Desculpe, porém o que está acontecendo em suas terras é consequência de algo que fizeram. Acho bom resolverem, pois isso prejudica o reino." Falou o rei, perdendo a calma."O rei deve garantir o bem-estar de todos, por isso viemos falar com Vossa Majestade.""Basta! Eu sou seu rei, sei dos meus deveres. Lhes falta comida e moradia?!""Não..." Responderam os dois comerciantes."Então, o meu dever eu estou cumprindo. Cumpram o de vocês." Disse, voltando para a carruagem, estressado, mas mantendo a postura.Durante o dia inteiro, Marco ficou relembrando o que havia presenciado na noite anterior. Sem saber o que fazer, decidiu falar com Magnos sobre o perigo que acreditava que a princesa estava enfrentando. Assim, quando o rei voltou da festa, Marco o esperava na frente de sua sala."Majestade!""Seja breve", disse Magnos com tom de repúdio."Sei que falar isso pode parecer rude, mas a princesa está agindo de forma esquisita e temo que forças malignas estejam perseguindo-a.""Que insolente! Como ousa duvidar da integridade da sua futura rainha?!""Mas eu vi! Tem um monstro na sua filha!"Possesso de raiva, o rei levantou Marco pelo pescoço e o jogou contra a parede."Você nunca mais pisará neste castelo, a não ser que queira morrer!"Sendo arrastado até os portões do castelo, Marco ficou aos gritos, mas nada foi suficiente.Após os portões serem fechados, ele percebeu que a rua estava vazia e só podia ouvir um som se aproximando aos poucos..."Como cá, como lá, é mulher? Venha cá,Minha arma não tem limites,Se quiser, é só chamar.""Marco?! Não sabia que você estaria me esperando, querido.""Vai se ferrar, Klaus.""Estou vendo que o dia foi bom só para mim. O que teve?""Nada", disse Marco, com o olhar para baixo, enquanto Klaus se aproximava e colocava a mão sobre seu ombro."Qual é? Conta pra mim, vai, querido.""Ou, sai pra lá, bobo tarado!" falou Marco, se afastando de Klaus."Eu fui expulso, foi isso.""Você?! Levou um pé na bunda da princesinha, foi? Ou decidiu oficializar o relacionamento com ela?""Que relacionamento o quê?! Não foi nada disso. É que tem coisas perseguindo e atormentando a princesa, mas o rei se sentiu ofendido quando eu falei e me jogou pra fora.""Ou seja, você chamou, na cara do rei, a filha dele de louca?!""Não! Eu não faria isso.""Claro que chamou. Olha, para falar com um rei, antes você precisa pensar como se fosse um. Você, aos olhos dele, chamou a princesa de doida. Mas por que chamou ela assim?""Eu não chamei ela de doida! Eu só falei que vi um monstro atrás dela ontem à noite, e esse pode ser o motivo dela estar esquisita ultimamente. Eu só quero ajudá-la", falou Marco, relembrando a cena aterrorizante da noite passada."Bem que eu vi ela estranha esses dias. Teve uma noite que eu nem consegui dormir depois dos gritos que ela deu por um suposto vaso quebrado. Mas eu não sei por quê, eu consigo acreditar mais em você do que naquela nojenta da Patrícia. Me deu um fora depois de prometer um encontro, aquela doula nojenta!""Nojento é você. Mas voltando para Ste-princesa, por que você acredita em mim? Sabe algo sobre esse monstro?""Sobre ESSE monstro não, mas já fiquei com uma mulher que sabe muito sobre esse tipo de coisa, a terra onde ela mora tem muitas histórias assim""Onde fica? Eu poderia falar com ela?!" Perguntou Marco interessado com a notícia."Agora minha nojentice lhe agrada?""Só fala logo""Tá tá, o nome dela é Greta, tem cabelo preto, mais liso que joia lapidada, seu corpo é esbelto, tão alta quanto sua chama-" Falou Klaus relembrando a mulher que um dia mexeu com sua cabeça, sendo cortado logo em seguida por Marco."Já poderia ter parado no nome. Onde ela mora? Eu posso procurá-la?""Ela mora em ValHell, se você falar que eu lhe mandei tenho certeza que ela vai te receber bem. Eu só indico arrumar alguém para ir com você, pois o caminho é complicado e eu não vou poder te acompanhar""E como você foi até lá?""Não fui. Encontrei ela durante uma viagem do rei, afinal eu sou um bobo da corte, então aonde ele vai eu vou junto"."Bom, então eu vou achar essa mulher. Cuida bem da Ste- princesa""Pode deixar que sua princesa vai estar segura comigo" Afirmou o bobo enquanto Marco ia embora."Não é minha!" Falou Marco cada vez mais distante."Diz para Greta que eu sinto sua falta" Diz Klaus fingindo chorar."Vai se ferrar Klaus!""Tchaaau!"Saindo do castelo, Marco decidiu ir ao único lugar onde acharia pessoas dispostas a tudo por dinheiro; e esse lugar se chama Taverna do Olho Dourado.O motivo? Bom, o dono da taverna, senhor Fink, ficou cego do olho direito e decidiu colocar ouro em formato de lente no olho cego.No momento em que Marco chegou no Olho Dourado esbarrou sem querer com dois homens bêbados que haviam acabado de ser expulsos por brigas além do aceitável do local.Indo de um lado para o outro, Marco tentava achar ajuda, porém ninguém aceitava a missão, pois a recompensa não era das melhores e após tanto insistir as pessoas começaram a se irritar, jogando objetos e bebidas enquanto gritavam:"Sai daqui seu merda!""Cai fora!" Falou uma bêbada enquanto Marco saia rapidamente."Olha ali, ó, Aron, o homem que esbarrou na gente", disse um anão bêbado ao lado de um elfo, sentados na calçada da taverna."Ãn? Ah, como vai? Foi jogado para fora também?" perguntou o elfo, convidando Marco para se juntar a eles na calçada com um simples gesto de mão."Fui, mas estou vendo que não fui o único. Por acaso vocês fazem parte de algum grupo de caçadores de recompensa?""Grupo?! Nós dois conseguimos dar um pau em todos esses manés aí!" afirmou o anão, cambaleando para perto de Marco com um cheiro de bebida muito forte."Vocês dois? Está difícil acreditar nessas condições. Mas vocês aceitariam ir comigo até ValHell?""ValHell?! Quer ir tão longe por quê?" perguntou o elfo, preocupado e interessado com a proposta."Tenho que achar uma mulher que pode me ajudar com o problema da princesa.""A princesa? A que apareceu na festa hoje de manhã?""Vocês não são daqui, né?""A gente?" falou o anão, mais bêbado do que nunca."A gente fica viajando por aí. Uma hora tá aqui, outra hora não tá maaaais... Mas qual é a recompensa? É bebida?" completou o anão com um sorriso no rosto."30 moedas de prata no final.""30?! Eu quero maaaais" pediu o anão, caindo no chão e se levantando novamente."Fica quieto, Gandul! Melhor isso do que nada" reclamou o elfo, dando um tapa na cabeça do Gandul."Vai se ferrar, Aron!" falou o anão revoltado.Marco estendeu sua mão para fechar o acordo com os dois e, logo em seguida, foram andando em direção à estalagem onde a dupla estava hospedada.No caminho, eles conversaram um pouco sobre a briga na taverna, e Marco começou a contar algumas coisas que haviam acontecido com a princesa Stella enquanto passavam na frente de um beco, perto do local onde ocorreu a festa.Passando por lá, Marco e Aron perceberam uma movimentação estranha e pararam para verificar de onde vinha o barulho."Tem alguém ali, Aron" falou Marco."É... é um goblin" disse Aron, se aproximando do beco."Oxe, não sabia que existia anã verde" completou Gandul.