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Chapter 2 - O Inventor

A noite em Farmsky era sempre muito agitada, com brigas de bêbados, festas, e nesta ocasião específica, estavam lá: um anão sem qualquer senso, um elfo surpreso, um homem que depois de tanta coisa em um único dia, já não estava entendendo mais nada, e todos ali, olhando o goblin verde, usando luvas de couro e óculos de proteção, segurando um saco marrom aparentemente cheio.Assim que Gandul proferiu tais palavras, o goblin percebeu a presença indesejada e não se conteve:"Anã?! E agora eu sou uma anã para vocês?!" falou o goblin, indo atacar Gandul."Ou, ou, ou! Ele está muito bêbado, calma!" disse Marco, segurando o anão."Cai pra porrada, ervilha orelhuda!" gritou Gandul, se debatendo nos braços de Marco."Ervilha orelhuda?! Vou te mostrar o que uma ervilha faz, seu tronco de amarrar cavalo!" exclamou o goblin, sendo impedido por Aron, ao mesmo tempo que balançava suas mãos como se lutasse boxe."Aaaaa, seu...""Parem aí! Chega vocês dois! Acalmem-se e vamos ter uma conversa civilizada" implorou Marco, tirando as mãos de Gandul e pedindo para Aron fazer o mesmo.Quando tudo se acalmou, Marco continuou:"Agora que estamos TODOS calmos... Quem é você e o que faz nesse beco?""Eu? Eu sou Tododon. Vocês podem até não ver, mas eu não sou o único goblin que roda por esse reino. Se não fosse por esse cabeludo me ofendendo, eu não teria ido pra cima de vocês.""O Aron? Esse cabelo loiro nem é lá essas coisas" disse Gandul, sem a menor capacidade de raciocínio."Eu não seu anão burro!" falou Aron, dando um tapa na cabeça do anão. "Ele está falando de você, seu merda! Marco, acho melhor irmos logo, porque, se esse idiota aqui proferir mais uma palavra, minha flecha vai parar na fuça desse anão desgraçado.""Podem ir. Me encontrem na Taverna do Olho Dourado amanhã cedo.""Tudo bem, então vamos indo" falou o elfo, se despedindo enquanto arrastava Gandul consigo."Aaaa... tcha... tchã..." disse o anão, com suas claras palavras."Bom, agora que eles saíram, o que você quer mais de mim? Estou vendo que está com armadura real. O rei mandou matar os goblins? Eu não ficaria surpreso. Você até sabe que nosso ponto fraco são essas malditas provocações, não sabe?""Não é nada disso. Eu só ia falar que você não respondeu o que está fazendo nesse beco.""Não vai me matar?" perguntou Tododon desconfiado."Não" respondeu Marco tranquilamente."Já que quer tanto saber, me acompanhe."Mesmo desconfiado, Marco o seguiu até outro beco, este bem mais afastado da praça central. Do lado esquerdo, no final do beco, havia uma pequena porta camuflada. Ao entrar, via-se uma mesa com várias ferramentas, prateleiras cheias de armas diferentes e pilhas de metais no chão, onde Tododon depositava os materiais de dentro do seu saco marrom."Que lugar é esse? O que é isso?" questionou Marco, enquanto olhava ao redor."Isso aqui é a resposta que você queria. Esta é minha casa. Todo dia eu busco o que vocês chamam de 'lixo' e crio minhas bebês com ele. Minha vida é isso.""Diferente. Nunca imaginei que houvesse algum goblin inventor.""Claro, nós somos ladrões para o resto das raças por aí, mas essa bebê aqui poderia explodir a cabeça de todos vocês" falou Tododon, segurando um tipo de explosivo."Suas armas são realmente impressionantes. Você não gostaria de criar mais dessas e testá-las?" perguntou Marco, interessado na habilidade do goblin."Querer, eu quero, mas—" falou o goblin, sendo interrompido."Então, o que acha de ir para Valhell com a gente? Dizem que o caminho é perigoso, mas também cheio de coisas que você pode usar para aprimorar as suas armas. O que acha?""É uma oferta interessante, mas quem garante que isso tudo não é mentira?""Lhe garanto que não é. Se for, pode explodir minha cabeça. Afinal, quem está com uma arma é você.""É verdade. Tudo bem, eu vou te dar uma chance, mas você não pode ir para o 'quinto dos infernos' sem nenhuma arma, né? Pega isso aqui. É bem simples, mas é melhor do que nada" disse Tododon, entregando um escudo e uma espada."Obrigado. Quando fui arrastado para fora do castelo, nem percebi minha espada e escudo sendo puxados pelos guardas.""Agora eu entendi por que você não me matou. Agora me fala, qual o motivo dessa viagem?""A princesa está passando por um problema, e eu sei de uma pessoa que tem a solução. Porém, infelizmente, ela mora em Valhell.""Aaaa, a princesa. Eu vi ela na festa da praça. Ela estava toda esquisita, aquela princesa estranha... Mas... Pera aí, você não foi expulso?" perguntou o goblin, sem entender nada."Isso é uma história muito longa para contar hoje. Vamos descansar logo, e outro dia podemos falar mais sobre isso" falou Marco, deitando-se no chão para dormir."Por que humanos são tão chatos assim? Eu nem convidei ele para dormir aqui!" resmungou Tododon, falando consigo mesmo.Após algumas horas, o sol iluminou o reino, e lá estavam Marco e Tododon entrando na taverna."Finalmente você chegou" disse o anão, sentado e escorado no balcão."Por que esse goblin está atrás de você?" questionou o elfo ao ver quem acompanhava Marco."Eu tenho nome, sua rapariga loira" falou Tododon, sentando-se no balcão junto de Marco."Ei, ele vai com a gente, então chega de confusão. O Tod—posso te chamar assim?""Pode" respondeu o goblin."Ele sabe fazer armas e bugigangas que podem ajudar a gente no caminho.""E vamos ter que dividir a recompensa com ele?" perguntou Gandul."Não; a recompensa dele serão os materiais e armas que ele vai encontrar."No meio da conversa dos quatro, três homens sentados em uma mesa próxima perceberam a presença do goblin no balcão e decidiram tirar satisfação. Os homens eram altos e musculosos, com barbas e cabelos longos—um castanho e outro com cabelo preto—exceto por um que era careca."Ei, mocinha! Quem deixou essa escória verde entrar aqui?""Você me chamou de quê?!" exclamou Aron se virando para o homem."Mo-ci-nha" debochou um dos homens."Ah, seu filho da puta" murmurou Aron."E aquela aberração ali?" perguntou o homem careca."Aberração é essa sua cabeça de ovo" retrucou Tod, ficando de pé em cima do balcão."Vou te mostrar o que vamos fazer com a cara de vocês" falou o homem careca, puxando sua arma e ficando em posição de ataque, junto com seus companheiros."Ah é? Então vai ser assim?! Então CAI PRO PAU!" gritou Gandul, fazendo Aron e Marco pegarem suas armas e ficarem a postos, assim como ele. Enquanto isso, Tod mostrava os dedos do meio para os homens."PARADOS!" ecoou a voz do Sr. Fink, que estava limpando os copos atrás do balcão até perceber o caos prestes a acontecer."Esse lugar não permite lutas com armas nem poderes, e vocês sabem disso. Se é para brigar aqui, vai ser na base da porrada. ENTENDERAM?!""Briga, briga!" gritavam os clientes presentes.Após o grito do Sr. Fink, todos largaram suas armas no chão, dando início à luta.De início, Marco correu em direção ao homem de cabelo preto, golpeando seu rosto. Em resposta imediata, levou um murro no estômago, o que não foi muito efetivo, já que Marco estava de armadura.Do seu lado, estava a dupla de caçadores contra os dois homens que tentaram fazer um ataque separado. Entretanto, Gandul e Aron foram mais rápidos. Correndo na direção dos dois, Gandul ajoelhou-se com os braços apoiados no chão dando suporte para Aron saltar e dar um chute no homem careca, que, ao desviar do golpe do elfo, é surpreendido por Tododon, que agarrou sua cabeça e mordeu seu nariz.E, com muitos socos e gritos, a porradaria continuou: Marco trocando golpes com o inimigo de cabelo preto; o careca entrando em desespero com o goblin que não desgrudava de seu rosto, levando cruzados que, mesmo não sendo muito fortes, eram incessantes; um anão de ressaca não apenas levando ganchos na barriga, mas também chutes na bunda, tentando revidar com um soco e acertando seu parceiro por engano:"Gandul, seu filho da puta!" reagiu Aron.E um elfo em um dia de azar, que até acertava, mas não tanto em comparação ao homem de cabelo castanho, recebendo a ajuda de Marco depois que este derrubou seu adversário com um soco direto no rosto.E assim a luta se encerrou: um desacordado, outro que, após receber vários golpes do goblin, saiu correndo da taverna, e o último que teve o prazer de levar um upper de Marco.Com a vitória na taverna, todos foram aplaudidos enquanto saíam cansados, mas de cabeça erguida com suas coisas."Achava que vocês dois conseguiriam dar conta dos três" questionou Marco, dando uma risada."Se eu não estivesse de ressaca, eu daria conta sozinho" gabou-se o anão."Tá, mas e agora? O que vamos fazer?" perguntou Aron."Agora? Agora nós vamos para ValHell..."Explicação rápida ("Upper": golpe de baixo para cima no queixo)