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Chapter 5 - O Assassino do Meu Pai

Eve~

"Você tomará o lugar da Ellen e se casará com ele", meu pai me disse como se estivesse falando do tempo.

Eu pisquei, incapaz de compreender as palavras que saíam de sua boca. "Co—"

"Seja útil pela primeira vez na sua vida", minha mãe cuspiu, seu olhar endurecido como se eu não fosse sua filha. "Você deveria ser grata por termos te dado outra chance de se provar."

"Me provar?" Eu ecoei incrédula, meus olhos pousando em minha irmã, que examinava a sujeira inexistente entre suas unhas como se não fizesse parte disso.

James foi rápido em se por entre nós, seus olhos fixos em mim. "Mantenha suas tendências assassinas sob controle perto da princesa", ele rosnou.

Algo estalou em mim. "Não ouse olhar para mim como se eu fosse algum tipo de monstro!"

Silêncio.

Minhas palavras permaneceram no ar antes que o silêncio fosse rompido pelo choro. O choro da Ellen. Ela me olhou, seus olhos cheios de lágrimas. "Eu nunca quis que fosse assim", ela fungou.

Eu senti meu corpo coçar de raiva que permaneceu engarrafada por anos.

Minha mãe e James foram rápidos em socorrer ela, mimando-a. Eu não suportava a visão quando Ellen me lançou um sorriso arrogante através de suas lágrimas de crocodilo. Ela de fato havia vencido; não adiantava tentar convencê-los da minha inocência. Eu era a gêmea amaldiçoada, afinal.

"Você quer que eu me case com um monstro de homem?"

"Vocês dois se combinam, não é?" James zombou.

Eu cerrei os dentes, lutando contra as lágrimas. Não daria a eles a satisfação de ver o quanto eu estava quebrada. Eu o ignorei.

Os olhos do meu pai nunca me deixaram. O turquesa quente que costumava estar repleto de tanto amor agora estava frio como uma geleira. "Eu sou o seu Alfa. Você fará como eu digo e se casará com ele."

"Eu prefiro morrer", eu sussurrei.

"Então você morrerá", meu pai respondeu sem hesitar.

James se levantou num pulo, sacando uma arma de seu coldre e apontando-a diretamente entre meus olhos.

Meu coração ficou preso na garganta, o medo me dominando. Não havia hesitação. Era dançar conforme a música deles, ou eu me tornaria uma estatística.

"Não precisa ser tão complicado ou sangrento", James disse, guardando a arma no coldre. "Apenas case-se com ele."

"Ele é um Lycan", eu declarei o óbvio. "O Rei Lycan, aliás. O rei dos monstros que caçou e matou nossa espécie por esporte. Você me odeia tanto assim?"

"Ah, por favor", meu pai ignorou minhas palavras, revirando os olhos. "Não é tão trágico quanto você faz parecer."

"Então por que você não entrega a Ellen para ele?" É claro que não fariam isso. Ela era a única filha amada deles.

Meu pai me olhou severamente. "Por que você acha que ele a quer em primeiro lugar? Ele quer a gêmea abençoada, não a amaldiçoada."

"Então você prefere traí-lo?" eu perguntei. A ideia era insana. Era amplamente conhecido que ninguém o enganava e permanecia vivo, nem a próxima geração de tal pessoa. "E se ele descobrir?"

"Você vai garantir que ele nunca descubra", meu pai respondeu friamente. "Porque antes que ele venha até nós por nos trair, primeiro ele terá você."

O significado era claro, e meu sangue gelou.

"Ele é um assassino!" eu protestei.

Meu pai levantou uma sobrancelha. "O sujo falando do mal lavado."

Eu estava prestes a perder a sanidade. Meus olhos se voltaram para a arma de James. Poderia eu tentar escapar? Uma voz tola na minha cabeça se perguntou, mas eu bania o pensamento imediatamente.

Eu engoli, a bile subindo na minha garganta. Meu olhar voltou-se para Ellen novamente. Ela ainda fingia chorar, secando os olhos com a manga, mas aquele sorriso... aquele maldito sorriso.

"Há quanto tempo vocês estão planejando isso?" eu exigi, minha voz quebrando levemente, mas eu me agarrei ao pequeno resquício de desafio que ainda queimava dentro de mim. "Há quanto tempo vocês estão me preparando para isso?" Depois de cinco anos de tortura e inferno, fui libertada para isso?

Meu pai cruzou os braços, o menor sinal de irritação finalmente rompendo sua fria aparência. "Tempo suficiente", ele respondeu secamente. "Isso não é sobre você, Eve. Nunca foi. Isso é sobre o que é melhor para a alcateia. Ele vai declarar guerra se não tivermos essa aliança."

"A alcateia?" Dei uma risada cortante, minha voz gotejando incredulidade. "Você está me sacrificando por poder. Pela sobrevivência. É isso o que isso é."

Seu silêncio foi resposta suficiente.

As lágrimas de crocodilo da Ellen já haviam secado agora. Ela deu um passo à frente, parando entre James e eu, seu olhar cintilando com falsa piedade. "Eve, se você apenas aceitar isso, poderá ter um lugar na nossa alcateia novamente. Você terá um propósito. Você não vai ficar... sozinha."

A palavra me atingiu como uma facada no peito. Sozinha. Eu tinha estado sozinha por tanto tempo, rejeitada, abandonada, tratada como uma maldição que ninguém queria tocar. E agora, eles haviam encontrado a maneira perfeita de se livrarem de mim de vez. De me tornarem o problema de outra pessoa. Ou fazer dele o meu inferno.

Eu queria odiá-los todos, mas eu apenas me sentia esgotada.

"Eu prefiro queimar no inferno a ser parte desta alcateia", eu sibilei, minha voz impregnada de veneno.

O maxilar do James se tensionou, sua mão se mexendo em direção ao coldre novamente, mas meu pai levantou a mão para detê-lo. "Chega", disse ele asperamente. "Ela vai se casar com ele. Ela não tem escolha."

Eu cerrei os punhos, a raiva ameaçando transbordar, mas eu sabia que se eu mostrasse mais resistência, eles me matariam sem hesitação. Não que se importassem se eu morresse. Eu não passava de um meio para um fim. Era tudo o que eu sempre tinha sido.

De repente, Ellen sorriu novamente, aproximando-se, sua voz baixando para um sussurro. "Apenas pense, Eve. Um rei como marido. Você será a rainha dele."

Eu cerrei os dentes. "Eu estarei morta."

"Talvez", ela concordou levemente, "mas pelo menos você morrerá sabendo que serviu a alcateia."

Eu avancei contra ela, minha visão se tingindo de vermelho com a fúria, mas James me pegou pelo braço antes que eu pudesse alcançá-la. Ele me girou, me forçando a encarar meu pai novamente.

"Você vai fazer isso", meu pai disse com finalidade assustadora. "Ou James puxará o gatilho agora mesmo, e nós enviaremos a Ellen no seu lugar de qualquer forma."

"Pai!" Ellen gritou.

Eu o encarei, meu coração batendo contra as costelas. Era isso. Minha escolha já estava feita por mim. Se eu caminhasse voluntariamente ou sendo arrastada, eu iria enfrentar o Rei Lycan. Eu seria a esposa dele. Sua propriedade.

E eu sabia... lá no fundo, eu sabia, que ele seria o fim de mim.

Mas talvez... só talvez... eu poderia sobreviver. Por algum milagre da deusa, talvez eu pudesse escapar. Eu preferiria ser uma renegada.

"Eu farei", eu disse, selando meu destino.

"Isso é esplêndido", meu pai disse, juntando as mãos à sua frente. "Agora para a próxima parte. Vou ter que garantir que você pareça exatamente com a Ellen."

Nós éramos gêmeas.

Como se lesse minha mente, Ellen falou. "Sim, somos gêmeas, mas eu não tenho as horríveis cicatrizes que você tem."

Eu cerrei os dentes com a provocação.

"Eu farei os deltas cuidarem disso."

Como se fosse combinado, dois deltas entraram em uniforme. Isto ia doer.

"Amarrem ela e tampe sua boca", James ordenou. "E façam rápido. O rei espera por sua rainha." Ele zombou.

Antes que eu pudesse até reagir, eles me agarraram e começaram a me levar para fora da câmara do meu pai.

"Parem", meu pai ordenou.

Eles obedeceram e se viraram para meu pai novamente.

"Mas se você quiser um lugar de volta nesta alcateia, você deve fazer o que eu lhe digo, ou tudo o que você fizer não significará nada."

Eu engoli. "O que?"

"Você deve matar Hades Stavros."