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Chapter 2 - Neve inconsciente.

— Eu estou morta? — murmurou Sekire, com os lábios rachados e quase congelados. 

Seus olhos abriram-se lentamente, mas não encontraram nada além de um vazio branco. Não havia horizonte, apenas uma vastidão gelada que parecia eterna. O frio cortava sua pele, mas o que mais doía era o peso invisível que esmagava seu peito, sufocando até mesmo sua vontade de viver. 

Ela tentou se levantar, e seus pés afundaram em algo que parecia neve, embora não houvesse textura ou som. Caminhava, ou ao menos acreditava que caminhava, em um lugar onde o chão era cristal e o céu parecia feito de gelo sólido. Não havia vento, apenas um silêncio absoluto que amplificava os gritos que ecoavam dentro de sua mente. 

— A vila... — sussurrou, sentindo um tremor que não vinha do frio. 

As imagens vinham como uma avalanche. O fogo consumindo as casas. Os rostos contorcidos de pavor. Seu falso pai, sua figura protetora, sendo engolido pelas chamas enquanto decapitado. E, no centro de tudo, ela mesma, com os olhos banhados de vermelho e as mãos tingidas de sangue. 

— Não! — tentou gritar, mas sua voz foi engolida pelo vazio. 

"Você é gelo."

A voz surgiu do nada, baixa, cortante, ecoando dentro dela como o som de uma lâmina rasgando um lago congelado. 

— Quem... quem está aí? — perguntou, olhando ao redor, mas só encontrou o branco infinito. 

"O gelo é água que desistiu de fluir."

Sekire sentiu seu coração apertar. A voz parecia sua, mas ao mesmo tempo estranha, como se viesse de uma versão dela que havia sido esquecida. 

"Quando a corrente para, o que resta? Quando a dor congela até mesmo o coração de uma criança, o que sobra?"

Ela queria responder, mas as palavras não vinham. Apenas o silêncio. Então, as rachaduras começaram. O vazio branco ao seu redor começou a se partir, como um espelho estilhaçado. Cada fragmento refletia algo que ela queria esquecer: o sorriso sádico de sua mãe no momento em que tudo desmorona, o olhar desesperado de seu pai querendo protegê-la, e a sombra que ela mesma havia se tornado.

"Você é a tempestade e o gelo, Sekire. Um ciclo sem fim. Mas..."

A voz hesitou, como se a própria dúvida pudesse surgir naquele vazio eterno. 

"O que você quer ser?"

Por um breve momento, Sekire viu algo. Não era grande, nem impressionante. Apenas uma pequena chama, dançando contra o frio. Ela tentou alcançá-la, mas suas mãos atravessaram o ar gelado. O chão começou a desmoronar, e ela caiu. A escuridão tomou tudo. 

Lá fora, a neve continuava a cair. O corpo de Sekire jazia no chão, seus dedos quase pretos pelo frio. Sua respiração era fraca, mas ainda estava lá. Mesmo com toda a indiferença do gelo ao seu redor, ela ainda resistia.

Sekire se arrastava pela neve como uma sombra quebrada, os dedos rígidos e arroxeados cavando a superfície gelada em desespero. A dor era insuportável, cada movimento arrancando gritos de sua garganta. Lágrimas ardentes escorriam de seus olhos, congelando em seu rosto enquanto soluçava. 

— Porra! Por que isso está acontecendo comigo?! — ela berrou, sua voz ecoando na vastidão fria. 

A cada palavra, sua garganta ardia como se rasgada por lâminas, mas ela continuava gritando, seus gritos cheios de raiva, dor e ódio. 

— Que merda de vida é essa?! Por que eu nasci nessa porra de mundo?! QUE PORRA É SER UM GELO?

Seus punhos batiam na neve com força, o impacto espalhando pequenos montes brancos e expondo a terra congelada abaixo. O frio queimava sua pele, mas isso só fazia sua fúria aumentar. 

— Eu não pedi essa merda! Eu não queria ser assim! Por que eu não posso ter uma vida normal?!

As lembranças da vila em chamas, do sangue, das expressões de terror das pessoas, e do grito final de seu pai perfuravam sua mente como agulhas. Sekire soluçava descontroladamente, os dentes rangendo enquanto seus braços tremiam. 

— Maldito seja esse mundo podre! Que se foda tudo isso! Eu só queria viver! Eu só queria ser uma criança, porra!

Ela gritou tão alto que sua voz falhou, tornando-se um gemido rouco. Mesmo assim, continuou a se arrastar, seus dedos deixando marcas avermelhadas na neve. 

— Eu odeio isso! Eu odeio tudo isso! Eu não quero morrer, caralho! Não agora! Não assim!

Seus olhos estavam selvagens, cheios de ódio e desespero, mas também de uma chama teimosa que se recusava a ser apagada. 

Finalmente, seu corpo cedeu. Sekire caiu de bruços na neve, incapaz de se mover. As lágrimas escorriam livremente, quentes em contraste com o gelo que a cercava. Ela virou o rosto para o lado, o peito arfando enquanto soluçava como uma criança perdida. 

— Eu só queria... brincar... só queria rir... porra... por que é tão difícil? — ela murmurou, a voz embargada pelo choro. 

A neve continuava a cair sobre ela, cobrindo seu corpo frágil, enquanto Sekire chorava abertamente. 

— Esse mundo de merda... esse mundo podre... por que eu nasci aqui?!

Seus dedos tremiam sobre a superfície branca, desenhando formas sem sentido enquanto suas lágrimas continuavam a cair. Mesmo consumida pela dor e pelo desespero, Sekire permanecia consciente, sentindo cada floco de neve pousar em sua pele como um lembrete frio de que estava viva, mesmo que não soubesse o porquê. 

— Eu vou viver... não importa o que aconteça, eu vou viver... mesmo que esse mundo tente me destruir.

Seus soluços ecoaram pela vastidão branca, mas desta vez havia algo diferente. Não era apenas desespero. Era um juramento.

— Eu estou morta? — murmurou Sekire, com os lábios rachados e quase congelados. 

Seus olhos abriram-se lentamente, mas não encontraram nada além de um vazio branco. Não havia horizonte, apenas uma vastidão gelada que parecia eterna. O frio cortava sua pele, mas o que mais doía era o peso invisível que esmagava seu peito, sufocando até mesmo sua vontade de viver. 

Ela tentou se levantar, e seus pés afundaram em algo que parecia neve, embora não houvesse textura ou som. Caminhava, ou ao menos acreditava que caminhava, em um lugar onde o chão era cristal e o céu parecia feito de gelo sólido. Não havia vento, apenas um silêncio absoluto que amplificava os gritos que ecoavam dentro de sua mente. 

— A vila... — sussurrou, sentindo um tremor que não vinha do frio. 

As imagens vinham como uma avalanche. O fogo consumindo as casas. Os rostos contorcidos de pavor. Seu falso pai, sua figura protetora, sendo engolido pelas chamas enquanto decapitado. E, no centro de tudo, ela mesma, com os olhos banhados de vermelho e as mãos tingidas de sangue. 

— Não! — tentou gritar, mas sua voz foi engolida pelo vazio. 

"Você é gelo."

A voz surgiu do nada, baixa, cortante, ecoando dentro dela como o som de uma lâmina rasgando um lago congelado. 

— Quem... quem está aí? — perguntou, olhando ao redor, mas só encontrou o branco infinito. 

"O gelo é água que desistiu de fluir."

Sekire sentiu seu coração apertar. A voz parecia sua, mas ao mesmo tempo estranha, como se viesse de uma versão dela que havia sido esquecida. 

"Quando a corrente para, o que resta? Quando a dor congela até mesmo o coração de uma criança, o que sobra?"

Ela queria responder, mas as palavras não vinham. Apenas o silêncio. Então, as rachaduras começaram. O vazio branco ao seu redor começou a se partir, como um espelho estilhaçado. Cada fragmento refletia algo que ela queria esquecer: o sorriso sádicode sua mãe no momento em que tudo desmorona, o olhar desesperado de seu pai querendo protegê-la, e a sombra que ela mesma havia se tornado.

"Você é a tempestade e o gelo, Sekire. Um ciclo sem fim. Mas..."

A voz hesitou, como se a própria dúvida pudesse surgir naquele vazio eterno. 

"O que você quer ser?"

Por um breve momento, Sekire viu algo. Não era grande, nem impressionante. Apenas uma pequena chama, dançando contra o frio. Ela tentou alcançá-la, mas suas mãos atravessaram o ar gelado. O chão começou a desmoronar, e ela caiu. A escuridão tomou tudo. 

Lá fora, a neve continuava a cair. O corpo de Sekire jazia no chão, seus dedos quase pretos pelo frio. Sua respiração era fraca, mas ainda estava lá. Mesmo com toda a indiferença do gelo ao seu redor, ela ainda resistia.

Sekire se arrastava pela neve como uma sombra quebrada, os dedos rígidos e arroxeados cavando a superfície gelada em desespero. A dor era insuportável, cada movimento arrancando gritos de sua garganta. Lágrimas ardentes escorriam de seus olhos, congelando em seu rosto enquanto soluçava. 

— Porra! Por que isso está acontecendo comigo?! — ela berrou, sua voz ecoando na vastidão fria. 

A cada palavra, sua garganta ardia como se rasgada por lâminas, mas ela continuava gritando, seus gritos cheios de raiva, dor e ódio. 

— Que merda de vida é essa?! Por que eu nasci nessa porra de mundo?! QUE PORRA É SER UM GELO?

Seus punhos batiam na neve com força, o impacto espalhando pequenos montes brancos e expondo a terra congelada abaixo. O frio queimava sua pele, mas isso só fazia sua fúria aumentar. 

— Eu não pedi essa merda! Eu não queria ser assim! Por que eu não posso ter uma vida normal?!

As lembranças da vila em chamas, do sangue, das expressões de terror das pessoas, e do grito final de seu pai perfuravam sua mente como agulhas. Sekire soluçava descontroladamente, os dentes rangendo enquanto seus braços tremiam. 

— Maldito seja esse mundo podre! Que se foda tudo isso! Eu só queria viver! Eu só queria ser uma criança, porra!

Ela gritou tão alto que sua voz falhou, tornando-se um gemido rouco. Mesmo assim, continuou a se arrastar, seus dedos deixando marcas avermelhadas na neve. 

— Eu odeio isso! Eu odeio tudo isso! Eu não quero morrer, caralho! Não agora! Não assim!

Seus olhos estavam selvagens, cheios de ódio e desespero, mas também de uma chama teimosa que se recusava a ser apagada. 

Finalmente, seu corpo cedeu. Sekire caiu de bruços na neve, incapaz de se mover. As lágrimas escorriam livremente, quentes em contraste com o gelo que a cercava. Ela virou o rosto para o lado, o peito arfando enquanto soluçava como uma criança perdida. 

— Eu só queria... brincar... só queria rir... porra... por que é tão difícil? — ela murmurou, a voz embargada pelo choro. 

A neve continuava a cair sobre ela, cobrindo seu corpo frágil, enquanto Sekire chorava abertamente. 

— Esse mundo de merda... esse mundo podre... por que eu nasci aqui?!

Seus dedos tremiam sobre a superfície branca, desenhando formas sem sentido enquanto suas lágrimas continuavam a cair. Mesmo consumida pela dor e pelo desespero, Sekire permanecia consciente, sentindo cada floco de neve pousar em sua pele como um lembrete frio de que estava viva, mesmo que não soubesse o porquê. 

— Eu vou viver... não importa o que aconteça, eu vou viver... mesmo que esse mundo tente me destruir.

Seus soluços ecoaram pela vastidão branca, mas desta vez havia algo diferente. Não era apenas desespero. Era um juramento.