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Chapter 12 - O Início da Guerra

O som das tropas inimigas se aproximando ressoava como uma onda que se prepara para invadir. Ycaro observava de cima da muralha, imerso no silêncio que precede a tempestade. Ele não estava preocupado. A guerra não era um desafio para ele. Ele não se via como parte do conflito – ele era o mestre do jogo, e todos os outros eram apenas peões. A única coisa que ele precisava fazer era jogar o tabuleiro da maneira que desejava.

A guerra começou. Um mar de soldados, guerreiros e magos se lançaram contra as linhas da torre, determinados a conquistar. Mas no momento em que os exércitos inimigos pisaram na planície, a atmosfera ao redor de Ycaro mudou. O vento parecia se calar, o céu escurecer um pouco. Ele esticou os dedos como se estivesse manipulando os fios invisíveis da realidade, e tudo ao redor parecia parar por um breve instante.

"Todos vocês... Não sabem onde estão se metendo", disse Ycaro, sua voz ecoando com autoridade.

Os inimigos pararam por um momento, uma sensação estranha permeando o ar. Mas Ycaro não os observava com arrogância. Ele os observava com a certeza de quem já havia vencido a batalha antes mesmo de começar.

— "A guerra não se ganha com força bruta. Ela se ganha com a mente. Vocês são apenas peças num tabuleiro que já está dominado." — Ycaro murmurou, como se a batalha fosse algo tão pequeno que nem valia sua atenção.

O exército inimigo avançou com fúria, mas ele não se moveu. Suas palavras não eram vazias; elas ressoavam, penetrando nos corações de seus inimigos como um feitiço invisível. A confiança dos soldados começou a vacilar. Eles não sabiam exatamente o que estava acontecendo, mas uma sensação de pavor começou a se espalhar.

Eros avançou com sua espada, cortando através dos inimigos com facilidade, mas Ycaro não precisava de sua ajuda. Ele não precisava de nada disso. A batalha estava sendo decidida nos bastidores, na mente de todos. Quando Ycaro falava, o universo parecia se curvar.

Um inimigo de alta patente, com uma armadura negra e uma presença imponente, avançou na direção de Ycaro, como se fosse enfrentar um monstro. Ele se aproximou, mas antes que pudesse dizer uma palavra, Ycaro olhou para ele. Seus olhos brilharam com uma intensidade sobrenatural.

— "Você... acha que pode derrotar alguém como eu?" — Ycaro disse, sua voz carregada de um poder esmagador. "Você está a um passo da sua própria morte, e tudo que eu preciso fazer é pensar. Tudo que você sabe sobre guerra, sobre poder, será sua ruína."

O inimigo hesitou. Algo não estava certo. Ele sentiu um vazio profundo dentro de si, como se tudo o que acreditava fosse uma mentira.

— "Eu sou o ápice do que vocês jamais poderiam alcançar. Cada golpe que você tenta me dar, cada estratégia que você traça, é inútil diante da verdade: vocês estão jogando um jogo que nunca entenderão."

Com um simples gesto, Ycaro estalou os dedos. O inimigo, com todo o seu poder e suas tropas atrás, foi lançado para trás, sem ter conseguido sequer mover um músculo.

"O problema de vocês, mortais, é que acreditam que a força física é tudo. Mas o verdadeiro poder... é o domínio total sobre o que vocês chamam de realidade."

Ele levantou a mão, e com a força de sua mente, o campo de batalha foi virado de cabeça para baixo. O inimigo, agora confuso e perdido, não sabia o que fazer. A realidade parecia estar sendo distorcida. Seus soldados começavam a se voltar contra eles mesmos, como marionetes sem controle.

Ycaro olhou para Cael, que observava a cena com os olhos arregalados.

— "Cael, lembre-se disso. Não é o número de inimigos que faz uma guerra difícil. É o poder da mente. Eu já os venci... sem mover um dedo."

Cael sentiu a tensão e a gravidade nas palavras de Ycaro. O que ele estava vendo não era uma simples batalha. Era um jogo de xadrez mental em um nível que ele jamais imaginara.

O líder inimigo, desesperado, tentou usar um feitiço poderoso, mas Ycaro não precisou de magia para contra-atacar. Com um movimento fluido, ele simplesmente alterou o curso do feitiço, fazendo-o voltar contra seu próprio lançador.

— "Você achou que poderia me surpreender? Eu sou a surpresa. Eu sou o enigma que nunca será resolvido."

O inimigo tentou resistir, mas não havia resistência possível. Ycaro não era apenas um homem. Ele era uma força, uma ideia personificada. Ele não lutava pelas regras que os outros conheciam. Ele criava suas próprias regras, moldava a realidade ao seu gosto.

Com um sorriso, ele fez um movimento com a mão, e o líder inimigo caiu de joelhos, impotente.

— "Essa guerra já acabou. Mas não se preocupem... Eu vou deixar vocês viverem mais um pouco. Só para que saibam o gosto da derrota."

A batalha continuou, mas os soldados inimigos estavam quebrados, mentalmente derrotados. Ycaro não precisou de mais do que um olhar para dominar tudo.

Eros, com a espada ainda manchada de sangue, olhou para ele com respeito. Ycaro estava certo. A batalha nunca foi física. Para ele, a guerra já estava decidida antes que os primeiros soldados fossem enviados.

— "A vitória está nos detalhes. E eu sou o mestre desses detalhes." — Ycaro concluiu, com um sorriso enigmático.

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Fim do Capítulo 12 (Início da Guerra)